Capítulo 7
Por Emma
— Bom dia, família — digo quando desço para tomar café, tradição da família Salvatore tomar café juntos e eu sempre atrasada.
Quando eu estudava a minha mãe me acordava mais cedo que todos para ver se eu não chegava atrasada todos os dias na aula, mas era perdido, chegar atrasada é minha marca registrada.
— Chegaram que horas de viagem? — pergunto para os meus pais.
— A pouco tempo — meu pai responde.
— Está animada hoje — minha mãe diz e a Mia a interrompe.
— A noite com o gatão dançarino foi boa — ela diz fazendo o meu pai engasga com suco.
Ele derramou suco na mesa toda, homem mais ciumento não existe.
— Você me disse que ia sair com a Sarah — ele diz quando se recupera.
— Para de drama Thomas, ela já é bem grandinha tem que namora mesmo — dessa vez é minha mãe que diz.
E do nada um café da manhã de domingo virou uma conversa constrangedora sobre a minha vida amorosa.
Eu nunca fui de ta demostrando meus sentimentos pra ninguém pelo menos não na frente da minha família, eu tive alguns namorados, na verdade, namorado mesmo eu tive apenas um e a única coisa que ele queria era se aproximar da minha mãe pra conseguir um patrocínio ao algo do tipo, ele era dançarino e cantor, mas minha mãe logo sacou e percebeu e quando ele viu que não iria conseguir nada com ela, ele me deu um pé bunda pra ficar com minha melhor amiga de Califórnia, quer dizer que eu achava que era minha amiga.
Desde então eu me fechei completamente para o amor, quando eu comecei a fazer faculdade e não quis mais saber de amigos ou relacionamento.
— Hoje vamos almoçar com seus avós — a mamãe diz e dessa vez quem se engasga sou eu.
— Desculpa, mas eu tenho compromisso — digo levantando pra sair da mesa.
Não é que eu não queira ver eles, mas a dois anos atrás meu avô descobriu que estava com câncer e desde então eu não conseguir o encara, eu e ele éramos muito próximos, quando ele me falou que estava doente não quis acreditar e acabei me afastando dele, me afastei quando ele mais precisou de mim. Ele está bem agora, a doença está controlada, mas eu fiquei com tanta vergonha do que fiz que não tive coragem de aparecer na frente dele mais.
— Não — olho pra minha mãe sem entender o porquê do não — você não vai continuar fugindo deles, faz dois anos que você não ver seus avós e você vai com a gente.
Droga... o que vou fazer agora, eu não sei como vou aparecer assim na frente deles depois de dois anos sem dar notícias.
Tomo café e subo para meu quarto, pego meu celular e ligo pra Sarah, vou ter que levar ela junto, amigas para todas as horas, principalmente quando você não sabe o que fazer.
Ligação Sarah
Sarah: Você me acordou
Emma: Ótimo, levanta logo, vamos pra casa do lago
Sarah: Não...
Emma: Te pego em dez minutos
Sarah: Em... eu quero dormir
Emma: Mas não vai, eu te obrigo então cuide
Sarah: Eu te odeio
Emma: Também te amo
.....
Ver essa casa, esse lago me faz lembra o quanto eu amava vim aqui, eu e o meu avô ficávamos no lago por horas brincando ele sempre me levava pra pescar, ou melhor, pra solta os peixinhos que ele pegava.
Sinto tanta falta deles, do abraço, dos pães de queijo da vovó e das histórias do vovô, eu me arrependo tanto de ter me afastado, eu acho que eles nunca vão me perdoar por isso.
— Você não vai entrar? — minha mãe pergunta e apenas olho pra ela com medo da reação deles — não precisa ficar assim, eles te amam e estão morrendo de saudade.
Depois de um longo tempo encarando a porta criando coragem para entrar finalmente conseguir. Minha vontade é de saí correndo e abraça eles e pedir desculpa pelo o que fiz, mas sou egoísta de mais pra isso, então vou apenas sentar na mesa e fingir que nada aconteceu.
Depois do almoço vou até um banco quem tem do lado de fora em frente ao lago e me sento. Fico pensando em como minha vida mudou, eu fiz tantas coisas erradas, e agora aqui estou tentando resolver minhas burradas.
Porque tem que ser tudo tão difícil, por causa do meu medo de me aproxima das pessoas e ser enganada novamente eu acabei me afastando de tudo e todos que eu amo, me afastei da dança, dos meus amigos, da minha família e dos meus sonhos. Agora estou tentando resolver tudo, mas acho que é tarde demais, é tarde pra dizer para meus pais que eu escondi quem eu era de verdade, é tarde pra dizer para meus avós que eu sinto muito por ter me afastado e é tarde pra realizar meu sonho de ser uma bailarina.
Sinto lagrimas caindo em meu rosto e não consigo controla, eu só queria poder mudar tudo.
— Oi! Uma pessoa diz atrás de mim olho e é meu avô.
— Vovô — digo quando olho.
— Posso sentar aqui? — ele pergunta apontando para o banco, assinto e ele senta, ficamos olhando para o lago por um bom tempo sem dizer nada.
— Vovô — chamo ele — me desculpa — ele sorri pra mim e me puxar para um abraço — o senhor não está com raiva de mim?
— Nunca ficaria com raiva de você, Emma — olho pra ele.
— Mas eu me afastei quando o senhor mais precisou — digo sem entender, qualquer outra pessoa não iria querer mais olhar na minha cara.
— Mas agora você está aqui e isso é o que importa.
— Desculpa, eu só tive medo de perder o senhor — digo com lágrimas nos olhos.
— Não vai perder tão cedo, eu prometo — sorrio pra ele e o abraço mais uma vez.
— Mãe... mãe — chamo minha mãe.
— Oi! Ela diz e corro pra abraça ela.
- O vovô não está bravo comigo, ele não está com raiva de mim — digo entusiasmada.
— Serio que você realmente achava que seu avô estava com raiva de você?
— Claro, eu abandonei ele.
— Você realmente é filha do seu pai, lerdinha igual a ele.
— Mãe... – digo.
— Mas... eu te amo do mesmo jeito — ela beija minha testa e sai me deixando sozinha.
Meu avô não está com raiva de mim u u...
Dia seguinte...
— Bom dia — digo entregando um copo com café para Bekah.
— Sabia que te amo — ela diz com um sorrisão quando ver o café.
A Bekah se tornou uma ótima amiga e colega de trabalho, como ela é editora trabalhamos no mesmo setor então passamos o dia juntas praticamente, ela é uma palhaça e não perde uma piada, o melhor é ver ela tirando de onda com o Christian e chamando ele de chefinho.
— Também te amo — digo rindo.
— Bom dia meninas — Christian diz quando passar pela gente indo em direção a sua sala.
— Bom dia chefinho — Bekah diz.
— Bom dia, Christian — digo.
— Daqui a dez minutos vai ter uma reunião e quero às duas lá — ele diz.
— Você brinca com a demissão de um jeito incrível — digo quando ele entra na sala.
— Aqui vai ser muito chato sem mim — ela diz se achando.
— Tem razão então vamos logo pra isso não acontecer — puxo ela até a sala de reuniões.
Chegando lá encontro o Christian e o Pedro sentados na mesa e mais umas duas pessoas que não sei quem é, sentamos e ficamos esperando eles começarem a falar.
— Sejam bem-vindos — Pedro diz e ficamos esperando ele continuar — próxima semana vai ter uma sessão de fotos com Bella e Thomas Salvatore e precisamos de vocês na organização.
— O quê? — interrompo ele.
— Algum problema? — ele pergunta já sabendo o por que falei isso.
— A Bekah pode cuidar disso sozinha, eu estou muito ocupada — tento desfaça.
— Ainda bem que sou seu chefe e posso colocar outra pessoa pra fazer essas outras tarefas e você vai poder cuidar disso exclusivamente — ele diz com um sorrisinho falso no rosto.
Terminando a reunião cada um foi pra sua mesa e eu passei o resto do dia tentando arrumar uma desculpa pra está bem longe desse ensaio fotográfico.
Não é que não quero fazer isso com meus pais, mas como vou explicar pra todo mundo que sou sobrinha do dono da empresa, todos vão achar que sou privilegiada e que vou conseguir o contrato só por causa disso.
— Posso saber porque está querendo fugir desse ensaio? — Bekah pergunta.
— Não estou querendo fugir, só estou ocupada — digo.
— Vou fingir — ela diz e não entendo.
— O quê? — pergunto.
— Que acredito — ela da um sorrisinho falso e sai me deixando sozinha.
Volto a revisar umas matérias que vai sair na próxima edição.
— Quer carona? — Bekah pergunta me tirando dos meus pensamentos.
— Que? Mas que horas são? — pergunto olhando no relógio — caramba já deu hora de irmos embora e não percebi.
— Você está bem? — ela pergunta notando que não estou bem.
— Sim — levanto pegando minhas coisas — vamos?
O caminho foi tranquilo, menos a parte que ela quase atropelou um carinha, mas no final ficou tudo bem, ele até pegou o telefone dela.
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