THEODOR - [TROCA]

{Capítulo XXVII: Uma linhagem de raposas}

    Admito, as vezes posso ser um tanto quanto curioso, porém está começando a me consumir por dentro a vontade de saber a explicação de Zayn.

    Algo nessa história não está encaixando, e eu preciso saber o que é ou não dormirei tranquilo.

— Certo, pode sair — o oficial real me liberou após contar o que havia feito nos últimos dois dias, claro, o dia onze foi uma suposição por completo além de esconder o fato que nos encontramos, entretanto eles não haviam visto Zayn fora do quarto por muito tempo, então não haveria nada de errado.

    Eles estavam chamando todos para depor e investigar não só o envenenamento do rei, mais também o desaparecimento do filho do visconde Neal, assistente do terceiro príncipe. Quem era o visconde Neal? Não tenho ideia, e como ele não pertence a nenhum território da jurisdição de minha família, não me importa.

    E bem, eu posso me orgulhar de não fazer nada mal feito contanto que tenha ao menos uma experiência, então eles não vão encontrar sequer um osso do homem que Zayn matou, desde que eu não queira que encontrem.

    De qualquer forma, ignorando os problemas ao meu redor, já que pensar neles só irá me desgastar maneira inútil e desnecessária, já estou quase descobrindo o nosso padrão de troca, e isso com certeza será algo útil. Tudo o que preciso saber é qual será as ordens dessa semana.

    Arrepend.

    Arrepender, arrependimento, arrependo, arrependido... A mensagem em si era óbvia, o que precisaríamos fazer para que isso parasse, porém era uma palavra única ou uma frase? Se repetiria ou ao final dela isso pararia?

    Teria essa resposta muito em breve.

— Oh? Que encontro agradável — ouvi uma voz desconhecida e ergui o olhar para verificar quem teria interrompido minha caminha de volta ao quarto.

    Uma raposa grande, e um pouco grisalha.

    A genética era de fato, algo espeluzante.

— Avô, como vai? — falei um pouco baixo, tentando agir o mais informal que me lembrava de ver o Zayn fazendo.

— Graças a você, muito bem. Tem tido notícias de sua mãe? — ele ergueu a mão para me cumprimentar, e eu o segui, apesar de não gostar de contato.

    . . .

    Ambos estendemos as mãos contrárias, impossibilitando um cumprimento.

    O Conde era canhoto?

— Não pude me encontrar com ela esses dias — troquei a mão de imediato, finalizando o aperto de mão — Veio por isso?

    Lembro de Zayn ter citado algo sobre seu avô quando nos encontramos no baile, porém não tinha ideia de como era a relação dos dois, deveria apenas me despedir de forma rápida?

— O que há com você? — ele deu uma risada um pouco fraca, seu olhar por um momento, me pareceu vacilar — O príncipe herdeiro convocou uma reunião, algo aconteceu com os Morisete ontem, vim somente cumprir meu papel.

    Morisete?

— O que houve? — inclinei a cabeça, que tipo de incidente poderia chegar aos ouvidos do príncipe se o caso das ervas foi abafado?

— Hm? Como é que não ficou sabendo? — ele ergueu as sobrancelhas confuso.

    Por que Zayn deveria ficar sabendo sobre isso?

— Fui pego pelas investigações do palácio — dei de ombros transparecendo um leve sorriso, tentando soar o mais natural possível.

— Não posso crer, deveria ter se preparado antecedência... Enfim, assassinos foram para lá, parece que não houve mortes, mas feridos seria algo inevitável, parece que o príncipe quer usar isso de alguma maneira.

    Os soldados foram atacados? Calma, eu conheço minha família, a essa altura já devem ter controlado a situação, porém o que o conde quis dizer com se preparar com antecedência? Estamos falando de um envenenamento repentino.

— É a cara dele fazer isso — ! — Ah, mas vô, o senhor ficou sabendo sobre o filho do visconde Neal?

    Ele sorriu, um sorriso calmo como se fosse a própria paz, o conforto que trouxe consigo me lembrou a mesma feição da concubina Corália.

— O filho do visconde Neal? Não deveríamos nos preocupar com isso, pessoas somem e voltam o tempo todo, creio que o visconde está apenas fazendo um alarde desnecessário — ele apoiou a mão mão meu ombro e deu alguns tapinhas — Tenho que ir agora, não posso me atrasar. Fico muito tê-lo encontrado aqui.

    Ele se afastou com tranquilidade, enquanto cantarolava alguma música e batia sua muleta decorativa a cara passo.

     Talvez esteja pensando demais, porém essa conversa foi estranha.

*Calendário Ominiano: [13/07]

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