Capítulo 2
Aprendi que a vida nem sempre acontece da maneira como a gente planeja.
Mas às vezes, só às vezes, ela se torna melhor ainda.
Por Emma
Deito na minha cama e fico lembrando de tudo que passei aqui nessa casa, foi os melhores anos da minha vida, aconteceu tanta coisa que só de lembra sinto saudades e vontade de voltar o tempo que eu era criança, vida de adulto é tão complicada.
A cinco anos atrás eu estava nesse quarto terminando de me arrumar para minha festa, um dos dias mais perfeitos da minha vida que foi meu aniversário de 15 anos, minha tão sonhada festa de debutante, ou nem tanto né.
No começo não queria uma festa, nunca tive muitos amigos e sempre imaginei que minha festa só iria ser eu e minha família, então eu preferia viajar pelo mundo, mas seria meu último dia em Londres, então minha mãe e minha irmã me convenceram fazer uma festa, séria uma forma de despedida de Londres, das pessoas, dos poucos amigos que eu tinha e eu aceitei, não custava nada também e é melhor uma festa com meus amigos de verdade mesmo sendo poucos, do que muitas pessoas que não fazem diferença na minha vida.
O tema da minha festa foi, contos da Emma, puxei o amor por contos de fadas da minha mãe, lembro que nos passava horas assistindo filmes da Disney, romances e essas coisas bem clichês, era um dos meus momentos preferidos, quando juntava toda minha família e ficávamos assistindo todos juntos, era uma bagunça só, meu pai que ficava doidinho, na verdade, doidinho ele já é né, mas ficou pior depois de três mulheres enlouquecendo ele.
Flashback on...
— Emma, acorda! Você está atrasada — minha mãe me acorda abrindo as janelas do meu quarto.
— Ta cedo — reclamo colocando o travesseiro no rosto.
— Você tem um segundo pra levantar daí, ou vai se arrepender mocinha — ela me ameaça e começo a rir.
— O que vai fazer se eu não levantar? — pergunto já sabendo a resposta, minha mãe sempre acorda a gente com cócegas e beijos quando não queremos levantar.
— Isso — ela diz fazendo cócegas em mim.
— Ta bom, mãe, para por favor — falo com dificuldade de tanto rir.
— É festa de cócegas, eu quero brincar também — papai diz já se jogando na cama pra ajudar a mamãe.
— Ta eu levanto — saio correndo para o banheiro, faço minha higiene pessoal, tomo banho e visto minha roupa.
Desço para tomar café e encontro meus irmãos e meus pais sentados na mesa. As refeições aqui em casa são a maior bagunça, minha mãe e meu pai são mais crianças do que os filhos, a minha irmã mais nova que é a responsável, ela colocar ordem na casa, ou nós já teríamos colocado fogo nela.
— Emma vamos, estamos atrasadas, tenho que deixar você no salão enquanto vou buscar seu vestido — minha mãe diz levantando.
— Sim — falo levantando também, pego minha bolsa e meu celular e vamos para garagem, pegamos o carro e seguimos em direção ao salão aonde vamos se arrumar.
— Nervosa? — ela pergunta.
— Um pouco eu acho — um pouco nada, estou apavorada, não gosto de ser o centro das atenções e sendo a debutante todos vão ficar olhando pra mim e isso não é bom.
— Relaxe, vai dar certo e vou estar sempre ao seu lado — ela toca a ponta do meu nariz e beija meu rosto, ela sempre faz isso quando estou nervosa.
......
— Você está linda — meu pai diz entrando no quarto onde estou terminando de me arrumar.
— Obrigada — abraço ele e ficamos abraçados até que minha tia Lídia diz.
— Se você estraga minha obra-prima eu bato em você — ela diz quando ver a gente chorando, meu pai sempre foi o sentimental diferente da minha mãe que é a durona — para ou assim vou chorar também — ela abraça a gente também e agora parecemos três idiotas chorando sem motivos.
— O que é isso? — agora quem fala é minha mãe brava — estão todos esperando e vocês assim, qual problema de vocês?
— Só estou vendo minha bebê, não estou preparada para ver minha ela crescer.
— Para de drama Thomas e vai limpa esse rosto e você mocinha vem cá que eu vou ajeitar essa maquiagem borrada — ela pega na minha mão e me leva até uma cadeira e começar retoca minha maquiagem.
— Vou ver se está tudo pronto — tia Lídia diz.
— Prontinho — ela me roda e ficar olhando seria pra mim e depois me abraça — tenho muito orgulho de você minha pequena, eu te amo muito, nunca esqueça disso.
— Também te amo mãe — digo.
.....
Confesso que está tudo perfeito, nunca imaginei que seria assim, tantas pessoas na minha festa, meus amigos, minha família, foi tudo como sempre quis, que bom que escutei elas.
Teve uma linda homenagem da minha família, meus pais cantaram uma música pra mim e meus irmãos cantaram outra, foi simplesmente perfeito.
Agora estou sentada em uma das mesas sozinha apenas observando tudo, quero guarda cada detalhe em minha memória, o dia mais perfeito da minha vida.
— Oi — Christian diz sentando do meu lado.
— Oi — respondo um pouco sem jeito, Christian o cara que mais me odeia nesse mundo, no meu aniversário, é de se estranhar né — não esperava você aqui.
— Nem eu — ele diz com um pequeno sorriso em seu rosto e que sorriso lindo.
— Que bom que veio — falo é meu último dia aqui e não quero deixar nada mal resolvido para trás, nem sei por que nós dois brigamos tanto, só de olhar na cara um do outro já estávamos brigando.
— Queria me despedir, apesar de não sermos amigos, mas vou sentir falta de briga com você — ele diz e não resisto uma gargalhada.
— Vou sentir falta disso também, briga com você é divertido, às vezes — digo e fico um pouco triste, faltam poucas horas pra mim, ir embora.
— Filha vamos, está na hora da valsa — minha mãe chama, levanto e vou acompanhando ela, quando ele segura minha mão, olho pra ele e fico esperando ele falar.
— Você está linda hoje — ele diz e saio sem dizer nada, como assim estou linda? Esse não é o Cristian que eu conheço, o que fizeram com ele e por que só fizeram isso hoje, por que não, a dez anos atrás.
Vou até o centro do salão onde estão todos me esperando, vou dança primeiro com meu pai depois com meu irmão, minha irmã planejou tudo com os míseros detalhes.
Com meu pai vou dança a música "All of Me" e com meu irmão vou dança a música "Beauty and the Beast".
A primeira música começa a tocar e meu pai me guia pelo salão ficou lindo e divertido meu pai viu que eu estava nervosa e me acalmou com seu sorriso que sempre me dá forças, logo em seguida meu irmão me guia com a segunda dança e antes que termine a música vejo o Christian se aproximando da gente, o que ele está fazendo?
— Posso — ele diz para meu irmão, pedindo para deixar ele dança comigo e realmente dessa vez eu fiquei surpresa.
Começa a toca a música "Always", ele se aproxima de mim para começamos a dança.
— O que você está fazendo? A tia Mel te obrigou a ser legal comigo? — pergunto, ele nunca iria querer dançar comigo sem motivos.
— Não, eu só sinto que passamos tempo de mais das nossas vidas se odiando nem sei porque, pelo menos hoje queria fazer diferente, mas amanhã voltamos a se odiar, pode ser? — ele pisca e apenas sorrio com seu jeito.
— Sim — começo a dança com ele — você ficar bem de terno — digo.
— Você ficar linda de princesa, normalmente você parece uma ogra.
— Ei — dou um pequeno tapa em seu ombro.
— Brincadeira, eu até gosto do seu estilo — espera o que fizeram com o Christian que conheço? Esse cara que está dançando comigo não pode ser aquele, cara insuportável.
— Pensei que não gostava do meu estilo.
— Eu gosto de tudo em você — quando ele diz isso eu simplesmente fico sem palavras, o que ele está falando? Ele passou anos da minha vida enchendo meu saco, porque isso agora?
A música acabou e ficamos dançando mais algum tempo até que minha mãe chama para cantar parabéns, vou com ela apesar que minha vontade era de ficar ali com ele. Espera o que estou pensando? Por que eu quero estar com ele?
Depois dos parabéns volto para onde estávamos mais no caminho um dos meus amigos pede para dança comigo e não posso dizer não, então danço umas músicas com ele, mas me sinto estranha principalmente pelo fato do Christian não para de olha pra mim.
Vejo que ele levantou e está saindo do salão e não resisto em não ir atrás, eu preciso saber o que está acontecendo.
Saio atrás dele e o vejo sentado em um dos bancos no jardim, sento do seu lado e ficamos os dois olhando para frente sem saber o que dizer, nunca estive tão confusa na minha vida.
— Porquê... por que isso agora, por que me trata bem nas minhas últimas horas aqui, você sempre me odiou, então pra quer ser legal agora? — pergunto quase chorando o cara que eu gosto me esnoba minha vida toda e quando estou indo embora ele vem com essa pra mim deixar pior.
Ele não diz nada apenas fica me olhando.
— Para com isso e me responde, o que você está fazendo, porque ficou olhando pra mim quando eu estava dançando com o Kol — ele continua apenas me olhando e começo a bater em seu peito com raiva, ele sempre faz isso, ele sempre me deixar falando sozinha e fica olhando pra mim com essa cara — me responde — dessa vez não seguro as lágrimas, mas antes que eu posso dizer mais alguma coisa ele me puxar fazendo nossos corpos se colarem.
Sinto sua respiração acelerada e seu hálito quente em meu rosto, fico apenas olhando para ele até que ele me beija e foi simplesmente o melhor primeiro beijo que alguém poderia ter, foi um beijo calmo, mas ao mesmo tempo, apaixonado.
Paramos o beijo com selinhos e ficamos nós olhando, penso que nenhum dos dois esperava que isso poderia acontecer.
— Vem comigo?
— Para onde? — pergunto.
— Confia em mim? — ele me olha e pela primeira vez vejo seu olhar sincero pra mim.
— Sim, mas vão me procura na festa — não posso simplesmente sai da minha própria festa assim.
— Espera, eu resolvo isso — ele diz e pega meu celular e manda uma mensagem pra alguém.
Poucos minutos depois, vejo tia Lídia vindo com um casaco, ela me entrega e beija minha testa.
— Cuidado com minha sobrinha — ela dá um murro de leve em seu ombro e sorri.
— Pode deixar minha gatona — ele diz e beija seu rosto.
— Divirtam-se e juízo, não façam nada que eu faria — ela sorri e volta para festa.
— Resolvido, agora vem — ele segura minha mão e me leva até seu carro.
— Liga o som do carro — digo rindo.
Colocamos a música o mais alto possível e estamos parecendo dois loucos. São duas da manhã e nós estamos no meio da rua chamado atenção de todo mundo.
— Onde estamos indo?
— Surpresa — ele diz e apenas volto a cantar.
— Seu sorriso é perfeito — ele diz e aposto que dessa vez estou vermelha, já fico sem jeito em receber elogios imagine dele.
Depois de um tempinho chegamos a um lago que tem perto de nossas casas, lembro que sempre víamos aqui quando éramos crianças, desço e vou para perto do lago.
— Por que me trouxe aqui? — pergunto.
— Pra te falar uma coisa — ele diz com a cabeça baixa, eu seguro em seu rosto e levanto fazendo ele me olhar — desculpa — ele pensa um pouco e fico apenas olhando pra ele eu preciso saber o que está passando na cabeça dele porque eu não sei o que está passando na minha, passamos nossa vida toda brigando, agora isso e eu não sei se isso é bom ou ruim — ele segura minha mão sobre seu coração e olha em meus olhos — eu sinto que te devo desculpas por tudo que te fiz esse tempo.
— Não precisa mais, estou indo embora, não vai mais me ver e não vai ter que se estressa toda vez que me ver, já que estou indo embora — falo com lágrimas em meu rosto, não sei se quero ir embora sem dizer o que realmente sinto por ele, mas não sei como dizer isso.
— Eu nunca te odiei Emma, pelo contrário eu gosto de você por isso sempre fiz o que fiz.
— Não! Por que está me falando isso agora, eu estou indo embora — digo tentando me solta.
— Eu sei e eu sinto muito, sinto muito por você ter que partir pra mim, conseguir falar isso — ele diz e dessa vez sinto seus olhos vermelhos como se quisesse chorar também.
— Por favor, para eu não posso saber disso agora — digo.
— Porquê?
— Porque eu gosto de você, seu burro — bato em seu peito de raiva, ele tinha que dizer isso justo hoje, justo quando estou indo embora.
Ele não diz nada apenas me beija e dessa vez é diferente seu beijo não é calmo é um beijo feroz, como se precisávamos daquilo há muito tempo. Sinto a água fria da chuva caindo em nossos rostos, mas continuamos nós beijando sem se importa.
— Estar tarde preciso ir, antes que meus pais coloquem o FBI atrás de mim — digo.
— Só mais um pouquinho — ele faz uma careta bem linda por sinal.
— Não posso, amanhã tenho que está no aeroporto de sete horas.
— Não vai, fica aqui comigo, você pode morar lá em casa.
— Meus pais nunca iriam deixar e não posso ficar longe da minha família — digo triste, porque tudo tem que ser tão complicado, porque não aguentamos só mais algumas horas se odiando, assim seria mais fácil ficar longe dele.
Levanto e vou para o carro, dessa vez o caminho foi um tremendo silêncio, quando chegamos na minha casa ele desce do carro e me beija.
— Me leva para o aeroporto amanhã? — pergunto, preciso ver ele antes de ir novamente.
— Estarei aqui — ele me dá um último beijo e sair.
Acordo no outro dia com a Mia me chamando.
— Emma acorda e vai se arrumar antes que a mamãe chegue aqui e te veja assim ela vai matar você — levanto e vou para o banheiro, só então percebo que ainda estou com o casaco do Christian que troquei quando molhei meu vestido na chuva.
— Emma vamos agora, ou vamos perder o voo — minha mãe diz e apenas entro no carro, ele não veio, ele disse que vinha.
O caminho foi horrível, ele não saia da minha cabeça, mas ainda tive esperanças dele está no aeroporto, mas não, ele não veio.
— Como você está — Mia pergunta e não respondo nada apenas abraço ela.
— Termos que ir, já anunciaram nosso voo — mamãe diz, mas eu não posso ir ainda, ele só pode estar atrasado, mas eu sei que ele vem, ele tem que vim — olhe, não sei o que aconteceu ontem com vocês dois, mas temos que ir, eu sinto muito.
Adeus Londres, adeus Christian, pego minhas coisas e vou para o avião, minha vida aqui acabou agora vou ser uma nova Emma e nunca mais vou me apaixona por alguém novamente.
Hello! Oi gente... Tudo bem com vocês?
Mas um capitulo, espero que tenham gostado, comentem aqui o que acharam e deixe sua estrelinha vai me deixar mais motivada a escrever.
Beijos da Barbie Malibu... E até logo.
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