Capítulo 83
"Na realidade, as pessoas são quem são e eles nunca vão realmente mudar".
- Collen Hoover
Por Emma
Eu realmente não sabia o que era ser feliz, há muito tempo, essa sensação leve e esse frio na barriga toda vez que vejo ele, é incrível. Ontem foi perfeito, queria poder ficar aqui por mais tempo, mas infelizmente somos adultos e com responsabilidades e temos que trabalhar.
Eu tenho uma entrevista marcada para um podcast, uma reunião com meus tios Pedro e Maggie e tenho que resolver os problemas com a Aria, minha mãe deixou bem claro que queria ela longe, então o melhor é ajudar ela com o apartamento para ela ir embora, minha vida está boa demais para querer confusão agora com elas duas.
— Chegamos, mas não queria — Christian diz fazendo bico.
Ontem depois que saímos da festa dormimos em uma pousada perto da praia, não estávamos em condições de viajar devido ao cansaço, então resolvemos ficar lá e vim só pela manhã.
— Vou contar os segundos para nos encontramos novamente, você fez eu me viciar em seu beijo, vai ser difícil aguentar tanto tempo — puxo sua camisa fazendo nossos lábios se colarem — te amo, agora tenho que ir, ah... — ele me olha — eu gostaria de deixar o que está rolando entre a gente, em segredo por um tempo, não quero ninguém se metendo na nossa relação e o escondido é tão prazeroso.
— Como você quiser, a noite deixa a janela aberta — ele fala piscando um olho, dou um pequeno sorriso de lado e saio. Não acredito que isso está acontecendo, esperei tanto por esse momento.
Abro a porta da minha casa e escuto um coro de pessoas falando parabéns, olho e vejo minha família me esperando.
— Feliz aniversário, meu bebê — meu pai diz me rodando no ar.
— Minha vez, larga ela, você tem que aprender dividir, seu egoísta — dessa vez é minha mãe começando a encrencar, esses dois parecem crianças. — Parabéns meu amor, muitos e muitos anos de vida, te desejo toda felicidade do mundo, eu te amo.
— Obrigada, amo vocês — abraços os dois.
— Posso saber onde a senhorita estava? Todo mundo veio ontem, menos você — minha mãe pergunta e apenas sorrio, ela estreita os olhos sem entender, mas logo depois entende — não acredito — não é muito difícil adivinhar com quem eu estava e eu sei que combinamos de manter segredo, mas eu não conseguiria esconder isso dela, nada, na verdade.
— Mãe... Estou tão feliz — digo com algumas lágrimas se formando em meus olhos, não sei porque, mas estou muito sentimental ultimamente.
— Vem cá — ela me puxa para um abraço e não consigo mais segurar as lágrimas e estou feliz, porque faz tempo que não chorava de alegria — finalmente vocês criaram juízo, não aguentava mais ver os dois sofrendo longe um do outro, por uma besteira.
— Não foi besteira, aconteceu muitas coisas e ninguém é tão forte quanto a senhora que aguentou ficar com meu pai mesmo com ele prestes a ter um filho de outra. — Eu admiro muito minha mãe, eu não aguentaria metade do que ela aguentou.
— O amor faz a gente superar tudo, eu também me afastei, assim como você, mas o fim, sempre termina bem, porque nascemos destinados ao amor.
Resolvo subir e tomar um banho quente para relaxar um pouco, antes de ir para meus compromissos. Me arrumo e como hoje está fazendo frio, resolvo usar um jeans rasgado escuro, uma turtleneck preta, para complementar um casaco longo da mesma cor e para fechar o look, uma sandália de salto e alguns acessórios dourados.
Pego a Petúnia Maria e vou para meu primeiro compromisso que é com as meninas do podcast. Vou falar um pouco sobre minha carreira, o que vou fazer agora que me formei, essas coisas. Assim que termino vou correndo para CatCo, o Pedro perguntou se eu queria meu cargo de volta na revista, mas eu recusei, pelo menos por agora, preciso pensar um pouco antes de tomar qualquer decisão, descansar, foi um ano bastante corrido, agora só quero curtir um pouco minha família, o Christian.
— Tia Maggie — falo ao ver ela sentada em sua mesa. Não canso de admira a beleza da minha tia, ela é simplesmente magnifica.
— Oi meu amor, finalmente resolveu aparecer — ela vem até mim e me abraça — menina, você está linda — ela segura na minha mão e faz eu rodar para me analisar. Falando assim até parece que não me ver a tempos, ela era a pessoa que mais me via quando estava em Nova Iorque, já que ela é minha empresária.
— Queria adiar essa reunião para próximo ano, não gosto de conversas serias, principalmente quando minha mãe não está por perto para falar por mim.
— Não vai não, bebezinha, temos muitos assuntos para trata e não podem ser adiados — faço bico e ela rir. Sento na poltrona na sua frente e começamos o papo chato. — Seu contrato vai acabar, preciso saber se você quer renovar, espero que sim, eu amo ficar pertinho de você e ver no que se tornou.
— Eu não sei, tia. Não sei o que vou fazer agora, se quero seguir carreira artística, ou só cuidar da escola de dança.
— Mas você vai precisar de alguém para gerenciar sua agenda, você não vai ser esquecida não, sempre vai ter alguém querendo uma entrevista, ou te contrata para fazer uma propaganda - pior que ela tem razão - e como eu sou sua tia, favorita — riu com o jeito dela falar, ela e a Lídia sempre competiram para saber qual é a preferida dos sobrinhos — se você não quiser fechar com a agência, eu posso continuar te ajudando, esse papel não vai mudar nada — ela coloca o contrato de lado e deito minha cabeça em seu ombro, já falei que minha família é perfeita? — Emma, tudo bem? — Assinto para ela não muito confiante — o que aconteceu?
— Estou pensando na Emily, tenho que ir lá agora resolver umas coisas e não queria — ela estreita os olhos pra mim sem entender — aconteceu umas coisas na casa dela e eu levei ela e a... — Eu nunca sei como chamar aquela mulher — mãe dela para meu apartamento, agora tenho que levar elas de volta, antes que a mamãe arranque ela de lá pelos cabelos.
— Você não precisa fazer isso, se quiser peço para alguém resolver para você.
— Não, eu preciso me acostumar a conviver com ela, pela minha irmã — ela assente — vou encontrar o Chris, ele vai comigo — abraço ela e volto para meu carro, ele mandou uma mensagem, dizendo que já estava me esperando. Vamos nessa, encara logo isso.
O caminho até meu apartamento é um completo silêncio, com apenas o som dos outros carros passando na rua. Será se um dia vou parar de ficar triste toda vez que lembro dessa mulher?
O Christian contratou uma pessoa para organizar tudo lá e trocar as fechaduras, tentar deixar aquilo mais seguro, o que é difícil. Pegamos às duas no meu apartamento e levamos para o delas.
— Obrigada por nos ajudar — reviro os olhos para ela e me viro para ver algumas fotos que tem em alguns porta-retratos. Seguro um em que a Emilly é criança, ela está sentada no colo da Aria sorrindo e atrás delas tem um homem, ele é branco, forte, seu cabelo é curto e sua barba por fazer. Será se ele é.... coloco de volta e me viro novamente para ela — Ontem foi seu aniversário — arqueio a sobrancelha estranhando, não acredito que ela lembra do aniversario da filha que ela abandonou, estranho — feliz aniversário — antes que eu possa falar alguma coisa ela me abraça e fico sem reação.
— Emma, temos que ir, estamos atrasados — Christian diz fazendo ela me soltar — se vocês precisarem de alguma coisa, podem falar comigo — elas sorriem — tchau Emilly — ele beija seu rosto e sai me puxando.
— Obrigada por me tirar de lá — falo e ele me abraça.
— Não fica assim, você estava tão feliz, não quero te ver triste por alguém que não vale a pena — sorrio fraco pra ele — vem comigo? — Assinto e vamos para o carro, reconheço o local que ele está me levando. É para nossa antiga escola de artes.
— Você tem alguma roupa de dança aí? — Confirmo — que pergunta besta né — sorrimos, ele sabe que desde criança eu costumo andar com um collant em minha bolsa — eu já sei como te animar um pouco, você ainda lembra daquela coreografia que apresentamos na conclusão do nosso curso?
— Sim, passamos dias ensaiando ela, acho que foi a única vez que fizemos algo juntos sem nos matar primeiro — rimos, Christian e eu estudávamos, arte na mesma escola, e dança era uma das aulas na qual fazíamos juntos.
— Vai lá trocar de roupa, e me encontra no estúdio de balé daqui a pouco — assinto e faço o que ele pediu. Caminho pelos corredores do lugar onde passei a maior parte da minha infância, era um dos meus lugares preferidos, eu só pensava em dançar e em ser uma bailarina de sucesso.
Vou até o vestuário e coloco meu collant preto, prendo algumas mechas do meu cabelo em um coque mal feito e vou para a sala do balé encontrar ele.
Entro e encontro ele conectando o celular dele, no som, a música The for the Falcon começar a tocar e flash do dia da nossa apresentação vem em minha cabeça me causando uma nostalgia muito boa.
— Traz seu celular — ele pede — não sou o melhor parceiro de dança que você já teve, mas vou ser o mais feliz dançando ao seu lado — sorrio um pouco sentimental — senhorita Salvatore, me concede essa dança? — Assinto com um nó em minha garganta, não sei porque estou assim — eu te amo, eu prometo que vou te fazer a mulher mais feliz desse mundo. — Beijo seus lábios, ele apaga as luzes e começamos a dançar ao som da música The for the Falcon.
https://youtu.be/vq-JmrK2Ckg
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