ZAYN - [DISTROCA]

《CAPÍTULO 15: Um kabbedon digno de uma ameaça》


    Nesse momento eu não sei o que era pior, minha cabeça prestes a explodir toda vez que eu lembrava das horas de estudos caóticas e nenhum pouco convencional ou funcional que passei na casa dos Morisete, ou minha reunião familiar.

    Sinceramente? Não existe dúvidas que é a última opção.

    Quase infartei de felicidade quando acordei no meu corpo, sério, se fosse para eu ir ao baile no corpo do Theodor eu cometeria o oposto de viver, antes que ele tivesse a chance de fazer por mim.

— Aah, você realmente está aqui — o rei falou com desagrado.

    Eu tinha acabado de entrar na sala de espera, que ficava próxima a escadaria que desceriamos quando fosse a hora.

— Vossas majestades, vossa alteza, irmãos — saudei a todos me curvando.

    Vamos, a última coisa que eu queria era estar aqui também, não precisam me humilhar com o olhar, eu já faço isso muito bem só.

— Ora! Que momento especial ter o quarto príncipe participando conosco dessa vez, já tem algum tempo — Elise sorriu enquanto juntava suas próprias mãos.

— Sim, não esperava vê-lo aqui — por algum motivo, senti que o olhar de Uriel estava mais hostil que o costume.

    Aí minha deusa, o que é que eu te fiz agora?

— Espero que não nos envergonhe — a rainha disse ríspida.

— Não ousaria, vossa majestade — curvei minha cabeça.

    A pergunta é como exatamente eu não vou conseguir envergonhar vocês, considerando quem vou encontrar.

— É realmente uma ousadia aparecer na minha frente tão tranquilo após me dar um soco — Peter cuspiu suas palavras.

— Ele fez o que!? — o rei me olhou com os olhos arregalados de raiva.

    Eu fiz o que!?

    Espera, não fui eu não, THEODOR SEU ARROMBADO TÁ QUERENDO ME MATAR??? QUE HISTÓRIA É ESSA!?

    Era isso o que ele quis dizer com rumor?? ISSO NÃO É APENAS UM RUMOR!!

— Como você tem a ousadia de encostar no meu filho!? — antes que eu pudesse processar, um tapa seco tinha acertado meu rosto.

— Mãe, por favor, se acalme, Zayn não estava consciente quando isso aconteceu, eu estava junto — Dariel segurou um dos braços da rainha, mas sua outra mão já estava agarrada ferozmente em meu cabelo.

— Ele parecia muito consciente para mim — Peter provocou ainda mais.

— Finalmente está mostrando suas verdadeiras caras, sua serpente maldita! — antes de ser afastada por Dariel, ela ainda conseguiu desferir um quase soco em meu rosto novamente.

— Audrina, se acalme, irá se desarrumar se continuar com isso — o rei colocou a mão sobre o ombro da rainha, permitindo que Dariel a soltasse lentamente sem que fizesse outro avanço contra mim.

— Vossa majestade, isso não pode passar em branco, olha o que esse garoto fez — a rainha se virou irada para ele.

— Conversarei com ele no momento adequado, não vamos causar uma situação constrangedora entre os nobres — o rei se virou para mim com desdém no olhar — Vá arrumar esse seu rosto, se ainda quiser entrar.

    Eu estava com a cabeça levemente baixa, segurando minha bochecha enquanto uma mexa do meu cabelo caia sobre meus olhos, mas pude ver Uriel, Peter e Elise com um sorriso gravado em seus rostos antes de sair.

    Aaah, mais um dia normal.

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    Já fazia quase uma hora que tínhamos feito nossa entrada, e que eu estava de pé feito uma estátua ao lado do trono de Elise, todos os convidados que tinham que chegar, já chegaram, até mesmo os atrasados.

    Não é possível que aquele cara simplesmente resolveu não vir, né? Não tem como, ele não faria isso.

    Ou faria?

    Hahahaha, eu tava a poucos instantes de surtar internamente, não era possível, não era possível, eu não tinha ficado tanto tempo plantado aqui ouvindo o povo puxar saco do rei para nada.

    Mas já ia fazer uma hora que nós entramos, ou seja, seria o atraso do atraso, todo mundo já tem que tá aqui antes disso acontecer.

    Aí minha deusa, eu só posso tá pagando karma.

— ANUNCIO A ENTRADA DO JOVEM MARQUÊS, THEODOR DE MORISETE — a voz alta do guarda chamou a atenção de todos.

    ELE VEIO, HO GLÓRIA.

    Não, espera, agora não sei se comemoro ou não.

    Theodor passou pela entrada com a cabeça erguida e a mesma expressão de tijolo de quando nos conhecemos, cada passo dado com tanta confiança que parecia está em sua casa. Estava trajado com um conjunto azul marinho, com alguns detalhes em preto, seus ombros estando cobertos apenas por uma fina renda escura.

    Só pertencendo a maior família modista do reino para ter coragem de usar uma roupa nesse nível.

— Saúdo em nome da casa Morisete, às vossas majestades, luzes do reino, que a glória esteja convosco. Peço desculpas pelo meu atraso, houve imprevistos no caminho —  incrivelmente sua fala estava bem tranquila, apesar dele não ter se curvado sequer um milímetro, mesmo fazendo os gestos de forma perfeita.

    O rei demorou um tempo para responder, então por curiosidade o olhei de relance, e puta merda, ele ia fazer uma besteira muito grande da forma em que estava sorrindo.

— Não deveria agir com o respeito adequado para tal situação? Não seria agradável se eu não o reconhecesse como o próximo marquês.

    Ei, ei, ei, o que esse velho tava tentando fazer? Está óbvio que vai dar errado.

— Não compreendo, vossa majestade poderia me explicar melhor? — Theodor inclinou um pouco sua cabeça.

    Leia o ambiente seu rei idiota, olha a cara desse garoto de quem está pronto para te matar!

    O rei disse algumas indiretas, antes de completar —  Curve-se.

    Senti o olhar de Theodor analisar cada um dos membros reais, antes de parar em mim.

    Hahahahaha, esse demônio mirim, o rei tá achando que por ele ser novo e sem experiência nos círculos sociais vai conseguir manipula-lo? Ninguém da casa dele é normal, é óbvio que ele também não dá a minina para senso comum!

— Vossa majestade, fique tranquilo.

    Não, não fique, baixe a guarda perto desse sujeito e ele vai te chamar de coisa.

— Não preciso que me explique tais coisas, até porque, tenho completa consciência que sou sim, superior aos nobres presentes, a decisão quem será o próximo líder da família, não necessita de seu reconhecimento.

    Aí está. Aquele mesmo olhar de nojo que tinha dado a mim, como se a pessoa em sua frente não passasse de um mero inseto que pudesse pisar, ele nem tava tentando disfarça mais!

— Rumores sobre minha família ser a força do mal? Céus, então eu sou o próprio demônio —  autoconsciência é tudo —  A única pessoa que deveria mostrar respeito aqui, é você, criatura ridícula.

    Minha nossa, acho que ser chamado de coisa nem é tão ruim assim, o desdém no seu olhar e o tom de deboche que essas palavras foram proferidas, se eu fosse o rei eu me tacava em um buraco. Então ele simplesmente virou as costas e deixou o rei lá, com uma cara de tacho, completamente humilhado no trono.

    Confesso que gostei de ver.

    O problema é que o próximo seria eu hahahaha.

    Fiquei mais alguns longos minutos de pé, até que decidiram ir ao centro do salão interagir com os outros nobres, enquanto andava atrás de Dariel, busquei desesperadamente Theodor com os olhos.

    Onde raios ele tinha se enfiado?

   O encontrei encostado em uma das colunas, bebendo tranquilamente um suco aleatório, na verdade, ele parecia mais entediado do que qualquer outra coisa. Pensei em como poderia chamá-lo, mas antes que conseguisse ele me encarou.

    O que é isso? Sentido aranha?

    Indiquei com os olhos para que ele fosse até a sala de descanso, e então gesticulei com a mão para que ele pulasse a janela, era mais seguro que a gente se falasse na área do jardim em que o convidados não tinha acesso.

    Theodor inclinou a cabeça para o lado.

    Ah, não. Ele tinha feito a mesma coisa com a pergunta do rei, isso queria dizer que não tinha entendido? Mas logo em seguida ele devolveu a taça e seguiu até a sala de descanso.

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    Pulei a janela assim que me certifique que não havia ninguém por perto, mas não via ele em lugar nenhum.

    Será que ele realmente não entendeu o que eu disse e foi parar em outro canto? Comecei a ficar um pouco nervoso, olhando para algumas direções para ver se o encontrava.

— Está parecendo uma coruja — senti a mão em meu ombro.

     De onde esse cara veio!? Dei um pulo para trás com o susto, engolindo meu grito com todas as forças.

— Estava embaixo da janela — oh, certo, eu não olhei para a parede.

— Vamos sair de perto dela — disse um pouco baixo, e então comecei a andar em direção a parte final de um dos jardins principais.

    Era estranho tê-lo me seguindo tão tranquilamente, sem dizer nenhuma ofensa gratuita...

    Paramos assim que chegamos em uma parte isolada do corredor exterior, tentei olhar diretamente para seu rosto, mas mudei de ideia assim que vi sua expressão de tijolo novamente, então desviei para ver as plantas.

    Estando cara-a-cara assim, era mais difícil de falar algo, não?

— Por favor, seja mais claro na forma em que se comunica, tive dores de cabeça ao ler seu recado e tentar decifrar os seus gestos — suspirou pesadamente.

    Ah, pelo amor da deusa!!

Farei meu melhor... — acabei respondendo em um tom baixo como de costume sem perceber, o que o fez inclinar a cabeça com uma expressão ainda mais séria.

    O que posso fazer? Sua presença me deixa sufocado!

— O duque chegará daqui à três dias, o perigo principal está no palácio, sabe de mais alguma informação?

A reunião que terá com as principais famílias para recebê-lo, servirá como uma forma dele escolher onde ficará enquanto estiver aqui, então a possibilidade de fazermos ele não ficar no palácio...

    Theodor se aproximou mais de mim, o que também me fez recuar.

— Por que está falando tão baixo? Não consigo ouví-lo, repita.

    Mxuehfsjhfjej essa era última coisa que eu precisava ouvir agora!!

— Onde estar o ânimo que usou para me chamar de demônio no dia da caça?

    Nossa, eu gostaria tanto de socá-lo nesse momento.

— Eu disse, que a reunião que vai ter para receber o duque, servirá para ele escolher onde ficar, não necessariamente vai ser no palácio, meu avô vai tentar fazê-lo ficar no ducado.

— O Conde Hamilton? — ele inclinou a cabeça, e eu confirmei em resposta — Hm. Não é uma ideia ruim, quando houver algum evento enquanto estiver em meu corpo e achar que não conseguirá agir de forma adequada, apenas diga ao vovô que está doente, ele irá resolver o restante.

    O problema é a cena que ele vai fazer antes de resolver...

— Aliás, comecei a investigar nosso padrão de troca — agora sim algo interessante — Não me olhe com tanta esperança, não é como se eu tenha encontrado algo relevante, porém isso está aumentando a confirmação de que a única forma para acabar com essa situação seja o arrependimento — Theodor suspirou pesadamente.

    Mais do que já estou!? Se tem uma coisa que eu mais me arrependo na vida foi de ter resolvido bater boca com você naquele dia!

— Seja cuidadoso, não podem nos ver aqui — um arrepio percorreu meu corpo e pude ver Theodor arregalados os olhos surpreendido.

    Elise.

   Pude ouvir os passos dela se aproximando, e sem pensar muito puxei Theodor para trás da enorme coluna que marcava o final do corredor, nos escondendo perto da parede.

— Se não quer que me vejam com vossa alteza, deveria ter pensado em um lugar melhor para usar de passagem do que o jardim — era a voz do Conde Bonatti.

— Não se faça! O que exatamente aconteceu hoje? Ele não deveria estar aqui — apesar da voz rígida, eles pareciam continuar andando em direção ao outro corredor, que dava passagem para o jardim principal

Ei — Theodor sussurrou tentando chamar minha atenção, mas no mesmo instante eu tapei sua boca.

    Está querendo que a gente seja pego!?

— Vossa alteza, eu não posso adivinhar a mente das pessoas, sabe? Eu lhe disse que como os Morisete não se importam com a convenções sociais, o marquês com certeza não viria a público mesmo com a comoção que criamos.

— Exatamente! Você disse que ele não viria? Então o que é aquilo no salão? Aquele garoto simplesmente humilhou o rei na frente de várias casas importantes, inclusive das que estão participando do movimento, se ele continuar com isso, não conseguirá afugenta-los? — Elise estava visivelmente alterada, deixando a sua máscara de boa moça cair, ela tinha parado de andar e apontado com o dedo no rosto do Conde.

    Senti Theodor pegar o meu pulso me puxando, mas então desviei de sua mão e segurei o seu pulso. Céus, não sabe ficar quieto? Olha a fofoca que está acontecendo, eles nos notarem agora não seria uma boa ideia!

— Quem veio não foi o marquês, vossa alteza, e sim seu herdeiro, eu não estava errado. E a respeito da cena que causou, fique tranquila, é algo pontual, não sabe como são eles? Provavelmente nem esteja aqui amanhã, só precisamos deixá-los quietos como sempre foram, dessa vez, utilizaremos de seu silêncio para arruína-los, não será difícil envenenar o duque imperial contra eles, se não estiverem presentes — o Conde pegou uma mecha do cabelo de Elise, depositando um pequeno beijo, mas levou um tapa em sua mão logo em seguida.

— Eu espero, Ernani. Não pouparei esforços contra você caso sua estratégia não funcione, é o meu nome e o do príncipe herdeiro que está em jogo, me entendeu bem? Trate de concertar essa situação antes que os rumores sobre essa humilhação se espalhe — Elise se virou, andando com passos firmes em direção a outra área.

— Como quiser, vossa alteza, esse humilde lhe pertence — o Conde  Bonatti se curvou, antes de segui-la, ambos sumindo de nossas vistas.

    Com um suspiro de alívio me virei para Theodor.

    Puta merda.

    Dei um salto para trás ao notar o quão próximos tínhamos ficado, eu tinha basicamente prendido ele contra parede com meu corpo!

    Ele arfou recuperando um pouco do fôlego — Você queria me matar!? Quem em sã consciência tampa a boca e o nariz de alguém ao mesmo tempo?

    Olha, não foi meu objetivo, mas não reclamaria se acontecesse.

— Foi por uma boa causa... — falei um pouco baixo.

    Vai me dizer que ouvir essa fofoca não foi útil?

    Theodor suspirou, visivelmente mal-humorado — De fato, ter a confirmação de que o príncipe herdeiro é o responsável por isso, ainda mais com o suporte da concubina e da casa Bonatti, será útil — viu só? Você poderia simplesmente me agradecer — Porém isso não anula o fato de ter me asfixiado.

    Idiota, babaca, filho de chocadeira.

— Por enquanto, vamos seguir o que foi dito, e caso não troquemos... cuide bem de mim amanhã, vossa alteza — ele pós a mão no meu ombro antes de se afastar.

    Ei, por que seu tom de fala fez isso soar como uma ameaça? Eu não tô gostando disso!

    E o que quer dizer com amanhã? Já conversamos o que deveria ser conversado, pega teu rumo peste!

*Calendário Ominiano: [06/07]

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