Capítulo 7 - parte 1 (não revisado)
O comandante Ifung e o general apressaram-se a ir para o QG da resistência para encontrarem os companheiros porque não desejavam confiar nas telecomunicações sob controle do governo. Abriu a porta e deu de cara com o pai, a mãe e o irmão. Com um brado de alegria correu e abraçou-os. Logo depois viu a imperatriz e onze homens com caras de poucos amigos, em especial o gigante preto; mas, quando viram a doutora sorrir para o nativo, acalmaram-se. O general entrou atrás deles e deparou-se com o amigo. Deu um abraço no Almirante e disse:
– Ifung, quando saíste? – sorriu e continuou. – Aquele megalomaníaco mudou de ideia?
– Os solarianos têm algumas pessoas com dons muito especiais, Ming – respondeu, retribuindo o abraço caloroso. – O que foi que te aconteceu?
– Eu rebelei-me e aliei-me aos teus homens – disse, decidido. Apontou para trás e continuou. – Temos mais de cento e cinquenta mil elementos, aguardando lá fora. Acho que eles te amam muito.
– Nesse caso, meu amigo, está na hora de acabar com o fantasma da guerra – disse Ifung, decidido. – Antes de Ishian assumir o governo, o povo vivia melhor e é errado perpetuar-se no poder.
– Concordo, vamos. – Nesse momento o general viu a imperatriz e arregalou os olhos. – Majestade, desculpe por não a ter visto.
– Não há problema, general – disse a Daniela com um sorriso delicado. – Fico feliz que queiram acabar com a tirania, mas lembrem-se que estarão lutando contra os vossos irmãos.
– Eu sei, Majestade, e isso não me agrada, mas não temos alternativa.
– O meu marido já prendeu o presidente e libertou a tripulação, Estão no palácio preparando-se para agir. Ele aguarda que o avise que já começaram a agir.
– E como pretende fazer isso, Alteza?
– Eu e Daniel podemos nos comunicar por telepatia. Manterei o grupo dele a par de tudo.
– É demasiado perigoso, Majestade – disseram o general e o comandante ao mesmo tempo. Ifung continuou. – Recomendo que fique aqui.
– De forma alguma, comandante – disse a Daniela rindo. – Eu não sou desprotegida como pensam e tenho os mais fieis e eficientes guerreiros da Galáxia comigo. Vamos lá?
Cercada pelos seus homens, Daniela começou a andar. Os leônidas encolheram os ombros e seguiram-na. Na rua, um mar de marinheiros armados até aos dentes aguardava ordens. Quando viram o almirante ileso, soltaram o brado dos marines que se ouviu a mais de dois quilômetros. Ifung pegou um megafone e subiu em uma lata alta, provavelmente de lixo.
– Homens, Ishian mostrou a verdadeira face e mandou me prender a mim e aos nossos amigos solarianos. Ishian é o verdadeiro traidor de Leonid e deve ser detido. Hoje, vamos depor os tiranos e restaurar os nossos métodos originais de governo, eficientes há gerações sem conta. Eu quero que formem cinquenta grupos e espalhem-se pelas principais vias. Lembrem-se sempre de preservar a vida dos civis a qualquer preço. Preciso de vinte mil homens para o espaçoporto e os quarteis.
– Vinte mil é pouco – murmurou o general.
– Temos poucos, então será assim – respondeu baixinho. Ergueu a voz e continuou. – Homens, a hora é agora. À liberdade.
Com outro brado monstruoso os homens começaram a se organizar e dispersar. Eram tão bem treinados que não foi necessária mais nenhuma ordem. Os comandantes de cada esquadrão pegaram os seus elementos e escolheram um setor da cidade. No final, ficaram apenas vinte mil homens e os rebeldes. O general fez um aceno para a esposa, que ficou na segurança da casa desconhecida, e começou a caminhar junto aos seus homens.
Zulu tomou a dianteira do seu grupo e a Daniela ia atrás deles, cercada por dragões. Não demorou muito a encontrarem simpatizantes do presidente e o tiroteio começou. Daniela achou prudente não tomar partido, mesmo em um caso daqueles, mas não pôde deixar de prestar socorro para um dos inimigos feridos. Rápida, baixou-se e transportou-o para o hospital, voltando logo a seguir. Os demais soldados estava mortos.
Alcançaram o porto em meia hora, avançando devagar e tendo vários confrontos. Apesar de estarem em minoria, os marinheiros apresentavam uma vantagem clara. O problema agravou-se quando alcançaram uma esquina e foram cercados por duas frentes que começaram a disparar sem cessar. Fizeram uma barricada apressada e não conseguiram mais avançar. Daniela, que prestava bastante atenção, viu a oportunidade:
– Ifung. Olhe ali atrás. Eu vou saltar com os meus homens para lá e vamos atacar esse grupo pelas costas – disse ela. – Assim que eles caírem, o senhor precisa de intensificar o ataque nessa direção porque estaremos desprotegidos até eu os trazer de volta.
– Mas são mais de cem homens, Alteza – disse o almirante, bastante nervoso. – Se algo lhe acontecer, jamais me perdoaria perante o seu marido.
– Almirante. Essa escolha é minha. O meu marido não manda em mim e respeita as minhas decisões. Preste atenção. – Daniela virou-se para os seus homens e disse. – Zulu, deem-se as mãos e vamos saltar para as costas do grupo. Eu e tu, atacaremos com a força interior em cada flanco, os vermelhos atacam a partir do centro. Teremos de ser muito rápidos. Asim que estiverem todos caídos, deem-se as mãos de novo que voltaremos. O pessoal daqui dará fogo de cobertura.
Nenhum deles discutiu a decisão dela. Era um dragão branco e os vermelhos deviam obediência. Zulu era do mesmo grau, mas já a conhecia bem o suficiente para saber que seria perda de tempo. Com um acenos, deram-se as mãos e o general mais o almirante viram o que eles achavam um milagre: a imperatriz desapareceu de onde estava para surgir na retaguarda dos soldados. Se o general achava que já havia visto tudo, ficou ainda mais intrigado quando viu os doze solarianos espalhados e correndo para cima dos soldados. O gigante preto em uma ponta e a imperatriz na outra pararam e deram um golpe estranho com as mãos. O general não saberia dizer o que o deixou mais atônito, se foi o fato de que os dois estavam afastados do alvo, mas duas vintenas de soldados foram catapultados com uma violência absurda, ou se foi o fato de ter visto todos eles mortos como se fossem atropelados por um rolo compressor. Ainda não refeito do susto, viu os outros solarianos atacarem os soldados com as mãos nuas e dizimarem todo o grupo em dez segundos. A seguir, de forma muito ordenada e rápida, deram-se as mãos e surgiram ao lado deles.
– O que raio são vocês? – perguntou o general. – Eu juro que não gostaria de a ter como inimiga, Majestade.
– Ora, General – disse a Daniela, rindo. – Somos apenas solarianos. Não se preocupe que não gostamos de fazer inimigos.
O tiroteio intensificou-se e os partidários do governo precisaram de recuar assim que perderam o grupo de apoio. Alguns deles viram o que aconteceu e a notícia que a imperatriz solariana tinha poderes de bruxa espalhou-se muito rápido, provocando medo.
– Almirante, General – disse ela. – O Daniel disse que estão a sair do prédio onde foram aprisionados. Quanto tempo levaremos a chegar naquela região?
– Quinze minutos, no máximo, a menos que peguemos outro problema como este.
– Vou avisá-lo – disse a esposa. – Ele pede que não ataquem os homens junto à nave. O computador pode interpretar como um ataque e matar todos. Ele não mata se puder, mas, com o protocolo A ativado, tem mais liberdade de ação.
– Mandei mil homens para lá – disse Ifung, lívido. – Estamos sem rádios. E agora?
– Dê-me a sua mão e concentre-se neles – pediu a imperatriz.
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