Capítulo 5 - parte 2 (não revisado)

Os dias passaram e a sombra da guerra esvanecia aos poucos e apenas uns quantos homens na Terra ainda se lembravam que existia um grande risco no ar que era os axturrs. Daniel mantinha contato constante com os lafitas, em especial com Infrime, uma pessoa que ele achava muito agradável e fazia questão de cultivar a amizade.

O comandante alienígena também gostava muito desse contato e ficava impressionado com a extensão do saber do novo amigo por quem se sentia muito grato pelos conhecimentos presenteados. Os lafitas estavam sempre na nave em contato estreito com as equipes do doutor Herbert e do engenheiro chefe da Dani, Aditya Kami tanto fornecendo dados necessários quanto aprendendo o que era necessário para eventuais reparos do novo motor durante a viagem, mesmo indo acompanhados pelos solarianos.

Como o imperador previra, nascia dali uma amizade sólida de ambos os lados.

Os leônidas também estavam fascinados com os novos aliados e maravilhados com a Terra. Ifung procurava sempre visitar o Daniel ou os pais dele, que se tornaram bons amigos ainda na viagem para a Terra. Os cientistas recebiam vários treinamentos com ênfase nos setores em que estavam mais carentes, como a medicina e a ecologia. Quando receberem a fórmula do composto químico capaz de neutralizar a radiação, coisa que tornaria os reatores nucleares portáteis cem por cento seguros, exultaram. Só esse pequeno avanço poderia reduzir a poluição de Leônid em um tempo record. Ifung também procurava compreender a forma de governo daquele povo porque, desde que viu uma reunião dos governadores, ficou maravilhado, em especial pelo fato que o povo era alegre, altivo e feliz com o seu governo. Em nenhum lugar daquele mundo viu seguranças armados procurando proteger alguém exceto no palácio, mas sempre repudiados pelo imperador que até debochava deles dizendo que perdiam tempo e Ifunfg estava certo de que ele tinha razão porque, por mais de uma vez, saiu pelas ruas da cidade com o imperador andando apenas ambos e jantando em um lugar publico sem serem incomodados, exceto, eventualmente por um cumprimento cortês de alguém. O que o espantava mais, era o fato de ele ver com toda a clareza que o imperador era do fato amado pelo seu povo.

Os ubruranos, por sua vez, adaptaram-se muito rápido porque eram em muitas coisas semelhantes aos terráqueos. Além de terem formas de governo muito parecidas, tinham uma filosofia muito mais avançada. O governador Jcob ficou na Terra, mas a delegação, na sua maioria, já havia retornado ao planeta de origem pois a educação inicial deles era mais simples, abstendo-se à medicina, química e biologia. Na verdade, apesar de serem tecnologicamente inferiores aos leônidas, estava milhares de anos na frente deles em tudo o resto. As amostras de perfumes que trouxeram de Ubrur comprovaram as previsões do Daniel porque aquele mundo produzia as melhores essências do império e as mulheres, onde quer que vivessem, não dispensavam um bom perfume.

Quando os motores ficaram prontos e os testes foram finalizados, o imperador marcou a viagem, a mais longa feita pelo homem para o dia seguinte.

Como o objetivo dela também era avaliar os riscos dos vizinhos dos lafitas, ele optou por ir com mais duas naves, a Jessy e a Vega. Escolheu as mais poderosas de forma a não levar uma frota a ponto de ser mal interpretado pelos novos amigos, mas também a se manter seguro. Além disso, confiava de forma irrestrita nos avô e no primo.

Sem o temor da invasão, o Império parecia de retornado à normalidade, mas isso era só na aparência porque a letargia que ameaçava tragar a raça humana foi contida. O povo tinha mais energia, estava mais ativo, mais dinâmico. As escolas de combate da frota trabalhavam a todo vapor, assim como as principais instalações fabris, em especial as voltadas para a indústria espacial e armamentista.

― ☼ ―

Naquela manhã, quatro naves preparavam-se para decolar do espaçoporto particular da Cybercomp, três delas verdadeiros monstros. Não muito longe delas, uma pequena multidão apareceu para se despedir do seu imperador, sendo que muitos deles eram repórteres.

Daniel abraçou os pais e pegou a mão da esposa, caminhando para a nave com calma. Não muito longe, João e Daniela faziam o mesmo. Quando todas as tripulações estavam a bordo e as comportas fechadas,

Na ponte da nave, o almirante olhava para a sua tripulação nos novos uniformes e sorriu com aprovação. Nobuntu, que olhou para ele nesse momento, adivinhou o pensamento do superior e fez o mesmo.

– Agora parecemos de fato uma marinha, Almirante – afirmou o gigante de ébano..

– É verdade, Nobuntu – disse o jovem.

Um raio laranja de um brilho enorme e cinco metros de diâmetro, atinge a nave lafita.

-Campos de força solicitados a um por cento, Almirante. Mande algo mais forte

-Zulu, uma descarga igual à que foi usada contra os axturrs.

-Tem a certeza senhor?

-Faça-o. - O raio atinge o campo por três segundos.

-Solicitação a vinte por cento.

-Excelente, essa nave só poderá ser destruída pelo fogo concentrado de duas ou mais dezenas de naves axturrs ou por um cruzador solariano. Comandante, Infrime. Agora estão seguros.

-Não sabemos como agradecer, Alteza.

-A amizade do seu povo basta para mim, vamos mergulhar. O ponto de emersão será onde nos conhecemos. Programei um voo de dez minutos. Viu a esposa na sala de comendo, acompanhada da Edna. Sorriu para a centuriana e disse:

– O novo uniforme assenta muito bem em vocês as duas.

– Tripulações a postos – afirmou o comandante.

– Nós vamos para a ala médica – disse Daniela, beijando o marido.

Daniel retribuiu o beijo e continuou, enquanto as duas seretiravam:

– E os lafitas?/

– O capitão Nelson deu o ok, senhor – respondeu. – Tudo pronto.

– Decolar.

Nobuntu fez uma pequena mesura e virou-se para a frente.

– Nobuntu para tripulação – disse. Na mesma hora o computador mandou a mensagem para todos os cantos da nave. – Atenção, decolamos em trinta segundos. Nobuntu para frota ativa. Senhores, a Dani decola em vinte e cinco segundos; a Jessy seguem com uma janela de trinta segundos e, depois, a Vega. Capitão Nelson, vocês decolam por último e olhos nos instrumentos.

– Sim, comandante – disse o americano. – Confirmado.

– Decolagem – disse o piloto. Bem devagar a nave saiu do chão, ganhando altura aos poucos. Assim que passou o prazo, a segunda nave seguiu atrás, acompanhada das demais.

No espaço, as quatro esferas nivelaram e seguiram lado a lado.

– Capitão Nelson, relatório – pediu Daniel.

– Tudo em ordem, Almirante – respondeu o oficial. – todos os sistemas em ordem e tranquilos. Acabei de passar os comandos para Infrime e vou apenas orientá-los.

– Ótimo, Capitão – disse o Daniel. – Acione os campos de força modificados, vamos fazer um teste de resistência. Zulu, mande um disparo de um décimo. De preferência em um local onde não cause problemas.

– |Zulu para Almirante Daniel – disse a voz no rádio. – Senhor, defina local onde não cause problemas, porque estas armas...

Um ronco de assustar saiu dos altofalantes e demoraram uns segundos a se atinarem que era a risada com comandante da Vega, que foi seguido por vários outros oficiais.

--Então atire de raspão, homem – disse Daniel, que também riu da brincadeira. – Nobuntu, providencie reparos para o rádio. Acho que queimaram alguns altofalantes.

– Estamos prontos, senhor – disse o Capitão Nelson, ainda rindo.

– Zulu, um décimo. Fogo.

Um raio cor de laranja de um brilho enorme e cinco metros de diâmetro, atingiu a nave lafita de raspão, mas nada aconteceu exceto pelo reflexo provocado pelo tiro que cessou mal se iniciou.

– Campos solicitados em um por cento, senhor – disse o Capitão que recebeu os dados do engenheiro lafita. – Mande algo mais forte e direto.

– Confirmado, Capitão. Zulu, manda uma descarga igual à que foi usada contra os axturrs.

Fez-se silêncio e todos olharam para o Daniel, preocupados com esse teste.

– Tem a certeza, senhor? – perguntou Zulu, tão ou mais preocupado que os demais. – Estou com medo.

– Faça-o, mas sem os canhões de impulso, por favor.

O raio laranja voltou a atingir a nave, mas dessa vez perdurou por três segundos, provocando um brilho intenso no anteparo, mas ainda sem qualquer efeito.

– Campos solicitados em vinte por cento, senhor – disse o oficial na nave de pesquisas.

– Ótimo. Chega de testes, Zulu. – disse o Daniel, satisfeito com os resultados. – Agora essa nave só poderá ser destruída pelo fogo concentrado de duas ou mais dezenas de naves axturrs ou por um cruzador solariano. Comandante, Infrime. Agora estão seguros.

– Não tenho palavras para agradecer, alteza.

– Ora, meu amigo – disse Daniel, jovial. – A amizade do seu povo é mais do que suficiente para mim. Vamos fazer um voo de teste antes de iniciar a viagem. Mandei programar um passeio de mil parsecs até ao ponto onde nos conhecemos. Faremos um voo de dez minutos e vocês poderão treinar a pilotagem.

– Confirmado, Majestade.

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