Capítulo 5 - parte 3 (não revisado)
Liuan aguardava, paciente, mas tinha sérias dúvidas sobre o que aconteceria. Soube pelo noticiário que os solarianos haviam sido aprisionados e seriam julgados por traição. Por isso, não estava certo se seria mesmo chamado pelo imperador. No fundo, achava que o melhor mesmo era uma grande rebelião que pusesse um fim naquilo tudo. No meio dos seus devaneios, deu um grande salto quando o pequeno relógio começou a falar.
– Liuan, pode me ouvir? – perguntavam.
– Sim, Alteza – respondeu. No mesmo ato a imagem do imperador apareceu no ar, em três dimensões e ele olhou para aquela maravilha da tecnologia. – Estamos reunindo as forças espaciais para ajudar. O que podemos fazer?
– Está em um lugar seguro? – perguntou Daniel.
– Estou em um quartel secreto da resistência – explicou ele, encolhendo os ombros. – É bastante seguro.
Ele viu que o solariano olhou para o lado e parecia falar com alguém, mas não saíam palavras da sua boca. Daniel voltou a olhar para a frente e disse:
– Não se assuste que vou transportar para aí algumas pessoas.
– Como pretende fazer isso se está preso? – perguntou, achando que o imperador devia ter pegado sol demais.
– Assim, meu amigo – disse o Daniel, surgindo do nada bem à sua frente.
Liuan arregalou os olhos quando viu não só o imperador, mas também a imperatriz, o almirante com a família e mais onze solarianos, um deles todo preto e muito alto.
– Como foi que o senhor fez isso? – perguntou o motorista, muito espantado. – Nem vinte pessoas em todo o mundo conhecem este lugar e o senhor aparece do nada!
– Boa pergunta – disse o almirante, impressionado.
– Eu posso ir para qualquer lugar usando a mente Liuan – explicou Daniel, gentil. – Obtive a informação do lugar pelos seus pensamentos, mas prometo que não invadi a sua privacidade. Preciso que os proteja. Os meus homens são soldados muito especiais e cada um deles pode vencer um exército com as próprias mãos. Este é Zulu, o líder deles. Mão fala o seu idioma mas a doutora Chang traduzirá, se for necessário. Eu preciso de voltar lá pois, em breve, serei chamado. Conto com a vossa ajuda. Não se arrependerão.
Sem esperar qualquer resposta, o imperador solariano desapareceu de novo bem à frente dos olhar incrédulo dos dois leônidas. Liuan esfregou os olhos, mas o almirante abanou a cabeça, sorrindo.
O Daniel voltou para para a cela quase que no mesmo momento em que apareceu um guarda para pegá-lo. O militar olhou em volta, pensativo. Coçou a cabeça e perguntou:
– Onde está a imperatriz e o almirante? – voltou a olhar em volta. – Faltam mais pessoas.
– Dissolveram-se no ar – respondeu, debochado, vai ver são capazes de atravessar as paredes.
O guarda não respondeu. Fez sinal para um dos prisioneiros e disse:
– Você, acompanhe-nos.
O dragão vermelho que ele apontou olhou em volta e fez sinal para si mesmo de forma interrogativa. O leônida fez sinal positivo e um gesto para que o acompanhasse. Os dois prisioneiros caminhavam à frente de um guarda muito seguro de si mesmo e Daniel teve vontade de rir dele.
― ☼ ―
Ifung e o general entraram no quartel e o comandante encontrou todos reunidos no grande auditório. Vários deles discutiam de forma animada, mas todos estavam nervosos e muito preocupados.
O par entrou e, quando viram o general, ficaram todos calados, muito desconfiados, e alguns deles seguravam as coronhas das armas, ao contrario do habitual que seria ficarem de pé e prestarem continência. Vendo o clima que se formou, o comandante Ifung, avisou:
– O general está do nosso lado, amigos. Ele também não engoliu a história da traição, mas precisamos de agir rápido, ainda mais agora que prenderam os solarianos.
– Isto implica em muito derramamento de sangue – disse um dos oficiais da frota. – Os fuzileiros não são lagartos, são nossos irmãos de sangue e não gostaria de matar gente nossa, mas não podemos esquecer o Almirante. Ele jamais trairia o nosso povo.
– Sei disso – afirmou o general. – E sei que é inevitável o derramamento de sangue para acabar com o tirano, mas, como disse Ifung, não podemos despertar a ira dos solarianos. Como inimigos, eles são o que há de mais perigoso e nunca nos fizeram mal.
– Então, gente – disse Ifung. – Quem está comigo?
– Eu estou – disse um.
– Estamos todos - gritaram em uníssono.
– Então, vamos para o QG da resistência. Lá podemos nos organizar melhor. Cada um leve as armas que puder.
― ☼ ―
Bạn đang đọc truyện trên: AzTruyen.Top