Capítulo 4 - parte 6 (não revisado)
Ele deixou o hospital como última parada na sua ronda e estava contente de ir lá por fim, mas encontrou a esposa exausta, dormindo sentada na sua mesa. Com carinho e todo o cuidado, pegou-a ao colo e transportou a ambos para a cabine do casal, deitando-a na cama. Voltou para a enfermaria pelo mesmo método e localizou o segundo em comando.
– Doutor – disse, com ar reprovador. – Coloquei a Daniela na cama. Ela não pode trabalhar até à exaustão. Não se esqueça de que ela espera um filho, então, não lhe permita essas maluquices.
– Bem sei, Alteza – respondeu o médico com uma pequena mesura. – Eu ministrei-lhe um sedativo leve, mas não fará efeito por muito tempo. Por agora as coisas estabilizaram e, felizmente, não tivemos nenhuma baixa. Todos estão fora de perigo, mas muitos ainda inspiram cuidados. Trezentos deles já receberam alta e uma nave auxiliar do Povo das Estrelas já veio aqui pegá-los. Como pode notar, já até dispensei os marines.
– Obrigado. Por favor, doutor, tente manter a minha esposa mais calma. Ela tem excesso de zelo e, agora, isso pode ser prejudicial para a sua saúde.
– Sim, senhor. Farei isso, mas não se esqueça que ela é que é a chefe do departamento.
– Bem sei, mas ela tem muito respeito por si, em especial por causa de Terra-Nova.
– E eu por ela, Alteza – disse o médico, sorridente. – Somos grandes companheiros. Juntos, salvamos muitas vidas naquele mundo inóspito. Para mim, ela é a filha que eu não tive e grande parte dos seus conhecimentos de medicina foram ministrados por mim e outros colegas nossos. Hoje, ela já me superou há muito, mas ainda é a minha menina.
– Preciso de ir. Cuidem-se que, em breve, sinto que teremos mais problemas.
Quando terminou a ronda, retornou para a ponte e viu que o comandante estava exausto.
– Vá descansar, coronel – disse, gentil. – O senhor está há demasiado tempo no comando sem sair para nada. Acredito que a refrega levará mais de meio dia para ocorrer.
– Preciso mesmo, senhor – disse o gigante de ébano. – Voltarei em um par de horas.
– Tire umas quatro horas, meu amigo.
― ☼ ―
A viagem ao lado da pequena frota foi desgastante face à avaria do motor estelar e também às limitações da capacidade de manobra da nave do Povo das Estrelas que estava avariada.
Já se encontravam nos limites do sistema solar desconhecido até dos amigos que eram daquela galáxia. Assim que estavam mais perto, a astronomia já havia mapeado o sistema. O quarto planeta era um mundo com as memas condições da Terra e muito bonito, apesar de um pouco menor.
Daniel chamou o seu melhor comandante de naves auxiliares para que comparecesse à sala de reuniões na ponte. Enquanto aguardava, sentou-se a tomar um chá, pensativo, mas não tardou até que o seu elemento aparecesse.
O jovem almirante observou o sujeito de quem gostava bastante, um homem alto e despreocupado, com cabelos neros e semblante descontraído, mas que escondia uma vontade férrea de quem não o conhecesse. Sorriu e apontou a máquina de bebidas.
– Sirva-se de algo e sente-se, Johnas.
– Bem – disse o subordinado, aproximando-se da máquina e apertando um botão. – Na falta de um bom bourbom, vai café mesmo.
Daniel riu enquanto ele pegava a bebida e sentava-se, sorridente. Sorveu um gole e olhou para o chefe.
– Bem, meu amigo, digamos que lhe oferecerei um bom café irlandês mais tarde, se tudo der certo.
– Dadas as circunstâncias, senhor, imagino que deseja que eu faça um reconhecimento rápido com a Dani A I.
– O senhor é esperto – disse Daniel, rindo. – Sim, uma nave auxiliar pode char lá em um mergulho relâmpago, verificar como é de fato o planeta e voltar, mas tenho medo que corram certos riscos.
– De fato um destroyer seria uma melhor escolha, mas entendo perfeitamente que, no momento, são necessários aqui, com esta pequena frota.
– Exato, meu amigo, sem falar que a nave auxiliar emana menos energia e é mais facil de esconder.
– Claro, Almirante – respondeu o comandante, dando de ombros e terminando o café de um só gole. – Depois daquela festinha em Axturr, estou certo que isto aqui será apenas um passeio de recreação.
– Então posso contar consigo para se voluntariar para esta peuena missão? – perguntou Daniel, que achava melhor pedir a ordenar.
– Mas claro, Almirante – o comandante levantou-se. – Saímos em dez minutos.
– Dez minutos!? – espantou-se o imperador. – Como pode sair tão rápido?
– Bem, senhor, a minha tripulação já está a postos na nave e a rota já foi calculada. É só o tempo de eu chegar lá e decolamos. É que, se o senhor não pedisse para o fazer, eu ia solicitar a missão pelo bem do grupo.
O homem levantou-se com uma curta mesura a aproximou-se da porta. Antes que estivesse ao alcance do sensor que lhe fraquearia a passagem, Daniel disse, erguendo a voz:
– Johnas. – O comandante parou e virou-se. – Obrigado. O senhor é sensacional. Quando retornar, terá um legítimo café irlandês à sua espera.
Ele deu uma risada e saiu da sala, andando a passos largos para o elevador gravitacional.
– Pelo menos ele está mais descontraído do que eu – resmungou Daniel de si para si.
― ☼ ―
Bạn đang đọc truyện trên: AzTruyen.Top