Capítulo 69

Por Emma

Hoje é meu último dia aqui em Londres e como essa semana a revista vai ser comigo na capa o Pedro me pediu uma exclusiva, fiquei um pouco com vergonha, mas é meu trabalho, tenho que me acostumar. Acordo cedo, tenho um monte de coisas para fazer e a tarde tenho que ir para CatCo, quero aproveitar e me despedir da Emily também, não tive chances de conversar com ela direito ainda.

Continuamos no meu apartamento, como já tinhamos bagunçado tudo não queria mais ter que arrumar tudo para ir pra casa dos meus pais e a Vicki iria ficaria mais confortável aqui mesmo com a Lily, então resolvemos ficar por aqui. Só estou evitando encontrar o Christian pelos corredores já que ele é meu vizinho e não convesamos ainda, então estou tentando fugir disso.

Fico na porta do condomínio esperando a Bekah, precisava matar a saudade da minha Uber particular. Ele chegar escutando "Thank u, next" da Ariana Grande, sento no banco de trás e beijo o rosto dela e da Sarah que vem no banco do passageiro.

Chegando, vou direto para sala do Pedro, ele que vai me entrevistar pessoalmente e vai ser pior ainda. Morro de vergonha de falar sobre essas coisas para minha família e normalmente essas entrevistas só tem perguntas constrangedoras.

Ele me leva até o estúdio onde são gravados os padcast. Sento na cadeira e a Sarah me ajuda com o fone e o microfone, o Pedro fica na cadeira na minha frente, a Bekah ao lado dele e a Sarah do meu lado. Não poderia ser pior, misericórdia.

— Olá, senhorita Salvatore, é um prazer está aqui com você hoje — sorrio fraco pra ele — recebemos muitas perguntas de fãs, então separamos as melhores para te fazer hoje. Para começar gostaria que você falasse um pouco sobre quando você decidiu viver da arte. Quais foram os desafios que enfrentou?

— Olha não foi uma decisão fácil, desde que eu era pequena, sempre me envolvi com arte, meus pais são cantores, então eu cresci nesse mundo, e em uma das competições de dança que participei conheci a Miranda e foi onde entrei para academia dela.

O restante da entrevista foi muito agradável, achei que ia ser pior, após responder todas as perguntas ficamos conversando um pouco e alguns fãs entraram ao vivo para fazer perguntas, eu nunca tinha participado de algo assim, confesso que amei.

— Para encerrar gostaria que deixasse uma mensagem para os amantes de arte e todo o público que está nos acompanhando.

— Viver de arte é algo complicado às vezes, mas muito prazeroso. Sei que as vezes é difícil, principalmente quando estamos começando, mas não desistam, porque um dia vai valer muito a pena.

— Foi ótimo, obrigada Emy — ele me abraça, eu achei que ia ser mais difícil, mas foi algo muito natural e as perguntas foram bem leves. Da última vez que participei de uma entrevista, que na verdade, as meninas perguntaram até a última vez que fiquei com alguém e eu só sabia rir de nervoso.

Vou para minha antiga sala para ver as meninas e quando a Emily me ver ela esconde o rosto dela com um boné. Vou até ela estranhando e quando chego perto vejo que seu olho está roxo.

— Quem fez isso com você? — Pergunto segurando o rosto dela e olhando mais de perto.

— O que? — Ela se faz de desentendida, tentando esconder mais ainda.

— Quem bateu em você, Emily — pergunto com raiva.

— Foi a mãe dela — quem diz é a Lizzie atrás de mim, Emily olhar pra ela com um olhar de reprovação e ela apenas dá de ombros.

Pego minha bolsa e as chaves do carro da Bekah e saio em direção ao elevador, hoje eu mato essa vagabunda. Vejo a Bekah vindo atrás de mim com a Emily e a Sarah, elas tentam me impedir, mas é em vão. Entro no banco do motorista e elas no de trás. Hoje foi a última vez que ela machucou a minha irmã.

— Emma, por favor, vamos conversa — Bekah tentar me acalmar — Emma.

— Cala a boca, droga — bato forte no volante do carro assustando elas, sei que é errado descontar nela, mas eu não estou aguentando mais.

O resto do caminho foi um completo silêncio, não sei o que está acontecendo comigo, mas não estou conseguindo me controlar, estou com raiva e acabo descontando em quem não tem nada a ver, mas já estava na hora de ter uma conversinha com aquela vaca, nem que seja para arrancar os cabelos dela.

Paro o carro em frente ao prédio onde elas moram e subo direto para o apartamento já que não tem porteiro, as meninas vêm atrás de mim, tentando me segura.

Abro a porta com tudo sem bater assustando ela. Ela me olha surpresa, mas antes que ela fale alguma coisa, dou um tapa na cara dela, queria não sentir esse ódio que estou sentindo, mas depois de tudo que ela fez, é impossível.

— Isso aqui é pra você nunca mais trisca na minha irmã.

— Emma — Bekah e Sarah me segura, tento me soltar, mas elas são mais fortes.

— Quem você pensa que é pra chegar assim, na minha casa me batendo — Aria diz com a mão no rosto.

— Quem pagou essa droga aqui foi minha mãe, então acho que isso aqui é meu e se eu fosse você pegava suas coisas e saia daqui antes que eu chame a polícia e te coloque para correr. — Falo encarando ela — Vai arrumar suas coisas — aponto para Emily, ela não fica aqui mais nenhum minuto.

— Mas... — ela diz, mas a interrompo.

— Me obedece e vai arrumar a droga das suas coisas — grito irritada.

— Você não vai levar ela pra nenhum canto — Aria exclama irritada segurando a Emily.

— Tente me impedir — grito furiosa indo pra cima dela novamente, mas as meninas não deixam — me solta — tento me soltar.

— Sarah, por favor ajude a Emily, eu vou levar a Emma lá pra baixo — Bekah fala me empurrando para fora do apartamento.

— Eu não vou a lugar algum.

— Eu vou chamar a polícia — Aria nos ameaçar e começo a rir, ela só pode ta de brincadeira.

— Vai lá, faz isso mesmo, aí eu aproveito pra contar das ameaças que você fez com a minha mãe e da agressão contra sua própria filha — provoco ela. — Vai, chama sua vaca — grito e ela vem pra cima de mim, mas Bekah entra na minha frente.

— Você não é louca de encostar nela — Bekah diz olhando seria para ela, que se afasta assustada.

Ela me olhar furiosa, e minha vontade de bater nela mais ainda só aumenta. Emily voltar com uma mochila nas costas elas me segura e me obrigam a descer. Entro no banco de trás ao lado da Bekah e da Emily, dessa vez quem vai dirigindo é a Sarah.

Por Christian

Em todas às vezes que pensei no dia que viria ela novamente, nenhuma foi como ontem. Eu estava muito confuso, não sabia se ainda sentia algo por ela, mas eu percebi que ela nunca saiu da minha cabeça e que eu a amo muito ainda e que ela me ama também.

Hoje não fui trabalhar, tenho um evento para ir amanhã em Los Angeles então resolvi tirar o dia de folga para resolver algumas coisas.

Sento no sofá e ligo a TV, está passando Bob Esponja e sem dúvidas é um dos melhores desenhos que existe, então resolvo assistir, até alguém atrapalhar batendo na porta desesperado. Abro e é a Sarah, ela não está com uma cara nada boa e já sei que aconteceu algo.

— Você precisa ir falar com a Emma — ela diz e meu coração dispara.

— O que aconteceu? — Pergunto.

— Ela brigou com a mãe dela e trouxe a Emily para o apartamento dela — ela fala, mas fico sem entender, ontem elas estavam tão bem — com a mãe biológica, Christian — ela explica.

Corro para o apartamento ao lado, vejo as meninas sentadas na sala, Bekah diz que ela está no quarto, bato na porta pedindo para ela abrir.

— Emma, abre a porta, por favor — peço tentando ser o mais calmo possível. Eu sei o quanto esse assunto abala ela.

— Vai embora, por favor — ela responde e pela sua voz ela está chorando.

— Eu vou, mas antes você tem que abrir, só pra mim, ver se você está bem — digo.

— Estou — ela responde com a voz de choro.

— Então abre — digo e escuto o barulho da chave, abro devagar e vejo ela em pé na minha frente chorando.

Não digo nada, apenas abraço ela forte e deixo ela chorar em meus braços. Eu nem imagino como ela deve se sentir, minha mãe me abandou quando eu era criança, mas o que a mãe da Emma fez com ela, é imperdoável, ela vendeu a própria filha, depois de usar-lá para tentar roubar o pai dela.

Depois de um tempo ela se acalma um pouco, sua mão está sangrando, e sua roupa está suja, olho para o lado e vejo alguns cactos de vidros quebrados no chão.

— Vem você precisar tomar banho — digo ajudando ela a levantar — se a Bella te visse assim ela te deserdaria — rimos, lembro bem, que tudo que fazíamos de errado ela ameaçava deserda a gente, levo ela até o banheiro e ajudo ela tirar suas roupas, quando percebo já estou tomando banho com ela acariciando seus cabelos.

Quanta falta eu sentir disso, dela, do seu cheiro, de protegê-la. Passamos um tempo assim, apenas abraçados, apreciando a companhia um do outro. Saímos do banho e ajudo ela, suas mãos ainda estão trêmulas, ela é bastante ansiosa e quando está com raiva fica assim.

— Ta mais calma? — Pergunto segurando uma mecha do seu cabelo, ela cortou e clareou um pouco, ficou tão lindo.

— Sim — ela responde — mas eu não estou bem, eu não sei o que fazer — ela diz com algumas lagrimas se formando novamente em seus olhos.

— Não chora, estou com você e vamos resolver isso — levanto seu rosto limpando suas lagrimas — eu te amo — deposito um beijo em sua testa, seguro em sua mão e vamos para sala, as meninas estão sentadas conversando e quando nos ver começam a comemorar.

Sento no sofá entre a Sarah e a Bekah, como sou folgado tomo a maior parte do espaço e elas reclamam, mas hoje a pizza é por minha conta, então eu posso.

— Podemos conversa? — Emma pergunta a Emily.

Às duas levantam e saem da sala, pego meu celular e peço algumas pizzas pra gente jantar.

Por Emma

Vou com a Emily até o quarto de hóspedes, que vai ser dela por um tempo, ou não, quando eu vi ela machucada não pensei bem, só queria descontar em quem fez isso, mas acho que devo desculpas a ela, o que fiz foi errado.

— Queria te pedir desculpas — peço sentando na cama, ela senta ao meu lado e diz.

— Obrigada por me defender, foi importante o que fez, apesar de não ter gostado de ver minha mãe daquele jeito, apesar de tudo que ela fez, ela é nossa mãe — ela segura minha mãe.

— Ela não é minha mãe, Emily, eu sei que nunca demonstrei isso, mas você é muito importante pra mim, você sim é minha irmã, mas ela não é nada minha — olho pra ela — mas desculpa ter feito aquilo, não me arrependo, mas sei que foi errado.

— Ta tudo bem — ela diz sorrindo.

— Não posso te obrigar a ficar aqui, principalmente sozinha, mas queria muito que ficasse, não confio você naquela casa — sou sincera.

— Não posso deixar minha mãe.

— Mas... — ela me interrompe.

— Ela vai melhorar, eu acredito nisso, ela já mudou bastante, eu tenho que ficar ao seu lado e ajudar.

— Espero, mas ficar uns dias aqui, até melhorar um pouco o clima lá, você pode chamar a Lizzie para ficar aqui com você já que amanhã tenho que viajar, ou se quiser ir comigo, eu ia ama.

— Claro, obrigada por deixar eu ficar e seria um sonho viajar para Nova Iorque, mas tenho aulas e trabalho, impossivel — ela agradece e abraço ela.

— Você é minha irmã, sempre vou está ao seu lado — digo abraçando ela.

Voltamos para sala e vejo várias pizzas e refrigerantes, delicia estava morrendo de fome.

Sento no colo do Christian roubando um pedaço de sua pizza. Que saudade eu estava disso.

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