Capítulo 6 - parte 1 (não revisado)

Junto com o Daniel, um dos dragões foi empurrado para a sala de interrogatório.

– "Eles nem sonham a grande besteira que estão fazendo. Levar um leão para o meio dos cordeiros." – pensou, divertido. A seguir, disse, em cantonês. – Mestre, não se precipite. Eles podem matar muita gente lá em baixo se reagirmos fora da hora.

– Sim, mestre Daniel – respondeu o monge. – Eu entendo.

– Calem-se – ordenou Ishian.

Foram empurrados de forma brutal para as cadeiras e presos pelos braceletes nas mãos e nas pernas. O guarda segredou algo ao ouvido do presidente.

– O que fizeram ao almirante e à imperatriz? – perguntou Ishian, zangado.

– Descubra-o – respondeu o imperador com ar debochado.

– Não estou a fim de perder tempo – afirmou, desferindo uma tremenda pancada no Daniel que nem se mexeu. – Vamos, fale logo.

– O que quer que eu diga? – perguntou, ainda debochado. – Estávamos presos naquela cela. Vai ver evadiram-se sem que vocês vissem.

– Por que a nave ergueu os campos de força?

– Protocolo A.

– Protocolo A? – perguntou, curioso. – O que vem a ser isso?

– Um dos inúmeros sistemas de segurança da nave – explicou, encolhendo os ombros. – Se estamos em um mundo estranho e todos os solarianos desaparecem da nave sem explicação, dando lugar a alienígenas, o protocolo A entra em ação. A primeira fase, é eliminar os alienígenas e proteger-se, que é o caso. A segunda, marcar alvos para eliminar o inimigo. A terceira, atacar e destruir tudo o que puder. A quarta, caso não consiga salvar a tripulação, é a autodestruição. O fim do vosso mundo e adjacências. Como a nave não mata, provavelmente os vossos cientistas estão apenas aprisionados.

– Mande interromper esse protocolo – ordenou, furioso.

– Mande-o você – disse Daniel, rindo. – Foi você com a sua ganância que arrumou esse problema.

– Eu vou matá-lo, rapazinho – disse Ishian, furioso e apontando a arma para a cabeça do Daniel. O dragão tentou debater-se mas o soldado deu-lhe uma coronhada e ele precisou de ficar quieto.

– Se me matar, jamais escapará com vida do protocolo A – disse Daniel, tranquilo. – Os alvos incluem o bloqueio de decolagem de qualquer nave, ou seja, a primeira nave que decolar para sair de Leonid será abatida. Eu estou preparado para morrer. O senhor está?

Cada vez mais preocupado e zangado, o presidente baixou a arma, pensativo. A seguir, apontou a pistola para o dragão e o guarda fez o mesmo.

– Faça-o – ordenou. – Do contrário, ele será fuzilado e depois, a cada meia hora matarei um tripulante da nave. Explique para ele.

O Daniel explicou e o chines apenas disse:

– Foi uma grande honra ter estado ao seu lado, Mestre Daniel, mas não permitirei que isso ocorra. Deixe que me matem, estou pronto para morrer.

– Não se preocupe, não morrerá – disse o imperador.

– O que ele disse? – perguntou o presidente, curioso.

– Disse que você é um comedor de bosta e nasceu de uma vaca cruzada com um tantoriano. E que pode atirar pois a arma não funcionará.

– Matem-no – gritou, fora de si.

O soldado ergueu a arma e atirou, mas nada aconteceu para espanto dos nativos.

– Eu avisei que essa porcaria não funcionava.

O soldado, sem compreender, olhou para a arma, verificou a carga, girou-a para todos os lados, espreitou pelo cano e a arma disparou, matando-o no ato.

– Que sujeito bem burro – comentou Daniel, rindo. – Agora colou os miolos na parede.

– Há algo estranho aqui – disse o presidente, muito desconfiado. Ergueu a sua arma e puxou o gatilho, mas nada ocorreu.

– A única coisa estranha aqui é o fato de vocês terem escolhido a turma errada.

Ante os olhos esbugalhados do presidente, Daniel contraiu a musculatura, parecendo que crescia. Ergueu-se e os braceletes que o prendiam rebentaram com um estalo, voando para longe. O soldado restante atacou-o e recebeu uma patada tão forte que atravessou a sala voando e esmagou o crânio na parede oposta.

Aproximou-se do seu dragão libertou-o pelo método mais rápido, rebentando os braceletes. O vermelho levantou-se e cuidou da porta.

– O que você é, pela centúria? – perguntou Ishian, recuando assustado ao mesmo tempo que tremia sem parar. – Nenhum leônida é capaz de fazer isso, nem mesmo um tantoriano.

– Eu sou o imperador dos solarianos, seu idiota. Acha mesmo que um sujeito como eu seria qualquer um? Se quer viver, fique bem quieto e mexa-se para a masmorra.

Com o Daniel na frente e o dragão vermelho atrás, o presidente acompanhou-os, assustado demais para oferecer resistência. Quando chegaram à sala dos guardas, havia quarenta homens. Ishian viu que os solarianos não pegaram em armas e gritou para os seus homens:

– Matem-nos, eles me fizeram refém.

Daniel nem pensou em perder tempo. Usando a força interior, destroçou os soldados antes mesmo que eles se levantassem e o presidente estava cada vez mais horrorizado.

– Vamos – disse o imperador. – gostaria que tratasse de ficar calado. Se não fosse a sua estupidez, eu não precisaria de matar tanta gente. Eu detesto matar, mas começo a achar que o seu caso pode ser uma ótima exceção.

Ishian engoliu em seco e achou prudente obedecer o imperador. Andaram até à masmorra e depararam-se com mais dois guardas que, alertados pela barulheira, estavam parados de armas nas mãos, prontas a disparar. Com os seus dons telecinéticos, Daniel neutralizou-as e disse, muito calmo:

– Rendam-se, já morreu gente demais.

Um deles, tentou atirar no imperador, mas o outro baixou a arma e ficou quieto. A seguir, ergueu-a de novo e apontou para o colega.

– Pare, você ouviu, já morreu gente demais. – Como o guarda insistisse e a arma não funcionasse, ele desferiu uma forte coronhada no colega, nocauteando-o.

– Senhor, não somos inimigos, há uma resistência secreta que deseja derrubar o governo.

O Daniel, leu os pensamentos do homem e descobriu que era sincero.

– Muito bem, amigo – disse, sorrindo. – Abra a porta que vamos soltar os meus homens, você escolheu o lado certo.

– Como passou pela guarda?

– Infelizmente matei-os – respondeu, lacônico. – Não gosto de matar, ainda mais tanta gente de uma só vez.

– Mas eram uns quarenta soldados treinados!

– Pois é – respondeu, lacônico. – É como eu disse.

A porta da masmorra foi aberta e Daniel entrou. Sem perder tempo, abriu as portas rebentando as fechaduras. Os olhos do soldado da resistência pareciam sair de órbita e pensou:

– "Realmente, escolhi o lado certo."

– Irmãos. Os marines irão na frente. O resto atrás. – Virou-se para um dragão. – Escolha dez homens e protejam a retaguarda, apesar de eu achar que não haverá riscos nesse sentido.

– Precisamos de avisar a resistência – disse o soldado traidor enquanto o grupo começou a se deslocar devagar porque eram mais de mil pessoas, a maior parte sem treinamento militar.

Daniel prestava atenção ao grupo que, devido ao seu treino superior, seguia de forma ordenada e em silêncio, deixando os que tinham experiência em combate irem à frente. Mantendo a calma, comentou:

– Ela já vem a caminho – olhou para o leônida. – Na verdade, a luta já começou.

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