Capítulo 4 - parte 2 (não revisado)
A seis mil e setecentos anos luz dali, um alarme tocou na Jessy. O João dormia abraçado à sua noiva, quando ouviu o chamado. Saltou da cama e foi correndo para o posto de rádio.
– "Aqui fala o computador central da Dani. O protocolo A foi ativado. As ordens são as seguintes. Uma frota pequena deverá dirigir-se ao ponto de convergência. Ficarão camuflados e aguardarão a ordem de terra. Se após dez dias não houver comunicação, o planeta inteiro deverá ser destruído pelo bem do Império. Não importam as perdas."
– Chamem a Vega e o Vice Imperador – berrou João, desesperado.
– A Vega está chamando, senhor, agora mesmo.
– Vega. Aqui fala a Jessy. Avô, ouviu a mensagem? Estamos prontos para decolar.
– Aqui Vega. João, pouse na Cybercomp e aguarde o seu tio. Encontramo-nos lá. Nada de afobações que temos tempo.
– Confirmado, Vega.
– Para a Terra em regime de urgência – ordenou João enquanto a noiva entrava, sentava-se na poltrona do navegador e pegava as coordenadas de retorno.
― ☼ ―
Não muito longe de Leônid, duas naves solarianas preparavam-se para mergulhar para a Terra quanto receberam o rádio que foi colocado no viva voz e ouvido por todos.
Pedro chamou a Moskow e olhou para a noiva.
– Vamos para lá?
– Não – respondeu Anjuska, decidida. – Vamos seguir as ordens porque, se a Dani foi subjugada, nós nem teríamos chance. Velocidade de emergência para a Terra.
A Moskow e a Paris trocaram o planejamento incial para um voo de dez minutos e, mal surgiram no sistema Solar, viram que havia um verdadeiro enxame de naves em torno da Terra.
A Moskow e a Paris aproximavam-se da Lua e tanto Mial quanto os cientistas não tiravam os olhos das telas.
– "Atenção, Coronel Anjuska" – disse o rádio. – "O porto militar esta superlotado. As suas ordens são para pousarem na Cybercomp junto à Vega. O governador de Vega vai recebê-los imediatamente na presidência com o vice-imperador."
– Confirmado, Selene, obrigada.
As duas naves receberam as janelas de aproximação e iniciaram a parábola de descida. Quando os zirtagos viram a Vega, engoliram em seco.
– Reduzidos a cascas de noz – brincou o imediato ao olhar as duas naves ao lado do couraçado.
– Mial, vocês vão conosco disse Anjuska. Freitas, mantenha a nave em prontidão total. Não sabemos o que aconteceu, mas a frota está em alerta máximo.
Assim que alcançaram o solo, Anjuska dirigiu-se para a Paris, mas o planador do Pedro pousou antes e eles entraram.
– Mas que lugar mais belo! – exclamou Sali. – Vocês têm razão em ter orgulho do seu mundo.
O planador foi direto para o edifício da administração quando avistaram mais uma nave pousando com uma certa pressa.
– É a Jessy – disse Anjuska. – A coisa tá feia.
– O que aconteceu? – quis saber Mial.
– A nave capitânia foi de alguma forma invadida por estranhos e provavelmente aprisionaram a tripulação – explicou Pedro. – Se nós considerarmos que tanto o imperador quanto a imperatriz têm dons que tornam quase impossível que sejam apanhados exceto se for de surpresa, calculamos que eles estão em um grave perigo.
– Agora entendo toda essa preocupação – disse Sali. – O vosso imperador deve ser muito amado pelo povo para estarem tão nervosos.
– Sim, Sali – confirmou Anjuska. – Ele é o responsável por não termos sido escravizados pelos tantorianos. Foi ele que inventou as nossas naves de guerra e as armas. Antes, o nosso povo nem tinha mais armas de grande potência.
Quando chegaram à presidência da Cybercomp, encontraram o governador de Vega e o filho, ambos com ar preocupado. Anjuska fez uma mesura para os dois.
– Oi, filha – disse o governador, com a voz retumbante. – Teremos dias tempestivos pela frente.
– Estes são Mial e Sali do planeta Zirtag – disse ela. – Infelizmente, creio que as apresentações ficarão para mais tarde. Mial, este é o governador de Vega, o meu mundo, Daniel Moreira e sua excelência o vice-imperador, também Daniel Moreira.
– Boa tarde, Sali e Mial – disse o governador. – Peço que nos perdoem, mas a situação é atípica. Anjuska, minha querida, eu gostaria que tu nos acompanhasses a Leonid. As ordens são para reunirmos uma pequena frota e aguardarmos, mas sei que as tuas habilidades serão muito importantes se precisarmos de intervir.
– Faço questão de participar da missão, senhor...
João e a noiva irrompem na sala e, ao verem os outros reunidos fazem um aceno e sentam-se junto, acompanhando o debate.
– Boa tarde, Coronel, senhora. A questão, governador – disse Pedro enfático –, é que ninguém vai querer acatar a ordem de destruir a Dani, em especial se as vidas deles estiverem em perigo.
– Eu sei – disse o governador. – Ninguém vai desejar manchar as mãos com o sangue do meu neto, mas essa foi a ordem dele. Eu tomarei a decisão, se for necessário, mas estou certo de que o Dan se livrará dos problemas antes disso, até porque a Dani vai-se destruir em dez dias a menos que algum oficial esteja presente para interromper o protocolo A.
– Senhor, a minha frota de apoio está a seiscentos anos-luz de Leonid e acho melhor deixar o resto a proteger o império para uma eventualidade. Posso selecionar meia dúzia de naves.
– Muito bem – disse o vice-imperador, levantando-se. – Decolamos amanhã ao raiar do dia. Daqui sairão a Vega, a Jessy e vocês os dois. A senhora entra em contado com o líder do seu esquadrão e destacará oito naves para nos aguardarem às dez horas padrão de amanhã.
– Sim, senhor – disse Anjuska. – Vou providenciar acomodações para os zirtagos.
– Se não for contra as vossas leis, gostaria de acompanhar o seu grupo, senhor – pediu Mial. – Estou muito curioso para conhecer o imperador.
– Serão muito bem-vindos, Mial – disse o governador. – Fiquem conosco por enquanto. Depois levarei os senhores para a Moskow ou irão na Vega, conforme for.
– Se nos permitem – disse Anjuska, levantando-se junto com Pedro –, vou contatar a frota imediatamente.
– Dispensados – disse Daniel, sem sorrir como era seu hábito.
Quando terminaram de falar com a frota, Pedro pegou a sua mão e disse:
– Vamos dar um pulinho em Macau. O planador está pronto.
– Para quê, amor?
– Meus pais precisam de conhecer a nora deles, amor – disse Pedro feliz. – Vamos que isso até vai ser bom para eles. Assim esquecem um pouco a tristeza pela morte do meu irmão.
– Tá bom. – Anjuska riu. Um pouco insegura, continuou, falando em russo. – Será que eles vão gostar de mim?
– Meu amor – disse o noivo, usando o mesmo idioma e rindo a bom rir. – Não há meio de não gostarem de ti. Tu és a coisa mais especial deste mundo e é o que me basta.
De mãos dadas, entraram no planador e tomaram o rumo leste até à Ásia.
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