Voltando a escola

Dorama do vídeo acima : Under the gun ( é um webdrama, de 6 episódios, muito fofinho <3 ) Onde encontrar: Telegram - canal taled fansub.

( Capítulo sem revisão )

Era manhã de uma segunda feira, e eu estava vestida com meu uniforme antigo, uau... pensei que nunca mais fosse vestir esse uniforme, era meu último ano na escola Dr. Vinícius Braga. Ano que vem, se eu ainda estiver por aqui, entraria na escola Francisco Luís Teixeira.

Encaro o meu reflexo no espelho do meu quarto, dava uma nostalgia daqueles anos, saber que eu voltaria a estudar me animava e me desanimava ao mesmo tempo. Eu teria que encarar o colégio tudo de novo, outra vez... a minha calça jeans cinza de cintura baixa estava me incomodando, calça horrorosa, e ficou ridícula no meu corpo juvenil!

Realçou os meus quilinhos a mais, naquele momento, percebi que eu estava um pouco acima do peso, não dava para eu voltar com o meu corpo de 2024? Meu peso sempre me incomodou, sempre fui encorpada, mas tinha uma barriguinha que me lembrava diariamente de que as meninas da minha escola tinham o físico mais bonito que o meu. Na verdade, meu peso nem me incomodava.

Foram às opiniões de familiares e pessoas que me incomodaram, eu permiti que as palavras delas se tornassem as minhas, e passei a me enxergar da forma como eles me viam, eu permiti que eles estragassem a minha autoestima.

Mas dessa vez, seria diferente, se alguém ousar a falar do meu corpo, vou jogar umas verdades bem boas na cara dessa pessoa e não vou me deixar abalar novamente, porque, eu poderia ser uma adolescente de 14 anos ali, mas minha mente e minhas lembranças e vivências, são dos meus 27 anos de vida!

Eu não sou mais aquela adolescente boba e super tímida que não tinha nenhuma autoestima! A Alícia atual mudaria tudo, faria tudo diferente, seria a adolescente que eu sempre quis ser na época e nunca consegui. Meu futuro mudaria, e para melhor.

Saudades das calças largas de cintura alta... Pior, que ainda demoraria para essa moda voltar... será que eu suportaria usar essas calças feias de cintura baixa?

Meu AllStar Rosa claro que eu amava! Quantas lembranças, ele estava no meu pé, meu antigo allstar, estava de volta! Essa mochila rosa não faz muito meu gosto atual, mas... o rosa ainda continua sendo a minha cor favorita, isso não mudou mesmo com o passar dos anos.

Meu cabelo estava revoltado, como sempre... mas eu nem estava mais ligando, só te tê-lo assim tão natural já me fazia muito feliz, esses cachos lindos, eu não os via há anos...

Outra coisa que vou mudar é isso, não vou fazer nenhuma escova de alisamento por três meses, quero manter meus cachos no futuro.

Ainda bem que a escola ficava perto da minha casa, já no ano que vem, eu teria que andar bastante para chegar à outra escola...

Mas vou me concentrar no agora, em 2011, já que meu tempo no passado era incerto... não entendi muito daquela mensagem, mas não vou pensar muito sobre isso, se não, posso ficar louca!

- Alícia, você já está atrasada, ande logo, menina! - Gritou mamãe, os anos passavam, mas ela sempre continuava a mesma.

Sorri ao vê-la. - Já estou indo, mãe!

... ... ...

Quando cheguei à pracinha que ficava de frente ao meu colégio, sorri ao ver alguns alunos por ali, conversando, rindo, fazendo hora antes do sinal tocar, que nostalgia! Era tudo tão irreal, mas eu estava adorando aquilo. Avistei minhas amigas de pé, estavam conversando esperando minha chegada, igual ao passado, quando fui adolescente pela primeira vez... Várias vezes, sonhei com esse tempo, viajando em memórias do passado, de tudo o que vivi. Nunca pensei que um dia fosse conseguir reviver tudo isso, às vezes, sinto que estou louca, ou presa em um sonho que não termina, mas, não tinha como ser um sonho, era real demais.

Viagens no tempo existem mesmo, Dark, De volta aos 15, e qualquer outra coisa com esse tema estava certo... Nada é o que parece ser.

Na época, eu tinha um grupo de amigas, Thalita, Manuela, Lirian e Paula, comigo, formávamos um quinteto. Éramos muito unidas, apesar de brigarmos várias vezes por coisas idiotas, como ciúmes.

As quatro eram minhas amigas, mas, Thalita era a minha melhor amiga, a que eu mais tinha afinidade, isso não significava que eu amava menos as outras, só que tínhamos mais em comum. Mas aquele seria nosso último ano juntas na mesma escola.

Thalita, Manuela e Paula iriam para o mesmo colégio que eu no ano que vem, Lirian iria para outra escola, e o grupo ficaria um pouco afastado, eu ainda seria amiga de todas elas, mas não como antes. Na escola nova, Paula iria se afastar um pouco de mim, Thalita e Manuela. Ela começaria a andar com novas garotas, nos deixando um pouco de lado.

Manuela iria ficar em uma sala diferente de mim e de Thalita, passaríamos tempo juntas no intervalo, na ida e na volta, mas ela teria novos amigos na sala nova, o que nos distanciaria um pouco, mesmo que ainda conversássemos.

Thalita e eu continuaríamos o grude que sempre fomos, duas garotas tímidas em uma sala repleta de estranhos, que não se enturmavam conosco.

Mas... Lembro que assim que cheguei ao novo colégio, eu tinha caído em uma sala diferente da de Thalita, mas eu pedi para trocar para a sala da Thalita, porque eu era muito tímida e não queria ficar em uma sala onde eu não conhecia ninguém.

Talvez tenha começado aí um dos meus maiores erros, eu devia ter continuado naquela sala, mesmo que eu não conhecesse ninguém.

Motivos? Eu fiquei muito dependente da Thalita, parecia que eu era mais amiga do que ela. Passamos por muitas turbulências na nossa amizade durante nosso crescimento, brigas, reconciliações, mas no final, eu ainda parecia não ter uma amiga, mesmo tendo.

Eu definitivamente mudaria isso! Thalita que me desculpe, mas ela não será mais a prioridade na minha vida adolescente.

Elas acenaram para mim, sorrindo. Sorri de volta e tentei correr um pouco, para chegar mais rápido, mas tive uma surpresa, quando senti alguém pegar na minha mão. Gelei, quem seria?

Parei de correr, a pessoa que ainda segurava a minha mão, se colocou a minha frente. Era um garoto! Um menino! Ele era mais alto do que eu, seu corpo era magro, o cabelo dele estava no estilo do personagem Seth Cohen da série The OC, um cabelo escuro, ondulado e bagunçado (de um jeito fofo).

Os olhos eram castanhos escuros, o rosto era juvenil, mas muito bonito, com toda certeza eu teria um "Crush" nele na época de escola, caso eu tivesse o conhecido na minha juventude. Mas eu não fazia ideia de quem era, por que, aquele garoto estava segurando a minha mão? E me olhava com aquela cara de bobo alegre?

- Alícia! - Ele exclamou, em um tom alto, seu rosto se abriu em um sorriso encantador, que o deixou ainda mais fofo.

- Sim? - Respondi um pouco nervosa, não queria dar mancada, e se alguém percebesse que eu não tinha mais 14 anos e sim 27?

O garoto me puxou para um abraço repentino, fiquei petrificada com o ato do menino, por que ele estava me abraçando? Eu nunca conheci esse menino na minha pré-adolescência...

Afastei-me dele assim que recobrei minha consciência, eu o olhava em choque, e ele me olhava sorrindo.

- Que liberdade é essa? - Resolvi falar algo, que saco, eu não podia nem perguntar quem ele era, e se eu o conhecesse, mas não me lembrava?

De repente, olhei novamente para aquele rosto e percebi que era o menino que conversou comigo no MSN! O tal do... Gustavo! Minha nossa, ele era o menino do MSN que dizia ser da minha sala! Será que ele sempre teve esse cabelo ou quis fazer esse penteado para me impressionar? Já que eu disse que meu personagem favorito era o Seth Cohen... Suspeito.

- Não posso te abraçar?

- Não.

- Por que não? - Perguntou ele de volta, em um tom divertido.

- Porque não... - respondi ainda atônita.

- Isso não é uma explicação válida para mim.

- Estamos mesmo tendo essa conversa? Se manca, garoto! - Respondi na defensiva.

Ele riu, o som de sua gargalhada era engraçada, mas agradável.

- Desculpa, bobinha... Eu sei o motivo, mas não se preocupe, eu gosto de você mesmo assim - ele disse com tanta naturalidade que eu travei. Como eu lidaria com aquele menino atrevido que eu não fazia ideia de quem era?

- Sabe o motivo? - Foi só o que consegui perguntar.

- Sei, você é tímida, todos sabem. Mas eu gosto da sua timidez.

Minha nossa... Ele era muito direto, e por que eu estava corando com algo que um menino de 14 anos disse a mim? Acorda Alícia! Você tem 27 anos, por que está com vergonha desse garoto de 14?

- Ei... Para de ser assim! - Gritei, tentando raciocinar toda essa informação.

Ele riu novamente, e bagunçou o meu cabelo com carinho. - Você é tão fofa.

Tirei a mão dele da minha cabeça e tentei sair de perto dele, mas o menino pegou na minha mão novamente se colocando a minha frente, impedindo a minha passagem.

- Gostou do meu cabelo? Estou bonito? Aposto que estou.

Foi a minha vez de rir, soltei uma risada ao ouvi-lo, pré-adolescentes...

- Se inspirou no Seth Cohen?

- Percebeu? Eu sabia que iria perceber!

- Não tente me impressionar, Gustavo. Seth Cohen é Seth Cohen.

- Seth Cohen é um personagem de ficção, Alícia. Mas, eu sou real, e estou bem aqui na sua frente, não consegue enxergar?

Algo em como ele pronunciou cada detalhe da frase, e em como ele olhou nos meus olhos, me fez sentir um arrepio e meus olhos marejaram. Quem era aquele garoto, e por que ele estava insistindo em ter a minha atenção?

- Gustavo, quem é você? - Voltei a perguntar, eu precisava de respostas.

Ele sorriu ladino e tocou meu rosto, fazendo um carinho na minha bochecha.

- Quem você quiser que eu seja.

- Isso não vale! Para de achar que é um personagem de The OC! Que saco, me responda com a verdade.

- Eu já disse gatinha. Quem você quiser que eu seja. Consegui te conquistar?

Bufei e revirei os olhos. - Me deixa em paz, Gustavo. Não tenho mais tempo para o seu atrevimento! - Gritei e pisei no pé dele de propósito, que gritou, mas logo depois fez questão de gritar bem alto que gostava de mim, e que sabia que eu não era tão tímida como aparentava ser.

O ignorei, e fui correndo até as minhas amigas, que estavam rindo de mim, elas presenciaram toda a cena, mas não devem ter ouvido nossa conversa de antes, já que estávamos distantes.

- O que foi aquilo Alícia? Desde quando você é tão intima do Gustavo? - Thalita perguntou, alto demais.

- Pois é! Você não nos contou nada, vocês dois estão ficando? - Perguntou Paula, com os olhos azuis um tanto brilhantes...

- Não deveria esconder algo assim de nós, somos suas amigas - falou Manuela.

- Ele está olhando para cá! Minha nossa, ele está tão na sua, Alícia... Nunca imaginei isso - disse Lirian, sorrindo.

- Quem é ele? - Foi tudo o que perguntei a elas.

Thalita revirou os olhos. - Vai começar com essa bobeira de novo, amiga? Já não bastou brincar pelo MSN? Vai fingir que não sabe quem ele é agora? - Thalita estava com raiva, percebi pela forma como ela falou.

- Desculpa... - disse sem jeito. Como eu poderia explicar a elas que não sabia quem ele era? Se todas elas o conheciam, eu também conheço, mas, por mais que eu tente me lembrar dele no passado, não consigo me recordar. Não me lembro de nenhum Gustavo que foi da minha sala no nono ano.

- Não vai nos contar sobre seu relacionamento com ele? - Thalita perguntou, em um tom autoritário.

Por que a Thalita estava tão brava? Ela nunca elevou o tom de voz comigo, só quando brigávamos, mas aquilo não era motivo para uma briga, ou era?

- Não tem nenhum relacionamento! Ele simplesmente me chamou para conversar ontem no MSN, me disse umas coisas estranhas e hoje já veio com toda essa "liberdade" para cima de mim! Não sei o que deu nele.

Uma voz ecoou em meu ouvido, me pegando no susto. - Não temos um relacionamento ainda...

Ele falou baixo, mas d eu para todas elas escutarem. Todas riram, menos a Thalita, que me olhava com cara de poucos amigos.

- Para, Gustavo! - Gritei, empurrando - o, ele riu e beijou meu rosto rapidamente, sorriu e se afastou, indo em direção à entrada da escola.

- Ah, que fofo! Você está corada e ele gosta de você! Vocês dois formam um casal lindo! - Exclamou Paula, sorridente.

- Vou entrar - disse Thalita, friamente, e se afastou de nós.

- Meninas... será que ela ainda gosta dele? - Perguntou Manuela, os olhos cor de mel, esbugalhados.

- O quê? Mas ela se confessou a ele no ano passado, impossível ela gostar dele ainda! - Respondeu Lirian.

- O quê? Como assim ela se confessou a ele no ano passado? - Gritei, quase cuspindo nelas,

- Você está estranha hoje, Alícia... Como não se lembra? Você deu a maior força para ela se confessar a ele, mas ele disse que não sentia o mesmo por ela e nem quis tentar ficar com ela - contou Paula.

De repente tudo começou a girar, e então eu me lembrei. As memórias da minha pré- adolescência voltaram com força, como pude me esquecer? Mas ele estava tão diferente do Gustavo do qual eu me lembrava... O menino por quem Thalita tinha uma queda no oitavo ano, e que a rejeitou não se parecia em nada com esse atual Gustavo.

O Gustavo da minha memória era baixo, tão magro, que parecia um palito, ele usava aparelho no dente e tinha o cabelo no estilo "Justin Bieber", eu não o achava bonito, mas a Thalita o achava um charme, e vivia falando dele para nós, eu realmente a incentivei a se confessar, mas ele a rejeitou, dizendo não sentir o mesmo, desde então, ela não citou mais o nome dele e com o tempo, ela o esqueceu, e pelo visto, eu também o esqueci.

Mas se me lembro bem, o Gustavo não continuou na nossa escola, seu último ano aqui foi no oitavo ano, ele se mudou de cidade e nunca mais o vimos.

Por que, ele estava cursando o nono ano aqui? E era da nossa sala? E havia mudado muito a fisionomia também, ficou bonito... Por isso, eu não o reconheci, eu me lembrava dele no oitavo ano, não cheguei a vê-lo no nono ano.

Ele se mudou e de fato, nunca mais o vimos, tanto que eu o esqueci, por que, o passado estava diferente?

Seria possível que ele também tivesse voltado no tempo? Não! Impossível, impossível! Mas qual a explicação dele ainda estar na cidade?

- Pela reação dela, ela ainda deve sentir algo por ele - disse Manuela.

- Você tem sorte, Alícia. Ele ficou um gatinho esse ano. E ele gosta de você, aproveita e tira o seu BV com ele - falou Paula, sorrindo maliciosamente.

- Não seja má, Paula! Como pode dizer isso, sabendo o que a Thalita sente por ele? - Manuela a repreendeu.

- Desculpa meninas, preciso entrar, vou tentar conversar com a Thalita - disse um tanto rápido e corri em direção ao colégio, faltava pouco para o sinal tocar, será que dava tempo para que falássemos sobre isso?

A encontrei no banheiro, ela olhava para o próprio reflexo no espelho, parecia ter chorado. Apesar de todas as nossas brigas e de nosso futuro não ser como imaginávamos, eu sentia um grande carinho por ela, crescemos juntas, dos 11 aos 27 anos, como ignorar tantos anos de amizade? Mesmo não sendo uma amizade perfeita, era a única amiga que ainda me mandava mensagem virtualmente no futuro, mesmo que não seja mais como antes...

- Eu sinto muito por isso. Eu fui insensível, tinha me esquecido de que você gostava dele. Pensei que você o tinha superado, mas eu juro que não tenho nada com ele. Ele me chamou ontem no MSN, puxando assunto comigo, e hoje ele veio até mim cheio de gracinhas. Não sei por que ele está fazendo isso - disse, com a voz baixa, mas meu olhar estava fixo nela.

Thalita deu um sorriso falso, e se virou para mim, me olhava com mágoa. Vê-la me olhando daquela forma me deixou triste.

- Como você pode se esquecer de que eu gostava dele? Justo você? A minha melhor amiga?

- Foi no ano passado e você já o esqueceu, ou só fingiu esquecer?

Ela sorriu sarcasticamente. - Ah, claro! Você está jogando a culpa em mim agora? Você é uma péssima amiga, Alíca! Como pode ousar a olhar para ele? Sabendo que eu gostei dele por um tempo? Como pode conversar com ele pelo MSN e se esquecer de que eu gostava dele? - Ela gritou. Nunca a tinha visto naquele estado antes, estava ficando com medo dessa versão de Thalita, que eu não conhecia.

- Ei... não exagera. Eu não sou uma péssima amiga, sempre fui eu a que mais me doei nessa amizade, você fez coisa muito pior comigo... - disse, me referindo ao passado, à primeira vez em que vivi minha juventude. Acabei esquecendo que todas essas coisas da qual citei, ainda não haviam acontecido.

- O quê? O que eu fiz de ruim para você? Não estou me lembrando de nada... - ela ficou confusa ao ouvir minha acusação.

- Quer, para com tanto drama, ele é só um menino que você nem se lembrará dele daqui há alguns anos. Você só tem 14 anos, vai conhecer outros meninos pela frente...

- Como você pode ser tão insensível, Alícia? Não aja como se fosse uma adulta! Nós duas temos a mesma idade! E eu não gosto mais dele, mas ainda assim, dói lembrar que fui rejeitada por ele e que agora você está tendo um caso com o garoto pelo qual eu fui apaixonada e que você sempre esteve a par de tudo, e esqueceu que eu gostava dele... Você é má, não é quem eu pensava ser, eu te odeio - ela disse com muita ênfase no final da frase. Mesmo com todas as nossas brigas, ela nunca tinha falado que me odiava antes, essa havia sido a primeira vez. Eu já estava mudando o passado, mas eu queria mudar para melhor e não para pior.

Será que nossa amizade terminaria com a minha volta ao passado? Será que sempre estivemos destinadas a fracassarmos como amigas?

Não importa o ano, nossa amizade nunca parece ser forte o suficiente.

- Desculpa. Eu errei, mas eu não sinto nada por aquele pirralho. Pode ficar tranquila, eu não vou ficar com ele.

- Eu não acredito em você, e afinal, a questão nem é essa! Você simplesmente não consegue entender o real motivo da minha raiva...

- Eu tinha esquecido como é difícil ser adolescente... - resmunguei baixinho, mas ela ouviu, revirou os olhos e saiu correndo para fora do banheiro.

Resolvi não ir atrás dela naquele momento, sua raiva ainda era recente, me senti mal por ter sido tão insensível, é que... estar em um corpo de 14 anos e com a mente de 27 não é nada fácil, é difícil lidar com adolescentes, sendo a única adulta por perto. Antigamente era fácil para mim, porque eu era uma verdadeira adolescente, mas agora, eu era uma adulta presa em um corpo de adolescente, em uma época onde eu fui uma adolescente...

Como o futuro estaria neste momento? Estaria acontecendo mesmo sem mim por lá? Como funciona isso? Alguém notou minha ausência? Ou o futuro some enquanto estou no passado? Será que o futuro continua existindo normalmente, enquanto estou aqui neste tempo, revivendo meu passado? Mas como pode nossas versões adultas estar no futuro ao mesmo tempo em que nossas versões adolescentes no passado? Que loucura é essa? Eu nunca entendi isso nos filmes de viagens no tempo, por mais que eu quebre a cabeça, não consigo entender.

Eu sou real, isso é real, eu sei que estou no passado, não tem como ser um sonho, mas como estará o meu futuro agora?

O sinal tocou, me despertando dos meus pensamentos malucos e assustadores, resolvi parar de pensar e só curtir o momento.

Afinal, era isso o que eu queria, voltar no tempo, reviver minha adolescência. Corri para a fila da minha turma, sim, fazíamos fila antes de entrar na sala até o nono ano! Ainda bem que no ensino médio não existia essa de fazer "fila" para entrar na sala de aula.

Gustavo trocou seu lugar na fila para ficar ao meu lado, Thalita percebeu e revirou os olhos. Tentei ignorá-lo, mas o irritante cutucou meu braço.

- Me deixa quieta, Gustavo - pedi, impaciente.

Ele sorriu e aproximou um pouco de mim. - Eu não quero.

- Quando eu te bater, você vai se arrepender.

- Não vou, sabe por quê?

Suspirei cansada e o olhei impaciente. - Hum?

- Porque eu gosto de você, e farei de tudo para te conquistar - ele disse com convicção, falou até um pouco "alto", acho que algumas pessoas da fila escutaram, porque começaram a rir e a cochichar.

- Moleque atrevido...

- Você fica linda irritada, sabia?

- Gustavo... olha, precisamos conversar sério depois...

- É só me dizer quando, gatinha.

- Hoje, à tarde. Na rua, eu te mando uma mensagem no MSN dizendo onde.

Ele sorriu todo satisfeito. - Ótimo, princesa.

- Para com isso! Que chatice...

Ele riu novamente e beijou no meu rosto, me pegando de surpresa, todos olharam rindo e gritando "Hum... O Gustavo e a Alícia estão namorando..."

Fiquei em choque, todos deduziram que estávamos juntos, Thalita me olhava com raiva e as outras meninas sorriam. Eu sempre fui muito tímida, não imaginava que os outros alunos fossem fazer essas "brincadeirinhas" comigo, justamente devido a minha timidez.

Mas pelo visto, o Gustavo estava mudando até mesmo isso, afinal, na minha primeira juventude, ele nem cursava o nono ano conosco. Mas eu descobriria o motivo do passado já ter iniciado diferente... Hoje à tarde, eu iria sondá-lo, algo me diz que o Gustavo sabe sobre algo sério. Talvez, ele seja um viajante do tempo como eu.

Olá, leitor! Se chegou até aqui por livre e espontânea vontade, por que não deixa um voto e um comentário? Lembre-se que ao fazer isso, estará alegrando o coração de uma escritora <3

Não seja um leitor (a) fantasma! Decidi continuar postando os capítulos por enquanto, e quando eu estiver com o livro todo revisado, diagramado, deixarei apenas o primeiro cap aqui no wattpad e publicarei este livro na Amazon! Enquanto isso não acontece, continuarei publicando por aqui, espero que tenha gostado do cap <3 Bjs e até a próxima.

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