Capítulo 5 - parte 1 (não revisado)
O azar começou cedo. Daniel materializou-se de volta na nave lafita, ainda visível, e viu-se no meio de um bando de soldados que, desconfiados com a ausência do cientista, entraram para vascular o lugar.
– Não pode ter desaparecido no ar... – dizia um deles quando parou, estarrecido. – Quem é você?
– Eu? – Daniel sorriu ao ver o soldado e companheiros erguendo as armas para ele. – Eu diria que sou o seu pior pesadelo, meu caro.
– Não se mexa ou atiramos – berrou o axturr, tão nervoso que o cano da arma tremia um pouco.
– Sinta-se livre para atirar, meu filho. Essa porcaria não vai funcionar, então perde o seu tempo – disse o solariano virando as costas e olhando para os painéis de controle da nave, procurando algo que lhe desse uma ideia para agir.
A seguir pensou que havia outras prioridades antes dessa nave e virou as costas, indo para a escotilha de modo a teleportar sem ser visto pelos axturrs.
Ouviu quando eles puxaram os gatilhos, mas as armas tinham sido inutilizadas pelos fluxos telecinéticos. Quando viram que não adiantava atirar, guardaram as armas nos coldres e avançaram, enquanto o líder berrava.
– Pare imediatamente.
Daniel virou-se e viu que corriam para o atacar. Não desejando matar ninguém. Usou as suas energias para os parar no ar. De olhos esbugalhados eles ficaram estáticos, a flutuar a um metro do chão. Daniel olhou para eles e sorriu, enquanto subiam feito uns balões, batendo no teto a quatro metros de altura. Daniel fez um aceno dando tchau, ficou invisível e tirou os fluxos telecinéticos, soltando os soldados que caíram e ficaram inconscientes. Saltou para o lugar onde estava o companheiro de equipe e usou a telepatia para dar instruções a todos.
– "Atenção. Isto é uma super bomba destinada a volatizar um planeta, mais precisamente Lafi. Precisamos de destruir esta instalação. Espalhem-se e comecem a plantar as bombas. Regulem para uma hora. Não ponham nada na nave. Se ela explodir, lá se vai o mundo. Quero mais dois voluntários que estejam no segundo nível ou perto. Há prisioneiros lá e desejo libertá-los. Para que não estiver lá, a melhor forma de chegar é subindo pela caverna. Todos os níveis terminam em um corredor circular na caverna. Vamos."
– "Senhor, estamos no corredor marginal do terceiro nível e vemos vocês. Vamos encontrá-los lá. voando por fora como sugeriu."
Enquanto os dois centurianos desciam devagar, Daniel e o acompanhante subiram ao encontro deles. Mal tocaram no piso, uma série de alarmes disparou, dando-lhes um susto.
– "Mas que droga!" – exclamou. – "Há sensores de peso. Rápido, para o teto."
As tropas axturrs foram rápidas a chegar ao ponto onde estavam e eles aguardaram para ver o que acontecia., Dando uma ideia para o imperador. Enquanto pediu aos companheiros para aguardarem ali, afastou-se alguns metros e tocou o piso em uma esquina com outro corredor. O alarme disparou e Daniel teleportou-se para outro ponto, agora nas costas deles e perto de onde estavam ambos. O alarme voltou a disparar e o almirante concluiu que eles deviam ter algum dispositivo que não desencadeava o alarme. Pulou mais três vezes em lugares diferentes e bastante rápido até que o chefe da equipe disse:
– Desliguem o alarme e chamem a manutenção. Primeiro os robôs enlouquecem agora isso na ala de segurança. O que mais faltará?
– Sim, Coronel – disse um dos soldados. Fez sinal para um colega e os alarmes silenciaram.
A equipe de resgate pousou e o alarma ficou em silêncio. A seguir, saíram à procura dos prisioneiros.
– "Vamos nos separar" – propôs o líder centuriano.
– "De acordo."
Cada um deles seguiu em uma direção e vasculharam aquele setor todo. Já estavam prestes a desistir e ir para outro, quando um deles sentiu pensamentos agoniados.
– "Estou perto de alguma coisa" – transmitiu. – "Sinto pensamentos de sofrimento."
– "Onde o senhor está?" – perguntou Daniel.
– "No lugar onde disparamos o alarme, andem trinta metros e peguem o quarto entroncamento. Depois vão para o terceiro corredor à esquerda e finalmente o segundo cruzamento para a direita."
Em pouco tempo os quatro estavam juntos e Daniel apontou uma direção onde os pensamentos pareciam mais fortes, seguindo por ali. Nesse momento foi dado um novo alarme, mas dessa vez bem mais intenso e Daniel não se abalou, apenas disse:
– Os guardas que nocauteei devem ter acordado. Protejam o lugar que vou entrar na sala e levar os tripulantes direto para a nave auxiliar.
Apesar de ter falado, ouviu os entendimentos com a mente e saltou para dentro da masmorra.
― ☼ ―
Ele sentia-se exausto e precisava muito de sair dali, mas não podia porque estava acorrentado, tanto ele quanto os seus companheiros de infortúnio. O seu nome era Maalik e era comandante de uma nave de pesquisas, mas amargava naquela prisão axturr e já pensava há muito tempo que era preferível estar morto.
Nesse momento, ele ouviu os alarmes tocarem de forma insistente e procurou imaginar o que teria acontecido. Após trinta segundos silenciaram e Maalik voltou a ficar apático, mas não por muito tempo porque ouviu um ruido quase imperceptível. Até aí, tudo bem, uma vez que sempre havia ruídos ínfimos, mas o problema era que aquele ocorreu na masmorra onde estava. Com a voz fraca, perguntou:
– Quem está aí? – perguntou em axturr, mas ficou surpreso quando ouviu o próprio idioma em resposta:
– Não faça barulho. Eu vou libertar vocês, mas falem baixo.
– Quem é o senhor? – perguntou, olhando em volta. – Por que não o consigo ver?
– Somos solarianos e aliados do seu povo. – Eles ergueram-se o mais que podiam por causa das correntes e Daniel ficou triste com a imagem. – Mas que coisa mais atávica acorrentar alguém a uma parede.
Daniel aproximou-se do primeiro e arrancou as correntes, puxando com força e deixando o lafita de olhos esbugalhados.
– O que raio vem a ser você, solariano? - perguntou, assustado com a facilidade com que fez aquilo. – Essa força não é centuriana e muito menos lafita.
– Somos humanos, amigo, descendentes de colonos centurianos e viemos do outro lado da Galáxia – disse Daniel, desligando o campo de refração. – Esteja tranquilo.
Ao ver um sujeito bem normal, o lafita ficou mais à vontade, apesar de dar tratos à bola para pensar como foi que ele fez para ficar invisível.
Daniel foi rebentando as correntes e avaliando o estado dos prisioneiros, que não era nada bom.
Pouco depois, recebeu o alerta de um dos dragões:
– "Senhor. A nave está partindo" – disse, preocupado – "O que faremos?"
– "Plantaram todas as bombas?" – perguntou Daniel, tranquilo.
– "Sim."
– "Nesse caso, voem atrás da nave para aproveitar a saída e vão o mais rápido possível para a Dani A I. Esperem-me lá" – ordenou o imperador.
Daniel virou-se para os prisioneiros e disse, enquanto rebentava a última corrente:
– Temos de nos apressar porque fomos descobertos – disse, mantendo uma calma que os desconcertava. – O senhor segure a minha mão e deem-se as mãos.
Tão logo obedeceram, Daniel transportou-os para a nave auxiliar e o piloto tratou de se apressar em ajudar enquanto Daniel voltou a desaparecer, não demorado a retornar com os quatro centurianos do grupo que ficaram a proteger a fugas, caso houvesse necessidade. Daniel consultou o relógio e fez um calculo rápido, sorrindo. Virou-se para o piloto e disse:
– Já volto. Assim que os outros chegarem, prepare-se para a ação. Lance um planador espião. – Sem mais palavras desapareceu da sala de comando tendo o cuidado de antes ligar a camuflagem.
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