ZAYN - [DISTROCA]
《CAPÍTULO 23: Dia gratuito no salão do cabeleleilo leigo》
Eu tô um caco.
Sério, quando essas trocas vão parar? Deusa, eu me arrependo tanto, TANTO, de ter usado seu nome naquele dia, EU IMPLORO, DEVOLVE MINHA PAZ.
Passei o dia tento um troço depois do duque Scott ter brincando com aquela merda da maldição, por que tão astusto, senhora? Por que!?
Nem conseguia por a mão em minha cabeça, porque meus cabelos estavam tão duros de gel que pareciam ter se tornado um osso, o que é isso? Theodor trouxe uma vaca para lamber??
Deveria evitar sair por algum tempo, há rumores desagradáveis.
?
Isso foi uma demonstração de preocupação ou um aviso de que ele bateu em alguém de novo? Aaah, eu não quero nem pensar.
De qualquer forma, não é como se eu não estivesse acostumado com isso, e eu preciso devolver minha insígnia para o Dariel, da última vez que ficou comigo, me roubaram e eu não consegui ir no evento.
Eita como se preocupam em me trancarem.
Fiquei mais tempo que o costume no banho tirando os cinco quilos de gel do meu cabelo, antes de ir para seu palácio. E para surpresa de zero pessoas, meu irmão estava em reunião, então eu apenas deixei em seu quarto no lugar que tínhamos costume, já que tinha a cópia da chave.
Bem, ao contrário de mim ele trabalha né, precisa ter algum nível de estudo para quase aplicar um golpe.
Andei pacientemente pelo anexo enquanto voltada, vendo o extenso jardim da rainha, minha mãe costumava gostar bastante de margaridas...
Credo, pensamento ruim, sai pra lá, xoxó.
Balancei a cabeça espantando essas coisas, e acabei focando em uma pessoa caída na outra direção do corredor exterior, que ia realmente contra o caminho que eu ia seguir, já que levava ao palácio principal.
Mas ao ver seus cabelos, não hesitei em mudar o percurso.
— Zaydete? Você está bem...? — me aproximei preocupado ao vê-la completamente devastada no chão.
—
Não encosta em mim! — ela bateu em minha mão que estendi para que levantasse, me encarando com os olhos cheios de lágrimas e ódio.
— O-o que aconteceu? — uma de suas bochechas estava marcada de vermelho com o rastro perfeito de dedos, e havia uma mancha de chá enorme em seu vestido — Isso... foi a rainha?
— E de que te importa? Se não fosse por sua causa e da sua mãe eu não estaria passando por isso, vocês são dois inúteis covardes que não tem a coragem de por a cara a tapa, e quem sofre por causa disso sou eu! — sua voz tratava apesar da altura estridente, ela se levantou ainda sem um pouco de equilíbrio, todo o seu tremendo, com as unhas pressionadas na mão.
— Eu não teria que me humilhar e me jogar aos pés da rainha para não ser vendida a um reino qualquer se vocês tivessem o mínimo de responsabilidade! Até quando eu espero que você seja a porcaria de um inútil, você consegue me decepcionar, por que infernos foi conversar com aqueles demônios dos Morisete!? Agora a rainha quer me juntar com o duque imperial. Eu te odeio, eu odeio você e aquela mulher que se diz minha mãe, VOCÊS CONSEGUIRAM TRANSFORMAR MINHA VIDA EM UM INFERNO.
Sua respiração estava completamente desregulada, arfando a cada segundo para se manter consciente — Eu espero que Peter e Uriel consiga destruir vocês da pior forma possível, para que consigam sentir o que passo na pele — não tinha palavras para descrever o olhar que ela me deu antes de sair.
Eu não conseguia respirar.
Meu peito parecia está se dilacerando sozinho, um peso subindo até minha garganta ao ver minha irmã me olhar com tanto rancor. Ela foi embora sem olhar para trás, como de costume.
O que eu poderia fazer?
Eu sei que sou um inútil, irresponsável, que não tem coragem de bater de frente com os outros, Zaydete não mentiu, ela está completamente certa.
Talvez se eu não tivesse nascido, sua vida tivesse sido muito mais tranquila, já que só a atormentam pelo fato de eu ter direito a sucessão.
Por que eu nasci?
Minha mãe está presa por causa deles, e eu não posso fazer nada, por que qualquer movimento que eu faça irão considerar uma ameaça para o trono, não quero que minha mãe receba a cabeça de seu filho de presente.
Por que eu nasci?
Eu sou um covarde, um covarde, um covarde, um covarde...
Inalei o ar com toda a força que tinha, minha respiração desestabilizada, não havia notado quando tinha começado a bater em minha própria cabeça com socos, até que começasse a doer.
Eh, parece que eu tô mesmo ficando doido. Sinceramente, se alguém visse essa cena com certeza riria da minha cara.
Deveria ir logo para meu quarto, antes que me encontre com alguém, né? Bem que Theodor avisou, deveria ter o escutado.
Nossa, com a personalidade dele com certeza estaria me chamando de idiota ou algum objeto inanimado por ter saído.
Agora que lembrei, meu quarto tava bem arrumado também, deveria me empenhar em bagunça-lo de novo, se alguém entrasse ali não levaria um susto de tão em ordem que está?
— Zayn?
Estremeci.
Ergui o olhar devagar para cima, tinha ficado tão atorroado por um momento que não percebi que havia pego o caminho mais logo para meu palácio, o que passava pela lateral do palácio principal.
Por que?
Por que caralhos esse garoto está aqui agora? É só falar no nome que o diabo aparece!?
Theodor me olhava com uma expressão esquisita, atônito talvez? Sua boca estava entreaberta e as sobrancelhas pressionadas.
Por que ele tava com uma cara tão idiota? Não é do seu feitio, o comum é a aquela tosca de tijolo.
Sem dizer uma palavra, ele andou até mim e abaixou minha cabeça, colocando a mão no topo de meu cabelo, e em seguida começou a movê-la de um lado para o outro.
Ah, droga.
Minha visão está embaçando.
Eu estou tão cansado...
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— Se acalmou? — Theodor estava de pé em minha frente, enquanto eu estava sentado na minha cama. Sinceramente, não tenho ideia de como a gente veio parar aqui.
Eu acenei com a cabeça ainda esfregando os olhos.
Pensando melhor agora, eu deveria estar com uma cara terrível para ele fazer aquela expressão, minha deusa eu cheguei ao nível de ser consolado por esse pedaço de coice humano, que decadência.
— Desculpe pela cena...
Vendo que ele não ia me responder, ergui o olhar e... misericórdia! Se arrependeu de me ajudar? Que tipo de olhar assassino é esse!?
— O-o que foi?
— Aah, a princesa que causou isso, certo? — ia negar, mas acho que ele percebeu e interrompeu antes — Não negue, ela passou por mim alguns momentos antes e se assustou ao me ver.
Você derrubou ela em público, eu também me assustaria.
— É minha culpa, ela ainda é jovem, as vezes perde a linha...
— Ela é burra, as gêmeas tem a idade dela e sabem pensar.
Tinha necessidade seu grosso? Tua família é doida, mas ainda é funcional.
— Se ela deixasse as emoções de lado por um segundo e colocasse o cérebro para funcionar, perceberia que se você fizesse algo a situação dela estaria pior — ele suspirou, me fazendo estremecer.
Theodor é tão desinteressado nas pessoas que tinha esquecido o quão perspicaz ele era... deveria tomar cuidado.
— Não tem muito o que eu possa fazer... mas por que está aqui?
— Acabei criando uma amizade com o duque e ele pediu para que eu o acompanhasse para a reunião de hoje, estou esperando o horário em que sairá — ele puxou o relógio de bolso conferindo quanto tempo faltava.
— Você criou o que?? — olhei estupefato.
— Uma amizade com o duque, sua audição está com problemas?
— Não- argh — soltei um arzinho evitando me irritar— É que quando se trata de você, não espero que consiga algo assim.
— Quantos amigos tem? — ele inclinou a cabeça, claramente debochando.
Como eu queria dar um soco nele.
— Se está esperando o duque, deveria ir logo para não se atrasar — o espantei com a mão.
— Sou pontual, sei quanto tempo me resta. E como parece que está me expulsando, me manterei aqui — ele se sentou na cama, um pouco distante de mim.
Desaforado.
— Um pouco irônico para quem se atrasou tanto no dia do baile — murmurei apoiando minha cabeça na mão.
— Ainda não aprendi a prever rotas que não tenha buracos, quando o fizer farei questão de lhe recomendar — Theodor soltou um arzinho.
Infeliz, só porque sabe que não saio.
Ele pareceu cogitar falar algo por algum tempo, até que notou que eu estava lhe encarando com uma expressão de: "desembucha logo".
— O seu cabelo... — Thedor hesitou.
— Há algo errado com ele? — peguei uma das mechas de minha franja para ver se tinha algo.
— Como arruma?
Eh?
O que acabei de ouvir? Theodor queria aprender a arrumar meu cabelo? Era por isso a tonelada de gel que tinha nele de manhã cedo... Ele estava se esforçando para que não ficasse embaraçado?
— Pfft-
Cobri meu rosto com a mão tentando segurar a risada, o que foi ainda mais complicado de fazer quando ele inclinou a cabeça dele novamente, com a sua mania que parecia a de um gato.
Isso foi uma pergunta tão absurda e inesperada, considerando quem está fazendo ela, que eu não pude evitar de me sentir surpreso.
Mas considerando o quanto ele pensou antes de perguntar, era melhor eu não rir na cara dele para não ficar bravo.
— Desculpa, é que eu não estava esperando você me perguntar algo assim, meu cabelo mais cedo estava duro de gel, você estava tentando pentear? — por mais que eu estivesse me segurando, meu sorriso ainda saiu mais aberto que o normal.
Oh...!? Que visão única.
Theodor ficou completamente vermelho e desviou o rosto para o outro lado me impedindo de vê-lo, provavelmente envergonhado, e logo em seguida apoiou sua cabeça na mão.
— Eu não sei como fazer isso, porém todos estavam falando que sua aparência estava ficando terrível, não acho que estivesse tão ruim... — sua voz soou um pouco emburrada.
Não, não estava ruim, estava péssimo, horrendo, ridículo.
Ele tinha ficado envergonhado por não ter conseguido pentear o cabelo? Minha deusa, por que de repente esse filhote de cruz credo pareceu fofo?
— Espere, irei molhá-lo para te mostrar, pegue as outras coisas.
Me sentei na penteadeira, explicando a forma e ordem em que fazia, não era tão complicado para quem estava acostumado com cabelo ondulado, mas para Theodor que nunca precisou fazer isso, era óbvio sua confusão.
— Aqui, tente — entreguei o pente para ele, e comecei a observar suas expressões através do espelho, por curiosidade. Era um pouco estranho o sentimento de ter Theodor no meu quarto, arrumando casualmente meu cabelo, e apesar de seu rosto mais sério que o costume pela concentração, seu toque era realmente cuidadoso.
Que estranho...
— Não tem como deixá-lo da forma em que fica molhado?
— Tem sim, na verdade é mais fácil, mas consideram um penteado muito casual para usar no dia-a-dia, até mesmo para mim. Por que a pergunta?
— Hm, acho que combina mais — Theodor falou ainda concentrado, mas o seu comentário me fez arregalar um pouco os olhos pela surpresa.
Ele se afastou um pouco para ver o que havia feito, e depois se aproximou apoiando as mãos nas extremidades da cadeira, deixando seu rosto um pouco rente ao meu enquanto olhava no espelho — É assim?
Aaah, a capacidade de aprendizagem desse idiota era absurda, tinha ficado até mesmo melhor do que eu costumo fazer.
— Sim, você fez muito bem — passei a mão de leve na lateral, sentindo a sobreposição de mechas que havia feito, como ele fez isso!?
Pude ver um sorriso orgulhoso surgindo em seus lábios, até que quando ele sorria assim não parecia tão assustador.
— Minha nossa, você sabe sorrir como uma pessoa normal — seu sorriso se transformou em uma careta.
— É que é um pouco difícil sorrir ao lado de alguém que me causa tanta dor de cabeça — ele se afastou da cadeira ajeitando as luvas.
— Ei, quem foi que causou mais problemas para quem aqui? — olhei para trás indignado, ainda sentado, e ele virou a cabeça para o lado, ignorando o que eu disse.
Filho da...
— Oh, céus. Está na hora da reunião finalizar — ele checou o horário no relógio de bolso, dissimulando.
— Já vai tarde, vê se não volta — retorci o rosto.
— Não se preocupe, farei questão de fazer isso para irritá-lo — Theodor guardou o relógio e começou a andar em direção a sacada.
— Ei, o que está fazendo? A porta é atrás.
— Se for descer a escadaria irá demorar — ele subiu na mureta de proteção casualmente.
Ele vai pular do segundo andar!?
Me levantei indo rápido em sua direção, mas ele saltou instantes antes de chegar.
— Seu... SEU LOUCO! — olhei assombrado para baixo ao vê-lo arrumando as roupas como se estivesse acabado de pular de um degrau.
Theodor me deu um sorriso, antes de seguir o caminho para o palácio principal.
Esse garoto era feito de metal? O que diabos foi isso!? Sério, porque ele não podia simplesmente agir como uma pessoa normal!
*Calendário Ominiano: [11/07]
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