Capítulo 57

"Essas ruas vão fazer você se sentir completamente novo

As luzes vão inspirar você

Vamos aplaudir Nova Iorque"

Alicia Keys - Empire State Of Mind

 Por Emma

— Emma, acorda, ou você vai perder seu voo! Eu não me importo se você perder, sabe disso né? — Minha mãe me chama mais uma vez.

Porque fui inventar de beber um dia antes de viajar? Levanto e coloco a mão na cabeça tentando aliviar a dor, eu tinha prometido que nunca mais beberia e agora estou aqui com uma ressaca enorme e atrasada.

Tomo um banho rápido e visto a roupa que deixei separada para viagem. Escolhi uma calça preta, uma camiseta cinza escura e complemento com minha jaquetinha de couro. Ah, calcei uma bota de cano alto. Depois de pronta desço e vejo minha mãe preparando algo na cozinha, ela me entrega um remédio para dor de cabeça com um copo de suco tomo e como algumas torradas que ela preparou pra mim.

— Mãe... — ela olha pra mim — poderia entregar isso a ele? — Entrego uma caixa com alguns presentes que o Christian me deu e uma carta, um deles é a caixinha de som que ele me deu no meu aniversário. — Eu tentei me despedir, mas não conseguir.

— Claro, mas acho que deveria entregar você mesmo, ou melhor, nem precisa entregar, apenas se resolver com ele.

— Agora é tarde, estou indo embora.

— Lembre-se que não adianta fugir para outra cidade, outro lugar, outro estado. A coisa que você está fugindo, seja ela qual for, vai junto com você. E vai ficar com você até você descobrir uma maneira de confronta-la – ela diz me deixando assustada.

— Onde você leu isso? – Pergunto tentando não transparecer meu estado ansioso.

— Porque acha que li em algum lugar?

— Porque você não é tão filosófica assim.

— Eu sou compositora, então sou sim – estreito os olhos pra ela – está bom, foi do meu livro favorito, métrica – rio lembrando da história do livro.

— Qual é mamãe, já se apaixonou por seu professor de literatura? – ela ruboriza e fica vermelha – NÃO ACREDITO UUUUUÃÃÃÃÃÃNNNN  – abro a boca besta com o que acabei de descobrir.

— Besta – ela tanta mudar de assunto – eu sei que deve ser difícil, mas as vezes duas pessoas precisam se distanciar para perceber o quanto precisam ficar perto uma da outra – eu amo essa frase.

— E se duas pessoas estão destinadas a ficarem juntas, eventualmente elas encontrarão o caminho de volta uma para a outra – ela sorri pra mim – igual você e o papai encontraram, mas não acho que eu e ele temos esse amor, que vocês tem, somos tão complicados.

— O amor é complicado — ela diz e sorrio sem graça.

Dou uma última olhada no meu quarto para ver se não estou esquecendo nada e parece que não. Desço e vejo meus avós na sala me esperando. Abraço todos, vou até o Taylor e faço sinal para ele se abaixar e falo no ouvido dele.

— Espero que quando eu voltar você já tenha criado coragem e chamado ela para sair — digo me referindo a Marta e ele fica todo envergonhado, pisco pra ele e vou para o carro do meu pai onde ele está me esperando junto com a mamãe e meus irmãos.

O caminho até o aeroporto foi demorado e torturante, meu coração está disparado, fazia tempo que não ficava tão nervosa assim e se eu não passar nas audições, o que vou fazer, vim embora?

— Você tem certeza que quer ir? — Mamãe pergunta novamente, assinto e ela me abraça — então vai, encontre seu caminho e seja muito feliz e não esqueça, que sempre e a qualquer momento que você precisar, estarei a seu lado, eu te amo, meu amor — já não estou conseguindo mais segurar minhas lágrimas. Todas as vezes que imaginei indo para Nova Iorque, nenhuma foi tão difícil assim.

Vejo todos os meus amigos vindo em minha direção corro para abraça-los, não acredito que eles estão aqui.

— Não acredito que ia sem se despedir — Bekah diz enquanto me abraça — eu juro que se meus sapatos não fosse tão caros eu tacava na cabeça para nunca mais fazer isso — começo a rir.

— Desculpa, eu queria falar, mas é difícil dizer tchau — sou sincera, pego uma carta dentro da minha bolsa e entrego a ela — isso é o resultado do seu teste que você fez naquele dia, eu não abri ainda, mas tenho certeza que você passou e se você quiser, só... se você quiser, amanhã o estúdio da mamãe estará disponível para você grava sua primeira demo — ela olha pra mim chocada — espero que eu seja a primeira escutar, ou vou ficar muito brava — ela me abraça forte.

— Eu não sei o que dizer.

— Não diga, só vá lá e faça o que você faz de melhor.

Vou até os outros e abraço eles, esses meses que passei aqui foram inesquecíveis, nunca pensei que faria amigos tão perfeitos.

— Tchau família, amo vocês — digo pela última vez antes de desaparecer na multidão — partiu Nova Iorque — sorrio feliz, acho que despedidas nem sempre são ruins, as vezes precisamos disso, para se sentir mais leve.

Entro no avião e já me apavoro, odeio isso e estou sozinha dessa vez, eu vou agarra quem quando estiver decolando? Minha respiração começa a ficar descontrolada, mas é tarde demais para descer pois já estamos saindo.

— Respira Emma, respira... — fecho os olhos e agarro o braço do assento com a maior força possível.

— Tudo bem aí? — alguém diz ao meu lado, abro os olhos para ver quem é e ai meu Deus, que gato.

— Sim — respondo envergonhada.

— Ryan — ele diz e estende a mão para eu aperta.

— Emma — sorrio tímida pra ele. Ryan é moreno com cabelo mais curto na lateral, uma barba rala e bem feita que o deixa sexy, sem falar no sorriso fofo. Ele é um verdadeiro pedaço de mal caminho. Ah, ele tem covinhas e seus olhos são penetrantes e encantadores.

- Hey - alguém bate de leve na minha cabeça - Oi - Ryan passa a mão na frente dos meus olhos - acho que chegamos.

- Oi - me solto percebendo que estou agarrada no braço do gostos... do Ryan - desculpa, eu...

- Tudo bem? - Olha pra mim e sorrio constrangida.

- Tudo.

AI MEU DEUS, eu já começo passando vergonha, porque se não passar nem sou uma Salvatore. Tomara que ele esqueça disso.

O caminho foi bem calmo, passei uma boa parte dormindo, convencei com o Ryan um pouco e pensei em minha vida e em como ela vai ser a partir de hoje, vai ser complicado, mas eu consigo.

Depois de quase nove horas de viagem finalmente chegamos, pego um taxi e entrego o endereço para ele.

— Olá Nova Iorque, eu cheguei — digo baixinho, entro no carro e abro o vidro querendo observar tudo. Eu amo essa cidade, sorrio empolgada, a música "Empire State Of Mind" com a Alicia Keys e Jay-Z começa a tocar e isso não poderia ficar melhor.

— AÍ MEU DEUS ESTOU EM NOVA IORQUE AAAAH — coloco a cabeça para o lado de fora do carro e grito.

Por Christian

— O que você está fazendo aqui? — Pedro pergunta e fico sem entender é o meu trabalho, porque eu não estaria aqui? — Achei que estaria no aeroporto se despedindo da Emma.

— Por que estaria me despedindo dela, pra onde ela vai? — pergunto. Será se é algum evento que ela vai cobrir e não estou sabendo.

— Ela não te falou? — arqueio a sobrancelha pra ele esperando ele continuar — é melhor você ligar pra ela — ele passa por mim e aperta meu ombro me confortando, o que a Emma está aprontando.

Pego meu celular rápido e disco o número dela, chama, mas ela não atende, tento novamente e nada. Disco o número da Bella e ela atende.

— Cadê a Emma? — pergunto com a voz falha.

— Emma está indo embora, Christian — ela diz e sua voz calma.

Desligo o telefone e saio correndo, chamo o elevador e vejo que está no térreo e vai demorar muito então vou pela escada, desço correndo e vou para o estacionamento, pego meu carro e tento chegar o mais rápido possível, eu não posso deixa-la ir de novo.

O trânsito nessa hora é horrível, paro em um sinal vermelho e aparece um cara andando de bicicleta com uma fantasia de elefante fazendo malabarismo no meio atrapalhando o transito.

— Só pode ser brincadeira — reviro os olhos e dou partida no carro assim que ele sai do meio.

Levo cerca de vinte minutos para chegar, estaciono o carro de qualquer jeito e saio correndo para dentro procurando ela, por favor, que o voo dela esteja atrasado.

Vou para a área de embarque e de longe vejo a família dela e nossos amigos, por favor, esteja aí ainda, corro em direção deles.

— Cadê ela — falo com a respiração desregulada por ter corrido muito. Eles olham pra mim com o olhar triste e já sei que é tarde demais — pra onde? — pergunto nervoso.

— Nova Iorque — Bella diz e agora sei que ela não vai voltar, é o lugar preferido dela, eu a pedir de novo.

— Porque você não segurou ela, você sabia que eu estava vindo, porque não segurou ela — grito com a Bella, eu sei que ela não tem culpa, mas eu não conseguir me controlar.

— Christian... — Sarah tenta me segura, mas me solto.

— Se ela quisesse que você a impedisse de ir, ela teria te falado — Bella diz e olho pra ela — a cinco anos atrás, você era uma criança, não tinha muita escolha, agora tem, se realmente ama ela, você sabe o que fazer.

— Eu vou atrás dela — digo e todos comemoram, vou até o caixa para comprar uma passagem e pra minha infelicidade o próximo voo para Nova Iorque só vai sair em dois dias, não posso esperar — quero uma passagem para o lugar mais perto de nova Iorque, que saia agora daqui.

— Tem um que sai daqui em vinte minutos para Filadélfia — a atendente diz e aceito, quando chegar lá eu dou um jeito de chegar em Nova Iorque.

— Você vai assim, sem nada? — Sarah pergunta e não tinha me tocado disso, mas por ela vale a pena.

— Sim, avisa a mamãe pra mim está e meu carro eu deixe por algum lugar pela rua, tenha cuidado com meu bebê — digo entregando a chave a ela.

Vou até a Bekah e entrego a chave do meu escritório na CatCo pra ela.

— Você sabe o que fazer — sorrio pra ela, Bekah demostrou ser uma jornalista muito dedicada e confio nela plenamente para ficar no meu lugar por enquanto estou fora.

— Boa sorte, espero que consiga trazer ela de volta — ela me abraça e agradeço. Bella me entrega um papel com um endereço notado e diz que é do apartamento da Emma.

— Se cuida — ela me abraça — grita comigo de novo Christian Hastings, que esqueço que você é filho da minha melhor amiga e te dou umas porradas — começo a rir com a tranquilidade e elegância que ela me ameaça.

— Desculpa gatona, eu estava desesperado — beijo seu rosto.

Meu voo é anunciado e meu coração dispara, fazia tempo que não ficava tão ansioso assim. Nem sei como ela vai reagir, se ela vai querer voltar comigo ou me dá um pé na bunda.

Essas foram as piores oito horas de viagem que já tive, finalmente anunciaram que vamos pousa, estou morto, Emma não saio da minha cabeça um momento, pensei várias formas diferente de como chegar lá e de como ela vai reagir.

Disso e como não tenho malas consigo sai do aeroporto rapidinho, pego um táxi e peço pra ele me deixar na estação de metrô. Pego um que vai até a cidade de Mansfield em Nova Jersey.

— Você poderia segurar ele pra mim, por favor — uma senhora diz já entregando um bebê.

— Euu... eu nã... — ela me interrompe.

— Só vou ao banheiro rapidinho — ela simplesmente sai. Minha senhora volte aqui, eu não sei cuidar de um bebê.

Ele começa a chorar então fico em pé e começo a balança ele tentando acalma-lo, mas acho que não foi uma boa ideia, pois ele vomita em mim e suja minha camisa toda.

— A não... — choramingo, a mãe dele chega e devolvo ele pra ela e vou ao banheiro tentar me limpar, mas o cheiro não sai, já sei que chegar lá como um lindo e cheiroso príncipe encantando, não vai colar.

Depois de quase uma hora e meia andando de metrô chego numa cidade no interior de Nova Jersey.

— O que eu vim fazer aqui? — passo a mão na cabeça sem saber o que fazer. Não tem nada aqui, todos os metrôs estão fechados por hoje, não tem taxis, ônibus e nem sinal para pedir um uber. Vejo a senhora que estava com o bebê que vomitou em mim e resolvo pedir alguma informação a ela, porque estou perdido — senhora — chamo ela — oi, poderia me ajudar, sabe onde posso pegar um taxi ou ônibus?

— Por aqui você não vai encontrar nada não, talvez ache algum ônibus na cidade vizinha que é a uns trinta minutos daqui — abro a boca abismado ainda, só pode ser brincadeira — se você quiser posso te dá uma carona, meu marido veio me buscar — ela aponta para uma caminhonete parada logo a frente — sorrio pra ela em agradecimento.

— Olá eu sou o Christian, obrigado por me ajudar — comprimento o marido dela.

— Pode entrar — ele abre a porta do carro e vejo um bicho dentro.

— Aí meu Deus — me assunto — tem um monstro aí dentro — aponto pra ele.

— Não é monstro não, é apenas o Drudi, nossa esqui linda de estimação — ele diz alisando o bicho. Entro e fico no cantinho tentando ficar o mais longe possível dele, vai que seja um animal bravo e raivoso e queira me matar.

O caminho até a cidade vizinha foi bem agradável, eles são muito gente boa, me falaram a vida deles toda, eu falei o que estava fazendo e eles nos convidaram para passar uns dias na fazenda deles qualquer dia, claro que aceitei e acabei fazendo amizade com a Drudi, ela é muito inteligente e gentil, não parece nada com um animal raivoso.

— Pronto, chegamos, ali você vai conseguir pegar um metrô para Nova Iorque — ele aponta para a estação — boa sorte com a sua namorada.

— Obrigada pela ajuda — pego mina carteira para pagar a eles que recusam — por favor, eu insisto.

— Não precisar, guarde e compre umas flores pra sua garota — sorrio pra ele e aperto em sua mão, mas como as coisas já não estavam ruins suficiente quando estou descendo do carro minha calça engancha na porta e acaba rasgando de lado. Respiro fundo tentando não pirar, quando eles saem começo a pular e xingar meu azar com raiva.

Pego meu blazer e amarro na minha cintura tentando disfarçar o rasgo um pouco, poderia ter pelo menos uma loja de roupas por aqui, mas está difícil. Compro minha passagem e nem acredito quando ele falou que vai direto para o centro de Nova Iorque, de lá pego um táxi até o Brooklyn.

O caminho foi bem tranquilo, pelo menos isso, tento descansar um pouco, estou a quase onze horas viajando e não conseguir dormir nada. Quando chego vou procurar um táxi e parece que todos desaparecem.

— Qual é, estou em Nova Iorque, o que mais tem é táxi — reclamo, vou caminhando até o lugar mais central, até que encontro um ônibus com a plaquinha anunciando que vai para o Brooklyn — corro e entro e sento em um dos bancos vazios.

A ansiedade de ver ela aumenta cada vez mais, estou tão perto, eu conseguir e espero que ela me desculpe, eu não sabia que precisava tanto dela até saber que a tinha perdido e talvez pra sempre.

Desço na parada do ônibus e tento pedir informação ao motorista de como chegar na casa dela, ele diz que é a dois quarteirões daqui, então vou caminhando.

— Aí carinha, me dá um dólar — um rapaz pede e começo a rir por ver que é o único dinheiro que sobrou na minha carteira. Eu não costumo usar dinheiro, só cartão e usei todo o dinheiro que tinha na minha carteira com as passagens.

Começo a andar um pouco mais rápido, já está tarde e cada vez que chego mais perto fico mais nervoso. Como já está tarde eu não encontrei nenhum lugar para comprar as flores, mas passo por um lindo jardim e resolvo pegar algumas, espero que ninguém veja, só o que me falta hoje é ser preso por roubar flores. Quando pego começo a correr para ninguém me ver, mas paro quando sinto pingos de chuva.

— Não... não... — corro mais rápido para ver se chego antes de me molhar inteiro, mas é inútil a chuva está forte e me molha todo.

Paro em frente ao prédio de onde ela está morando. É cheguei, sorrio vitorioso, foi difícil, mas por ela vale a pena. Tento convencer o porteiro deixar eu subir sem avisar a ela, mas só consigo depois que ele liga pra Maggie e ela autoriza, já que ela é a dona do apartamento, depois de brigar comigo, me xingar e me ameaçar de morte por eu ter lhe acordado de madrugada.

— Respira Christian, você consegue — vou para o elevador e entro, olho o meu estado, minha roupa está toda suja, rasgada e molhada, mas pelo menos as flores estão bonitas ainda.

Bato na porto na porta e espero ela abrir.

- Christian? - Está boquiaberta e usando um lindo pijama de porquinho.





Hello! Oi gente, tudo bem com vocês? Gente, apresento a vocês a Drudi. Não tenho certeza se isso é um esquilo, mas fingi que é.

Bom galera, agora vou apresentar o Ryan gostosão pra vocês! Fiquem com algumas fotinhos de brinde.

É isso, lembrem de votar e comentar, até mais.

- Beijinhos da Barbie Malibu

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