Capítulo 1 - parte 1 (não revisado)
Daniel não perdia nada de vista, mas o seu olhar concentrava-se mais no espaço, olhando apaixonado para aquele sol cuja luz levaria mais de cinquenta mil anos a alcançar a Terra. O sistema estalar dos Lafitas era muito parecido com o Sol, apesar de ser menor, com apenas onze planetas principais e alguns planetoides.
Estava tudo muito calmo, mas ainda se encontravam acima da velocidade da luz, motivo pelo qual não os detetaram, uma vez que os lafitas não tinham essa tecnologia.
– Reduzir para vinte c. – Daniel ouviu o coronel Nobuntu dar a ordem sem se abalar. Ele confiava no comandante da sua nave e não interferia.
– Confirmado, senhor – disse o piloto. – Já estamos perto do número cinco.
– Assim que passarmos a órbita do cinco – disse o comandante, sempre atento –, vamos emergir e aguardar os nossos amigos darem o aviso.
Mais uma vez o almirante concordou e não disse nada. Em breve aquele sistema apareceria para eles como era de verdade e não como uma mancha azul onde se tinha que imaginar de que forma ele seria. Pelos seus cálculos, isso ocorreria em menos de quinze segundos. Olhou para o mapa holográfico no centro da sala de comando e confirmou a sua suposição, reforçada pelas palavras do piloto.
– Senhor, acabamos de ultrapassar a órbita do quinto planeta.
– Queda livre – ordenou Nobuntu. – Comandante para a tripulação. Estamos próximos a Lafi e não sabemos como seremos recebidos. Por isso, sugiro que a nave se mantenha em alerta amarelo para alguma inconveniência.
Asim que ouviu isso, o imediato moveu a mão sobre o painel da sua mesa. Uma chave virtual deslocou-se, obedecendo ao comando e um alarme tocou por dez segundos. Todas as vigias começaram a ser fechadas por peças de um metal especial, enquanto telas holográficas as substituíam com imagens bem nítidas, tão reais que parecia que não existiam pareces entre eles e espaço. A tripulação, contudo, não prestava atenção porque muitos homens corriam para os seus postos, preparando-se para qualquer eventualidade. Em sete minutos, aquele monstro de mil e trezentos metros encontrava-se preparado para enfrentar qualquer coisa, apesar de não ser a intenção deles, naquele dia.
– Espaço, senhor – disse o piloto. – Ponto nove nove seis. Os nossos amigos ainda estão em deslocamento. Correção, saíram a cinco milhões de quilômetros. Estão a ponto sete seis. Alcançamo-los em cerca de dois minutos.
O almirante não tirava os olhos do que considerava uma das maiores belezas do universo. O quinto planeta, um mundo gelado e trinta vezes maior que a Terra, parecia uma foice a bombordo da nave, refletindo o branco da sua superfície. Lafi, o quarto mundo, era um planeta ainda bastante distante que aparecia como um ponto azulado.
– Senhor – disse o oficial de rastreamento. – Detetei uma erupção de energia de respeito. A direção é o quatro, acredito que uma das luas, e eu diria que uma forta de respeito decolou para nos receber.
– Quero mais detalhes – pediu o comandante que sabia que não existia risco naquela distância.
– Senhor, são naves de grande porte e com um poder energético que se pode tornar perigoso até mesmo para nós.
– Supercarga – ordenou Nobuntu. – Artilharia, nada de iniciativas exceto para defesa.
– Campos de supercarga ativados, senhor.
– Compreendido senhor – disse o chefe da artilharia. – Sem ataques, apenas defesa.
Daniel ouviu tudo e olhou com atenção para a projeção de fora, que emulava a janela enorme. Já se viam os pontos das naves e eram muitos, na clara intenção de atacar.
– Comandante Infrime – disse o jovem para o rádio. – Acredito que seria uma boa ideia contatar os seus compatriotas ou viraremos picadinho. Pelas assinaturas energéticas eu diria que não vieram apenas dar oi...
– Alcance em quinze segundos, senhor – comentou o rastreamento, preocupado. – Eles ergueram campos de força. Nada que não aguentemos, mas são mais de dez mil unidades. Recomendo deixar um mergulho de emergência preparado.
– "Estamos tentando o contato, mas não obtivemos sucesso, Majestade..." – respondeu o lafita.
– Boa ideia – disse Nobuntu. – Preparar mergulho de emergência. Vou assumir a pilotagem.
– Xi – brincou Daniel. – O comandante recebeu o espírito da coronel Anjuska.
A tripulação riu e aquilo aliviou a tensão que sentiam. Aquelas naves eram muito mais potentes que as dos axturrs. Ainda não eram pário para a Dani, mas seriam esmagados pela maioria.
– Não sou páreo para a nossa linda coronel, Almirante, mas faço as minhas manobras – respondeu Nobuntu, seguro de si.
Daniel sorriu porque sabia muito bem quem era o homem que comandava a nave capitânia. Já vira o gigante africano manobrando naves de grande porte em emergências e o coronel não lhe devia nada a ele nem à coronel Anjuska, a mais famosa e intrépida comandante da frota.
– Acalmem-se – pediu o almirante. – Acho que eles apenas estão nervosos porque aparecemos de surpresa. Lembrem-se que não geramos abalos.
– "Majestade" – disse Infrime, com um tom de voz bastante aliviado –, "estão respondendo... atenção, aqui é o comandante Infrime retornando, suspendam o ataque. Os desconhecidos que nos acompanham são amigos e há um centuriano a bordo, um centuriano da Centúria."
Logo a seguir ouviram a resposta, inclusive nas naves solarianas.
– "Comandante Infrime. O que aconteceu com a sua escolta? Por que não detetamos o hiper-salto?"
– Viram? – disse Daniel, bem baixinho porque o radio estava aberto para todos. – Nada de precipitações.
– "A escolta foi atacada por uma frota axturr, Ela destruiu todas as naves menos uma. Infelizmente, isso custou-lhes a vida. A nave inimiga já tinha desmoronado os nossos campos e nos avariado seriamente. Quando estávamos prestes a ser destruídos, surgiram os solarianos e salvaram-nos. O motor da nossa nave não tinha conserto, então eles colocaram um dos deles. Estes motores não saltam. Voam linearmente pelo subespaço. Não os ataque, são bons amigos."
– "Compreendido, comandante Infrime" – disse o líder da frota de interceptação. – "A frota pode recuar."
– "Sim, senhor" – respondeu outro lafita.
Daniel e os demais ouviram a resposta e as naves, esferas de quinhentos metros, começaram a se retirar, exceto uma.
– Espaçonave capitânia Dani, chamando frota lafita – disse o almirante, sempre tranquilo. – Viemos em paz.
Daniel fez sinal e o operador ativou as câmeras internas, Assim que as duas tecnologias conseguiram um autoajuste entre si, passaram a se ver e o comandante chefe dos lafitas soltou uma exclamação tão logo observou os rostas dos visitantes.
– "Mas vocês são centurianos!"
– Não, somos solarianos, descendentes de colonos centurianos, a antiga Atlântida. O meu nome é Daniel Moreira e sou o imperador do Império do Sol – respondeu. – Viemos como amigos.
– "Bem-vindos a Lafi, meus amigos. Obrigado por salvarem a nossa equipe. Sigam para o espaçoporto da capital. A minha nave vai escoltá-los."
– Obrigado. – Daniel desfez a ligação e virou-se para Nobuntu, sorridente. – Coronel, acompanhe os nossos novos amigos.
– Claro, Almirante – respondeu o gigante africano. No seu rosto havia alívio. – Suspender pré alarme e arriar as barreiras. Piloto, pegue o controle de volta.
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Bombordo – Lado esquerdo, estibordo ou boreste, lado direito.
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