ZAYN - [DISTROCA]
《CAPÍTULO 10: Como marcar um encontro! Okay, bem, isso pareceu um pouco estranho...》
Me revirei na cama tentando encontrar uma posição confortável, depois da confusão que presenciei o resto da tarde na casa dos Morisete, a última coisa que queria era levantar cedo, mas nesse gira-gira acabei percebendo que estava segurando um pedaço de papel.
Dejá vù?
Abri meus olhos com dificuldade e... estava em meu quarto! Eu realmente... estava no meu quarto...?
— Mais que diabos? — tudo estava tão organizado e brilhante que me causou dor física, por que meu quarto está nesse estado deplorável? Olhei ao redor, e não vi nenhuma de minhas coisas.
Foi o Theodor que arrumou? Ah não, como vou conseguir encontrar minhas coisas agora!? Seu perturbado do juízo, não sabe que não deveria sair mexendo nas coisas dos outros assim??
Até mesmo a foto com minha mãe havia sido posta em cima da mesa de cabeceira... bem, vou deixar passar isso, ele realmente conseguiu fazer um porta-retrato bem bonito, MAS COMO VOU ACHAR MINHAS COISAS AGORA!?
Suspirei indignado enquanto abria o papel que ele havia deixado, será mais uma ameaça? Se for, saiba que nada mais me abala depois de passar tanto tempo com sua família.
Soube que um duque de Valley irá vir para Yigrem, precisamos nos encontrar para decidir o que fazer antes de sua chegada, uma recepção a este nível irá requerir a minha presença e a de meu avô, seria um problema se um valeyriano descobre que o herdeiro de uma das principais famílias e um dos príncipes estão amaldiçoados, não acha?
Que ódio, ele tá certo.
Inicialmente eu não tinha pensado sobre isso, porque pela lógica eu só ficaria no meu quarto até que esse cara fosse embora, mas se o Theodor for chamado para alguma reunião com ele, e eu tivesse em seu corpo, não ia dar um problema muito grande!? Até os doidos dos Morisete sabem que tem que respeitar um nobre do império, então não tem como eles se esquivarem das obrigações sociais enquanto o duque estiver aqui.
E outra, o império leva a religião muito a sério, ao contrário de nós, se eles descobrissem que duas figuras como eu e Theodor estão amaldiçoados por uma quase blasfêmia... eu não quero nem imaginar o que aconteceria com Yigrem.
Mas só de pensar em conversar cara-a-cara com o Theodor novamente...
— Como deveria chamar algo importuno como você? Ainda estou sendo respeitoso, considerando as circunstâncias.
Eu não quero... Tudo bem que aquele dia ele tava com um pouquinho de ódio de mim por ter simplesmente estragado a saída que ele tava a duas horas fazendo, mas detalhes.
Até a família dele tem um troço toda vez que eu sorrio sem querer de nervoso, como eu vou evitar ficar com medo de uma pessoa dessa!?
Revirei meu quarto feito doido procurando o que eu ia usar, e após me arrumar fiquei de frente ao espelho com uma garrafa de vinho ao lado.
— Meu cabelo não tá embaraçado? Será que ele teve a decência de pegar um pente? — me surpreendi enquanto penteava minha franja com um pouco de gel — Bem, eu tô em sérios problemas no momento, deveria ir atrás de um conselho para que eu não surte de vez.
Abri a garrafa de vinho, e após tomar um gole passei cuidadosamente um pouco dele em meu corpo como se fosse um perfume.
Vou incomodar meu avô!
Sim, essa era a única pessoa que eu poderia perguntar alguma coisa no momento, se eu falasse com Dariel ele riria da minha cara, e minha mãe provavelmente teria um troço de preocupação. Se nem meu avô pudesse me salvar... eu tava lascado.
— Não é o quarto príncipe? Que surpresa agradável vê-lo aqui fora — ouvi uma voz cínica não muito longe de mim.
Um dos motivos que eu mais evitava sair do castelo, o palácio da primeira concubina e de Uriel ficavam bem no caminho.
— Vossa alteza, como vai? — me curvei levemente, sem modos nenhum.
— Oh céus, não precisa ser tão sério, já disse que pode me tratar como sua segunda mãe. Estou curiosa, aonde vai com tanta pressa? — ela sorriu.
Com uma segunda mãe dessa eu prefiro sentar no colo do capeta.
— É um pouco vergonhoso falar disso abertamente, vossa alteza — dei uma pequena risada, Elise tentou se aproximar um pouco de mim, mas torceu o nariz assim que sentiu o cheiro forte de vinho.
— Como poderia considerar uma vergonha algo feito pelo meu enteado, vamos, pode dizer — ela deu seu sorriso mais gentil, com o tom de voz mais forçado que tinha.
Nem disfarça a curiosidade, mulher enxerida.
— Ao cabaré.
— ... perdão!?
Por maior esforço que ela fez em tentar esconder sua expressão, o desgosto ainda conseguiu sobressair. Ela tossiu um pouco, recuperando a compostura.
— Príncipe, sequer é hora do almoço ainda, mesmo assim sairá...?
— Por isso disse que era um pouco vergonhoso...
Como não rir internamente das expressões que eles faziam toda vez que eu falava esses absurdos?
— Bem... nesse caso não irei atrapalhar sua viagem, se divirta — Elise me deu passagem, e acenei para ela com a cabeça enquanto me afastava o mais rápido que conseguia — Gastei minha preocupação em vão — pude ouvi-la resmungar de longe.
Não tem porque gastar seu ânimo comigo, concubina Elise, eu não sou uma ameaça para o trono de seu filho, deveria focar no Peter ao invés disso.
Tenho literalmente mais o que fazer, digo, é muito mais preocupante o fato de eu não conseguir me manter no meu próprio corpo no momento, isso não faz de mim quase uma alma penada!?
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Evitava visitar meu avô porque sempre era muito trabalhoso, eu de fato fui com a carruagem até um cabaré que ficava nos limites do território dele, e então tinha que vir andando o caminho todo de capa para que não me vissem.
Seria um problema se chegasse aos ouvidos do rei que eu estava mantendo contato com seu sogro.
— Zayn?
— Vô!
Conde Leonor Hamilton, ele era um homem de meia idade que tinha os cabelos da mesma cor que minha mãe e os olhos verdes, um pequeno bigode se destacava em seu rosto, e curiosamente ele era bastante resistente a ficar grisalho, nenhum fio branco surgia nele.
Estava sentando na sala de espera quando ele chegou, todos aqui já me conheciam, e meu avô tinha uma atenção a mais quando se tratava de contratar serventes para que nenhuma informação vazasse.
— Como está? Sua mãe está bem? — ele se aproximou apertando minha mão em cumprimento. Era engraçado porque tínhamos a mesma marca de nascença nas mãos, então sempre que fazíamos isso elas ficavam sobrepostas.
— Estou bem, já faz algumas semanas que eu a vi, mas ela estava da mesma forma — meu avô suspirou um frustrado, e realmente, era frustrante não conseguir fazer nada a respeito.
— Sente-se, sente-se. Conte o que aconteceu para vir aqui, tragam alguns lanches e chá para bebermos — ele acenou para um dos serventes.
— Então... não sei como falar isso, mas eu queria te pedir uma... — ajuda.
Como era difícil deixar essa palavra sair.
— Um conselho, na verdade. O senhor já ficou sabendo sobre a chegada do duque? — bebi um pouco do chá que me entregaram, camomila talvez?
Ei, senhor, eu não tô tão estressado ao nível de ter que beber chá de camomila, pera aí.
— Oh sim, duque Scott da província de Wilton, fiquei sabendo ontem, parece que o rei está tentando segurar um pouco essa notícia. Está preocupado com isso?
— Eu... eu fui amaldiçoado — pude vê-lo cuspir o chá em choque, e por pouco não chega até mim.
— Meu filho, não está brincando com algo assim, está? — ele rapidamente se secou com um lenço — Não, eu sei que você não costuma brincar... Como isso aconteceu!?
— É uma longa história, mas assim, preciso esconder isso da melhor maneira possível para que não percebam, o senhor sabe onde ele irá ficar durante sua estadia?.
— O ideal seria que ele ficasse no palácio principal, mas a pedido do próprio duque, o rei decidiu reunir os principais nobres para que ele escolha onde irá ficar — meu avô suspirou fundo, entendendo o que eu estava querendo dizer.
Se ele ficasse no palácio, eu teria que participar de todas as refeições, e em um convívio a longo prazo isso poderia causar suspeitas com o meu comportamento misturado ao de Theodor. E se tentassem usar a desculpa que estaria doente da cabeça, os rumores sobre minha mãe ressurgiriam em um péssimo momento para o rei.
— Essa maldição, meu filho, o que é exatamente? Não podemos resolvê-la ou tentar esconder?
— Se passarem muito tempo comigo não tem como esconder — neguei com a cabeça um pouco desolado. Por enquanto, vamos manter escondido a parte de como funciona a maldição.
— Então você quer que eu tente fazer com que o duque fique na casa de outro nobre, ao invés do palácio. Bem, não deve ser tão difícil, posso tentar convencer o duque Pemberton a acolhê-lo desde que crie uma boa desculpa... — ele ficou um pouco pensativo.
Meu avô era ótimo criando desculpas, principalmente espalhando rumores, então isso não era uma preocupação.
— Muito obrigado! Aliás, vô, sabe a data do próximo baile real? Preciso participar.
Ele me olhou com um pouco de dúvida, mas como sempre, decidiu não perguntar o que eu estava pensando em fazer.
— Será dia seis, irei tentar conversar o rei para que lhe deixe ir — sorri agradecido pelas suas atitudes.
O baile era situação perfeita para que eu pudesse falar com Theodor como ele gostaria, já que todos os nobres são chamados, agora ele terá que fazer sua parte em ir também, mesmo que a gente troque de corpo no dia, ainda assim será a forma mais fácil.
Viu só, seu demônio Júnior? Eu não sou tão inútil assim, eu também penso!
*Calendário Ominiano: [01/07]
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