Capítulo 56
- Você vai sentir minha falta?
- Cada minuto da minha vida.
Nicholas Sparks
Por Emma
A vida é muito engraçada, começamos a odiar uma coisa por ter se machucado uma vez. Desistimos de todos os nossos sonhos porque um deles não se realizou, esquecemos de todos os nossos esforços, por fracassar uma vez e simplesmente jogamos fora todas as chances de ser feliz por uma tentativa que não deu certo, mas a vida é assim, costumamos nos decepcionar tanto, que desistir virou rotina. Só esquecemos que a vida é curta demais para ficar pensando e quando damos conta, pode ser tarde demais.
Estou guardando agora as últimas duas malas no carro. Engraçado, a alguns meses atrás estavam fazendo a mesma coisa, só que em Los Angeles, eu realmente achei que dessa vez seria diferente, mas acabei estragando tudo, novamente.
Amanhã viajo para Nova Iorque e ainda tenho muitas coisas para fazer aqui. Tenho que me despedir dos meus avós e dos meus amigos e eu odeio isso, quero ver a Emily, saber se ela está bem, queria muito sentir raiva, mas ela é minha irmã, não posso.
Hoje vou passar o dia com minha família e a noite a Sarah chamou para irmos para o grill com a Bekah e os meninos, eu resolvi aceitar, preciso me despedir deles, vou sentir tanta falta.
Vou pegar minha bolsa, mas paro quando vejo a Mia no quarto dela deitada e parece bem triste. Bato na porta mesmo ela estando aberta, ela diz para eu entrar, sento ao lado dela e sorrio sem graça, odeio ver minha irmã assim.
— Está brava comigo ainda? — Pergunto tentando fazer uma carinha fofa.
— Não, só triste, não queria que você fosse, mas te entendo — uma lágrima escorre em seu rosto.
— Quer um abraço? — Ela me olha estranhando, nunca fomos muito fofas uma com a outra, na verdade, nossos carinhos são se matando, já com o Jason é bem diferente, ele vive abraçando a gente e beijando, é uma fofura em pessoa, acho que ser ogras é algo de família — e uma tapa, você quer? — brinco e saio correndo para fora — te amo sua feia - nosso carinho é um pouco violento, mas emo ela.
Pego minha bolsa e peço o carro da mamãe para ir com ele, eu ultimamente estou dirigindo tanto, estranho, logo eu que odeio dirigir.
Sigo direto para a agência, tenho uns documentos para assinar, agora sou oficialmente uma agenciada da CatCo Talent International, ou melhor, vou ser daqui a pouco.
Quando chego lá a Tia Maggie me passar tudo que preciso saber, os dias das audições, onde vou morar, ela tem um apartamento no Brooklyn e estou muito feliz, o Chris que me aguarde, porque agora vamos ser vizinhos.
Mando uma mensagem pra Lizzie perguntando se ela está com a Emily, elas são melhores amigas, então ele deve saber onde ela está, preciso falar com ela e tentar entender o porquê ela fez isso, porque esconder de mim que era minha irmã.
Ela responde dizendo que elas estão no parque, respiro fundo tentando criar coragem para ir falar com ela, desde que descobrir a verdade não falei com ela ainda.
Você tem que fazer isso Emma, você vai embora amanhã, não quer ir sem pelo menos falar com ela uma única vez né. Paro meu carro perto do parque e vou caminhando até elas, de longe vejo as duas sentadas em um dos bancos, eles estão rindo de algo, Emily não me viu ainda.
Me aproximo mais e quando elas me ver ficam me olhando ainda supresas, até eu estou, não quero ir viajar antes de ter a chance de conhecer minha irmã e ela não teve culpa, meus pais que deveriam ter me falado a verdade.
— Oi — digo e elas continuam olhando pra mim ainda sem acreditar — posso sentar? — Pergunto e abrem espaço, sento no meio das duas.
— É... eu vou comprar uma água, vocês querem? — Lizzie pergunta, negamos e ela sai nos deixando sozinhas.
— Podemos conversa? — Pergunto para Emily que ainda está me encarando, ela assente balançando a cabeça positivamente — você está bem? — Ela balança a cabeça novamente e riu com o jeito dela, agora sei porque ela tinha tanto medo de mim — para ter uma conversa, às duas pessoas tem que falar, é assim que funciona.
— Desculpa, eu... eu não esperava você aqui — ela gagueja.
— Olhe, eu não vou enrolar, eu só queria saber porque escondeu isso de mim — sou direta — se foi trabalhar comigo para se aproximar de mim, por que não me falou? Eu tinha o direito de saber que tenho uma irmã perdida — ela ia falar algo, mas a interrompo. — Eu tinha o direito de saber muitas coisas, mas as pessoas esconderam tudo de mim.
— Eu sinto muito Emma, eu não conseguir, não é fácil chegar para alguém e dizer, eu sou sua irmã e tive medo da minha mãe saber que eu estava trabalhando com você..., ou melhor, da nossa mãe.
— Ela não é minha mãe — digo.
— Vim morar em Londres e te conhecer mesmo sendo só no trabalho, foi a melhor coisa que me aconteceu, pela primeira vez na vida eu estava feliz e não queria perder tudo — ela limpa uma lágrima em seu rosto.
— Você sempre souber que eu era sua irmã? — Pergunto.
— Não, eu descobrir a pouco tempo atrás, foi quando nosso pai foi preso e eu convenci a mamãe vim para Londres, já que eu tinha ganhado uma bolsa de estudos, eu confesso que escolhi ser jornalista por sua causa, eu te admiro muito Emma, mesmo você não sabendo que éramos irmãs, você sempre foi minha única inspiração para ser uma pessoa melhor.
— Ele está preso? — Pergunto curiosa, nunca parei pra pensar muito nele, imagino que ela sofreu muito e eu tive sorte de ter sido adotada por uma família incrível.
— Sim, ele estava traficando drogas, mas assim foi melhor, ele não fazia bem pra mim e nem pra mamãe, ela está tentando mudar Emma, eu acredito nisso.
— Emily, eu sei que você não teve culpa de nada disso, os únicos culpados foram nossos pais, eu sei que não tenho sido a melhor pessoa do mundo nesse momento, mas eu prometo que a partir de hoje, você nunca mais estará sozinha, eu prometo te ajudar, te aconselhar e ser a melhor irmã possível para você, eu sinto muito por tudo que teve que passar por causa dos seus pais.
— Você não está com raiva de mim? - tiro uma mecha do seu cabelo do rosto e sorrio fraco. Ela é tão linda e reparando bem ela até parece comigo, seus olhos verdes e seus cabelos castanhos parecem muito com os meus.
— Bom, eu não sei exatamente o que estou sentindo, é muita coisa acontecendo ao mesmo tempo, estou chateada sim, com todo mundo, mas desse jeito só vou acabar me machucando cada vez mais, então eu não quero mais isso.
— Que bom, porque eu queria muito ter uma irmã e agora tenho a melhor de todas — sorrio e abraço ela.
— A Mia costuma dizer que sou uma chata, então se eu fosse você não contava muito com isso — sorrimos.
— Oi, eu estou vendo sorrisos? — Lizzie brinca com a gente enquanto senta ao meu lado.
— Pois é, não se acostume, não costumo rir — brinco com ela — eu queria falar uma coisa pra vocês — digo e elas me olham atentamente — estou indo para Nova Iorque amanhã, vou fazer uma audição para um musical e queria me despedir, apesar de odiar isso.
— Não acredito, você vai voltar a dançar? — Emily grita toda feliz.
— Não exatamente, é apenas um teste, mas saiba que sempre que precisarem só é me ligar ta?
— Estou muito feliz por você — sorrio pra ela — vou sentir saudades de vocês, se cuidem ta? — digo e elas me abraçam — eu amo vocês e Emily, estou muito feliz de saber que você é minha irmã. — Lizzie, por favor, cuida dela pra mim - peço pra ela.
Me despeço delas e vou para a casa da Sarah vamos juntas para o grill. Ela queria fazer uma despedida, mas pedir para ela não falar nada pra ninguém ainda, quero passar minha última noite aqui com todos felizes, não triste por eu estar indo embora.
Desde minha pequena discussão com a Bekah não falei mais com ela, sei lá, não estou com raiva, na verdade, eu só não estou afim de nada, passei a semana em casa resolvendo as coisas da viagem, então não vi ninguém a semana toda.
— Tudo bem? — Sarah pergunta novamente. Assinto pra ela e desço do carro, vejo que meus irmãos, a Melinda, o Isaac, a Bekah e o Cameron já estão aqui. Vejo o Issac vindo até a gente e comprimento ele.
— Oi cunhadinho — beijo seu rosto. Faço o mesmo com o Cameron e vou até a Bekah que está sentada olhando pra mim — não conhecia essa Bekah envergonhada — brinco com ela que sorri e vem até mim e me abraça — me desculpa por ter ficado tão distante esses últimos tempos, eu só não queria acabar descontando em você, algo que você não tem culpa.
— Desculpa também eu... — ela diz me interrompo ela.
— Ei... você não fez nada, agora me dá isso aqui que quero beber muito hoje — pego uma garrafa de cerveja que tem na mão dela e bebo.
— Você me ama ainda? — ela pergunta com cara de choro.
— Quando eu acabar essa garrafa aqui, te respondo — digo bebendo mais um gole.
Sento um pouco afastada de todos e fico observando todos os meus amigos, meus irmãos, vou sentir tanta saudade disso, de estar rodeado de pessoas que me ama, um nó se forma em minha garganta, junto com o frio na barriga, eu preciso me despedir deles, mas não sei como fazer isso.
Vou até o Cameron que está sentado na mesa olhando para Bekah que está dançando com as meninas, eles formariam um casal lindo, acho que vou dá uma de cúpido e fazer alguma coisa pra esses dois ficarem juntos logo.
— Oi — sento ao seu lado — linda né? — digo também olhando pra ela, ele balança a cabeça confirmando — inteligente, independente, gente boa, uma ótima amiga, acho que minha melhor amiga é perfeita.
— Ela é — seu olhar todo apaixonado pra ela é contagiante.
— E o que você está fazendo aqui ainda? — Dessa vez ele me olha esperando eu explicar — porque vocês homens são tão lerdos em? — Pergunto e ele me olha sem entender — tem uma mulher incrível ali que gosta de você e você aqui perdendo tempo comigo — sou direta.
— Como assim?
— Serio que você ainda não percebeu que ela gosta de você?
— Quem, a Bekah? Claro que não, ficamos uma vez e ela está me evitando agora.
— Bom, eu acho que tenho um pouco de culpa nisso, mas ela gosta de você, isso eu tenho certeza e se eu fosse você, iria lá agora e pegava aquela garota e fazia ela muito feliz, principalmente porque ela tem uma melhor amiga muito brava e que se você magoasse ela, iria pegar esse negócio que você tem no meio das pernas e jogar no lago para as piranhas comer — sorrio e ele me olha assustado — te amo, agora vai logo — empurro ele — homens... — reviro os olhos.
— Mas o que vou fazer?
— Pela primeira vez na vida, coloque em prática o único neurônio que funciona nessa cabecinha — ele me olha chocado — vai lá e beija ela cara, quer que eu te ensine? Se quiser eu vou lá mostrar como faz, ela é bem gostosa, não me importo — dou de ombros e ele começa a rir.
— O que você bebeu? — Ele pergunta e sorrio com uma cara maliciosa pra ele — esquece, você não presta Emma — diz e sai atrás da Bekah. Vou atrás do Issac, nem perturbei ele ainda, não posso perder o costume né.
— Oi cunhadinho — beijo o topo da cabeça dele que me olha desconfiado — que é, não posso te agradar?
— Vai pegar uma bebida pra mim então — ele pede.
— Agora não, estou ocupada, respirando — digo eles começam a rir — agora caí fora, quero minha melhor amiga só pra mim — abraço a Sarah, não existe nada melhor nesse mundo do que ver seus amigos felizes.
— Você não vai contar pra eles que está indo embora? — ela pergunta.
— Não, está todo mundo tão feliz, não quero estragar isso, se eu falar vai ficar todo mundo triste, quer dizer o Issac vai sair dando pulos de alegria, mas ele não conta.
— Eu desisto de vocês — ela dá de ombros.
Olho para o lado e vejo a coisa mais fofa do mundo, Bekah e Cameron estão se beijando.
— Até que fim — digo e Sarah concorda, é ótimo ver eles assim, aposto que vão fazer muito bem um ao outro e imagine os filhos, vão ser lindos — eu vou sentir tanta falta de vocês — digo e ela me abraça apertado.
— Ainda acho que deveria dizer a eles — olho pra ela e sei que está certa, mas ainda bem que sou a pessoa mais errada desse mundo.
Vou até o meio da pista de dança e começo a dança feito louca, essa noite tem que ser incrível.
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