Capítulo 3 - parte 1 (não revisado)

Em órbita de Axturr, o Daniel avô, a autoridade máxima na ausência do neto, dá as suas ordens para a invasão.

Após derrubarem as poucas naves sobreviventes do encontro com o imperador, dez barcos solarianos desceram no planeta e liberaram os seus marines. Um exército enorme entrou em ação e os soldados foram neutralizados sem dificuldades. Para espanto dos solarianos, a população axturr cooperava com o Império e de bom grado. Em vinte e quatro horas, o governo foi derrubado e todos os implicados presos na Vega. Um batalhão solariano tomou conta do que sobrou dos quarteis e a ordem foi instaurada.

Daniel Moreira aprovou todas as ações e determinou que um orientador cívico ficasse no governo interino até se tomar uma decisão adequado quanto ao planeta.

Tendo tomado todas as providências, o governador mandou que duas naves permanecessem em órbita e o restante da frota retornaria a Lafi para, após, retornar para a Terra. Enquanto aguardavam João conversava com ele na sala da Vega.

– Por mais que o senhor diga isso, avô, e o senhor sabe que eu desejava muito que fosse verdade, não posso crer em si – disse o sobrinho neto, muito abatido mas sério. – Afinal eu vi a nave explodir ao iniciar o mergulho. Aquilo que nós todos vimos foi uma explosão de aniquilação, exatamente do mesmo jeito que a nave do imperador Saturnino. O que aconteceu foi bem simples: o reator explodiu com a sobrecarga e a aniquilação de tanta matéria abriu um rasgão no espaço-tempo. Sei que ele era o seu neto preferido, mas o senhor tem que encarar a realidade. Para mim, era o irmão que não tive.

O avô deu um suspiro e ergueu os olhos, virando-se para o comandante da Jessy. Sacudiu a cabeça devagar, enquanto dizia:

– João. Acredita em mim porque ele voltará.

– Por que motivo tem tanta certeza? – quis saber João, já preocupado.

– Porque a Jéssica Helena, que também é a minha mãe, apareceu para mim e garantiu-me que ele está vivo – afirmou o homem hepta centenário, decidido e enérgico. – E garanto que eu estava bem lúcido, quando isso aconteceu.

– Pois com o devido respeito, avô, acho que o senhor quis ver isso, quis acreditar nisso. A Dani era a mais espetacular nave do império, mas nem ela poderia ter sobrevivido a isso, mesmo com aquela tripulação altamente especializada e o meu primo. Ele tanto sabia que apenas quis voluntários.

– Espera e verás, querido – disse o governador, sem perder a fé na sua falecida mãe. – Aí, nós veremos.

– Bem, vou retornar para a minha nave – disse João, levantando-se. – A gente se vê na Terra porque vamos direto para lá. Coube a mim a tarefa de dar a triste notícia.

― ☼ ―

Em Lafi, os solarianos foram recebidos com paradas da população. A delegação do Império não tinha a mesma alegria, exceto o Daniel avô que tinha uma fé inabalável no que viu.

Todos consideravam os solarianos os grandes salvadores. Uma equipe de cientistas e governantes dos dois continentes juntou-se à Vega para acompanhá-los à Terra.

Como a Jessy e uma pequena flotilha tinham retornado direto, o Império do Sol já sabia do ocorrido, ficando de luto.

O grosso da frota preparava-se para retornar, escolhendo um voo rápido e, quinze minutos depois que partiram, milhares de naves imperiais, orbitavam a Terra e a Lua. Quando a Vega desceu no lugar onde tradicionalmente pousava a Dani, os governantes estavam presentes, além de uma grande parcela do povo, mas em lugar algum se via um sorriso, nem mesmo nos opositores políticos. Aquele que o povo mais amava era dado como tombado em combate e não importava se eles haviam salvo um mundo inteiro porque a tristeza era geral.

O governador Moreira desceu e aproximou-se do filho e da nora. Ela estava com os olhos inchados de tanto chorar e o pai tinha os ombros caídos, sentindo um peso enorme sobre o coração. Alexandra abraçou-se ao sogro e volta a chorar aos prantos. A Daniela avó também está lá, silenciosa e triste.

– Filhos. Eu vou dizer uma coisa que podem achar maluquice minha, mas eu juro para vocês que ele está bem vivo. Não sabemos onde, mas sim, está vivo.

Alexandra ergueu o rosto de supetão, estupefacta, enquanto o marido empertigava-se, sentindo uma pontada de esperança. Alexandra apertou o braço dele com força, enquanto dizia:

– V... vi... vivo?

– Tenho a certeza absoluta, mas ainda não posso provar.

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