THEODOR - [DISTROCA]
{Capítulo XIV: Demonstre respeito, criatura ridícula}
Para o alívio de minha mente, e a tranquilidade do meu coração, tinha despertado em meu corpo.
Não precisarei mais tentar prever situações catastróficas que poderiam ocorrer com o quarto príncipe indo ao baile se passando por mim. Porém, receio que apenas eu esteja aliviado.
— Meu amor, você tem certeza que quer ir? Podemos encontrar uma outra forma de colocar esses abutres nos seus devidos lugares — minha mãe uniu nossas mãos, com um olhar que quase implorava que eu ficasse.
Eu também gostaria, mãe. Entretanto uma catástrofe maior do que a que eu me preocupava sobre o baile, irá acontecer se não discutirmos o que fazer a respeito do duque imperial.
— Estarei bem, não se preocupe.
— Óbvio que vai estar bem~ — Karina iniciou.
— Sim, sim~, com essa sua cara assustadora, quem não estará bem serão os outros~ — Katarina completou.
Ameacei ir em direção a elas, o que as fizeram correr para trás de seu pai em meio aos risos.
— Onde está o vovô para que eu possa me despedir? — estranhei um pouco, já que no salão só estava minha mãe, as gêmeas, tio Filípe e Anthony.
— Pedimos para que ele fosse descansar, você sabe, ele estava muito nervoso com essa situação — Tio Filípe ajeitava seus óculos enquanto acariciava a cabeça das gêmeas.
— Prenderam o vovô e o tio Cassius no escritório, todos os outros estão impedindo eles de saírem para que não cause problemas, então você deveria sair logo — Anthony disse com um sorriso.
Por que não me surpreende?
— Tony! Não sabe guardar segredos!? — minha mãe se virou indignada.
— Ninguém me disse que era segredo — ele deu de ombros.
— Está tudo bem, de todo jeito tenho que adiantar, irá demorar um pouco até a carruagem chegar no castelo — beijei a mão de minha mãe me despedindo — Boa sorte evitando que o vovô me siga — dirigi minha fala para Anthony e tio Filípe.
— Eu irei cobrar isso depois, não se preocupe — o sorriso de negócios de meu tio Filípe era de fato, algo espeluzante.
— Por favor, não volte! — Anthony acenou com um sorriso,
— Use sua cara assustadora para surpreender os outros~ — Karina iniciou.
— Sim, sim~, traga rumores interessantes para nós durante esses dois dias~ — Katarina completou.
Ter essa conversa antes de partir, com certeza me daria energia para suportar o que poderia vir desses dois dias de baile em meio aos outros nobres.
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Apesar de ter partido no início da tarde, quando cheguei ao palácio principal a noite já tomava conta dos céus, a viagem acabou demorando mais do que o previsto.
Desci da carruagem ajeitando minhas vestimentas, e podia ouvir o som baixo da orquestra tocando de dentro do salão, além de mim, nenhuma outra pessoa estava no exterior.
Cheguei atrasado, Tsk.
Não que eu me importasse com o que os outros pensariam ao meu respeito, porém chegar fora do horário era uma das coisas que mais me causavam incômodo, seja por minha parte, ou da de outra pessoa.
Assim que me aproximei do portão de entrada, um dos guardas que não tinha notado o brasão em minha carruagem, me parou com uma lista em mãos.
— O senhor chegou atrasado, a família real já fez sua entrada, tem certeza que quer continuar? — quanta consideração. Acenei com a cabeça em confirmação — Nesse caso, diga-me o nome de sua família para que eu confirme.
— Morisete.
Ele ergueu o olhar um pouco atônito em minha direção.
— P-perdão, o senhor pode repetir? Qual o seu nome?
— Theodor, sou o jovem marquês da cada Morisete — uma reação prevista, já que fazia alguns anos que nossa família não participava de nenhum evento oficial da realeza.
O homem se embaralhou um pouco com os papéis em sua mão, e com certo nervosismo tossiu para limpar a garganta — ANUNCIO A ENTRADA DO JOVEM MARQUÊS, THEODOR DE MORISETE.
Esse era um dos motivos pelo qual odiava esses eventos.
Tendo meu nome anunciado, entrei no salão, andei em uma perfeita linha reta em direção a área em que se localizava a família real para prestar meus cumprimentos. A cada passo que dava, as pessoas se afastavam um pouco e vidravam seus olhares em mim, sem a mínima intenção de que eu não ouvisse os murmúrios.
"A casa Morisete? Por que ele veio?"
"Céus, ele é o próximo herdeiro do marquesado?"
"Há! Tinha que ser um Morisete para entrar de cabeça erguida mesmo após tamanho atraso."
"Teremos muitos problemas durante esse baile..."
"Melhor nos mantermos longe dele."
— Saúdo em nome da casa Morisete, às vossas majestades, luzes do reino, que a glória esteja convosco. Peço desculpas pelo meu atraso, houve imprevistos no caminho — estando há alguns metros de distância do trono, que ficava em uma parte elevada do salão, coloquei uma de minhas mãos sobre o peito e a outra em minhas costas. E claro, não me curvaria.
Todos da família real, com exceção da segunda concubina Corália, estavam ali. O rei me olhou dentro dos olhos, parecendo analisar cada fala e gesto que fazia, e então, sorriu.
Lá vem.
— Imprevistos acontecem, não há como controlarmos essas coisas. Disse Morisete? Você deve ser o jovem que o marquês levou em sua última caçada, é a primeira vez que nos encontramos devidamente — seus dedos tamborilavam sobre o rescosto do trono.
— Está certo — uma constatação muito óbvia, onde queria chegar?
— Não deveria agir com o respeito adequado para tal situação? Não seria agradável se eu não o reconhecesse como o próximo marquês — de imediato, o salão foi coberto por murmúrios pela ação repentina do rei.
Esse é um péssimo momento, para testar a pouca paciência que possuo.
— Não compreendo, vossa majestade poderia me explicar melhor? — repita o absurdo que disse, para eu ter certeza de sua tolice antes de fazer algo.
— Me surpreendi ao vê-lo, pois em comparação com seu avô, você parece realmente prover de modos, mas por que não se curvou em sua saudação? Todos aqui são nobres do mesmo patamar, que estão dispostos a reconhecer a realeza, ou o jovem marquês se acha superior a todos eles? Já tem algum tempo que correm rumores sobre sua família, os comparando com a força do mal, o jovem marquês não gostaria de se posicionar contra isso e mostrar seu devido valor? Se o fizer, ficarei honrado em reconhecê-lo como próximo marquês, e mantê-lo ao meu lado. Curve-se.
Seu sorriso era de fato, repugnante.
Estava tentando usar dos movimento recente dos novos nobres contra mim, para mostrar que tem controle sobre os Morisete? Uma ótica técnica, se não estivesse sendo utilizada comigo.
A rainha e a primeira concubina também, estavam com sorrisos gravados eu seus rosto, e assim que passei o olho sobre elas para me certificar de suas ações, seus sorrisos aumentaram ainda mais, uma forma de pressão para que eu me submetesse em meio ao público. Os outros príncipes entretanto, estavam sérios, mantendo sua postura e deixando que os governantes lidassem com o que haviam começado, menos...
O quarto príncipe.
Céus, poderia sentir o seu desespero a metros de distância, está achando que irei cometer um assassinato em público? Ainda não tenho essa petulância.
Ele estava usando uma blusa de manga longa bufante na cor creme, com algumas flores amarelas estampadas, e uma calça simples verde clara, com um sapato social branco.
Parecia que estava indo dar um passeio no jardim, e não em um evento oficial da realeza.
— Vossa majestade, fique tranquilo — voltei meu olhar para o rei — Não preciso que me explique tais coisas, até porque, tenho completa consciência que sou sim, superior aos nobres presentes, a decisão quem será o próximo líder da família, não necessita de seu reconhecimento.
O sorriso dele se desvanesceu em segundos.
— Rumores sobre minha família ser a força do mal? Céus, então eu sou o próprio demônio, e sendo esse o caso, vossa majestade não deveria me tratar de maneira tão frívola, até por que, qual o sentido de me curvar a alguém inferior a mim que ao invés de cumprir seus deveres os lança para minha família? A única pessoa que deveria mostrar respeito aqui, é você, criatura ridícula — disse da forma mais tranquila que poderia.
Ah, bem, talvez eu tenha iniciado um problema, porém não é como se me importasse.
Pude ver seu rosto ficar cada vez mais vermelho, enquanto apertava seus punhos com força. Era disso que estava falando, qual autoridade ele possuía para fazer algo comigo de forma pública? Nenhuma. Se houve apenas aceitado minha saudação como qualquer outra, isso não haveria se tornado uma discussão, em primeiro lugar.
Tentando me submeter a realeza, que audácia.
— Se isso é tudo, desejo que durante os dias do baile, tenhamos uma ótima comemoração, com licença — cortei a conversa para que não se estendesse mais do que deveria, e então virei as costas, procurando um local para que ficasse escorado até o momento em que os príncipes começariam a conversar com os outros nobres.
E enquanto esperava, bebia alguns drinks comuns que estavam sendo servidos, e observava as pessoas se afastando, ou olhando de loslaio comentando algo a cada vez que viravam em minha direção. Coragem de falar em pessoa eles não tem, agora de murmurar entre si...
Minha atenção foi pega quando senti um olhar em mim durando mais tempo que o normal, o quarto príncipe, que estava um pouco atrás de Dariel que conversava com alguém, tentou indicar com os olhos para que eu fosse a uma das salas de descanso, e logo em seguida fez um gesto muito estranho com sua mão.
De fato, parecia que todos os seus métodos de comunicação eu teria que decifrar.
*Calendário Ominiano: [06/07]
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