Capítulo 3 - parte 2 (não revisado)

Daniel olhou em volta e sorriu.

– Gente, lembrem-se que estamos vivos e que nós solarianos só desistimos depois de mortos, se é que desistimos. Nobuntu, alinhe com a astronomia e procure deslocar a nave o quanto antes para esse sol. Faça isso agora mesmo.

O negro gigantesco levantou-se com um aceno de cabeça. Logo a seguir, o seu filho fez o mesmo, dizendo:

– Almirante, se me permite, vou para o meu posto já que também tenho as minhas diretivas. – Encolheu os ombros. – Afinal, como todos sabemos, existe o risco de encontros inesperados.

– Tem razão, Zulu, faça isso mesmo. – Daniel sorriu. Virou-se para a equipe de observação. – Os senhores também têm as suas ordens, mas agora devem auxiliar a navegação a alcançar o sol mais próximo.

A reunião agora estava reduzada a menos elementos e Daniel procurava transmitir alguma segurança para os companheiros preocupados. Pouco tempo depois, ouviram a voz do coronel Nobuntu:

– Atenção à tripulação. A nossa nave está com avarias no motor de mergulho e encontramo-nos em local desconhecido. Neste momento, vamos acelerar para c de forma a alcançar um sol que se encontra a cinco ponto dois horas-luz de forma a encontrarmos um planeta que nos permita a troca do motor estragado. Dos os tripulantes de serviço devem ter muita atenção e os ociosos preparam-se para auxiliar a equipe de engenharia em caso de serem requisitados. Por enquanto é só. Aceleração em dois minutos.

Daniel terminou de ouvir o comunicado quando um dos cientistas disse:

– Senhor, e se alguém sair com uma nave auxiliar para procurar ajuda com a frota?

– Primeiro precisamos de saber onde estamos; depois, saber se é viável dada a distância absurda em que nos encontramos.

A nave vibrou de forma sutil, quando os propulsores entraram em funcionamento, sendo compensado em cinco segundos, e o Imperador deu-se conta que as coisas poderiam ter sido muito piores porque apenas o motor de mergulho estava estragado. Se também tivessem ficado sem os jatopropulsores, aí sim, estariam verdadeiramente encrencados.

O espaço começou a girar devagar à medida que tomavam curso para o sol desconhecido até que a estrle do destino apareceu bem no meio do painel central de navegação.

O almirante tirou os olhos das telas e já ia dizer alguma coisa quando foi interrompido pela voz de um dos observadores do rastreamento:

– Atenção. Nós temos companhia. Dez naves saíram do espaço intermediário – informou, muito sério. – Repito, espaço intermediário. Não são naves de hipersalto.

– Artilharia pronta para qualquer eventualiddade – disse Zulu antes de qualquer um.

– Piloto – ordenou Daniel, levantando-se. – Parar a nave. Campos de força ao máximo.

O imperador saiu da sala de reuniões, seguido dos demais.

– Estão chamando – afirmou o operador de comunicações, acionando um comando para passar para a tela principal. – Sistemas tentando obter protocolo de comunicação...

– Otimo – dise Daniel. – Rastreamento, informe.

– A nave possui armas, mas não estão energizadas – respondeu o oficial. – Os campos de força são um tanto fracos. Eles não parecem desejar um coflito, senhor.

– Obrigado.

No grande painel holográfico central da Dani, uma imagem difusa começou a se formar à medida que os sistemas das duas naves conseguiam estabelecer uma correspondência. No painel ao lado, aparecia o espaço com as naves no centro. Eram muito grandes, formadas por três discos de cerca de trezentos metros de diâmetro e noventa de altura, cada um deles ligado ao seguinte por dois tubos paralelos também dos seus noventa metros de diâmetro. Elas totalizavam pouco mais de mil metros de comprimento, ao todo, considerando os tubos, por noventa de altura. Daniel leu as especificações e concluiu que não ofereciam qualquer tipo de perigo para a esfera gigante. Olhou para a pela principal e viu surgir a imagem de um ser humanoide. Era idêntico a um solariano ou centuriano. A Edna que estava ao seu lado, disse:

– São nossos descendentes. Na primeira expansão, mandamos naves para três galáxias próximas, com medo que nos encontrássem e pudessemos ter oportunidade de escapar, mas isso foi há mais de quatrocentos mil anos.

– Nesse caso, Edna – disse Daniel, sorrindo para a amiga –, eu preferia que ajudasses a astronomia a descobrir em que galáxia estamos porque é muito importante. Eu lido com eles.

– Claro, Daniel – respondeu ela. – Ajudaremos com prazer.

A centuriana saiu, acompanhada por Hermes e Daniel virou-se para o alienígena, sorrindo. Ergueu ambas as mãos com as palmas para a frente, um gesto de paz considerado universal pelos psicólogos. Usando o idioma centuriano acrescentou:

– Viemos em paz.

O homem respondeu com uma torrente de palavras incompreensíveis, apesar da forte semelhança com a língua da Centúria. Daniel sorriu e fez um sinal para que ele esperasse.

– Computador, execute o novo modelo de comunicação universal.

– Ativado, senhor.

– Apresentar uma miniatura da Dani e da nave que está à nossa frente. Ambas em escala e representando a distância de uma da outra. – O homem da outra galáxia viu uma imagem tridimensional formar-se na frente do imperador, começando a compreender o objetivo daquilo. Daniel continuou. – Agora mostrar uma naveta saindo do hangar e parada ao lado da Dani. – O Daniel apontou para a naveta e para si. – Faz uma imagem minha entrar na naveta e ir até à nave deles.

O visitante compreendeu de imediato o que o almirante desejava. O sinal de aprovação veio de um sorriso. O jovem fez um aceno e retirou-se. Quando estava fora do alcance das câmeras, saltou direto para a naveta e deslocou-se sem medo nem preocupações. Eles não pareciam agressivos, embora a nave tivesse muitos canhões. Era provavel que aquelas dez naves dessem trabalho a uma nave auxiliar, talvez até um cruzador, mas dificilmente a um couraçado. Quando se aproximou da outra nave, uma comporta abriu-se e ele entrou. Era um hangar espaçoso que continha várias pequenas naves, todas em forma de disco e nenhuma maior do que vinte metros. Daniel notou que havia vácuo ali o que significava que as naves deles não tinham campos de força que impediam o ar de sair com as comportas abertas. Um chiado forte indicou a pressurização do hangar. Ele analisou a atmosfera e viu que era cem por cento compativel com a da Terra, muito pura.

Quando a pressão se igualou, aguardou um pouco e abriu a comporta para dar de cara com dois homens. Ambos estavam parados à sua frente de pernas entreabertas e com armas apontadas para a barriga dele. Eram armas de tipo desconhecido, mas nem por isso inofensivas.

Daniel mostrou as mãos nuas, enquanto tentava acessar a mente deles. Estavam com o cérebro bloqueado, logo deviam ser portadores. Ele usou a sua capacidade de invadir a mente deles e aprendeu o idioma até porque era esse o seu objetivo desde o início.

– Estou desarmado – disse, dando um sorriso gentil. – Podem me levar ao comandante?

Eles sorriram de volta e baixaram as armas, guardando-as nos coldres. Daniel notou que eream pacíficos por natureza.

– Venha; seja bem-vindo, estrangeiro. Desculpe a precaução, mas temos inimigos que voam em naves semelhantes às vossas, embora muito menores.

– Eu entendo.

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