Capítulo 1 - parte 3 (não revisado)
No palácio do governo, um edifício sóbrio, feito em pedra e lembrando um castelo, alguns homens conversavam a portas fechadas, sendo que um deles não gostava nada do rumo da conversa.
– Almirante Ifung – disse o presidente Ishian. – O senhor afirma que o poder de fogo daquela espaçonave pode destruir um sistema solar?
– Sim, excelência – respondeu o guerreiro. – A capacidade energética dela é tão grande que pode destruir um sistema solar. O Imperador foi muito gentil e mostrou-me a nave toda. Inclusive explicou-me como planejava eliminar Tantor. Sabe, o que mais me fascina nele é a total aversão à violência. Ele não gostou de ter destruído o planeta dos lagartos.
– E o senhor realmente afirma que sem eles não teriam conseguido? – questionou o ministro da guerra, outro interlocutor. – O senhor diz que eles foram a peça chave para derrotar os demônios verdes?
– Estou certo de que não conseguiríamos – respondeu Ifung, começando a se preocupar. – Eram mais de quinhentas mil unidades inimigas.
– E eles com mil vezes menos aparelhos conseguiram! – afirmou o ministro da guerra, irritado. – Não sei se gosto disso.
– Excelências – disse o almirante. – Os campos de força deles são impenetráveis. Têm uma arma capaz de explodir as naves sem sair um único tiro. Cada raio que as naves expelem, tem cinco metros de diâmetro e um alcance maior que três segundos luz. As naves que ela carrega, ao todo onze, têm o mesmo poder de fogo. Bastava uma para destruir a nossa frota inteira, a nova e a velha juntas. Quando os atacamos, pensando que eram inimigos, eles dispararam um tiro de advertência na proa, algo em torno de um décimo de segundo. O campo protetor desmoronou instantaneamente. O raio passou a cinco metros do casco, mas os alarmes de superaquecimento enlouqueceram. Enquanto nós levamos dois minutos para atingir c, eles levam meros seis segundos. Nós levamos trinta e seis horas de Tantor até aqui. Eles doze minutos.
– Então está disposto a admitir que eles são a maior ameaça que existe? – perguntou o presidente.
– De jeito nenhum, pois são muito pacíficos – argumentou o almirante, enfático. – Somente entraram em guerra porque foram atacados. São os melhores aliados que poderíamos ter.
– Não pretendo aceitar uma civilização tecnologicamente superior a nós – disse o presidente, decidido. – Eles podem ter a louca e tentar nos escravizar.
– Eles têm um sistema de governo muito avançado. Não acredi...
– Basta – disse o presidente apertando um botão. – São potencialmente perigosos. Vamos eliminá-los e tomar a nave.
– Eu não posso acreditar...
Dois homens entram e Ishian apontou Ifung.
– Prendam o almirante – ordenou. – A acusação é alta traição a Leonid.
– Senhor – disse o ministro da guerra, preocupado –, não torne pública a acusação ou teremos uma rebelião sem tamanho. Ele é o herói nacional que eliminou Tantor junto com os estrangeiros. Seríamos engolfados por uma horda furiosa antes de contarmos até três. E a força espacial é simpatizante do almirante, eles gostam muito dele. Teríamos de provar com bons fundamentos que é realmente um traidor.
– Prendam-no e em seguida a esposa e o filho. Em segredo.
Incrédulos, os guardas obedeceram até porque teriam um fim pior, se não o fizessem.
– Como pretende dominar os solarianos? – perguntou o ministro, pensativo.
– Simples –, disse o presidente. – Amanhã vamos visitar a nave...
Contou-lhe o que pretendia fazer.
O destino da Dani estava selado.
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