"É tempo de seguir em frente." 

— High School Musical

Por Christian

Eu acho que só percebemos realmente que crescemos quando temos que tomar decisões que podem definir seu futuro para sempre. Sair de Londres e ficar Longe da minha família foi ao que nunca passou pela minha cabeça. Até alguns meses atrás quando recebi uma proposta para ser o diretor da nova filial da CatCo em Nova Iorque. A princípio não aceitei, mas agora eu sei que é o que preciso fazer, tenho que ir atrás do amor da minha vida e construir a minha própria família com ela, não importa o local, só que eu esteja com ela.

— Eu aceito — Pedro arqueia a sobrancelha pra mim sem entender — eu aceito ser o mais novo direto da CatCo Mídia Internacional de Nova Iorque — ele levanta e vem até mim e me abraça.

— Fico muito feliz, você é a pessoa que mais confio para isso.

— Eu estou bastante assustado, não vou mentir, mas estou indo atrás da minha felicidade — ele estreita os olhos — eu vou pedir a Emma em casamento, oficialmente agora, porque tecnicamente já estamos noivos, ela só não sabe — sorrio nervoso.

— Parabéns, cara, desejo toda felicidade do mundo pra vocês e juízo, se eu souber que você fez alguma coisa para minha Emminha eu quebro essa sua cara feia — ele faz uma cara assustadora dando três tapinhas de leve no meu rosto.

Fui me apaixonar por uma mulher que tem uma família bem brava, ainda bem que só pretendo fazer ela a mulher mais feliz desse mundo, ou eu estava ferrado.

Como o prédio onde vai ficar a CatCo em Nova Iorque ainda está sendo reformado, vou passar um tempo nos dois lugares. Tenho que passar tudo para a mais nova diretora de redação aqui em Londres, ainda bem que ela foi treinada pelo melhor, eu.

— Olá, diretora Rebekah — digo e ela ainda está me olhando em choque. O Pedro pediu para me ver alguém para ficar no meu lugar, e apesar de ter várias pessoas que já trabalham aqui a anos, não vejo ninguém melhor que ela para esse cargo.

— Eu não posso aceitar, não, eu vou embora — ela tenta sair da sala, mas não deixo.

— Você está louca? É uma oportunidade irrecusável, e você tem que aceitar, você faz isso a bastante tempo, sempre fica no meu lugar quando viajo, é a mesma coisa, só que agora, é oficial. — ela me olha boquiaberta — por favor, só assim vou conseguir pedir a Emma em casamento — ela coloca a mão na boca supressa.

— Não acredito — ela me abraça empolgada.

— Pois é, finalmente criei coragem e espero que ela aceite, só assim você vai poder ser minha madrinha.

A Bekah é a minha melhor amiga, no começo achava ela uma louca, mas a louca mais sincera que conheço e prezo muito por isso. Então acabamos nos aproximando bastante no último ano quando Emma foi embora e ela virou minha assistente.

Então agora que está tudo resolvido, partiu Nova Iorque ser feliz.

Por Emma

Tem dias que acordo e a única coisa que quero e desistir de tudo e voltar a dormir, pior que isso está acontecendo constantemente. Às vezes penso que não fiz a coisa certa em assumir tantas responsabilidades sem saber se conseguiria da conta.

Não me arrependo de nada, principalmente quando vejo o sorriso de todas as crianças e adolescentes que estou ajudando, mas, ao mesmo tempo, penso em como deixei uma parte importante da minha vida de lado, para fazer isso.

Agora estou longe da minha família, amigos, meu namorado, e estou vivendo sozinha em outro estado. Apesar de ser um dos meus sonhos, não sei se vale a pena, se estou realizando sozinha, a única parte boa é que daqui a alguns dias meus irmãos vão vim para Nova Iorque fazer faculdade, então vou ter pelo menos eles por perto.

— Oi, preciso falar com você — Vicki fala e pela cara dela, não é nada bom — a Ashley se demitiu, ela disse que não tem paciência para essas crianças, depois que uma delas a enfrentou — reviro os olhos, indignada, qual problema dessas pessoas. São crianças, muitas delas não têm uma base família boa e estruturada, eles não entendem isso, preferem um bando de criança rica para se aproveita dos pais.

— Por favor, poderia arrumar um substituto, enquanto isso me passe os horários das aulas dela, que vou me organizar para ficar no lugar temporariamente enquanto arrumamos outra pessoa.

— Você não tem como assumir mais uma turma, Emma.

— Não temos escolhas, vou falar com umas pessoas e resolver isso.

— Tem outra coisinha — ela sorri nervosa — a mãe de um dos alunos veio reclamar, pelo fato do filho está tendo aulas, com uma pessoa que não tem um diploma — ela fala fazendo aspas com as mãos. — É a mãe do Charlie, ela descobriu que o David não é formado e não quer o filho tendo aulas com ele — começo a rir nervosa.

— Vicki, poderia me dar licença — vou até à porta e abro pra ela, mas ela não sai do lugar — eu vou resolver, mas agora preciso ficar sozinha, por favor — eu saí e volto para minha mesa.

Olho em volta e vejo o tanto de papéis em cima, fico olhando sem saber por onde começar a resolver tudo isso. Minha mente não costumar funcionar muito bem quando estou estressada.

Coloco meu fone de ouvido e ligo na pasta aleatória, música é a única coisa que consegue me acalmar nessas horas, não posso sair batendo na cara de toda idiota que vem falar mal do meu pessoal.

— Eu não quero meu filho tendo aula com uma pessoa que não é formada — imito a voz dela — então tirar ele daqui e colocar numa escola melhor, sua vaca. — Não é a primeira vez que tenho problemas com essa mulher e os meus colaboradores são os melhores, um diploma não vale nada se você não é um bom professor, diferente do David, ele é um dos melhores dançarinos que conheço.

— Senhorita Salvatore — Clark, nosso segurança entra me assustando — desculpa entrar assim, mas a senhora não escutou eu batendo — ele aponta para meus fones — todas as câmeras de segurança estão paradas, os rapazes contratados, para fazer os ajustes, não apareceram.

— Obrigada por avisar, eu sei que é pedir muito, mas eu tenho aula em vinte minutos e logo depois vou para academia, o senhor se importa em ver alguém para resolver isso pra mim, por favor? — Peço.

— Para a senhorita, eu faço qualquer coisa — ele beija minha mão, o Clark é um amor de pessoa, ele sempre estava ajudando na comunidade, então contratei ele para continua seu trabalho, mas agora ganhando. Sorrio em agradecimento.

— Droga, droga, droga... — começo a jogar tudo no chão.

— Madrinha — olho para trás e vejo a Lilly e a Vicki me olhando assustadas. Droga, ótima hora para perder a cabeça Emma.

— Filha, que tal você ser a professora da turminha de balé da Ems hoje?

— Sério mamãe — Lily olha pra ela toda feliz, ela assente e pede para a Diana nossa secretaria ficar de olho neles, realmente não estou com cabeça para dar aulas agora.

— Eu falei que queria ficar sozinha — falo irritada quando a Lily sai.

— Quer conversar? — ela pergunta, mas não digo nada, apenas começo a organizar tudo, mas estou com muita raiva para conseguir fazer alguma coisa, ela percebe e vem me ajudar — droga Vicki, me deixa.

— Não, eu não vou te deixar Emma, vamos conseguir juntas, deixa eu te ajudar, por favor.

— Vicki — faço uma voz manhosa.

— Ems — ela abre os braços chamando para um abraço — te adoro, coisa estressada da minha vida.

— Desculpa meu surto, eu estou cansada, com saudades e querendo pegar o primeiro avião para Londres, mas não posso.

— Eu entendo, é difícil ficar longe de quem amamos, você já ficou muito tempo, não sei como consegue, principalmente agora, namorando, não me imagino passar muito tempo longe do Ryan.

— Às vezes me pergunto se fiz a coisa certa, eu amo isso, mas eu não pensei em nenhum momento em mim, eu só fiz, no começo pareceu o certo, mas agora já não sei. Eu deixei minha irmã que conheci agora lá sozinha com uma mulher irresponsável, eu não vou ter nenhum tempo com ela.

— Então vai, deixa tudo aqui e vai, você tem que parar de pensar só nos outros e focar em você, deixa essas aulas na academia de lado, se a Miranda não quiser mais disponibilizar as bolsas, problema dela, nós arrumarmos outro jeito, não vai se matar por pessoas que muitas vezes nem agradecem.

— Não posso fazer isso, não agora, mas eu vou ficar bem, foi apenas um dia ruim.

— Que tenho certeza que vai acabar de ficar muito bom — reconheço essa voz, olho para trás e não acredito — Cameron — corro e abraço ele — o que faz aqui?

— Vim ver a minha baixinha favorita, ouvi dizer que ela anda muito ocupada e não tem tempo para o dançarino gostosão dela — ele diz e começo a rir — estou brincando, eu vim fazer alguns trabalhos na cidade, então aproveitei para matar a saudade e te chamar para sair, dançar um pouco.

— Não sei, tenho aulas, não pos... — Vicki me interrompe

— Ela pode sim, por favor, leva ela daqui e só me entrega depois de meia-noite bêbada.

— Pode deixar — sorrimos — então gatinha, o que vamos fazer? — ele pergunta.

— Que tal só saímos por aí, sem rumo, só conhecendo a cidade, dançando.

— Perfeito – sorrio e vou trocar de roupa.

Levi ele para Times Square, um ótimo lugar para quem quer se divertir. Participamos de alguns, flash mob que estava tendo, ele veio em um ótimo dia, sexta à noite, melhor dia para curtir a cidade.

— Aqui é irado, Londres não é animada assim — ele diz rindo, realmente para quem gosta de se divertir, Nova Iorque é o lugar, a cidade que não para - que cara é essa, te conheci mais feliz.

— Não sei, cansada eu acho — ele estreita os olhos — saudades de Londres.

— Não sabia o que o Christian tinha mudado de nome — sorrio — não pode ir visita-lo.

— Agora não, muitas coisas acontecendo, tenho que pensar bem no que fazer, mas a única coisa que está passando pela minha cabeça no momento é em larga todo e ir atrás dele, era mais fácil quando estava fugindo dele.

— Teria coragem de abandonar tudo por ele, isso é o que você sempre quis?

— Sim, eu deixaria tudo por ele, eu o amo e pelo amor vale muito a pena – falo e ele sorrir.

— Essa música é a que dançamos no parque no nosso primeiro encontro? — Assinto pra ele — vem — ele me puxa para mais perto de onde está tocando a música e começamos a dançar e quando percebo já tem várias pessoas nos acompanhando.

O dia hoje não foi fácil, mas tenho certeza que amanhã vai melhorar, e só pretendo fazer ele um dia incrível.