Capítulo 4 - parte 2 (não revisado)

O grupo tático não sabia quanto tempo demorou, mas o pelotão retornou, embora parte dos homens tenha ficado. Junto com ele, um robô vinha e carregava os "restos mortais" do seu "colega". O líder do pelotão disse:

– Entre e aguarde no canto.

– Sim, senhor – respondeu a voz metálica.

O grupo entrou e ainda havia muito espaço no elevador que tinha mais de quinze metros de lado. Daniel notou os seus homens flutuando ao fundo e começou a fazer cálculos rápidos. O resultado chegou ao mesmo tempo do que o efeito. O robô largou o colega metálico "morto", que caiu com um estrondo, e ergueu o braço armado, começando a girar.

Reagindo com o máximo de velocidade, transportou-se para a frente da máquina, colocando-se entre ela e os soldados axturrs.

– Alto, identifique-se ou será abatido – berrou a máquina. Os soldados viraram-se para ela, abismados, e viram o braço armado. Daniel saltou para fora do alcance e o robô atirou, matando um dos axturrs. Os outros pegaram as armas e aturaram, destruindo a máquina.

Após, foram ver o colega abatido, mas nada mais se podia fazer por ele. O líder levantou-se e disse:

– Era só o que faltava. Primeiro dois soldados e quatro cientistas ficam doidos e agora os robôs. Ainda bem que está tudo perto do fim.

Suspirou e minguem respondeu. Daniel mantinha-se por perto, pensativo.

– "O que foi que aconteceu?" – perguntou um dos centurianos, preocupado. – "Não era para ele nos detetar a apenas três metros ou menos?"

– "Exato" – respondeu o almirante, lacônico. – "Infelizmente demorei um pouco a calcular o alcance. Acontece que somos vinte elementos com os campos de força, invisíveis e antígravos. Era energia demais e ele não precisaria de uma distância tão curta. Mesmo assim, os sensores são fracos."

Chegaram ao fundo e o líder do pelotão disse:

– Vocês dois, levem o corpo para o necrotério. E vocês chamem a equipe de limpeza e o pessoal da robótica. Vou recomendar ao general o desligamento temporário dos robôs, então preparem alguns pelotões para os subsistirem.

Enquanto isso, a equipe solariana saía pelo teto e escondia-se no topo da sala. Era toda de pedra e com uma iluminação precária.

– "Ele deseja sugerir que os robôs sejam desligados" – disse o Daniel, pensativo. – "A questão é que não podemos esperar. Quanto mais juntos estivermos, maiores os riscos. Já que a nossa telepatia é suficiente para nos comunicarmos sem sermos detetados, vamos nos dividir em grupos de dois."

Olhou em volta. O lugar era meio obscuro, até fantasmagórico. A "sala" era enorme e bem uma dúzia de corredores começava no outro extremo. Deles, três eram muito largos a ponto de caberem veículos pesados; Os demais eram estreitos, sendo um deles o tomado pelo chefe da equipe.

– "Vamos nos dividir e seguiremos por esses túneis maiores. À medida que se ramificarem iremos nos dividindo mais" – disse ele, decidido. – "Seguiremos aos pares e manteremos cinco metros de diferença entre um e outro."

Foram avançando e o almirante escolheu o corredor central. Pouco depois, deparou-se com um elevador e escadas. Transmitiu para a sua turma:

– "Os dois últimos grupos devem subir e explorar o nível acima. O resto segue atrás de mim."

Continuaram andando quando uma luz forte surgiu à frente dele. Deu-se logo conta de que era um veículo que vinha pela passagem e era muito grande. Assustado disse:

– "Todos para o teto. Um veículo aproxima-se e é grande."

Obedeceram a tempo e nada de especial aconteceu. Como previsto, os grupos foram-se dividindo até que ficou apenas o Daniel e um centuriano. O imperador já estava mais aliviado quando ouviu alarmes tocando.

– "Relatório" – resmungou.

– "Fomos apanhados por um robô que cruzou o nosso caminho no terceiro pavimento, Almirante. Foi acidental mas ele deu o alarme. Já nos perdeu."

– "Nesse caso voltem e façam com que ele os persiga e afastem-se de nós, mas tomem cuidado, pelo amor de Deus."

– "Combinado."

Continuaram avançando devagar e, segundo os cálculos. Já deviam ter andado mais de quinhentos metros. Isso dava uma boa ideia de como as instalações eram grandes.

Aos poucos, começaram, a ver uma luminosidade que crescia bastante. Ainda andaram mais uns duzentos metros até notarem que era o fim do túnel e que ele dava em uma caverna profusamente iluminada, mas entrava nela em ângulo, de modo que apenas vislumbravam a parede iluminada.

Quando chegaram à entrada pararam e observaram, estupefactos. A caverna devia ter mais de duzentos metros de altura e pelo menos trezentos de diâmetro. A gigantesca parede lateral tinha muitos corredores radiais a cada dez metros, os vários níveis por onde a sua equipe andava, ou seja, em breve todos deveriam encontrar a caverna. Mas o pior de tudo, era a nave que ficava bem no centro dela, uma nave esférica muito parecida com a que o Daniel salvou dias antes, mas que jazia parada. Via-se com clareza as marcas de tiros no casco.

– "É uma nave lafita!" – exclamou o líder centuriano que estava com ele. – "Uma nave de pesquisas que desapareceu há uns dois anos. A tripulação foi dada como morta. O comandante era um bom amigo. Finalmente o mistério do sumiço dela foi descoberto."

– "Mestre" – disse outra mente. – "Acabei de chegar a um corredor que tem uma caverna gigante e uma nave de uns cento e cinquenta metros de diâmetro."

– "Já sei. Também acabei de chegar a essa caverna. Aguardem um pouco e fiquem alertas. Ou melhor, espalhem-se mais e procurem descobrir o máximo de informações."

Daniel virou-se para o companheiro centuriano e continuou:

– "Vou saltar para dentro dela porque deve ser onde está o grande segredo."

– "Boa sorte" – desejou o centuriano. – "Aguardarei aqui mesmo."

Daniel concentrou-se na ponte e desmaterializou de onde estava para chegar lá no mesmo segundo. Para seu azar, colidiu com uma pessoa que entrava no exato momento. O axturr, aparentemente um cientista, não tomou nenhuma atitude irrefletida para apreensão do solariano. Espantado, esticou as mãos, mas o Daniel já havia saído da frente. O baixinho recuou até à escotilha de acesso da ponte, andando de costas, e trancou-a com toda a calma. A seguir, virou-se e disse:

– Quem está aí. Como consegue ficar invisível?

Após refletir rápido, Daniel decidiu falar:

– Acalme-se que não lhe farei mal. – O imperador desligou o campo de refração. – Quero falar consigo.

– O senhor é centuriano? – perguntou o cientista com a mesma calma de antes.

– Pareço um? – Daniel sorriu.

– Fisicamente é idêntico, mas duvido que um centuriano conseguisse entrar aqui. Sem falar nas suas vestes, que são diferentes e sei que eles não dominam a refração da luz

– Correto, meu amigo, raciocínio excelente. Sou um solariano, mas foram os centurianos que colonizaram o meu mundo há muitos milhares de anos. Nós somos aliados.

– Olhe – disse o cientista, abanando a cabeça, decidido. – Não sei como conseguiu entrar aqui, mas eu sou um mísero cientista e não um soldado. Ainda por cima, abomino esta guerra maldita e não me interessa nem um pouco saber o que pretende fazer. Trabalho nisto porque há guardas ali fora que me matam se eu não fizer o meu serviço. Então, faça-me um favor e vá-se embora para não me arrumar mais complicações do que as que já tenho.

– Só depois que me responder algumas perguntas – disse o Daniel, taxativo. – Posso até ajudá-lo.

– O que deseja? – O homenzinho deu um suspiro triste.

– Esta nave é lafita – começou por dizer. – O que aconteceu com a tripulação?

– Segundo soube, estão presos no segundo nível. São cinco lafitas e um centuriano – respondeu ele. – E como é de praxe graças a todos os militares, eles estão em péssimo estado porque foram torturados e maltratados.

– E o que fizeram a esta nave?

– Isso é uma coisa que não devo dizer.

– Quer que eu o ajude? – perguntou o Daniel que já sabia a resposta por ter lido a sua mente, mas simpatizou com o cientista porque viu no seu espírito que era realmente uma vítima. – Diga-me a verdade e eu tiro o senhor desta prisão.

– Esta nave é a mais terrível arma inventada por nós. É uma super bomba com potência equivalente a um Teraton. Mas, quando a reação em cadeia iniciar, um campo energético manda para o hiperespaço porções de matéria do alvo. Isso provocará a destruição de um planeta em poucas horas.

– Quando pretendem usar isto? – perguntou ele. – Já está pronta?

– Está pronta. Vai ser lançada em seis horas – respondeu o cientista. – Sinto muito por aquele povo.

– Muito bem, vou ajudá-lo. O seu mundo tem muita gente contra esta guerra, mas, no momento, vou levá-lo para a minha nave. Dê-me a sua mão.

Sem entender muito bem, o homem deu a mão para o Daniel e descobriu que estava na sala de comando de uma espaçonave pequena.

– Onde estou? – perguntou ele, assustado.

– Em uma nave auxiliar da minha nave. Estamos escondidos dentro de uma montanha perto do espaçoporto da capital do seu mundo. Não se preocupe que não será maltratado.

O Daniel virou-se para o piloto e falou em centuriano para que o cientista entendesse.

– Trate-o bem. Veja se ele tem fome e fale em centuriano que eles entendem essa língua. Voltaremos em breve. Arranje espaço para seis passageiros adicionais, vou avisar a Dani.

– Como eu vim parar aqui – perguntou o cientista ainda sem entender direito. – Que tipo de homem você é?

– Eu? – perguntou o Daniel com um sorriso gentil. – Sou um solariano, já lhe disse. Viemos para cá em um salto de teleportação. Agora preciso de me concentrar para falar com a minha nave.

– "Dani, meu amor. Vamos libertar seis prisioneiros de devem estar muito mal e vão precisar de tratamento médico. Diz para o coronel Nobuntu alertar a Jessy e a Vega para um perigo potencial gravíssimo. Deixem toda a frota lafita e centuriana de prontidão permanente. Chama toda a frota do IS menos as quinhentas naves do ponto de encontro. Manda mil naves ao vosso encontro e as demais para Lafi. Mantenham todas as naves camufladas, mas avisem os lafitas. A coisa vai ficar feia. Muito feia mesmo."

"Sim amor. Toma cuidado. Não estou preparada para ficar viúva. Te amo para sempre."

– "Eu também te amo pra sempre, minha Danizinha, mas não percam tempo, Cada segundo é precioso."

Terminando de falar, ele desapareceu da sala bem na frente do cientista que estava cada vez mais fascinado.

– Que fenômeno fascinante. Que potencial! – exclamou impressionado.

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