Capítulo 6 - parte 1 (não revisado)
O voo para a Dani foi tão rápido que quase não houve tempo para pensarem, mas cada um dos presentes analisou o poderio dos solarianos de uma forma. Uns de forma positiva e outros assustados.
Quando a nave auxiliar voltou para a quarta dimensão e se depararam com a monstruosidade que era a nave mãe, muitos murmúrios foram ouvidos. A Dani já tinha o hangar aberto e estava preparada para lutar de modo a proteger a nave auxiliar a qualquer preço. Apesar de serem seguidos pela frota inimiga, ainda possuíam uma grande vantagem que facilitou o pouso do grupo tático. Assim que as comportas foram abertas, um grupo de médicos irrompeu pela nave adentro para levar os amigos resgatados para o hospital, alertados pela imperatriz que recebera o aviso do marido.
De forma ordenada, mas muito veloz, foram saindo da sala com as suas preciosas cargas enquanto Daniel dizia para dois dragões:
– Escoltem o prisioneiro para a ponte.
– Sim, mestre – respondeu um deles, com uma mesura.
A seguir, o imperador virou-se para o cientista axturr e segurou o seu ombro.
– Venha – disse, gentil –, vamos para a ponte que precisamos de deter aquela lave a qualquer preço.
– Escute – falou o pequeno, preocupado. – Eu cooperei com o senhor, mas não pretendo tomar lugar nesta guerra estúpida, nem de um lado nem do outro. Vão matar a minha família, senhor.
Acredito que agora não haja tempo nem possibilidades de o levar de volta, meu amigo – disse Daniel, bonachão. – Mas posso dizer duas coisas: primeiro, a sua família não correrá perigo porque estarão demasiado ocupados conosco; segundo, se nos ajudar eu lhe garanto que não só não se arrependerá como ajudarei o senhor da melhor forma que eu puder.
– Tudo o que eu desejo é paz – respondeu o cientista, com voz cansada, até abatida. – Apenas paz.
– Então terá paz, eu afianço isso para o senhor.
O axturr olhou em volta, dando-se conta que já estava na sala de comando da gigante do espaço. A ponte era enorme, mas tinha os mesmos princípios da pequena nave e ele ficou a imaginar que, debaixo daquela simplicidade aparente devia haver equipamentos com tecnologias que nem imaginava em sonhos. No íntimo, ficou a pensar como seria trabalhar com os cientistas daquele povo. Devia ser maravilhoso usar algo tão avançado para pesquisar coisas verdadeiramente pacíficas.
– Isso poderia ser arranjado.
– Como? – perguntou o cientista, olhando para Daniel.
– Isso que o senhor desejou – respondeu Daniel, sorrindo –, eu poderia providenciar isso se realmente desejar.
– O senhor é telepata? – perguntou ele, assustado.
– Sou, sim – Daniel encolheu os ombros –, mas não se preocupe que não costumamos ler pensamentos indiscriminadamente.
― ☼ ―
Dando o assunto por encerrado, Daniel virou-se para o comandante:
– Coronel, apareça para a frota inimiga e faça-os perseguirem a nave. Crie uma rota de fuga mantendo uma distância de um milhão de quilômetros. Quando as naves estiverem a dez milhões de quilômetros do planeta, avise-me.
– Já nos seguem senhor – respondeu Nobuntu ao fim de alguns segundos. – O problema é que são um pouco lentos para nos alcançarem. Piloto, entre em queda livre até que se aproximem.
As pirâmides aproximavam-se com os seus propulsores flamejantes, perseguindo a esfera gigante com o máximo de aceleração que podiam dar.
– Estão a trinta por cento de c – disse o piloto. – Distância de Axturr: seis milhões... sete... oito... nove... dez.
– Coronel, mandar uma bomba do juízo final para o centro da frota.
– Atenção, artilharia – disse Nobuntu. – Zulu, usa um canhão de impulsos e manda uma bomba do juízo final para a nave central. Piloto acelerar tudo, mas não mergulhar.
– Certo, senhor – confirmou o piloto.
– Pacote enviado – disse Zulu.
Não foi necessário falar mais nada. No meio da frota, um sol formou-se de repente. A energia violenta e descontrolada, propagava-se à velocidade da luz e a luminosidade era tanta que as telas escureceram um pouco para compensarem e protegerem a tripulação.
– Relatório – pediu Daniel.
– Almirante. A frota foi quase dizimada.
– Muito bem – disse o imperador, sério. – Coronel, mergulhar para Lafi; velocidade máxima possível.
– Rota marcada. Chegaremos em cinco minutos, senhor.
O prisioneiro entrou e foi sentado em uma poltrona. Ainda viu a bola de fogo que ficou no lugar da frota.
– O que é aquilo? – Ele não resistiu a perguntar.
– Acho que era a sua frota – respondeu o almirante solariano. Tremendo, o axturr deixou-se encostar na poltrona. Ele acabara de sofrer um golpe muito duro.
– Agora – continuou Daniel –, vamos para Lafi. Chegaremos em uns poucos minutos.
– Quer que eu acredite que vai percorrer esta distância toda em apenas alguns minutos? – perguntou o general, apesar de não se sentir nada seguro de si. – Já se deu conta de como está sendo ridículo?
– Por que acha que eu seria ridículo com uma distância tão pequena? – brincou Daniel. – Quatro mil anos-luz é logo ali.
A nave mergulhou e o axturr voltou a se assustar com o poderio daquele povo. Nem cinco minutos depois, entravam no sistema dos Lafitas. Daniel olhou para o militar e disse:
– Viu? – encolheu os ombros. – Menos de cinco minutos. Agora, General, desejo saber quanto tempo uma nave axturr leva para chegar a Lafi?
– Adivinhe – disse, lacônico.
– Quatro horas, obrigado. – O general ficou boquiaberto, olhando para o sujeito à sua frente. – "Que outras surpresas esse solariano terá mais?" – perguntou-se em pensamento. – "Acho que mexemos com a raça errada."
– Pode ter a certeza, General – disse Daniel. – Nunca quisemos inimigos, mas sabemos nos defender. Só não destruí o seu mundo, porque há muita gente contra esta guerra estúpida. Por que motivo vocês desejam perpetuar um conflito de mais de quinhentos milênios? Vocês nem mesmo conseguiram evoluir um mínimo que fosse. Nós, que não fazemos a guerra, General, temos tanto poder que bastou a minha nave para dar cabo de quase toda a sua frota.
Ele não respondeu, cada vez mais assustado.
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