"A dor faz parte da vida, é o que nos torna quem somos." — Supergirl.

Por Bekah

Eu sei que sentir inveja é errado, mas eu sinto por todas as famílias felizes que tem por aí, seria pedir muito ter uma que me amasse, uma mãe que se importe comigo, ou que pelo menos ligasse de vez em quando perguntando se eu estou bem?

Eu perdi meu pai muito cedo, nunca conheci meus avós, na verdade, nem sei se tenho algum, minha mãe sempre preferiu os namoradinhos dela que a mim. Sempre achei muito injusto alguns terem tanto, e outros não ter nada. Mas eu sempre me virei muito bem, comecei a trabalhar cedo, e estudei. Estudei pra caramba, só para ter uma vida melhor, e eu conseguir, eu tenho o melhor emprego que eu poderia querer, ganho bem, tenho meu apartamento que não é nada chique, mas eu amo e é tudo que preciso.

Mas ultimamente não estou me sentindo muito bem, eu discutir algumas vezes com minha mãe, ela veio me pedir dinheiro para ajudar o idiota que vive com ela, eu não ajudei e ela falou um monte de coisas pra mim, até que eu não merecia ser filha dela. Acho que nunca brigamos tão feio, e sabe o que é pior? Saber que foi por causa de um idiota que só faz mal a ela, isso sim me deixar péssima.

A companhia toca enxugo algumas lagrimas perdidas que insistem em cair e vou abrir a porta, me surpreendo quando vejo o Cameron. Droga, esqueci completamente que tínhamos combinado de ensaiar.

Como ele viu que não sei dança nada, no aniversário na Emma, ele resolveu me dá algumas aulas de dança. Então aceitei, não tenho nada melhor para fazer mesmo.

— Oi — ele diz e beija meu rosto, faço sinal para ele entrar.

O que eu menos queria agora era ver ele, ou melhor, ver qualquer pessoa. Não gosto que ninguém saiba quando não estou bem.

— Você estava chorando? — ele pergunta ao ver meu rosto inchado.

— É.... não, eu só estava dormindo.

— Não precisa mentir pra mim, foi sua mãe de novo? — ele pergunta.

Teve uma vez que ele pegou uma briga minha e da minha mãe, então eu acabei contando tudo pra ele e desde então nos aproximamos bastante, até mais do que eu queria.

— Ei.... Não fica assim, ela não merece fazer a pessoa mais gente boa desse mundo, chorar — ele diz colocando uma mecha do meu cabelo atrás da minha orelha.

— É.... é melhor nos começamos a ensaiar, daqui a pouco tenho que ir trabalhar, meu chefe é um pouco bravo — digo tentando quebrar o clima entre a gente.

Como eu fui tão burra em me apaixonar pelo ex da minha melhor amiga e ainda mais sabendo que ele ainda gosta dela?

Passamos um tempo ensaiando até que deu hora de ir trabalhar, ele vai embora e eu vou me arrumar.

Depois de pronta desço para o estacionamento e como de costume vou direto para casa da Emma buscar ela, o caminho até a CatCo foi um completo silêncio. Desde que descobrir que ela não é filha do Thomas, ou pelo menos desconfio, eu não sei como conversa com ela direito. Queria muito poder falar pra ela, mas isso não cabe a mim, e se ela está feliz assim, é o que importa, pelo menos eu acho.

— Amiga, está tudo bem? — ela pergunta.

— Tudo ótimo — odeio mentiras, e é exatamente o que estou fazendo com ela.

Quando chego, vou direto para minha mesa e fico revisando algumas entrevistas, o Christian liga me chamando até sua sala.

— Sente-se, por favor — ele aponta para cadeira a sua frente — queria saber se esse final de semana você vai estar livre? — ele pergunta e olho pra ele sem entender.

— Sim, eu acho — respondo desconfiada.

— Vai ter um evento no sábado e preciso que você cubra — ai meu Deus, eu escutei bem?

— Você está falando sério? — pergunto sem acredita.

— Sim, mas só se você quiser.

— Mas, porque eu? A Emma não pode?

— Não perguntei, porque, você não quer ir?

— Sim, quero, claro que sim — digo empolgada, não acredito, minha primeira entrevista.

— Ótimo, vou passar todas as informações para seu e-mail, aí você chamar a Emily e a Lizzie para te ajudar, a equipe de filmagem já está sabendo de tudo também.

— Ok, vou providenciar tudo, obrigada — digo e saio comemorando.

Por Emma

— Você não vai acreditar — Bekah diz empolgada — adivinha quem vai cobrir o primeiro evento?

— Não acredito, meus parabéns — digo abraçando ela — estou muito feliz por você, qual vai ser?

— Um jantar beneficente que vai ter no sábado, vai ter vários famosos lá.

— Sei qual é, eu vou estar nele, meus pais foram convidados e estão me obrigando a ir — digo, mas acho que ela não gostou muito.

— Claro que vai.

— O que foi? — Indago sem entender.

— O que foi que ele só me escolheu para isso, porque você vai estar de convidada — não acredito que ela falou isso.

— Você só pode estar me zoando, primeiro eu nem queria estar nesse evento, segundo o Christian nem sabe que vou ainda, terceiro, ele te escolheu porque você é boa, não porque eu não vou poder ir.

— Sei — ela diz e sai.

Acho incrível a capacidade que tenho de me meter em confusão, eu estava apenas feliz por minha amiga e ela agora está com raiva de mim.

Volto a escrever uma matéria que estava fazendo. A próxima edição vai ser sobre os diversos tipos de arte, e vamos mostrar um pouco de cada coisa, tanto artes visuais, literárias, performáticas, e sem dúvidas é uma das melhores matérias que já escrevi na minha vida, eu amo todo tipo de arte, e vou conseguir explorar melhor cada uma para poder escrever melhor.

Vou até à sala do Christian e pergunto o que ele vai fazer, queria sair um pouco para esfriar a cabeça, odeio brigar com quem eu amo, na verdade eu nem briguei, não entendi nem o que aconteceu de verdade. Mas como eu sou uma pessoa muito sortuda, ele não vai poder sair comigo porque vai resolver umas coisas com a mãe dele, parece que ela e a Sarah tiveram outra briga e ele está tentando ajudar, acho bem difícil, ela não é fácil e a Sarah nem conhece ela, só sabe que ela a abandonou.

Arrumo minhas coisas e desço para ver se encontro algum táxi, não tenho menor clima para ir com a Bekah hoje, e nem sei se ela quer me levar, preciso de um carro urgente, ou uma moto, eu adoro motos, mas minha mãe nunca iria deixar.

— Oi — Emily diz atrás de mim — não vai com a Bekah hoje? — ela pergunta.

— Não... posso ir com você? — pergunto.

— Mas eu vou caminhando.

— Eu também — dou de ombros e seguimos para nossas casas.

O caminho foi super agradável, conversamos bastante e ela me contou um pouco sobre sua vida, ela já morou em vários lugares do mundo, até no Brasil, um dos cantos que quero conhecer algum dia, me falaram que lá tem praias lindas e com o frio de Londres, não tem como não ser apaixonada por um climinha ensolarado.

Vejo meu celular tocando, olho na tela e é o Cameron, atendo e já começo a rir com ele, o Cameron é ótimo, e ele tem esse dom de me fazer sorrir.

— Posso saber o que minha dançarina favorita vai fazer hoje? — ele pergunta.

— Termina uma matéria, tenho que entrega em dois dias e minha criatividade está na lua — sou sincera.

— Tenho a solução perfeita para você... me encontre no endereço que vou te passar às oito e vá arrumadinha.

— Mas....

— Mas nada, te espero lá.... Tchau.

Ele desliga o telefone sem deixar eu terminar de falar, eu só ia pergunta o que exatamente devo vestir.

Vou para casa e procuro algo em meu closet. O endereço que ele me passou é de um museu, então resolvo usar um vestido cinza curto, faço alguns cachos em meu cabelo, uma maquiagem básica e calço uma sandália de salto preto.

Vejo o carro da minha mãe de bobeira e resolvo dá uma voltinha na Petúnia Maria, isso mesmo, o carro da minha mãe tem nome, e ela ama ele mais do que a gente.

Coloco o endereço no GPS já que não sei andar em Londres muito bem ainda, depois que voltei minha vida foi resumida em trabalho, então não deu tempo de conhecer a cidade, ou melhor, lembrar onde fica as coisas, depois de cinco anos fora você acaba esquecendo algumas coisas.

Depois de um longo tempo chego no local, aqui é enorme, tem várias pessoas e luzes iluminando o lugar, acho que vai ter alguma apresentação ao algo do tipo, pela quantidade de gente.

Entro e fico impressionada com as obras, sinto alguém segurando minha mão olho e é o Cameron, ele sorri pra mim e desaparece na multidão.

Na mesma hora um bailarino começa a fazer uma performance, ele estava camuflado em uma das obras e logo em seguida vários outros começam a aparecer.

Quando a música acaba todos os dançarinos desaparecem, deixando todos supressos, foi lindo, eu preciso escrever sobre isso.

Vou para o lado de fora esperar o Cameron, depois de um tempo ele aparece com um sorriso estampado no rosto.

— E aí, conseguiu um pouco de inspiração para sua matéria? — ele pergunta.

— Sim, com certeza, queria até saber se posso entrevista vocês e saber um pouco mais sobre o grupo.

— Pode sim, amanhã depois do nosso ensaio podemos ir lá para falar com eles.

— Ótimo.

— Está afim de fazer algo? — ele pergunta, mas não estou com muito clima, estou preocupada com a Bekah, ela está com raiva de mim e não sei o que fazer, tem também a Sarah e o Christian que estão enfrentando uma barra com a mãe — Emma... — ele estala os dedos chamando minha atenção.

— Desculpa, estava pensando na Bekah, ela está com raiva de mim.

— Não está não — estreito os olhos sem entender — ela brigou com a mãe dela de novo, ela precisa de você, deveria ir ver ela — como ele sabe disso e eu não?

— Eu vou chamar a Sarah e vou para lá, acho que ela vai gostar de uma festa do pijama — sorrio pra ele.

Depois de buscar ela, passamos em um mercado e compramos alguns doces e pipoca, festa do pijama sem muita comida boa, não é festa do pijama.

Vamos para o apartamento da Bekah, tocamos a companhia e quando ela abre ela fica olhando para a gente supressa e pela sua cara ela estava chorando.

— Supressa — gritamos ao mesmo tempo, e abraçamos ela — alguém aqui está precisando de uma festa do pijama? — digo e abraço ela novamente.

O resto da noite foi perfeita, assistimos vários filmes que eu amo, começamos por "meninas malvadas" e terminamos com "sexta-feira muito louca", todos os filmes com a maravilhosa Lindsay Lohan, os filmes delas são perfeitos, não sei porque as pessoas insistem em assistir filmes de terror se podemos morrer de rir com comédia, não entendo.

— Guerra de travesseiro.... — Bekah grita e todas pegamos travesseiros e começamos bater uma na outra.

Acho que estavamos todas precisando disso, um pouco de diversão e uma da outra.

Hello! Oi gente, como vocês estão? Mais um capítulo, espero que tenham gostado, se possível deixe sua estrelinha e cometem aqui o que acharam.

Beijos da Barbie Malibu e até logo...