Capítulo 7 - parte 1 (não revisado)
Os reparos da Dani foram executados com mais calma, agora que havia um frota com poder de fogo suficiente para uma proteção eficaz. Apesar disso, os invasores não retornaram. Enquanto isso, Daniel mantinha longas conversas com o comandante Benstok, uma pessoa que ele passou a gostar muito. Já a esposa, junto com o pai e mais alguns cientistas, procurava estudar a única espécie inteligente daquele mundo e que só existia nas montanhas vulcânicas, coisa que a levou a pensar que eles não eram originários daquele mundo. Durante uma conversa com o "líder religioso" deles reforçou a sua tese quando ele disse que os Deuses dos Brilhos da Noite os deixaram ali.
As pessoas que não tinham o que fazer aproveitaram a folga oferecida pelo comando e passaram dois dias a passear, alguns até dormindo ao relento porque era um mundo com uma temperatura perfeita e um clima muito equilibrado.
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Era chegada a hora de retornar para a Via-Láctea e a tripulação entrava de volta na nave, alguns deles tristes por deixarem aquele pedaço de paraíso para trás. O povo das estrelas há muito que dispersara ao ver que os irmãos de raça estavam seguros com a armada solariana, sobrando apenas meia dúzia de naves.
Ao lado da Dani, a nave de Benstok era carregada pelos companheiros com uma quantidade enorme de bens de troca porque eles acolheram com muito agrado o convite de conhecerem o Império do Sol. Além disso, a promessa de poderem conhecer o lendário mundo da Centúria fez com quem uma centena de cientistas daquele povo embarcasse na nave.
Quando a gigantesca esfera começou a flutuar como uma pena, muitos olharam pelas vigias e telas suspirando.
– "Que mundo mais lindo" – pensou a Daniela. – "Lindo demais."
– "É verdade, meu amor" – comentou o marido que ouvia os seus pensamentos. – "Simplesmente um mundo perfeito, tão perfeito que já o reivindiquei com o Povo das Estrelas para criar uma colônia e um porto livre para comércio. Eles adoraram a ideia."
– "Caramba, Dan. Há um ano nem pensávamos mais em colonizar novos mundos e agora decides criar uma colônia extragaláctica!"
– "Bem, minha princesa, não era eu o decadente. Além do mais, fiquei apaixonado por este mundo."
– "Temos que lhe dar um nome."
– O comandante Johnas já lhe deu um nome – respondeu, parando de usar a telepatia.
– Sério? – Daniela riu. – E qual foi o nome?
– Esperança – respondeu o marido.
– Bah, Dan, ele não podia ter escolhido um nome mais perfeito para esse mundo, das as circunstâncias.
– Com certeza, muinha linda.
– Onde ele está?
– Acredito que em uma reunião articular com a sua tripulação, regada a bourbon. – Daniel deu uma risada. – Eu prometi-lhe uma garrafa se ele conseguisse levar a sua missão a bom termo. Como foi muito melhor que o esperado, dei-lhe uma caixa e ele saiu opara dividir com a tripulação...
A voz forte dom comandante interrompeu a conversa, quando ecoou em todos os alto-falantes da nave.
– Nobuntu para a tripulação. Em cinco minutos vamos acelerar para entrar em mergulho de volta para casa. A viagem será mais lenta que o habitual porque a nave do comandante Benstok não consegue acompanhar as nossas taxas. A tripulação pode manter as folgas desde que o pessoal mínimo se revese. Engenharia, como o motor terá o seu primeiro voo neste momento, e um dos grandes, recomendo manter um efetivo acima do mínimo, mas fica a critério do engenheiro chefe. Nobuntu desliga.
Daniel olhou para a esposa e pegou a sua mão, sorridente.
– "Vamos comer algo e folgar um pouquinho que estou precisando, amor" – pediu, feliz.
O casal desapareceu no ar e Nobuntu sorriu, abanando a cabeça.
– C em dois minutos, senhor – disse o piloto, tranquilo. – Estou me sentindo uma tartaruga, usando estas taxas de aceleração antiquadas.
Nobuntu deu uma risada espontânea e olhou para o subordinado.
– A gente acostuma mesmo. E pensar que eu achava a minha Africa III super-rápida por alcançar c em dois minutos e meio.
– Verdade, senhor – disse o piloto. A minha nave era de três a quatro minutos e ainda precisávamos ficar em queda livre até sairmos dos limites do sistema. Acho que eu não aguentaria retornar para essas naves.
– Nem eu, meu velho – disse o comandante, bem-humorado.
― ☼ ―
O voo pelo vazio intergaláctico durou pouco mais de um dia mas ninguém se importou com isso. Quando alcançaram a Galáxia, rumaram para Lafi, fazendo uma pequena pausa.
Daniel aproveitou para se comunicar com a Terra e, depois, chamou o palácio, usando um canal privado e falando da sua cabine. Deu algumas instruções que deixaram o mestre de cerimônias e o mordomo chefe de cabelos em pé e desligou. A seguir, liberou para toda a tripulação conversar com familiares. A alegria e tranquilidade eram contagiosas após tantos dias de angústia, e os familiares ficaram ainda mais felizes porque não era sempre que se retornava dos mortos. Após a pausa para as comunicações, as naves iniciam o voo para Axturr.
Entrando em órbita, ele viu a diferença, uma vez que eles praticamente estavam sem naves, sem falar na pequena frota solariana. A Dani pairou devagar, pousando no espaçoporto, cercada por naves do Império do Sol prontas a tudo pelo seu imperador. Um cordão de marines cercou a nave capitânia, ao mesmo tempo que uma multidão se aproximava, contida pela polícia axturr.
O oficial responsável pela ocupação militar aparece a bordo e conversa bastante com Daniel, recebendo instruções e a promessa de apoio de alguns orientadores cívicos especializados. Uma hora depois, ainda com muita gente no espaçoporto olhando para as naves dos invasores solarianos, Daniel ordena:
– Ativar a transmissão forçada e armar um painel holográfico que pretendo me dirigir a este povo.
– Sim, Almirante.
Quem estava olhando para a montanha de metal á sua frente não imaginava que aquilo seria possível. Um arco de luz branco-leitoso formou-se aos poucos a mais ou menos cinquenta metros de altura. Tal luz estabilizou-se em menos de três segundos e começou a se expandir, formando um retângulo abaulado muito grande, talvez de uns trinta ou quarenta metros de largura. Logo depois, ela deixou de ser opaca para surgir a imagem da sala de comando. Um homem estava sentado em uma cadeira mais ao fundo, mas ele levantou-se a aproximou-se, ficando em primeiro plano. Sem saberem como os solarianos faziam aquilo, o painel enorme começou a emitir som, ma não era algo estridente e ensurdecedor e sim um áudio alto o suficiente para ser ouvido por todos sem que isso os impedisse de se fazerem compreendidos quando falassem. Era como se o som emanasse baixo do ar, de toda a parte. Além disso, em todos os equipamentos audiovisuais daquele planeta a mesma imagem apareceu.
Daniel sorriu e disse, falando o idioma deles:
– Olá, caros axturrs. Quem vos fala é o Imperador do Sol, líder dos solarianos. O meu nome é Daniel Moreira e represento a maior potência militar e tecnológica da Galáxia. Com isto, eu não quero dizer que somos conquistadores nem nada disso, mas lutamos pelo nosso direito de viver livres e em paz. Vocês, durante milhares de anos viveram em guerra e conflito, primeiro com os lemurianos, depois centurianos e lafitas e, por último, cometeram o erro de atacar uma nave nossa. Nós viemos ao vosso mundo na dura intenção de acabar com o planeta e exterminar toda a vida pois era exatamente isso que vocês planejavam fazer com Lafi, mas quando eu aprisionei um dos guardas do espaçoporto para interrogatório, descobri que ele não era a favor da guerra e que até havia mais gente contra, gente inocente.
– Por isso – continuou após uma pequena pausa de efeito –, eu decidi que seria incorreto destruir o vosso mundo, mas precisamos de acabar com a vossa frota que era uma fonte de arrogância e conflitos. Também mandamos invadir o planeta e derrubar o governo. A partir de hoje, vocês podem continuar com a vossa vida normal mas nunca mais poderão ter uma frota de guerra até tenham a maturidade para compreender que todos têm o direito de viver em paz nesta Galáxia. Deverão eleger novos governantes e formar um governo que não seja virado para a destruição, mas, com o vosso histórico, manteremos Axturr sob vigilância. Só poderão ter espaçonaves desarmadas e um quartel do império será instalado aqui. Desejamos viver em paz e estamos de braços abertos para comerciar e até sermos amigos de vocês. Se um dia quiserem pertencer ao império, isso será aceite na maior das alegrias, mas por agora, têm que esquecer essa guerra que se estende há quase quinhentos mil anos. Hoje não descerei no vosso mundo, mas, oportunamente, virei visitá-los. Adeus e boa sorte na nova vida.
Daniel observava a reação do povo e espantou-se quando começaram a aplaudi-lo, o que o levou a concluir que a grande maioria estava de fato cansada da vida que levava.
– Decolagem em cinco minutos – disse Noduntu.
A nave ergueu-se devagar e os marines entraram de volta nas naves de escolta.
– Vamos para casa, Coronel.
– É pra já, Almirante – Nobuntu sorriu, alegre. – Em uma hora, estaremos orbitando a Terra. Mais rápido não dá por causa do Povo das Estrelas.
– Meu amigo – disse Daniel levantando-se –, depois desdes dias de pura tensão, acho que uma hora a mais não fará a menor diferença. O comando da frota é seu que vou comer algo com a minha esposa.
Nobuntu fez um aceno com a cabeça e Daniel evaporou-se no ar. O voo seguiu tranquilo e sem incidentes. Quando alcançaram o Sistema Solar, havia um enxame de naves da frota patrulhando. Assim que viram a nave capitânia, todos dispararam os seus canhões de impulso para um único ponto no espaço acima deles, criando por alguns segundos um segundo sol. As naves da frota pousam na Lua e a Dani seguiu adiante, junto com algumas unidades.
– Atenção, tripulação. Poso em vinte minutos – disse o comandante.
Daniel apareceu na ponte e acompanhou o pouso na Cybercomp. De um lado a Jessy e do outro a Vega. Mais para a frente, a nave do Povo das Estrelas lotou de vez o local.
– Daniel para tripulação – disse o Almirante. O computador reagiu e ativou todos os sistemas internos de comunicação. – Amigos, chegamos à nossa casa, o mundo mais belo e maravilhoso da Galáxia. Quero agradecer a todos vocês, a melhor tripulação do Império. Sem vocês, a Dani não estaria aqui agora. Toda a tripulação vai descer porque o nosso barquinho precisa de uma revisão em regra uma vez que ele sofreu um castigo demasiado pesado. Como eu prometi, quero todos vocês no palácio amanhã, pois saborearão um churrasco feito por sua Alteza Imperial. – Fez uma pausa e deu uma risada. – Talvez tenhamos que interromper no meio do churrasco, pois creio que o mestre de cerimônias deverá ter um colapso cardíaco, mas, depois de enterrá-lo, continuamos. Mais uma vez obrigado a todos vocês, meus irmãos. E não se esqueçam jamais de que salvamos um mundo. Vocês são os grandes heróis do Império, senão da Galáxia.
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