A PRIMEIRA GRANDE BRIGA

Com o passar das semanas, a pressão começou a afetar o relacionamento. João, focado em um torneio importante, não conseguia passar tanto tempo com Maria quanto antes. Ela, por outro lado, sentia-se isolada no novo mundo em que havia sido jogada.

Uma noite, após mais um jogo tenso, João chegou tarde na casa de Maria, exausto.

— Você podia ter avisado que ia demorar. — Maria cruzou os braços, claramente chateada.

— Desculpa, foi um dia corrido. Tive que ficar até mais tarde no treino.

— É sempre isso, João. Treino, jogo, entrevistas... E eu fico aqui, esperando. Será que sou realmente uma prioridade pra você?

João ficou em silêncio por um momento, visivelmente surpreso.

— Você sabe o quanto você é importante pra mim, Maria. Mas meu trabalho... é o meu sonho. Achei que você entendesse isso.

— E o meu sonho? Eu larguei oportunidades porque achava que ia conseguir lidar com isso tudo, mas talvez eu estivesse errada.

As palavras de Maria pairaram no ar como uma bomba. João olhou para ela, os olhos mostrando uma mistura de mágoa e culpa.

— Eu não quero te fazer infeliz. Se isso não está funcionando... — Ele não conseguiu terminar a frase, mas o significado estava claro.

Maria sentiu o coração apertar. Não queria terminar, mas também não sabia como continuar.