Aurora espreitava o homem de capuz no pátio com extrema cautela, temendo que qualquer barulho denunciasse sua presença. Acreditava estar diante do responsável pelos desaparecimentos de crianças em Feritia, após a pista obtida com certa dificuldade de Wilbur e sua desastrada fuga enquanto buscava água no poço local.

Subitamente, a figura se voltou. O rosto barbado e a cicatriz batiam com a descrição do Cavaleiro da Luz renegado, e Aurora viu-se na necessidade de batalhar com um ex-colega da ordem de paladinos. Em meio às primeiras reações do suspeito, a guerreira correu em sua direção, espada pronta para o ataque. O Cavaleiro saltou para trás, e em meio à confusão do momento, exclamou:

– Sabia que a Ordem mandaria alguém! Mas vocês não impedirão que eu tenha minha vingança!

A frase deslocada do contexto que assimilara até ali freou a investida de Aurora.

– O que quer dizer?

– Aquele maldito Wilbur! – o Cavaleiro respondeu raivoso. – Ele fez com que eu me passasse por vilão diante do povo de Feritia, mas sei que está trabalhando para o sequestrador que matou minha sobrinha!

A paladina baixou a espada, partilhando da fúria daquele que até então era seu alvo.

Fora enganada, mas ao menos ganhara um aliado.