Capítulo 48

Mas é horrível passar um dia após o outro sem ter certeza de nada.

- The Vampire Diaries.

Por Emma

Aproveitar a vida é muito simples, mas costumamos complicar e perder tempo com problemas muitas vezes fáceis de resolver. Acho que precisamos ter mais gratidão pelo o que temos, e levar a vida com um pouco mais de calma, sorrir mais e entender que todos têm os seus defeitos e que carregar o mundo nas costas, para tentar ser feliz, nem sempre vale a pena.

Acordo no quarto ao lado do Christian, como eu vim parar aqui, eu dormir no sofá. Levanto tentando não fazer muito barulho para não acordar ele. Minha cabeça está explodindo. Porque as pessoas bebem tanto se no outro dia acorda com uma ressaca de matar?

Tomo banho e visto uma roupa que encontrei, que acho que é da Mia, eu costumava ter roupas aqui, mas virei uma sem futuro e não venho visitar mais meus avós.

Desço para comer alguma coisa, e encontro a vovó preparando algo no fogão e a minha mãe sentada no banquinho do balcão conversando com ela.

— Bom dia — digo, vou até elas e beijo o rosto das duas — estou faminta — sento e minha Vó coloca uma panqueca para mim.

— Que bom que já se resolveram, achei que ia precisar dá uns cascudos nas duas — Vovó comentou e começo a rir.

As duas tem uma relação muito boa, quando elas se conheceram minha mãe tinha acabado de perder os pais, então minha Vó acabou meio que substituindo um pouco a ausência deles.

— O sorvete fez milagre — brinco e bebo um gole de café.

Termino de comer e vou chamar o Christian para irmos, tenho ensaio com o Cameron hoje, no próximo final de semana é a final do concurso e não ensaiamos nenhuma vez ainda.

Depois de se arrumar e tomar café, ele me deixar na escola de artes onde vamos ensaiar e vai trabalhar. O bom de ser agenciada pela CatCo é que quando eu estiver ensaiando eu sou liberada, já que a agência é a mesma empresa da revista, é como se eu estivesse trabalhando, entretanto em outra função.

— Tchau até mais tarde — beijo ele e saio do carro.

Corro até a sala de dança, e encontro o Cameron se alongando.

— Bom dia parceiro — falo colocando minhas coisas no armário — preparado?

— Bom dia parceira, estou sim e você, espero que sim, porque a coreografia vai ser sua — respondeu fazendo eu me engasgar com a água.

— Claro que não, estou sem cabeça para isso e você é muito melhor que eu — argumento tentando me livra.

Eu até tenho umas ideias, mas nada tão bom para apresentamos no sábado.

— Você é ótima e a coreografia que você criou da última vez foi um sucesso.

— Cameron...

— Emma, você consegue e eu vou te ajudar.

Começamos com alguns passos mais simples, eu tinha uma coreografia em minha cabeça que criei a alguns anos atrás e posso adaptar ela, deixando para um casal, vai ficar bom, vamos usar a música "To Build A Home" do Patrick Watson. Espero que fique bom, faz muito tempo que não faço isso e criar uma coreografia não é fácil.

Por Christian

Emma não está muito bem esses dias, mas é normal depois de tudo que ela passou. Então resolvi preparar um jantar para ela, fazer uma noite de filme e namorar um pouco, eu amo fazer ela feliz e o melhor que consigo fazer isso com muito pouco, ela ama coisas simples.

— Oi maninho — Melinda diz, entrando no apartamento, ela vem até mim e beija meu rosto.

— Linda, não acredito, lembrou que tem um irmão — brinco com ela.

— O que está fazendo?

— Um jantar para Emma, quer ficar para jantar com a gente?

— Segura vela? Estou fora, só vim aqui pedir uma coisa — olho para ela esperando ela falar — estou fazendo minhas inscrições para faculdade e queria saber se você poderia fazer uma carta de recomendação para mim. — Que orgulho da minha maninha, não acredito que ela já está indo para faculdade.

— Claro, mas para qual você quer ir?

— Quero entrar na Columbia, mas vou me escrever em outras universidades de Nova Iorque também, caso não seja aceita lá. — ela pega uma uva que tem em cima da mesa e coloca na boca.

— Você vai ser aceita sem dúvidas, e claro que vou fazer sua carta, se bem que você deveria pedir ao Pedro, ele administra a CatCo, com uma recomendação dele, você vai entrar sem dúvidas.

— Eu vou falar com ele, obrigada maninho, aliás, a Emma odeia passas, se eu fosse você não colocava isso aí não — ela aponta para elas e sai me deixando sozinho, já está quase na hora de acabar o ensaio então é melhor eu ir buscar ela.

Hoje vai ter uma reuniãozinha de família na casa do lago dos Salvatore e como nossas mães não se desgrudam vai todo mundo, mas acho que Emma não vai querer ir, depois de tudo que aconteceu, então fiz o jantar e caso ela queria ir a gente vai depois.

No caminho vejo uma senhora com umas cestas de rosas vermelhas vendendo na rua, paro o carro ao lado dela e resolvo comprar todas, se eu pudesse levaria todas as pessoas de idade que trabalham na rua para minha casa, mas infelizmente não tem como, então ajudo como posso e ainda deixo minha namorada feliz.

Chegando na escola, pego as rosas e vou direto para sala onde ela está, mas a cena que vejo me deixar com muita raiva.

— Que merda é essa? — pergunto ao ver Emma abraçada com o babaca do Cameron e para piorar ele está sem camisa.

Eu sei que sou muito ciumento e estou tentando controlar isso, mas aí já quer pedir de mais.

— Oi amor — ela tenta se aproxima mais me afasto.

— Amor nada, eu estava em casa preparando um jantar para você e você aqui se agarrando com outro — minha raiva só aumenta, algumas pessoas se aproximam, mas ignoro. Não me importo com o escândalo agora.

— A gente... — Cameron falou, mas interrompo ele.

— Não se mete, não estou falando com você — sou grosso, minha vontade é de quebrar a cara dele, mas me controlo.

— Christian a gente estava ensaiando dança contemporânea, temos que estar juntos. — Emma tenta explicar, mas não tem explicações.

— E ele precisa estar assim, sem camisa, não vai me dizer que é porque estava com calor, em Londres — ironizo.

— Cameron, poderia nos dá licença, por favor — ela pede e ele sai nos deixando sozinhos — o Cameron é minha dupla, eu vou sempre está assim com ele e você vai ter que entender e para de ciúme besta.

— E se eu não quiser entender?

— Aí é problema seu, não vou deixar de dança com ele porque não consegue controlar seus ciúmes.

— Falou a pessoa que derramou suco em uma colega de trabalho, porque ela sentou ao meu lado, você super entende né? — Ela me olha indignada.

— Ela estava dando em cima de você e o Cameron estava dançando comigo — já estamos alterados, nunca fomos bons em conversa, por isso sempre acabamos brigando.

— Ele é doido por você – grito.

— Não importa, se eu quisesse ele eu não estaria com você, e não sou mulher para namorar um e ficar com outro, então ou você entende isso, ou pode ir embora.

— Espera, você está terminando comigo?

— Eu te dei uma escolha, você faz o que achar melhor — olho para ela com raiva sem dizer nada.

Jogo as rosas no chão e saio batendo a porta da sala. Eu sei que exagero com meus ciúmes, mas ver minha namorada agarrada com um cara que é louco por ela sem camisa é demais para mim.

Pego meu carro e vou direto para o grill, preciso beber alguma coisa, Emma me tira do sério.

Por Emma

Por favor, volta... é o que queria dizer, mas sou egoísta demais para pedir isso.

— Oi, tudo bem? — Cameron perguntou e não precisei nem responder para ele saber que não — se achar melhor podemos terminar o ensaio amanhã. — Assinto para ele sem dizer nada, tem um nó em minha garganta impedindo deu falar, se alguma palavra sair da minha boca agora, tenho certeza que vou chorar e odeio fazer isso na frente das pessoas.

Despeço-me dele e vou atrás de um táxi. Entro e fico observando a cidade pela janela, Londres é tão linda.

— Tudo bem — o taxista pergunta, ele é um senhorzinho que tenho quase certeza que já conheço ele.

— Sim, eu só estou cansada — respondo sem querer puxar muito assunto.

O resto do caminho até minha casa foi um completo silêncio, não parei de pensar na minha briga com o Christian um minuto, que raiva, porque temos que ser assim.

Chegamos e antes que eu saia do carro ele diz:

— Espero que esteja tudo bem no trabalho — lembro de onde conheço ele, quando fui fazer minha entrevista na CatCo ele que me levou — e lembre-se, a vida é curta demais para perder tempo com coisas pequenas. — Sorrio em agradecimento para ele que sempre sabe o que dizer.

Entro e vejo vários carros na garagem e algumas malas perto da piscina. Para onde eles estão indo?

Vou para sala e encontro minha madrinha Hannah mexendo no celular.

— Madrinha — falo correndo para abraça ela, que estava viajando a trabalho com meu padrinho e marido dela Dylan — chegou quando de viagem?

— Hoje, então resolvemos reunir a família, saudades de vocês — ela me abraça.

— Também estava morrendo de saudades da senhora que estava toda chique, em turnê com seus cantores — ela é empresaria do meu pai e de outros artistas.

— Poderia ser a sua também se não fosse tão cabeça dura e tivesse deixado de dança — claro que a conversa tinha que volta para o fato deu ter parado de dançar.

— Minha paixão é o jornalismo, a dança virou um hobby. – me logo no sofá e ela senta ao meu lado.

— Um hobby que te levou para final de um concurso super concorrido, mas tudo bem, eu te amo mesmo sendo teimosa, igual à Bella.

— Bom, vamos concordar que a mamãe é muito pior que eu — me defendo e rimos, ela sabe que é verdade.

— Vamos para casa do lago e antes que você fale que não vai, você não tem escolhas — anuncia já me deixando sem escolhas.

— Desculpa, mas não, eu não estou muito bem, despois do que aconteceu ontem à noite preciso pensar um pouco e eu briguei com o Christian, melhor não.

— Por favor, sua mãe me falou que vocês conversaram e estão bem.

— Sim, mas não quer dizer que esqueci que minha família toda mentiu para mim, minha vida toda.

— Bom eu queria muito que você fosse, eu só vou ficar por alguns dias e queria todos lá, mas você que sabe, não posso mais pegar você no colo e te levar — e começou com a chantagem emocional.

— Só alguns dias? — pergunto triste, ela balança a cabeça dizendo que sim — vou arrumar minhas coisas, mas amanhã tenho que trabalhar. — Ela comemora com pulinhos e me abraça.

Vou para meu quarto e arrumo minha bolsa com algumas coisas que vou precisar. Depois de tudo pronto desço e vejo que estão só me esperando, vou no carro com meus pais e meus irmãos.

O trânsito em Londres nesse horário é horrível, então demoramos um pouco para chegar. Pelo visto a turma está toda reunida, vejo todos menos o Christian, será que ele não vem?

Pego meu fone de ouvido e coloco à música "The Scientist" do Coldplay e vou caminhando até a beira do lago, sento no chão e fico pensando no Christian, na nossa briga e em como tudo poderia ser diferente, se nos dois conseguisse ter uma conversa séria sem brigas.

— Oi — Sarah me chama, enxugo algumas lágrimas em meu rosto — porque está chorando? — Ela senta ao meu lado apoiando minha cabeça em seu ombro.

— Eu e o Christian brigamos de novo e nem sei como estamos dessa vez.

— Está explicado — estreito os olhos para ela sem entender — ele estava no grill bebendo e disse que não viria, achei que fosse algo na CatCo. Vocês precisam para com essas brigas bobas, já são dois adultos.

— É complicado, eu e ele somos, talvez seja melhor se fossemos só amigos, ou nada — ela levanta e para em pé na minha frente.

— Vocês se amam, para com isso — ela me repreende.

— Poderia me deixar sozinha, por favor — digo colocando meus fones de volta.

— Fugir não resolve as coisas, Emma, entenda isso — ela diz e sair me deixando sozinha.

Começar a toca a música "Vas a querer volver" da Maite Perroni e quando percebo já estou de pé dançando. Começo a me movimentar ritmicamente, à medida que a música toca, acelero o ritmo de acordo com a batida, a cada refrão lembro de tudo que está acontecendo em minha vida, ela nunca esteve tão bagunçada, eu não sei o que fazer, estou com tanta raiva, e acho que acabei descontando em pessoas que não tem nada a ver.

— Emma... — alguém grita olho para trás e vejo minha mãe me encarando — calma — só então percebo que estou chorando, ela vem até mim e me abraça.

— Eu não sei o que fazer — falo.

— Uma hora tudo isso passa, mas vai com calma, ou você vai acabar se machucando — olho e estou toda suja.

— Eu me empolguei — rimos.

— Vem — ela segura na minha mão e vamos para a casa.

Tomo banho me arrumo, vou para área externa da casa, tem uma fogueira acessa e estão todos ao redor, sentados e cantando, sento um pouco mais afastada e fico escutando, no momento meu pai está cantando a música "Take Me To Church" do Hozier, essa música é linda.

Pego meu celular e vejo se tem alguma mensagem do Christian, mas não tem nada. Minutos depois vejo um carro entrando e é o dele, meu coração gela, sabe aquele momento que você quer muito uma coisa e quando acontece você não tem tanta certeza assim? É exatamente o que estou sentindo agora vendo ele.

Ele desce do lado do passageiro e a Bekah do lado do motorista, e pela sua cara ele está muito bêbado. Ela vem até mim e senta ao meu lado.

— Seu namorado é um chato e queria vir dirigindo sozinho atrás de você — com ele assim, vamos acabar piorando tudo.

— Seu chefe, você se vire — falo para ela e começo a caminha um pouco, ultimamente só quero ficar sozinha, mas como nada são flores, ele vem atrás de mim. — Você está bêbado, amanhã a gente conversa, Christian — falo quando vejo ele vindo atrás de mim.

— Não, você terminou comigo para ficar com aquele cara — resmungou, paro de caminhar, fecho os olhos respirando fundo, viro para ele e falo:

— Eu não vou ficar com ninguém, eu gosto de você entenda isso, eu quero você e foi você que foi embora, eu só pedir para você aceitar que ele é meu parceiro de dança e você vai me ver assim com ele, muitas vezes.

— Eu não posso te perder de novo — olho para ele e tiro alguns fios bagunçados de seu cabelo do seu rosto.

Seu semblante está cansado, seus olhos vermelhos e seu hálito cheira a álcool.

— Vem, você precisa de um banho e dormir, normalmente quem fica bêbada sou eu, e você cuida de mim, então não bebe mais assim, ou vou te bater.

— Não se eu bater em você primeiro, enquanto te jogo na minha cama — ele diz com um olhar malicioso.

— Safado, você não consegue nem ficar em pé direito — dou um tapinha em seu ombro.

— Eu te garanto que consigo fazer muita coisa ainda assim — não aguento e começo a rir.

— É melhor você ir dormir — o Christian certinho que eu conheço jamais falaria isso.

— Você vai comigo? — ele me puxa para perto dele.

— Não, amanhã quando você tiver sóbrio, conversamos — ele se ajoelha e abraça minhas pernas — levanta daí — tento levantar ele que faz bico. — Tudo bem, faço qualquer coisa para deixar de me fazer vergonha.

Tento levar ele para o quarto, mas como tudo que está ruim, pode sim piorar, quando estamos passando perto do pessoal ele diz:

— Boa noite família, vamos dormir, ou não — ele não fez isso, ele não fez isso, sabe aquele momento que você procura um buraco para se esconder, é exatamente isso que estou precisando nesse momento.

Todos começam a rir, menos meu pai que faz cara feia, mas minha mãe não deixa ele dizer nada.

— Eu vou te matar, Hastigns — saio empurrando ele para dentro de casa.

Ajudo a ele tomar banho e levo ele até meu quarto, ele deita com a cabeça apoiada em minha barriga enquanto faço carinho em seu cabelo. 

— Se você soubesse o quanto eu te amo, não sentiria tanto ciumes — sussurro baixinho quando ele dorme — boa noite meu amor — beijo seu rosto e depois de um tempo dormimos.



Oi meus amores, tudo bem com vocês? Comigo, está tudo maravilhoso.

Só eu que pirei com Emma finalmente assumindo que ama Christianzito aaaah piro nesse casal.

Se gostou deixe sua estrelinha e comente aqui o que acharam, amo ver vocês interagindo me deixa com mais inspiração.Então até logo, beijos da Barbie Malibu, amo vocês...

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