Capítulo 6 - parte 2 (não revisado)
A Dani desceu no espaçoporto e os líderes daquele mundo correram até eles, alarmados com as notícias recebidas. Por isso, em vez de irem para o palácio do governo fizeram a reunião ali mesmo, na ponte.
O espaço em volta de Lafi parecia um ninho de marimbondos de tantas naves que patrulhavam o planeta. Eram milhares de esferas de vários tamanhos. Já a frota solariana estava oculta pelo manto da invisibilidade, criado pelos campos de refração. Ela seria o fator surpresa. Era uma frota pequena, se comparada aos amigos, mas seria capaz de infligir duras perdas graças às armas superiores.
Apesar de todo aquele poderio, todos eles, fossem solarianos, centurianos ou lafitas, estavam muito nervosos e preocupados. Acompanhando os presentes, também estavam os comandantes da Vega e da Terra, além da Edna, os prisioneiros resgatados, alguns oficiais e os dois axturrs.
Daniel fazia o seu relatório, já quase no fim:
– ... assim, a frota axturr foi quase toda destruída, exceto pelas unidades que vêm para aqui e que são metade dela. Destruir o planeta está fora de questão.
– O que pensa fazer, Alteza? – perguntou o comandante da Terra.
– Prefiro que me chame de Almirante, já que aqui estamos em campanha – pediu Daniel. – Pretendo colher informações sobre a nave bomba para descobrir como neutralizá-la.
– De que forma pretende fazer isso, senhor?
Daniel apontou o cientista axturr e respondeu:
– O nosso amigo aqui vai ajudar porque foi ele que criou a arma. – Antes que Daniel continuasse, meia dúzia de armas foram apontadas para o pobre cientista, que recuou um passo, apavorado.
– Parem com isso. – A voz do imperador pareceu uma chicotada e todos obedeceram. – Ele está aqui por vontade própria, foi obrigado a fazer a arma.
A reunião passava-se em centuriano e o "homem" entendeu tudo.
– Senhores, é verdade – disse, erguendo as duas mãos espalmadas para cima. – Eu e muitos outros cientistas fomos forçados a isso. O povo não quer mais saber de guerras. Há muito que cortaram os laços com Axturr de Andrômeda. Eu estou disposto a ajudar, mas não tenho como passar tanta informação de uma só vez.
– Não se preocupe com isso, amigo – disse, Daniel, tranquilizador. – Apenas relaxe e pense no seu trabalho. Nós podemos obter a informação do seu espírito muito mais rápido do que se falasse.
O homem sentou-se e pensou no trabalho todo, desde o início. O Daniel e mais dois centurianos acompanharam o pensamento dele e os dois ficavam mais pálidos a cada minuto que passava, incapazes de acharem uma solução para o problema.
Já o imperador acompanhava tudo sem dificuldade, mas, mesmo assim, levaram quase uma hora para obterem todos os dados. Após, o Daniel desligou a conexão mental.
– Senhores, se a nave detonar perto do sistema planetário de Lafi os resultados serão igualmente catastróficos. Há apenas uma saída. – Nesse momento, Daniel bloqueou o seu cérebro, tornando-o impenetrável até para a esposa. – Para resolver isso, precisarei da Dani e da Vega, mas poderá significar o fim de uma delas. O preço é aceitável se falarmos em salvar todo um planeta.
– Alteza... Almirante... O raio que o parta... Alteza – disse o comandante da Terra, muito nervoso. – Não podemos arriscar a Dani porque o senhor é demasiado importante para o Império. Desculpe a minha grosseria, mas insisto nisso. Se quiser me processar, vá em frente.
– Meu amigo, se a sinceridade fosse premiada com uma corte marcial, eu não mereceria o posto de Imperador do Sol. Obrigado por isso, mas não será possível. Eu sou o único capaz de resolver o problema. Desta vez, não há escolha.
– Entendo, senhor. Desculpe.
Daniel olhou em volta e decidiu:
– Muito bem. Toda a frota ficará de prontidão. A Dani e a Vega ficarão em uma órbita baixa, camufladas. Não atirem na nave bomba em hipótese alguma, entenderam? Passem adiante para toda a frota ou o sistema poderá colapsar.
– Certo senhor. – Alguns deles levantaram-se para se retirarem.
– Almirante – disse Murdoc –, é uma honra conhecer pessoas tão boas e nobres quanto o seu povo, mas o problema não é vosso. Não quero que se exponha desse jeito.
Uma risada de escárnio interrompeu a conversa e o general axturr disse:
– Vocês estão acabados. Deviam se render e entregar os centurianos. Se fizerem isso, pouparemos o seu mundo.
Ignorando-o por completo, o imperador solariano respondeu para o novo amigo:
– Somos aliados e é assim que agimos entre amigos. Já agora, gostaria que levassem este traste para a prisão. Pelo menos, se tudo der errado, ele morre junto com o planeta.
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