ZAYN - [TROCA]
《CAPÍTULO 31: Mundo, pare de dar sinais para que eu admita meus sentimentos!》
*Calendário Ominiano: [17/07]
O que diabos eu fiz?
Soquei o travesseiro abafando um grito frustrado. Eu só devia estar ficando louco para agir daquela forma com Theodor, aquele imbecil que tem a consideração de uma porta, que só fui obrigado a suportar por causa dessas malditas trocas.
E mesmo assim ele não julgou minha atitude, pelo contrário, ainda me ajudou com as próprias mãos e me consolou com um abraço.
Bati a cabeça com força na cabeceira de madeira.
— Volte aos seus sentidos! — falei com firmeza para mim mesmo, mas logo em seguida me encolhi pela dor na cabeça.
Minha deusa eu realmente sou um caso perdido.
Me arrumei, pegando a anotação com a explicação extremamente detalhada que o Theo deixou sobre sua escrivaninha, e como ele mesmo tinha dito, não havia forma que eu entendesse isso.
— Mas quem costuma mexer com números é o Anthony, que estuda área financeira, por que ele pediu para eu falar com o Ben? — na dúvida, segui suas instruções, não duvidaria caso o albino me pregasse uma peça.
Andei pelos corredores tentando encontrar ele, e acabei encontrando no lugar, Scott, com a cabeça deitada na mesa de uma das salas de descanso, sua expressão estava realmente lamentável.
Eu não deveria perguntar.
Ele estando triste ou não, não é problema meu.
— Está tudo bem? — perguntei da porta, me repreendendo fortemente por dentro.
— Oh, Theodor. Eu estou bem... — ninguém vai acreditar em você se disser isso com essa cara.
Notei que havia alguns papéis amassados ao seu lado, e um tinteiro sobre a mesa. Estava escrevendo uma carta?
Valha, meu espírito de fofoqueiro.
— O que houve? — me aproximei, sentando na poltrona um pouco distante da mesa em que estava.
— Tenho escrito cartas para uma pessoa, mas não há nenhuma resposta, me pergunto se estou dizendo algo errado... Você tem experiência em romance? — perguntou ainda cabisbaixo.
Por pouco não engasgo com a saliva.
— N-não, não posso ajudá-lo nessa parte — pude ouví-lo suspirar.
Que experiência teria? Mal saia do quarto, e quando fazia que realmente ia para um cabaré, era só até sua porta para ir ver meu avô!
Estou me sentindo um pouco deplorável agora.
— Do que estão conversando? — Margaret entrou casualmente na sala.
— Oh, lady Margaret, bem-vinda.
— Já voltou da fronteira? — minha pergunta saiu mais naturalmente do que eu esperava.
— Vim passar o relatório, mais tarde já vou voltar — ela se jogou ao meu lado no sofá, apoiando a cabeça sobre a minha — E então? Essa senhora pode dar uma espiada na conversa dos jovens garotos?
— Como poderia dispensar a lady? Na verdade, apreciaria sua ajuda, o sir Filípe mencionou que acabou no marquesado após ajudar sir Cassius a encontrá-la, como percebeu que gostava dele? — Scott apoiou sua cabeça na mão, focado em ouvir o a mãe de Theodor tinha a dizer.
— Está tendo problemas românticos? Oh, céus, não sei se sou a melhor pessoa para falar sobre isso, conheci Cassius no campo de batalha do reino caído de Andi, o confundi com um inimigo e quase o matei, foi bem engraçado — ela riu.
Não minha senhora, isso não é engraçado, como se inicia um romance dessa forma??
— Minha nossa... bem, como isso se tornou algo? Não acho que alguém poderia se apaixonar após ser quase morto.
— Continuamos discutindo durante todo o resto da expedição, ao ponto dos cavaleiros que estavam conosco quase irem até o marquês Sivan pedir para que ele dispensasse a ajuda dos Morisete, mas em meio a uma dessas brigas acabamos nos beijando, e quando vi já estava o pedindo em casamento — ela deu de ombros, contanto como se fosse o acontecimento mais comum de acontecer.
— A senhora que o pediu em casamento? Que inesperado.
— Se dependesse daquele paspalho tomar algum tipo de atitude, estaríamos apenas brigando até hoje, pelo menos agora brigamos e nos beijamos.
— Justo — Scott deu uma pequena risada — Mas acha que iniciar algo assim não é saudável? Pergunto porque, também costumava implicar bastante com uma senhorita, me pergunto se é por isso que ignora minhas cartas — ele suspirou novamente.
— Nossas culturas são um pouco diferentes, então não posso dizer com certeza, tem que ver se essa senhorita está realmente só te ignorando ou se teve algum problema com a entrega, afinal estamos falando de uma troca de cartas internacional. Mas não acho que a implicância seja um problema em si — ela estendeu sua mão um pouco para frente, olhando a sua aliança com bastante carinho — Há excessões, só que as vezes quando conhecemos o pior lado da pessoa primeiro, acabamos ficando ainda mais atraídos pelo seu melhor.
Minha mente ficou em branco por alguns instantes...
Não estou gostando do rumo dessa conversa.
— Não desista da sua senhorita até que ela lhe dê uma resposta definitiva, quem sabe ela só não é um pouco casca grossa que nem nós? — Margaret deu risada, apertando levemente minha bochecha.
E põe casca grossa nisso.
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— Não há nenhum erro nessa conta, esta tudo certo. Mas onde encontrou esse cálculo estranho? — Benjamin ajeitou seus óculos, enquanto me devolvia as anotações feitas por Theo.
— Encontrei após arrumar as gavetas, mas como sabe cálculos tão difíceis? — tentei entender aquele conjunto de explicações, e mesmo assim, parecia outro sistema de escrita.
— Do que está falando? Decifrar códigos é o básico para liderar uma família — o olhei ainda sem entender, e foi então que ele pareceu se lembrar — Oh, certo. Sua outra personalidade, esqueço que tem alguns lapsos de memória.
Não diga isso com tanto desdém, minha deusa. Desse jeito vão achar que eu enganei você com a desculpa mais idiota da face do mundo.
Talvez tenha sido, mas não vem ao caso, detalhe bobo.
— Eu ia ser o herdeiro do marquesado, mas uma carroça de rochas quebrou, e uma delas caiu do morro que estava em cima de mim, não tenho mais capacidade de ir além da autodefesa simples, então seria perigoso aceitar uma posição tão alta. Basicamente empurrei para você, já que era o único ainda meio normal, mas estou começando a me arrepender dessa decisão...
Agora faz sentido a falta de senso do Theodor, ele nunca ligou em saber sobre isso, pois assim como Katarina, Karina e Anthony, ele não iria precisar ir para fora do marquesado.
Meus parabéns Benjamin, você aturou muita coisa, guerreiro.
Voltei a andar pelos corredores segurando as anotações na mão, já havia aprendido toda a estrutura da mansão Morisete, porque aproveitava o tempo em que não estava trancado no quarto do palácio para andar.
Eu realmente espero que a ordem que o Theo me deu esteja correta, afinal, mesmo confiando no bom nível de preparação que o evitou antes, isso poderia falhar em algum momento.
De alguma forma, me parecia cada vez mais angustiante a ideia dele me odiar de verdade, querendo ou não, Theodor era a primeira pessoa que eu me aproximei, mesmo contra minha vontade.
"— ...quando conhecemos o pior lado da pessoa primeiro, acabamos ficando ainda mais atraídos pelo seu melhor."
Aí que ódio, por que a tia Margaret foi falar essas coisas? Agora não consigo tirar da minha cabeça.
✄-------------------✥-------------------✥*Calendário Ominiano: [18/07]
Acordei um pouco atônito ainda, pela a escuridão, a lua já não deveria está iluminando o quarto pela sacada? Ah, certo, acho que eu tinha começado a manter as cortinas fechadas para não incomodar o Theo...
.
.
.
Cortinas fechadas!?
Dei um salto da cama quase caindo e abri as cortinas. Puta merda, estava na mansão Morisete.
Não, não, não, não, não.
Calma, ele já fez isso antes, e voltou quando não teve minha resposta, com certeza irá fazer de novo, está tudo bem...
NÃO ESTÁ NADA BEM!!
Já tem dias que eu não o vejo, porque com certeza os dias livres estão batendo com quando Theodor está lá, não consegui conversar apropriadamente com ele nenhuma vez desde que essa maldição foi posta, eu deveria ter feito alguma coisa a mais sobre isso, se ele insistir uma única vez Theodor vai acordar!
Não, ja acordou.
Caí na cama, cobrindo meu rosto com as duas mãos.
Tudo o que me restava era rezar para a deusa e pedir para que Theodor não tivesse acordado, ou eu poderia me considerar um homem morto.
Não há forma dele ignorar como fez com o homem que matei. Eu estava ciente que Theodor era inteligente, um único passo em falso seria o suficiente para ele me pegar.
E eu dei esse passo.
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