Não é namolado


Hi baby gays!!





Era madrugada, por volta das duas e meia da manhã e Moon acordou chorando e gritando muito. Jeongin ainda não havia ido deitar, estava assistindo um filme na sala e tomou um baita susto com o grito da bebê, pois hora ou outra acabava esquecendo que ela estava ali. Ele correu até o quarto de visitas e se deparou com Moon enrolada embaixo das cobertas, só dava para ver o relevo de seus bracinhos agitados lá embaixo. Era engraçado, mas não riu por respeito ao sofrimento da pequena Hwang.

— Ei gatinha, o que foi? fica calminha, não precisa chorar. - falou com um tom de voz suave e puxou o cobertor. — achooo

Moon parou de gritar imediatamente e olhou para ele com seus grandes olhos escuros brilhando cheios de lágrimas e um biquinho nos lábios que deu pena. O Yang a pegou no colo e deixou que ela se aconchegasse em seu pescoço, enquanto suas mãozinhas agarravam a gola de sua camisa como se dependesse daquilo para viver.

O coração dela estava muito acelerado, foi a primeira coisa que notou, a segunda foi que ela não se importou com seu cheiro, já que não estava usando a camisa do Hwang.

— O que aconteceu, neném? Você teve um pesadelo? - Ele falava baixinho, usando um tom calmo para que ela se acalmasse também e fez carinho nas costas pequeninas. — O tio nini tá aqui pra te proteger, você não precisa ter medo. Não vou deixar nada de ruim acontecer com você.

Poucos segundos depois, a porta do quarto abriu novamente e Seungmin apareceu de roupão com uma cara muito preocupada. — Tá tudo bem, nini?

— Bebês têm pesadelos? Ela tá muito assustada, olha aqui. - falou apontando para a mãozinha agarrada a sua camisa. — Acho que ela teve pesadelo, mas já tá acalmando, né amor?  -- contou acariciando os cabelinhos macios. — Aposto que sonhou com o feio do seu pai. O tio  entendo, ele  é muito assustador mesmo.

— Não fala mal do pai dela, vai que ela se ofender

— O tio tá brincando, não fica brava comigo. - achou melhor avisar. Como era  filha do Hwang, era bem capaz de fazer um drama enorme por uma simples brincadeira, talvez nunca o perdoasse por aquilo. Não duvidava nada, pois já havia presenciado muitos dramas do amigo e a maior parte deles não tinham nem um motivo plausível. — Tá com fome? As vezes é isso também, né? Tem mamadeira pra ela, Minnie?

— Uhum, só tem que esquentar, você consegue? Preciso me trocar.

Jeongin concordou e caminhou pelo apartamento com a bebê no colo, tentando acalmá-la.  Moon ainda soluçava pelo choro  forte recente e não quis deixar o pescoço dele ainda agarrada ao seu furão de pelúcia. Innie até tentou deixar ela no chão para pegar a mamadeira, mas ela não quis e ameaçou voltar a chorar, então precisou se virar com um único braço livre. Por sorte, tudo deu certo.

Já sentado no sofá da sala, ele deitou a bebê em seu colo e a ajudou a segurar a mamadeira, voltando a assistir seu filme. Moon ficou olhando para ele enquanto mamava e um de seus pés estava apoiado no ombro dele. Não era o seu papai, mas serviu bem, então não reclamou.

Minnie se juntou a eles minutos depois e quando o filme terminou, e quando os olhinhos da Hwang começaram a pesar, a levaram de volta para o quarto de visitas. 

Ela já estava quase dormindo novamente, até ronronava baixinho com a boquinha aberta contra o peito do alfa e os dois ficaram bobos admirando a coisinha mais fofa do mundo, porém,  Moon não gostou nada de ser colocada de volta no colchão e voltou a chorar em cada uma das tentativas. Foram seis no total.

— Acho que ela tá com medo, deve ter sido um pesadelo mesmo - Minnie concluiu. — Vou levar esse colchão pro nosso quarto, aí ela dorme lá com a gente.

Mas quem disse que ela quis saber de ficar no colchão sozinha? Nada, ela continuou chorando e só se acalmou quando foi colocada na cama entre os dois, ainda agarrada em Jeongin e com as perninhas jogadas em cima da Minnie.

O resto da madrugada foi tranquila, ela só acordou uma vez com a fralda suja, de resto foi bom, pois ela encontrou conforto e segurança no tio nini e agora ele poderia se gabar de que era sim muito bom com crianças. Pelo menos com Moon ele era, ou pelo menos foi, naquela noite.



Na manhã seguinte, Seungmin acordou cedo para buscar Jungwon na casa da sogra, pois ele também passaria o final de semana com eles e quando chegaram, Moon já estava brincando em seu tapete junto com bolinha e Jeongin, dançando as músicas infantis que tocavam na televisão.

Curioso como era, o pequeno yang correu até lá para saber o que estava acontecendo e o motivo de tanta festa, porém, ele não ficou muito feliz de ver outro bebê em casa e cruzou os braços emburrado, voltando para se agarrar as pernas de Minnie.

— Que foi, pirralho? - jeongin perguntou já rindo, pois sabia que o irmão era bem ciumento de vez em quando.

Minnie também estava rindo e  pegou o pequeno no colo para explicar a situação. — Wonnie, essa é a Moon, ela é filha do tio Jinnie, você lembra dele?

— Puque ela tá aqui então? A filha tem que ficar com os papais - ele resmungou com o cenho franzido e não deixou de encarar a bebê nem por um minuto.

— Ela tá aqui com a gente porque o papai dela tá dodói, então eu e o nini estamos cuidando dela até o tio Jinnie ficar bom de novo.

— Não gotei, Minnie!

— Por que não? É uma nova amiguinha e você pode ajudar a cuidar dela, o que acha? Olha só, ela é muito bebezinha, não sabe falar e nem andar ainda, e você , como um bebê mais velho, tem que ser um bom Hyung.

— Não quer ser Hyung, Wonnie quer ser um bebê e o Minnie tem que cuidar !

— É claro que o Minnie vai cuidar de você, mas vou cuidar da Moonzinha também - Disse com carinho e beijou a bochecha dele. — Não seja tão ciumento, Wonnie, isso não é muito legal. Você sabe que eu te amo muito, não sabe?

— Xim.. - Ele falou com um biquinho e deitou no ombro do ômega. — Minnie ama a Moon também?

— Uhum, amo muito vocês dois. Você pode me ajudar a cuidar da bebezinha? Nós podemos brincar juntos e mais tarde, o Minnie vai fazer um bolo de chocolate pra você.

Ao ouvir a conversa, jeongin resolveu se intrometer, só porque gostava muito de irritar seu irmão. — Ele não ama nenhum de vocês, ama só eu

— NAAOOO, AMA WONNIE TAMEM!

Moon virou na direção dele toda curiosa com o barulho e o yang mais velho gargalhou ao ver o irmão todo emburrado, de braços cruzados e pronto para começar a chorar. Seungmin se viu obrigado a dar um tapa no namorado, pois não era possível que ele era mais criança do que a criança. — Para Jeongin! Eu amo todos vocês

— Mas ama mais eu, não é? Eu sou seu namorado

— NÃO É NAMOLADO DO MINNIE! - O pequeno gritou e abraçou o pescoço do ômega. — Você não é namolado dele, né minnie?

— Não, Wonnie.

— QUE?! Minnie, agora você vai ter que escolher, ou eu ou o Wonnie? - o alfa falou cheio de graça e o pequeno ficou olhando apreensivo.

— Vou escolher o Wonnie, mas só se ele ficar amigo da Moon.

— Eu sou amigo já, sou amigo dela, Minnie - respondeu rápido e riu apontando para o irmão assim que recebeu um beijinho na bochecha. — Aha! Innie não tem namolado

— Esse moleque tá pedindo um tapa.

Depois do breve momento de ciúmes, Minnie conseguiu convencer Jungwon de falar com Moon. No começo ele ainda estava um pouco relutante, fazendo só porque havia prometido, mas logo foi conquistado pelo sorriso simpático que a bebê tinha quando não estava com cara de nojo e eles se tornaram amigos. Em pouco tempo, Wonnie já estava compartilhando seus brinquedos e “lendo” historinhas para a bebê, e também brincaram de pega pega, Moon ficava até fraca de tanto rir dele correndo batendo os pés. Uma besteira, mas ela adorou e ficou um grude com o novo amigo, o seguindo de um lado para o outro.

Do outro lado da cidade, Jisung dava pulinhos animados pela chegada de sua cunhada. Ele e Chan foram buscar Hannah na rodoviária, pois ela foi para passar o fim de semana com eles. A Bang vinha com suas malas nas mãos e entregou tudo ao irmão mais velho para conversar com jisung, enquanto caminhavam até o estacionamento, onde o carro estava. 

— Cadê o min e os bebês? - ela perguntou ao notar o carro vazio.

— Ficaram em casa, os bebês estavam dormindo, eles não costumam ser muito simpáticos quando acordam. Puxaram o min - o ômega explicou. — Você fez uma boa viagem?

— Uhum, mas tô com fome. Chan leva a gente pra comer lanche?

— Não, tem comida saudável lá em casa - o mais velho falou enquanto arrumava as coisas no porta malas. — A mãe disse que você tá comendo muito mal

— Que chato, ninguém quer comida saudável. A gente quer hambúrguer e batata frita, né ji?

O ômega concordou rapidamente com a cabeça, já com os olhos enormes, brilhando para o alfa. — Por favor, Channie? Mais tarde a gente come comida saudável, prometo.

— Tá, mas e o min? Vai deixar ele sozinho com as crianças? E se eles acordarem?

— A gente pede para viagem e come em casa com eles. Por favor, Channie? Eu quero tanto uma batata frita - Jisung segurou a barra da camisa do mais velho, puxando de um lado para o outro com uma manha quase infantil e um biquinho nos lábios.

— Tá, mas depois vocês vão ter que comer legumes, eu já comprei um monte de coisas pra senhorita Hannah - Avisou tocando o nariz dela em provocação e abriu a porta do carro para eles entrarem.

Jisung e Hannah comemoraram tocando as mãos várias vezes e quando chegaram a lanchonete, não economizaram no pedido. Pegaram de tudo um pouco, sem se importar com quantos vasos sanguíneo poderiam ficar entupidos com aquela refeição. Já em casa, o Han correu para arrumar a mesa junto com a cunhada e chamou Minho, que estava vendo filme na sala.

— Min, o Chan comprou lanche pra você! - avisou animado o puxando pela mão.

O Lee olhou confuso para o tanto de comida em cima da mesa e se aproximou de Chan, selando seus lábios brevemente. — Ué, e o papo de que ia comprar as coisas pra fazer a Hannah comer direito?

— O jisung fez jogo sujo pra apoiar a Hannah.

— Você é tão frouxo, Christopher Bang.

— Eles prometeram que vão comer bem mais tarde - se defendeu e abraçou o Lee, arrastando o nariz pelos cabelos dele. — E os bebês? Ainda dormindo?

— Uhum. Acho que vão demorar pra acordar, o Seojin mamou duas vezes, acredita? 

— Oi min! - Hannah interrompeu e empurrou o irmão para abraçar Minho. Nem ligava que eles eram namorados, Minho continuava sendo dela e trocaria fácil Chan por ele. — Eu trouxe presente pra você, pro ji e pros bebês

— Oi mocinha. A sua mãe falou que você não tá comendo. O que a gente combinou naquele dia? Você me prometeu que ia comer direitinho

A Bang fez um biquinho resmungão, mas não teve tempo de falar nada, pois Chan foi mais rápido. — Viu? Você reclama de mim, mas o Minho é bem pior, ele tá cheio de receitas saudáveis agora.

— Affs, que chatos! Só o jisung me entende

Mais tarde, quando os bebê acordaram, Hannah ficou brincando com eles na sala enquanto ela e jisung pintavam as unhas e assistiam à série. Os alfas foram expulsos da programação por serem chatos demais, então Minho e Chan ficaram no quarto para os deixar mais à vontade.

Chan aproveitou o tempo para estudar, já que estava com alguns trabalhos atrasados pela falta de tempo e Minho ficou assistindo vídeos no celular. — O Jeongin falou pra gente fazer o natal lá na casa dele esse ano. O que você acha? Ele disse que tá avisando bem antes pra gente não inventar de viajar- o Lee comentou distraído.

— Se você e o ji quiserem, tudo bem.

— Seus pais já planejaram alguma coisa? Os meus só pediram pra gente ir no ano novo

— Eu acho que não, amor. Qualquer coisa a gente faz a ceia na casa do innie, vamos pra casa dos nossos pais pra almoçar e já ficamos lá até o ano novo.  O Ji disse que não faz questão de passar com a família dele.

Minho apertou os lábios e deixou o aparelho de lado, se aproximando do namorado, até encontrar um espaço entre os cadernos dele. — Chris, você acha que ele fica chateado com isso?

— Com certeza, min. Ele fala que não, mas é a família dele, né?

— A gente precisa fazer alguma coisa pra ajudar…

Chan deixou seus cadernos e livros de lado e abraçou Minho, que deitou em seu peito de maneira confortável. — Eu acho melhor a gente não se intrometer, min, é assunto deles.

— Mas o jisung é assunto nosso

— Eu sei, amor, mas eles são família, né? Se o ji diz que tá tudo bem assim, vamos respeitar a vontade dele e deixar como está

— Não sei não Chris… eu não quero que ele fique triste.

— Então não mexe no que tá quieto. Quando ele quiser ajuda, vai pedir pra nós. - garantiu ao juntar os lábios em um selinho demorado. — Acho que por enquanto, nós podemos dar apoio e muito amor pro nosso esquilinho, assim ele nem vai ter tempo de pensar sobre isso.

— É… você deve ter razão - o Lee suspirou chateado e o abraçou mais forte. — Amo tanto vocês. Não quero que fiquem tristes

— Você me faz muito feliz, min e tenho certeza que o ji também se sente assim.


Na casa da família Hwang Lee, as coisas estavam um pouquinho mais calmas. Era o último dia de cio do alfa e ele dormiu quase o dia todo, então Felix finalmente pode descansar um pouco, pois mesmo que gostasse muito da coisa, estava acabado, pois infelizmente, ainda era humano.

Hyunjin acordou procurando pelo ômega, já que ele não estava na cama. Não fazia ideia de que horas eram e seus olhos ainda tinham reflexos vermelhos de seu alfa, porém, ele estava bem mais fraco. Felix estava na cozinha e assim que o viu, abraçou sua cintura pelas costas e apoiou o queixo na cabeça dele.

— Bom dia, amor - O ômega disse com carinho e deixou a louça de lado por um momento para olhar o namorado. — Como está se sentindo?

— Bem - Hyunjin falou manhoso e beijou a testa dele, antes de se curvar e deitar em seu ombro. — E você? Tá bem?

— Eu tô ótimo, mas farei greve de um mês

O alfa deu um riso soprado e se afastou um pouquinho. — Deixa eu te ver melhor, meu amor - Pediu olhando bem para ele. Felix estava usando uma camisa grande que foi furtada de seu guarda roupa e ao ver as pernas marcadas de mordidas, o pegou no colo e colocou em cima do balcão da pia para ver melhor. Ele estava cheia de marcas e ao levantar a camisa, percebeu que elas estavam por todo o corpo.

Ao ver a cara preocupada do mais velho, Felix se apressou em tranquiliza-lo, segurou seu rosto e juntou os lábios calmamente. — Tá tudo bem, Jinnie. Não tá doendo.

— Tem certeza? Isso aqui tá verde!

— Tenho certeza, eu adorei tudo.

Mesmo assim, Hyunjin não ficou muito convencido e tratou de distribuir beijinhos em cada uma das marquinhas só para garantir. O ômega riu e eles se beijaram sem pressa, mas foi barrado de tentar qualquer coisa, pois Felix disse que não tinha mais cu pra isso.

Depois de comer alguma coisa, o alfa foi tomar um banho e o ômega se juntou a ele só para ganhar massagem no couro cabeludo, pois adorava quando Hyunjin lavava seus cabelos.

— E a Moon? Tá dormindo?

— Ela tá na casa do Minnie ainda - Lix respondeu com os olhos fechados, deitado contra o peito do alfa. — Eu estava esperando você acordar pra saber se já era seguro trazer ela. Vou mandar mensagem pro Minnie.

— Tô com saudades do meu bebê - Manhou todo tristonho. — Vamos lá buscar ela logo

— É melhor você ficar aqui, Jinnie. Seu cheiro ta bem forte ainda. Eu busco ela e você pode dormir mais um pouquinho.

No fim, o alfa acabou concordando, foi tirar um cochilo e Felix pediu um carro de aplicativo para ir buscar a filha. Logicamente, Moon fez um drama colossal quando o viu, pois lembrou que tinha pais e que estava abandonada há dias, mas também chorou por não querer se despedir de Seungmin, jeongin, Jungwon e bolinha, ela não sabia o que queria. 

Depois de conseguir acalmar a filha um pouco, Felix conseguiu voltar para a casa, mas passou para comprar algumas coisas antes de subir. Ao entrar em casa, foi surpreendido por Kkami, que pulava em suas pernas tentando ver a bebê e assim que deixou ela no chão, ele começou a latir de felicidade, pulando em cima dela. — A neném voltou, filhoo. Você também tava com saudades da Moonzinha? Ela também tava com saúde você, né filha?

Quando Kkami finalmente se acalmou, Felix conseguiu ir para o quarto, onde Hyunjin dormia. Ele estava deitado de bruços, com o rosto escondido no travesseiro, então sentou na cama ao lado dele e fez carinho em suas costas enquanto chamava. — Amor, já voltamos. Jinnie? Chama o papai, filha. Fala, papaaaii acorda, eu já cheguei

Moon pareceu entender e começou a balbuciar palavras enquanto ria das caretas de Felix, e ele a colocou no colchão ao lado do pai, batendo nas costas dele e engatinhou até alcançar os cabelos dele, os puxando sem dó nem piedade.

— Vai machucar o papai assim, filha, tem que fazer carinho. - ele segurou as mãozinhas dela, arrastando-as levemente pelo rosto do alfa. — Carinho papaai, acorda

Hyunjin resmungou baixo, se remexendo entre os lençois e ao abrir os olhos, que estavam vermelhos novamente, então Felix pegou a filha e colocou para trás do próprio corpo. O alfa encarou seu ômega e farejou o cheiro da filhote no ar, se levantando rapidamente logo em seguida. — Meu filhote -- ele murmurou.

O Lee ficou na dúvida do que deveria fazer, pois mesmo sabendo que Hyunjin nunca machucaria sua filha, ainda assim era meio perigoso. Ele deu um passo para trás com a bebê no colo e o alfa rosnou irritado dessa, e o som alto fez Moon chorar. — Tá assustando ela, não faz assim, alfa. Seja bonzinho.

Ele avançou alguns passos na direção do ômega e a bebê gritou, se remexendo no colo. Ele não estava muito confortável, o cheiro era forte, mas sabia que era seu pai, por isso, mesmo chorando e com medo, estendeu os braços para ele, se jogando em sua direção. Felix precisou ser rápido para ela não cair e esperava a reação do alfa, enquanto tentava mantê-la em segurança.

Para sua surpresa, Hyunjin sentou no chão e abaixou a cabeça de forma submissa, então tocou os cabelos dele com carinho. — Jinnie?

Ele não respondeu, mas olhou em sua direção com as orbes vermelhas. Ainda sem muita certeza, o Lee estendeu a filhote na direção dele e o alfa cheirou sua barriguinha, fazendo ela gargalhar e se agarrar em seus cabelos, até que ele a pegou no colo e abraçou, deixando com que ela deitasse de forma confortável em seu ombro. — Papai tava com saudades, minha pêsseguinha - Hyunjin continuou cheirando a bebê e beijou suas mãozinhas rechonchudas.

Moon esfregava o rosto contra o pescoço do pai, ronronando igual uma gatinha e Felix ficou assistindo a toda cena com um sorrisinho bobo no rosto. Era nítido a conexão que aqueles dois tinham e achava a coisa mais linda do mundo, seus dois grandes amores unidos daquele jeito.

Mais tarde, os três deitaram juntinhos na cama para matar a saudade e Moon ficou “falando” por horas, balbuciando palavras e gritando enquanto ria, como quem estava contando para os pais tudo que fez durante os dias que esteve fora. Naquele ponto, ela era extremamente parecida com Felix, pois Hyunjin jamais admitiria que falava tanto.

— Nossa, filha, então você gostou de ficar na casa do tio Minnie? - Hyunjin perguntava coisas e respondia como se estivesse entendendo aquele monte de sons aleatórios, concordando e acrescentando mais comentários a cada pausa dela para respirar. — E você ficou com saudades do seu papaizinho?

— Hm, eu acho que ela gostou de ficar com o innie, até chorou pra ficar com ele quando peguei ela

— Moonyeon, eu não acredito nisso! Você quer trocar o seu paizinho lindo por aquele tio feio? O que ele fez pra você gostar dele? Tá te chantageando? Fala a verdade, filha, o papai vai te defender daquele malvado. - Ele dizia enquanto cutucava a barriguinha dela, arrancando gargalhadas da bebê.

— Para de ser ridículo, Jinnie - Felix também estava rindo. — A Moon fez um amiguinho novo, sabia? Na verdade não é tão novo, porque ele já conhecia ela

— Que amigo é esse aí? Tô sabendo de nada não.

— Conta pro papai que você conheceu o Wonnie, filha. O Minnie disse que eles se deram super bem e brincaram juntos o dia todo . - Felix contava as coisas que Seungmin falou sobre os dias que ela ficou com eles, mas o Hwang já não estava mais prestando atenção, tinha o cenho franzido e um bico. — Que foi, Jinnie?

— Eu não gostei nada disso

— O que? - o ômega perguntou confuso e ao olhar melhor para o namorado, notou seus olhos cheios de lágrimas e ficou preocupado. — O que foi?

— Nada

— Nada o que? Por que tá chorando? Eu falei alguma coisa errada?

— Falou.  - murmurou quase inaudível, mas continuou sem explicar nada e ficou olhando para a filha que nem entendeu nada, só queria continuar conversando.

— O que eu disse, amor?

— Nada, eu fiquei com ciúmes, só isso…

— Ah, Hyunjin, pelo amor - Felix começou a rir um monte e como gostava de participar, Moon começou a rir também.

— Parem de rir de mim!

O ômega, se compadecendo da dor do alfa, fez carinho em seus cabelos e beijou sua testa a fim de fornecer algum conforto, mesmo que sua vontade fosse de rir ainda mais. — Amor, são só dois bebês brincando, não tem porque ficar com ciúmes

— Bebês agora, Jaja a Moon tá falando, andando, namorado, vai esquecer que tem pai, daí vai me jogar no asilo sozinho

— Nossa e eu não existo pra te fazer companhia?

— Você tá afirmando que ela vai me esquecer e abandonar?

Felix revirou os olhos cansados. Pelo menos uma vez por semana, precisava aguentar uma crise do Hwang com medo da bebê com menos de um ano crescer logo. — Não, Hyunjin, mas são processos naturais da vida. Ainda faltam anos para isso acontecer, então para de fazer drama.

— Você não tem compaixão com seu próprio namorado. Bom saber.

— Meu amor, você não pode começar a prender nossa filha antes dela crescer. Casa fase é uma fase, não fica sofrendo por antecipação. - Falar aquilo, era a mesma coisa que nada, pois sabia que em breve ele choraria novamente pelo mesmo motivo, pois o Hwang era dramático por natureza e sua filha era igualzinha a ele. — Vamos mudar de assunto, Jinnie. Ela não tem namolado, né filha? Fala pro bestão do seu pai, não é namolado papaai

— Filha, promete pro seu pai que nunca, nunca, nunca vai namorar ? Você vai ficar pra sempre aqui com a gente, cabendo no meu colo e com essa carinha. Promete?

— Tá, eu vou ir fazer nosso jantar.

Nesses momentos, era melhor deixar ele viver o próprio drama, não dava para mudar sua configuração de fábrica. Todo pai faz esse papel ridículo e no fim, não conseguem impedir seus bebês de crescer, seria muito melhor e menos doloroso se ele só aceitasse logo de uma vez, mas não, Hyunjin se recusava e sinceramente, já sentia pena dos futuros namorados de Moon e até de Jungwon, pois provavelmente não existiria mais tio Jinnie pra ele.


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