Capítulo 4 - parte 4 (não revisado)

– Será um prazer – respondeu Benstok. Ele designou um substituto e mandou-o pedir ajuda ao comando central do seu povo.

A Dani estava próxima da nave danificada e várias naves auxiliares transportavam os feridos para ela, além das navetas planetárias que não paravam de circular de um ligar para o outro. À volta dela diversas outras naves do Povo das Estrelas também pegavam doentes, ajudados pelos solarianos.

O comandante Benstok sentou-se na poltrona do copiloto e, apesar de preocupado com os seus, apreciava a pequena nave e os controles bem mais simples. Assim que a comporta abriu, Daniel tratou de acelerar bastante e tomou o rumo para a sua nave.

Embora as naves do Povo fossem bem grandes, aquela nave inpirava respeito por causa do seu formato esférico, que a fazia uma monstruosidade inconcebivel aos olhos do homem. Quando Daniel deu a volta e apontou para a região equatorial, o comandante aregalou os olhos, assustado.

– As comportas estão todas abertas com gente dentro e ninguém tem traje espacial! – gagejou, assustado. – Como é que vocês conseguem fazer isso?

– Não se assuste. – Daneil deu uma pequena risada. – As comportas têm um campo de força invisível que impede a passagem do ar. Quando entramos, ele cede no formato exato da nave, mas o ar não sai nem entra. Foi por isso que o nosso pessoal conseguiu fazer o salvamento dos tripulantes da nave avariada tão rápido. Chamamos isso de campos de contenção. São bem simples, na verdade.

Assim que pousaram no hangar, Daniel disse:

– Bem-vindo à Dani, a nave capitânia do Império do Sol – fez um gesto para a escotilha. – Vamos indo, meu amigo.

O imperador levou o comandante Benstok até à ponte de comando. Para Benstok, ver a gigantesca esfera por fora era uma coisa impressionante, mas presenciar o que se passava por dentro dela, para quem não a conhecia, era fenomenal pela aparente simplicidade. O jovem levou-o para a sala de reuniões e pegou dois cafés na máquina, fazendo sinal para o amigo sentar-se e ofrecendo um café.

– Espero que a bebida lhe agrade – disse. – Amigo, apesar de não termos muito tempo eu trouxe o senhor para esta sala para ficarmos a sós alguns minutos porque desejo usar os meus dons para lhe ensiar o nosso idioma, uma vez que acho isso importante. O que ocorre, é quepreciso que desbloqueie a sua mente, do contrário perderemos mais do que os dez minutos necessários para fazer isso e tempo é o que não podemos nos dar ao luxo de perder.

– Acho a sua sugestão sensata, já baixei as barreiras.

– Muito bem. Olhe nos meus olhos e relaxe. – O comandante obedeceu e o jovem transmitiu a informação sobre o português e o centuriano. Depois, como um presente, acrescentou os dados para a contrução das barreiras energéticas para contenção de ar nos hangares. Quando terminou, sorriu.

– Obrigado pelas informações adicionais – disse Benstok, impressionado. – Como disse, tratava-se de algo bem simples.

– Vocês são muito bem-vindos – disse Daniel. – Eu ainda acho que deviam sair daqui. Afinal, os armamentos que a Dani carrega podem destruir uma frota muito maior.

– Infelizmente agora isso não é mais opção – comentou Benstok, apontando a tela onde aparecia a nave avariada. – Não podemos deixar um irmão para trás, muito menos deixar de ajudar a quem nos ajudou.

– Setor médico para Almirante, estamos com sobrecarga de feridos – disse uma voz no comunicador. – Precisamos de ajuda imediata de pesoal ocioso.

– Estou a caminho – disse Daniel, levantando-se rápido. – Vamos ao hospital, Benstok.

Ambos apressaram o passo descendo para o setor médico. Ainda estavam a bem trinta metros da enfermaria quando começaram a ver muitos feridos no chão, aguardando atendimento. Na ala de emergência já não havia espaço. Ele não encontrou a Daniela a parou uma outra médica.

– Como estão as coisas, doutora?

– Alteza, há muitos feridos, em especial de queimaduras e intoxicação. Além disso, vários casos de fraturas diversas. Já não há leitos nem pessoal suficiente.

– Certo – disse. Elevou a voz. – Daniel para marines. Todos os marines que estiverem de folga deverão vir para a enfermaria com o máximo de urgência. No almoxarifado quatro, que está no caminho, há camas de campanha. Tragam quantas puderam e venham o mais rápido possivel. A vossa tarefa é dar assistência aos paramédicos com os pacientes que estão nos corredores, aguardando.

Virando-se para a médica ele continuou.

– Faça uma triagem para facilitar o trabalo dos marines. Os casos mais graves devem ser levados para os leitos. Os mais simples, ficam no corredor em camas de campanha. Temos quinhentos soldados a caminho para ajudar e a maior parte deles são monges shaolin que sabem um pouco de medicina natural. Portanto, podem ser muito úteis. Onde está a Daniela?

– Obrigada, Alteza – disse a médica, sorrindo. – Ela estava operando um homem que teve um traumatismo craniano um tanto grave. Ei-la ali. Deve ter acabado a cirurgia.

A imperatriz estava cansada mas apenas o marido conseguia ver isso. Ao ver o Daniel, aproximou-se dele e deu-lhe um beijo.

– Amor, este é o comandante Benstok, líder do Povo das Estrelas. Comandante, a minha esposa Daniela Chang, médica chefe da nave.

– É um prazer comandante – disse ela, gentil. – Desculpem se não dou atenção a vocês, mas estamos demasiado ocupados. Dan, obrigada pelos marines. Acabei de fazer uma cirurgia e foi na hora certa. Ele vai ficar bom. Com licença.

Virou-se para uns médicos, fazendo sinal para ele. A seguir, apontou os pacientes no corredor e continuou:

– Façam uma triagem e separem por gravidade o quanto antes, do contrário corremos o risco de perder algum paciente antes de ser tratado.

O Daniel sorriu.

– "Do que te ris?" – perguntou-lhe ela.

– "Acabei de dar essa ordem. Até mais amor." – Comandante, o seu povo não podia estar em melhores mãos. Vamos até à engenharia.

Mal saíram da enfermaria, a primeira leva de soldados chegou em fila indiana, cada qual carregando uma cama de campanha. Passaram por eles e aproximaram-se dos primeiros feridos, armando as camas e colcando-se sobre elas. A seguir, aguardaram as ordens dos médicos e paramédicos, mas alguns já começaram ajuando feridos em menor gravidade, fazendo todo tipo de ajuda que aliviasse o sofrimento, até massageando músculos doloridos. O comandante olhou aquilo por um breve momento e seguiu atrś do imperador.

– O seu povo é tão organizado assim? – perguntou, impresisonado.

– É uma nave militar, meu amigo – respondeu. – Se não tivermos organização e disciplina, seremos destruídos.

– Sou forçado a concordar.

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