Protagonistas VS Antagonistas
Quando somos crianças, sempre tacham as pessoas que vão contra os mocinhos como "vilões". Nos contos de fadas, a distinção entre o bem e o mal é clara e muito dividida. "Preto no branco". E não há problemas nisso quando se quer ensinar valores a uma criança!
... Mas, na vida real (onde nos espelhamos para contar estórias), não há essa distinção tênue. E os protagonistas não são necessariamente os certos. E, por esse mesmo motivo, o termo "vilão" não é o correto e não necessariamente é mau.
Para ficar claro, vamos alinhar alguns conceitos.
Protagonista: Ser que vive a aventura. De quem é a estória que está sendo narrada.
Antagonista: Algo/ alguém que vai contra os objetivos do protagonista. Quem/ o que atrapalha o protagonista a conseguir o que quer alcançar.
Em outras palavras, o "posto" de cada personagem não define se ele está certo ou errado.
Um exemplo claro disso é na franquia "Piratas do Caribe". Os protagonistas são piratas e os antagonistas geralmente políticos. Em tese, "os certos" seriam os políticos, que querem acabar com os ataques e roubos que os piratas cometem — e, no entanto, eles são os antagonistas de quase todos os filmes.
Ok. Tendo esse pré conceitos equivocados devidamente desconstruídos, vamos ao segundo ponto.
Enfie uma coisa na sua linda cabecinha: PESSOAS. NÃO. SÃO. PRETO. E. BRANCO!
Em outras palavras, não existe alguém completamente podre e nem completamente santo.
Pessoinha: Certo. Compreendi. E o que tem isso?
Tenha isso em mente ao criar seus personagens. Eles têm defeitos, cometem erros, se arrependem, se importam, se machucam, pedem desculpas, tentam melhorar (em alguns casos), cuidam de quem é importante para eles, etc.
Como eu sempre digo, "escrita é um reflexo da sociedade". Na sociedade, pessoas são profundas com suas camadas de erros e acertos e ideais e escolhas.
Eis um resumo do que quero dizer:
Protagonistas não são perfeitamente santos e os antagonistas não são apenas pessoas podres, mas pessoas com camadas oscilantes e fruto do ponto de vista que o autor escolheu para narrar a estória.
Na verdade, o antagonista nem precisa ser uma pessoa! Em "A Culpa é das Estrelas" (RIP Gustav), o grande antagonista não é ninguém mais ninguém menos que o próprio câncer dos protagonistas!
Espero que isso tenha ajudado a abrir portas com oportunidades de plots muito mais interessantes que o "mocinho VS vilão" do qual nos acostumamos tanto.
Beijos e roteiros,
Aliindaa.
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