ZAYN - [DISTROCA]
《CAPÍTULO 1: passo-a-passo de como NÃO insultar um deus pt.2》
— Vai sair por conta própria ou terei que te chutar? — dei um pulo para trás digno de um prêmio olímpico, havia esquecido até da dor que sentia no pé após ter sido encarado da forma mais "vou te matar" possível.
— Peço perdão, eu lhe machuquei? — ergui a mão para ajudá-lo a se levantar, a qual foi prontamente ignorada.
— Algo como você não me machucaria — ele passou a mão pelos seus trajes tirando o excesso de poeira.
Ele acabou de me chamar de algo? Com licença??
E ficou por isso mesmo, olhei ao redor para saber exatamente onde tínhamos caído, e era apenas um enorme buraco em formato de "O" que aleatoriamente tinha uma estátua velha caindo aos pedaços da deusa da luz, provavelmente alguém também havia deixado cair aqui há algumas décadas atrás e só seguiu a viagem.
Theodor estava agora de pé pacientemente trançando algumas vinhas, que ao erguer o olhar notei que ele havia tentado lançar essa grande trança para cima, provavelmente o barulho que estava ouvindo, mas agora a trança estava pendurada no ar, partida em uma altura que não dava para ser puxada, parecia ter sido cortada por algo ponteagud-Ah.
Olhei para o chão e vi meu arco completamente estraçalhado... eu tinha prendido novamente o garoto que já estava quase saindo, e de brinde me prendi junto.
— Uhm... a quanto tempo você está aqui? — a caçada já havia começado há pelo menos umas três horas, a diferença era que eu propositalmente estava cavalgando feito uma lesma e de vez enquando andando em círculos apenas para matar o tempo, e pelo sangue nas mangas de sua blusa ele ou estava caçando ou matando alguém.
— Duas horas.
— Por que não gritou por ajuda?
Com um suspiro pesado que parecia sair do fundo de sua alma, ele ergueu os olhos para me olhar e disse: — Por acaso você viu alguma alma humana viva em um raio de quinhentos metros daqui?
...De fato, foi uma pergunta burra.
— Posso ajudar com as vinhas?
— Pode ajudar calado e quieto.
E eu que sou o errado em chamar um ignorante desse de demônio júnior depois? Não posso falar um "A" que já vem com trinta pedras na mão.
Fui em direção a estátua velha e sentei ao seu lado enquanto o olhava trançar aquilo como um profissional, só assim, à uma distância consideravelmente segura apesar de estarmos no mesmo ambiente, que consegui prestar atenção em sua aparência.
Ele tinha uma pele pálida de quem não via a cor do sol há alguns anos, sério, se ele fosse pardo estaria branco, essa palidez não é saudável. Um cabelo liso preto, que por algum motivo passava a impressão de cinza, uma franja dividida escorria sobre seus olhos azuis marinhos afiados, que combinava bem com a expressão de tijolo que ele tinha, apesar de ter uma feição realmente meiga.
De acordo com aquele visconde ele deve ter entre dezoito e vinte anos, e quando estávamos perto pareceu ter a minha altura, então estarei chutando um metro e setenta e cinco. Estava usando uma blusa de manga longa bufante cinza, com uma gravata de laço na mesma cor que seus olhos, um corset exterior marcado e uma bermuda preta que fazia par com seus sapatos de salto. Um único brinco de safira em sua orelha também conseguia chamar a atenção devidamente.
Não preciso dizer que Yigrem se tornou realmente o pais da moda por conta de sua família, certo?
— Se continuar encarando dessa forma irá abrir um buraco em meu rosto — disse sem erguer o olhar das vinhas.
— Além de você trançando vinhas, não tenho mais nada para olhar fora essa estátua — apoiei meu rosto no braço, e consequentemente meu braço na estátua.
— Pois que olhe para a estátua, se a imagem da deusa lhe parece tão desagradável assim deveria se considerar ateu — era ainda mais irritante o fato dele continuar com uma expressão de tijolo.
— Sim, sim. Desculpe por lhe incomodar com meu olhar, irei admirar a deusa de agora em diante — tomara que chute a quina da parede com o dedinho quando acorde.
Antes que eu percebesse, um pedaço de cima da estátua começou a cair em minha direção, e graças ao meu pé machucado meus bons reflexos eram completamente inúteis, já que não conseguia me mover. Então tudo o que fiz foi fechar os olhos e pedir perdão a deusa por ter desejado o mal para aquele capetinha.
Mas para a minha surpresa tudo o que senti foi uma pedra me arranhando no braço.
— Eu só te pedi para ficar quieto, é tão difícil assim? Parece que nem a deusa quer que algo como você a olhe — Theodor havia desenbainhado sua espada e feito um perfeito arremesso quebrando a pedra e cravando a espada acima da minha cabeça.
Que raios de força bruta era essa?
— Por que continua me chamando de algo? Isso é um pouco rude.
— Como deveria chamar algo importuno como você? Ainda estou sendo respeitoso, considerando as circunstâncias.
— Desculpe? Sei que tem suas razões para não gostar da família real, mas não me recordo de ter feito nada para você ou sua família que te desse motivo para agir desse jeito — por um momento deixei a insatisfação refletir em meu rosto. Já estava cansado, e tinha vindo para a caçada justamente para melhorar meu ânimo, mas então a sorte tinha que me presentear dessa forma.
— Alguém que nada faz diante uma situação injusta não se difere de quem faz a injustiça, você é só mais um que se acha acima do que deveria — o fato dele ter dito essas coisas com o tom de voz e as expressões tão vivas quanto a pedra que havia caído me deixou ainda mais irritado.
— E quem exatamente é você para julgar isso? O juiz? A deusa? Você se por no direito de falar essas coisas não te faz exatamente alguém que se acha superior aos outros? — inconscientemente minha voz ficou rígida.
— Eu não preciso me por em um lugar acima para dizer fatos, cego é aquele que não quer ver, vossa alteza — disse com um tom debochado — Ou você acha de forma sincera que o seu não-posicionamento em nada afeta as pessoas ao seu redor? Porque se for esse o caso, eu realmente espero que a deusa lhe leve para o sepulcro.
— Ha! Tão recatado em dizer coisas horrendas, a deusa me lança uma pedra por pensar algo simples, e você tem o desaforo de desejar a morte em seu nome? Isso não deveria ser considerado uma blasfêmia, jovem Marquês que parece tanto se importa com a ética e a moral alheia?
— Eu não vou ficar aqui discutindo com um platelminto como você sobre dizeres sagrados, ainda mais vindo de alguém de origem tão hedionda como a família real.
— É assim? Pois dito com as palavras em branco, eu também espero que a deusa te mate, seu pequeno demônio sem senso comum.
— Do que me chamou!?
Antes que tivesse a oportunidade de responder, repentinamente uma luz tomou todo o lugar que estávamos, pensei que ficaria cego pelo clarão, mas fiquei entorpecido. Tudo o que aconteceu após isso foram pequenos borrões de sons para mim.
— Voss...teza...vem...idos...aram....
*Calendário Ominiano:[26/06]
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