Capítulo 40

E como a maioria dos sofrimentos esse começou com uma aparente felicidade. 

A menina que roubava livros.

Por Emma

Sabe aqueles dias que você acorda sentindo que não vai ser um bom dia? Minha noite foi horrível, acordei várias vezes e eu só queria ficar na cama mais um pouco, só que crescer, significa não poder dormir até tarde, porque você tem responsabilidades. Se eu soubesse que ser adulto era tão complicado nunca tinha reclamado quando era criança.

Levanto tomo banho e faço minhas higienes pessoais, visto uma calça jeans, uma camiseta preta de uma banda que não faço a menor ideia de qual seja, só achei bonita então comprei, coloco uma jaqueta de couro, não estou com clima para me arrumar hoje.

Vou pra cozinha e encontro a Bekah e a Sarah sentadas na mesa, sento ao lado delas sem falar nada, não estou a fim de ser educada hoje.

— Bom dia, mal-educada — Sarah diz.

— Não acabou o dia ainda, como vou saber se foi bom — digo e ela me olhar indignada.

— Grossa — diz e dou de ombros. Pego uma panqueca que tem no prato dela e ela reclama. — Isso é meu, devolve — sai correndo atrás de mim a fim de pegar de volta, mas sou mais rápida e me tranco no quarto.

Depois de comer a panqueca da Sarah, descemos para o estacionamento, vamos todas no carro da Bekah, eu e a Sarah somos duas folgadas que vive de carona dos amigos, mas eles servem pra isso, né! Pra a gente se aproveitar.

Eu odeio dirigir, eu sou uma pessoa que não tem muita paciência e a maioria das pessoas parece que comprou a licença, e eu me irrito logo, então é melhor eu nem chegar perto do volante.

Teve um dia que arrumei uma confusão com um cara que me trancou na rua e eu ia batendo nele, aí eu mandei ele aprender a dirigir e chamei ele de coisa feia, ele se irritou, e veio tirar satisfação e eu fui briga com ele, mas o Christian não deixou e me obrigou a entrar no carro e vim embora.

Colocamos a música "We Can't Stop" da Miley Cirus para tocar e vamos o caminho todo caladas, a Bekah não está muito bem, a Sarah está concentrada atualizando sua agenda, e ela também não está muito legal, as minhas melhores amigas estão com problemas com as mães, queria poder ajudar, mas não sei o que fazer. Eu tenho muita sorte de ter uma família perfeita e uma mãe que me entende completamente, apesar de ser louca.

— Estava pensando se você não quer ir à gravadora da mamãe comigo mais tarde, ela me chamou para testa uns equipamentos novos que chegaram e poderíamos grava uma demo sua, meu padrinho Dylan me ensinou a fazer uns remix, e posso tentar — pergunto para Bekah, tentando quebrar o clima chato.

— Pode ser — ela diz sem tirar os olhos da estrada.

Pois é, ela não está nada bem, a Bekah que eu conheço estaria gritando agora.

— Você quer conversa? — pergunto.

— Não, valeu.

Chegamos e vamos direto para nossa sala, acho estranho quando não vejo nem a Emily e nem a Lizzei, vou até à sala de edição procurar elas e encontro às duas desesperadas, a Emily está chorando muito, enquanto a Lizzie tenta acalma-lá.

Me aproximo, elas se assustam e ficam me encarando, não sei porque elas têm tanto medo de mim. A Bekah também é chefe delas e nem por isso elas ficam assim com ela.

— O que aconteceu? — pergunto preocupada, se alguém fez alguma coisa com elas eu juro que mato.

Elas ficam olhando para mim sem falar nada, porque elas me falariam, se nem minha própria irmã sabe que pode conta comigo.

— Me diz o que aconteceu — tento me aproximar — confiem em mim.

Na mesmo hora que falo isso o Christian entra na sala assustando a gente, e pela sua cara já sei que não é nada bom.

— Às três pra minha sala, agora — ele diz com raiva e sai.

Olho para elas esperando elas me falarem o que aconteceu.

— A gente mandou a revista errada para impressão e não sabemos o que fazer — Lizzie diz com a cabeça baixa.

Elas não fizeram isso, não fizeram, começo a andar de um lado para o outro, procurando uma solução, o Pedro vai matar elas.

— A Lizzie não teve culpa, foi eu que mandei — Emily diz chorando mais ainda — eles vão fazer eu pagar por isso e não tenho dinheiro e vão me demitir também — ela se desespera.

A Emily ultimamente não está nada legal, ela está se atrasando, parece que está no mundo da lua, não sei o que está acontecendo, mas nem parece aquela garota que entrou aqui, eu acho que o dia não tá bom para ninguém hoje.

— Calma, ele não vai fazer isso — tento tranquiliza-lá.

— Eu não tenho dinheiro pra nada, eu não sei o que fazer.

Me ajoelho ao seu lado e começo enxugar suas lagrimas, levanto ela e pergunto.

— Confia em mim? — pergunto ela acena com a cabeça dizendo que sim — vem comigo.

Vamos para sala do Christian e vejo ele próximo a janela olhando para fora, olha pra gente com uma cara nada boa, Emily fica atrás de mim com medo.

— Vocês têm noção do que fizeram? — ele pergunta e ficamos caladas sem saber o que dizer, eu nem sei exatamente o que aconteceu direito ainda — perderam a língua? — ele bate na mesa.

Paciência Emma, ele não é seu vizinho irritante, ele é seu chefe e seu namorado, não mate ele, ainda.

— E.... eu... — Emily tenta falar, mas interrompo ela.

— Foi eu que enviei errado — assumo a responsabilidade por ela, eu amo meu emprego, mas ela precisa mais que eu, não posso deixar isso acontecer com ela e conheço a Emily, ela não fez por mal.

Todos olham pra mim supressos, na verdade até eu estou.

— Não... a culpa nã... — olho pra ela com a cara mais brava que consigo fazer e falo.

— Da para cala a boca — sorrio sarcasticamente.

— Emily, poderia nos dá licença, por favor — Christian pede.

— Mas.... — ela diz antes de sair, mas eu a interrompo novamente antes que ela fale besteira.

— Droga Emily, sai daqui, agora — digo baixinho só para ela ouvir.

Burrice, sim com certeza essa é a palavra certa para o que acabei de fazer, mas fazer o que se só me meto em confusão, é minha especialidade.

Ela sai deixando apenas nos dois, ele fica andando de um lado para o outro passando a mão em seu cabelo, fazia tempo que eu não o via tão irritado.

— Você tem ideia do que você fez — ele dá um soco em sua mesa me assustando, engulo seco sem saber o que fazer — você sabe o prejuízo que vamos ter com isso, é a segunda vez em poucos meses de trabalho que você traz um prejuízo para empresa.

— Mas eu.... — ele me interrompe.

— Mas eu o que? Não teve culpa, me poupe Emma — diz com um tom de deboche.

— Você sabe muito bem que não fiz nada de errado naquela entrevista, eles que foram maus caratês comigo e eu confesso que vacilei dessa vez, mas não foi intencional.

— Nunca é né? Você não pensa antes de fazer — ele diz ainda gritando.

— Quem você pensa que é para falar assim comigo? — falo no mesmo tom que ele, eu sei que errei, ou melhor, assumir o erro de outra pessoa, mas ele não tem o direito de grita assim comigo.

— Seu chefe.

— Ótimo, chefinho, então se não está satisfeito com o meu serviço, me demite — digo e saio da sala dele batendo a porta.

— Emma.... Emma, volta aqui, vamos conversa — ele me chama mais contínuo em direção ao elevador.

— Agora você quer conversa? Até pouco tempo só queria grita comigo.

Entro no elevador e vou caminhando para casa, droga o que eu fiz, eu acho que perdi meu emprego e tive minha primeira briga com meu namorado por uma coisa que nem fiz, eu sou muito burra mesmo.

Escuto alguém me chamando atrás de mim, olho e é a Emily, continuo andando ignorando ela, mas ela não desiste.

— Emma, por favor.

— Olhe Emily, não estou afim de conversa agora — digo.

— Não vou deixar você ser demitida por minha causa, eu vou voltar lá e falar toda a verdade — paro e olho pra ela, não posso deixar ela fazer isso, eu amo meu emprego, mas ela precisa mais que eu.

— Olhe bem o que vou falar — digo olhando em seus olhos — você vai ficar caladinha na sua, não ouse abrir sua boca pra falar besteira, deixa que eu resolvo isso, agora volta pra lá e ver se não faz mais nenhuma besteira — digo e saio.

Resolvo ir caminhando até a gravadora da minha mãe, preciso dela, porque eu realmente não faço a menor ideia do que fazer, provavelmente vou ser demitida, e super endento o Pedro, eu mereço.

— Bom dia, senhorita Salvatore — a recepcionista diz.

— Bom dia, minha mãe está? — pergunto, ela diz que sim e me leva até a sala dela — o que é isso? — pergunto vendo ela mexer em uns equipamentos, que não faço a menor ideia do que seja.

— Meus brinquedinhos novos, quer me ajudar a testa? — mamãe pergunta.

— Claro — digo.

— Espera... — Ela me chama — você não era para estar trabalhando? — Ela pergunta, mas não quero falar sobre isso agora não.

— Estou de folga — minto.

— Não.... Não está, quer contar o que aconteceu?

— Agora não.

Ela manda eu ir pra dentro do estúdio e me entrega a letra da música "Flashlight" e pede pra mim canta.

— Filhinha não meche em nada, você é bonitinha, mas muito desastrada, então só canta — faço um legal com os dedos e começo.

Depois de um longo tempo cantando e editando com minha mãe finalmente a música ficou pronta, e eu amei, fizemos umas batidas iradas.

Volto com ela para casa pensando em tudo que aconteceu hoje. Eu acho que ter saído daquele jeito foi errado, mas sei lá, ver o Christian gritando me deixou com muita raiva e acabei esquecendo que ele é meu chefe. Talvez nossa relação acabe fazendo a gente esquecer isso.

— Quer conversa? — ela pergunta, olho pra ela e mesmo sem dizer nada, ela sabe que sim, só não sei como dizer — o que o Christian fez dessa vez?

— Eu acho que fui demitida — digo e ela para o carro de vez e olhar pra mim — eu enviei a edição errada para impressão e acabei dando um prejuízo enorme para empresa.

— O Pedro te demitiu? — pergunta com uma expressão nada boa, o Pedro é o irmão mais velho da minha mãe, quando o ele foi comprar a CatCo ele não tinha o dinheiro todo, então minha mãe acabou comprando uma parte, mas ela nunca quis fazer parte da empresa, na verdade acho que ela nunca foi lá, a não ser para sair na capa da revista.

— Não, eu nem cheguei a falar com ele — ela estreita os olhos pra mim — foi o Christian.

— Seu namorado te demitiu? — ela pergunta supressa.

— Ele é meu chefe, e ele não chegou a me demitir, ele estava brigando, então sair deixando ele sozinho, odeio quando gritam comigo mesmo eu estando errada.

— Emma você tem que aprender a resolver as coisas com mais calma, eu sei que você aprendeu comigo, mas eu já te falei, faz o que eu digo, não o que eu faço.

Começo a rir com o jeito dela, mas ela tem razão, o Christian é meu chefe, não podemos misturar as coisas, ou vamos acabar brigando.

— Vai fazer as pazes com o seu namorado — ela diz me entregando a chave do seu carro — cuidado com a Petúnia.

— Pode deixar — digo e abraço ela, deixo ela em casa e sigo para o apartamento dele.

Fui pensando no que dizer pra ele o caminho todo, é complicado não misturar as coisas, principalmente depois de tudo que já passamos.

Estaciono o carro em uma das vagas que tem, e vou até a portaria, ele libera minha entrada sem avisar ao Christian, como meus pais e meus tios já moraram aqui, já somos conhecidos, na verdade o apartamento vizinho ao do Christian foi minha primeira casa.

Fico um tempo na porta criando coragem para bater, acho que o medo de acabar brigando mais ainda com ele, ta me matando.

Por Christian

Eu acho que nunca fui tão rude com um funcionário como fui hoje com a Emma, acho que acabei misturando nossa vida pessoal com a profissional. Ontem eu fui procurar ela depois de um jantar horrível com minha mãe, mas ela não estava em casa, ela tinha saído com o babaca do Cameron.

Eu tento não ser ciumento, mas ela tinha que sai justo com ele? Não basta já participar daquele concurso com ele, dança com ele, ensaiar com ele, tem que sair com ele também?

Aí hoje quando cheguei na CatCo, o Pedro me chamou e me falou o que tinha acontecido, quando descobrir que foi ela não aguentei e acabei explodindo, talvez por ontem também.

Queria ter ido procurar ela e pedir desculpas, mas preferir esfriar a cabeça, as vezes é melhor que tentar resolver com a cabeça quente.

Tomo um banho e deito no sofá, ligo a TV e fico passando os canais procurando algo para ver quando alguém bate na porta.

Desligo a TV e vou abrir, me surpreendo quando vejo ela, ficamos nos encarando por um tempo, até que ela começa a falar um monte de coisa que pra falar a verdade nem estou ouvindo, não quero discutir agora, só quero ela.

— Emma, cala a droga dessa boca e me beija — falo quase em sussurro, sinto sua respiração acelerada, ela se aproxima dos meus lábios e me beija.

Seu beijo era calmo, e a cada movimento ela passa sua mão em minha nuca me fazendo arrepiar e me puxando para mais perto dela.

Com uma das mãos prendo ela contra meu corpo e com a outra seguro seus cabelos. Nossas respirações estavam irregulares, eu a levo até minha cama e a deito com cuidado ficando por cima dela.

— Desculpa por hoje, eu não queria ter te tratado daquele jeito — sou sincero, prendo suas mãos no colchão a deixando imóvel.

Ela se inclina para trás e eu desço minha língua pelo seu pescoço e por todo seu corpo, me aproximo dos seus lábios, vejo seu jeito malicioso de sorrir. Seu corpo era perfeito, seus cabelos perfumados e sua pele Marcia, ela era toda perfeita.

Ela começa a gemer baixinho fazendo eu querer ouvir mais ainda, sua respiração começa a aumentar e seu corpo a excita. 

— Eu te amo Emma Salvatore — beijo ela me deixando sentir todas aquelas sensações boas que era está com ela.



Hello... Oi gente, tudo bem com vocês? Bom mais um capítulo, espero que tenham gostado, se sim, deixe sua estrelinha e comente aqui o que achou.

Só posso dizer uma coisa, achei super fofo ela defendendo a Emily, poucos fariam isso.

Beijinhos da Barbie Malibu e até logo.












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