Capítulo 01.
Ps: Esse capítulo foi atualizado em 13/09/2019. Então, se você o leu antes disso, algumas mudanças aconteceram!! ♥
— Este servirá perfeitamente! — o sorriso da corretora de imóveis tornou-se de cansado para aliviado quando conseguiu uma possível aprovação da minha parte. Eu olho ao meu redor satisfeita, imaginando onde ficaria cada mesa, máquina de costura e provador. Na frente, estariam os modelos a serem exibidos, no fundo as máquinas de costura e ao lado oposto, a sala de criação. Um suspiro contente escapou de mim quando facilmente visualizei meu ateliê de costura naquele espaço cheio de papelões e faixas brancas.
— É essa?
Eu me viro para a corretora, sorrindo piedosamente para a mulher na casa dos quarenta anos que vinha me aguentando a longas quatro semanas. Tinha consciência que vinha deixando a pobre mulher maluca com as minhas exigências, mas bastou avisar que o pagamento seria à vista para que a corretora pouco se importasse com o trabalho que eu estava dando.
— Eu só preciso esperar por uma pessoa antes disso.
A mulher sorriu, apesar de claramente estar frustrada e tentei sorrir também, para acalmá-la.
— Ela já está chegando. — eu digo e sorrio quando pelas portas de vidro atravessa a garota de rosto arredondado e cabelos negros. A enorme barriga da minha melhor amiga chegando antes que ela em qualquer lugar.
— Oi Tony! Demorei muito? — Alessia trajava um vestido elegante vermelho e saltos altos, apesar da barriga gigantesca de cinco meses. Eu realmente não sabia como ela conseguia andar com aquela coisa gigantesca — na barriga e nos pés sem tropeçar e cair feito um torta para frente.
— Claro que não! — nego rapidamente, indo até Sissa e puxando-a para um abraço rápido — como vão as meninas?
A expressão de Alessia torna-se de puro lamento e eu rio do seu dramalhão de mulher grávida. — Brigando. É minha sina viver com gêmeos brigões. Mas quem é que aguenta essa vida?! — Alessia gesticula exagerada e eu rio concordando.
Faço um carinho na barriga gigantesca de Sissa e suspiro emocionada. Alessia insistia que era uma praga dos seus irmãos que estivesse grávida de gêmeos e ambas meninas, assim como ela afirma que eles previram certa vez, eu simplesmente acreditava na boa genética da família D'angelo. Estremeço só de pensar nas possibilidades.
— Tony! É maravilhoso! — Alessia sorriu abertamente, pegando minha mão entre as dela. — Já posso imagina-lo! Já fechou o negócio, querida?
— Ainda não, estou esperando por seu marido. — Eu cantarolo, porque realmente gostaria de Logan pudesse dar uma olhadinha no contrato antes que eu o assine. É uma vantagem ter um cunhado postiço que entende perfeitamente de leis e negócios.
Alessia sorriu ainda mais, fazendo um gesto de mãos que sugeria que isso era uma bobagem.
— Então não precisamos espera-lo. Está em uma reunião com Enzo. Meu irmão insiste que Logan deve trabalhar para a família e Logan está irredutível, mas pode isso?! — ela questiona falando tão rápido que mal posso respondê-la, as mãos em conchinhas enquanto revira os olhos. — Vamos até a empresa. — Alessia disse tudo aquilo em único fôlego e acho graça da sua afobação adquirida desde a gravidez, apesar de saber que Sissa sempre teve essa tendência ao drama.
— Sissa, não. — As palavras dançam em minha mente e eu balanço a cabeça, estremecendo com a ideia de ver Enzo mais uma vez naquele dia. Quando desci para o café da manhã, meu coração quase saiu pelo peito — batendo furioso e revoltado — ao vê-lo chegando com o terno amarrotado e o perfume barato no corpo. Eu odiava a sensação de ainda sentir um ciúmes maluco de Enzo e pior ainda, odiava a sensação de que isso nunca passaria.
Eu queria matá-lo, mas acima disso, eu queria muito mais. Queria algo que nunca poderia ter e que, se fosse sincera comigo mesma, não queria me permitir ter. E por isso, eu não gostaria de ver Enzo tão cedo e por isso também, que vinha secretamente procurando um novo lugar para morar. Sabia que Sissa surtaria e eu sabia que ela me amava e que amava que eu morasse com os D'angelos, com a mesma intensidade que eu amava estar perto, mas eu simplesmente não podia mais lidar com a presença de Enzo e a constante lembrança do que aconteceu um ano atrás.
— O que há, querida? — os olhos espertos de Sissa avaliaram meu rosto e eu corei, desviando os olhos. Sissa sempre sabia quando tinha algo de errado, era impressionante o faro que tinha para alguma fofoca ou evento catastrófico. — Ah! Então realmente há algo! Mas Antonella, sua desaforada! Você ia mesmo me deixar de fora?! — Alessia me lançou uma piscadela que significava que mais tarde conversaríamos à respeito do assunto, e eu bufei, ignorando-a e cruzando meus braços como uma criança mal criada, então Sissa virou-se para a corretora curiosa, sorrindo gentilmente com a autoridade que todos os D'angelos intrinsecamente possuíam. — Querida, pode nos dar o contrato da compra do imóvel. Iremos avaliá-lo e entraremos em contato.
A corretora de imóveis me olhou atordoada, em busca de aprovação e realmente, eu não seria louca de discutir com a minha melhor amiga grávida; desde que as gêmeas começaram a dar-lhe nos nervos que nenhum ser humano em sã consciência ousava ir contra as ordens de Sissa.
— Por favor. — Completei educadamente e a corretora suspirou, estendendo a ela um maço de folhas presas a um clipe. — Eu entrarei em contato o quanto antes. — Eu sorrio, despedindo-me da mulher decepcionada.
Eu olhei mais uma vez ao meu redor e sorri satisfeita, imaginando cada pedacinho do meu ateliê ali naquele lugar. Um sonho se realizando, com toda a certeza. — Sissa, vou entregar esse contrato para Logan quando chegarmos em casa. Eu me recuso a conversar com seu irmão. — Afirmei enquanto segurava a porta da loja para que Sissa passasse.
— Eu sabia! Bem que dona Misselen me disse que tinha algo estranho com vocês! Mas que babado! Não tô me acreditando aqui, Tony! — Sissa fez um gesto, unindo umas das as mãos em conchinha para demonstrar sua indignação enquanto a outra se agitava em um gesto de negação. Eu a olho incrédula, repetindo o mesmo gesto como se ela fosse uma criança mau disciplinada. E ela bem que parecia mesmo!
— Sissa! Não fofoque sobre mim com as empregadas, que absurdo. Precisamos arrumar um trabalho para você!
— Mas Tony, eu estou adorando minha vida de fazer nada! — Sissa piscou os olhos, inocentemente e não consigo segurar o riso. — Você sabia que eu realmente sou muito rica? E agora eu tenho um marido rico também! E terei gêmeas ricas! Aliás, que tal uma viagem rápida para San Pietro? Eu estou tão entediada com esse repouso. — ela se lamenta levando a mão a barriga e fazendo um carinho em si mesma. — Gostaria muito de comprar algumas coisas para as meninas.
— Sissa, repouso quer dizer que você deve ficar em casa, sem andar por aí com saltos gigantescos e cansativos. — Eu digo fazendo uma negação com as mãos. — Além do mais, Nina e Martina já tem muitos presentes! Você sabe o que o médico disse...
— Mas que absurdo! — Alessia para do nada, me interrompendo bruscamente e eu mordo a bochecha para conter o riso. — Isso quer dizer que nada de viagens? Logo agora que decidi gastar o dinheiro da minha família que é rica?!
— Amiga, você será rica pro resto da sua vida. Seu irmão é um midas! — gesticulo rindo. Sissa bufa, balançando a cabeça e passando os braços ao redor dos meus para caminharmos juntas pela avenida, nós comentando banalidades de algumas lojas, até que vejo que Sissa está me levando justamente em direção ao prédio D'angelo. — Mas é sério, eu não vou ir até o Enzo.
— Querida, eu sempre torci por você, você sabe.
— Eu sei.
— E é por isso que serei absolutamente sincera neste momento.
— Certo.
— Enzo está apaixonado por você.
Eu paro de andar, completamente chocada, meus braços caíram ao lado do corpo e de repente, a única coisa que consigo fazer é rir. Eu rio tanto que minha barriga dói e não consigo parar nem mesmo sob o olhar incrédulo de Sissa. — Isso é ridículo! — eu comento ainda com uma risadinha e Alessia, ao contrário de mim, naturalmente me observava com um risinho alegre no rosto. — Para de ficar me manipulando, Sissa!
— Isso não é manipulação! — Ela me olha completamente ofendida. — Desde quando querer ver minha amiga feliz é manipulação?
— Você andou demais com o vovô.
— E deu certo! Olha! — Ela ergue a mão, mostrando a linda aliança de casamento caríssima e eu reviro os olhos.
Sissa está convencida de que tudo que eu quero na vida era o amor de Enzo, e eu realmente não posso culpá-la de toda forma quando desde os meus quinze anos tudo que eu sempre quis, de fato, foi Enzo. Eu sempre tive essa paixão absurda e louca pelo irmão dela e obviamente, Sissa sempre soube disso. Não contei nem mesmo a Sissa o fiasco que havia sido a noite de um ano atrás em Florença, tampouco contei à ela detalhes das palavras duras que Enzo jogou sobre mim e como ele foi um idiota de carteirinha.
Não e nem contaria.
— Bem, o azar é todo dele, Sissa. — Respondo finalmente após recuperar-me do choque e da crise de histeria. Volto a caminhar em direção à sede dos D'angelos e respiro fundo quando ouço um engasgo atrás de mim; Um sorriso nasce no meu rosto e eu ignoro deliberadamente quando Sissa arqueja, chocada. — Eu não estou interessada.
— Você o que?! Que diabos! — Alessia praguejou atrás de mim. — Você gosta do meu irmão, Tony! Não, você ama ele! Como assim?!
Eu suspiro, parando novamente e virando-me para encarar Sissa. — Amiga, seu irmão é um idiota e eu não o quero nem pintado de ouro e cravejado em diamantes! — Eu reviro os olhos, lembrando-me do sentindo de raiva pura que senti no dia seguinte após a partida de Enzo, a mesma raiva que vinha fermentando acompanhada da mágoa há doze meses seguidos. — É sério. Seu irmão é... Não vou ofendê-lo por respeito à você, mas não o quero. De jeito nenhum. Eu queria era matar o Enzo!
— Bem... — Alessia abriu a boca surpresa e suspirou. — Isso muda tudo. Isto é sobre Thiérry? —Sissa arqueou uma sobrancelha, pegando minhas mãos entre as suas quando eu estreito os olhos. — Me desculpe, querida. Eu só quero ver as duas pessoas que amo felizes, juntas, de preferência! Mas acredite, eu jamais iria julgá-la de nada. Se é Thiérry que você ama... bem, devo encorajá-la a encontrá-lo.
Eu suspiro e sorrio comovida pelo carinho de Sissa. Quatro meses atrás, quando retornei da França para uma breve visita antes da formatura do curso intensivo, vim acompanhada de Thiérry. Um lindo e sensual francês pelo qual eu tive uma quedinha nas primeiras três semanas de aula, o que no entanto, não durou mais do que isso, já que Thiérry é homossexual. Assumido, bem resolvido e casado. No entanto, ele se tornou uma pessoa querida para mim, um porto seguro em meio aos croissants e Earl Grey, inclusive, incentivando-me fortemente a ter uma conversa séria e definitiva com Enzo ao voltar para a Itália. Thiérry achava que eu deveria agarrar esse homem lindo e transar loucamente durante a minha vida inteira com ele. Fofa, esse homem está louquinho de ciúmes! Vai logo, agarra ele, arranca a calcinha e transe loucamente. É claro que eu sequer dei ouvidos aos conselhos amorosos de Thiérry, no momento em que pisei na Vila e dei de cara com Enzo sorrindo, minhas pernas vacilaram e o meu coração acelerou como uma corrida de cavalos. Os olhos verdes de Enzo me encontraram e eu simplesmente senti que estava tendo um ataque do coração.
Mil diabos, ele realmente ainda me abalava e estava mais bonito do que eu esperava! Durante a tragédia de Sissa, Enzo manteve-se longe, esquivo e solitário; tudo que eu queria era confortá-lo, mas não houve nenhuma oportunidade. No casamento de Sissa, tudo passou rápido demais e eu também me mantive longe, na companhia de Thiérry passei esses duas semanas na Vila tentando não cair na tentação de rastejar atrás de Enzo.
Isso ajudou, é claro. Eu realmente pensei que havia superado Enzo. Então porque as minhas mãos ainda suavam, o coração batia como louco e as pernas estavam moles sob os saltos?
Foi por isso que uma ideia maluca me atingiu e eu segurei a mão do meu amigo e não o deixei contar a ninguém sobre sua sexualidade. Apesar do olhar negativo que recebi de Thiérry, ele não foi contra meu ato desesperado de infantilidade e agiu conforme a dança, passando os braços ao redor dos meus ombros e me abraçando carinhosamente, como já comum entre nós dois.
Apesar do olhar gélido de Enzo sobre ele, uma parte de mim sentiu-se vitoriosa e não ousei desviar os olhos. A outra, ainda era a garota apaixonada que sentia o coração doer com a mágoa da rejeição, e foi essa a parte que venceu ao final. Eu desviei os olhos sentindo o meu coração quebrado cutucar as minhas costelas quando Enzo me deu às costas saindo da sala tão silenciosamente quanto chegou, não me dando nenhum movimento de cabeça.
— Não é Thierry, amiga. — Respondo para Sissa finalmente enquanto atravessávamos a avenida. — Só não pode ser Enzo, entende?
Sissa assentiu compreensiva. — Ah, querida! Você quer que eu chute a bunda dele por você?
— Sissa! Ele é o seu irmão!
Alessia riu, fazendo um gesto de mãos que sugeria que isso era um fato trivial demais para ser levado em conta. — E você é a minha melhor amiga! E eu sempre estou do lado certo, afinal!
— Muito gentil, mas vou recusar. — Sorri agradecida, segurando sua mão contra a minha.
O prédio comercial que pertencia aos D'angelos possuía um grande D estampado no topo da torre e a recepção era um lugar frio e estéril, nada comum da família D'angelo. Pra mim, tudo naquela família gritava luxo e sofisticação, ainda que, era só um deles abrir a boca para a sensação rapidamente se dissipar. Realmente, nunca tive amigos tão leais e caridosos, também nunca tive amigos mais ricos que os D'angelos. Apesar da loucura de cada um, eu os amava integralmente. Eram como a família que nunca tive.
Quando a secretária de meia idade nos cumprimentou formalmente indicando o elevador privativo, eu senti como se meu estômago desse voltas e o meu coração bombardeasse furiosamente dentro do peito. Eu ficava furiosa comigo mesma por me sentir tão ansiosa para vê-lo e tão nervosa também! Eu o via toda manhã, certo? Certo. E Enzo era um idiota, certo? Certo!
Tenha orgulho, mulher! Ordenei a mim mesma enquanto discretamente ajeitava o cabelo no espelho do elevador, parei imediatamente o que estava fazendo quando me dei conta. Eu não devia me arrumar para vê-lo! Droga, eu queria bater em mim mesma.
Quando as portas do elevador de abriram, dois homens prontamente esperavam por nós na recepção. Um deles era Logan, o marido da minha melhor amiga, ele a abraçou e beijou carinhosamente como se Sissa fosse a coisa mais preciosa do seu mundo e eu não pude deixar de sorrir para a visão do recém casal apaixonado. Lembrei-me de como Sissa pirou com a gravidez e de como Logan parecia alucinado e contente com a ideia de ser pai, foi ainda mais surpreendente quando ambos descobriram que teriam duas meninas, Sissa parecia ao ponto de morrer ao passo que Logan estava quase alugando um jatinho com uma faixa para dizer que seria pai.
Desviei meus olhos do casal, para olhar para o outro homem parado ao lado de Logan. Eu sentia como se mil borboletas batessem asas em meu estômago, eu esperava realmente não estar suando de nervoso.
Droga, ele estava, como sempre, lindo.
Enzo, de terno e gravata parecia ainda mais sensual do que sem camisa e suado como eu me lembrava de tê-lo flagrado várias vezes. Ele me olhou intensamente enquanto eu caminhava em direção a ele e Logan, torcendo intimamente para não tropeçar em meus próprios pés. Quis manter nossos olhares presos, mas eu simplesmente me sentia constrangida demais para isso. Por isso, suspirei desviando os olhos e focando-me em não parecer uma idiota apaixonada.
— Antonella. — Ele disse dando um passo em minha direção, meu nome soando deliciosamente familiar em seus lábios. Eu corei, com a lembrança de como ele havia dito meu nome da mesma forma deliciosa um ano atrás. Quando meus olhos alcançaram os dele, vi uma intensidade assustadora nas órbes verdes, Enzo me olhava da mesma forma luxuriosa que me olhou um ano atrás e isso era terrivelmente assustador.
Mas eu não podia deixar de gostar.
— Buongiorno, Enzo.
Oi gente, como vai?
Só pra atualizar vocês que as atualizações serão sempre às sextas, se eu não puder fazer, adianto para o dia que poderei, assim mantenho meu compromisso com vocês. O que acharam desse capítulo? Comentem bastante gente, porque eu fico muitíssimo preocupada. É a primeira vez que escrevo uma enredo longo com personagens contínuos como a Sissa e o Loga.
Eu espero que vocês tenham gostado. A Sissa não é uma fofa?
E a Tony? Completamente apaixonada! ♥
Já estão ansiosas para a Nina e a Martina? EU ADOREI OS NOMES. Já sinto como se essas bebês fossem reais!
Me avisem de qualquer erro e espero de verdade que tenham gostado. Me deixem saber suas opiniões, por favor! ♥
Até o dia 20! ♥
PS: SE AINDA ESTIVEREM COM PROBLEMAS NA DUPLICAÇÃO DOS PARÁGRAFOS, TENTEM RETIRAR O LIVRO DA BIBLIOTECA E ADICIONAR NOVAMENTE.
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