Capítulo 6 - parte 2 (não revisado)
– Senhor as naves com os governadores acabaram de chegar ao sistema e já estão em aproximação para entrar em órbita. Estão perguntando se não vieram rápido demais.
– Não, chegaram na hora exata. Mandem-nos diretamente para o auditório principal da ala recreativa há medida que chegarem, Nobuntu, e faça sair um planador com um médico para a cidade que eu fui libertar em primeiro lugar. É necessário tratar dos pacientes de lá com o soro antileucêmico. – Sem esperar resposta, olhou para os governadores. – Acompanham-me, senhores?
Desta vez foram caminhando pelas esteiras rolantes. O primeiro a chegar foi o avô do Daniel porque já estava em órbita, na Vega. Abraçou o neto que lhe apresentou os governadores.
– Senhores, este é o meu avô Daniel, governador de Vega e o homem mais velho do Império. Vô, Ubrur agora é membro do Império, apesar de decidirem por um plebiscito para confirmar. O governador Jacb será o representante, mas, excecionalmente hoje, ambos participarão desta reunião, que será pública.
– Querido – ele falou em cantonês após cumprimentar os novos representantes do império – sinto muita preocupação no teu rosto, o que se passa?
– Nada demais. Tenho uma decisão terrível para tomar e ando há dias sem dormir direito. Muitos dias e mesmo quando durmo, não descanso. Explicarei na reunião.
– Ok.
No espaçoporto, uma pequena multidão aglomerava-se para observar a nave gigantesca porque viram várias pequenas naves entrarem nela. Além disso, todos foram avisados que haveria uma transmissão pública para todo o planeta Ubrur e o resto do Império do Sol.
O planeta tinha apenas trinta cidades grandes. Em cada uma delas, uma pequena naveta desceu na praça principal, em frente aos órgãos governamentais, e ergueu um campo energético, mostrando uma tela holográfica de trinta metros de largura. O povo, curioso, aglomerava-se para ver. Com os equipamentos da Dani, a transmissão saía para todas as frequências de comunicação de Ubrur. Quem não estivesse nas praças ou vivesse nos milhares de cidades menores e vilarejos, poderia ouvi-la desde que estivesse com um rádio ou televisão ligados. A tela acendeu-se e apareceu o homem que os libertou junto com os dois governadores de Ubrur.
Acompanharam a chegada de um homem que abraçou Daniel e entraram os três no auditório.
Com o passar do tempo, outras pessoas chegavam, os governadores planetários dos diversos mundos do Império, embora não soubessem. Uns poucos deles abraçavam o Imperador e outros inclinavam-se com uma vênia respeitosa. Claro que o povo não sabia que os avós e tios-avós do Daniel eram governadores, apesar do primeiro ser nitidamente parente dele em função da semelhança física. Assim que todos chegaram, o jovem imperador entrou no auditório e acompanhou os dois governadores de Ubrur a sentarem-se, dirigindo-se, a seguir, à tribuna acompanhado de perto pela Srina. Ele deu-lhe um aparelho minúsculo e ela sentou-se em uma poltrona ligeiramente afastada. O imperador, principiou a falar.
– Irmãos, falarei devagar e pausadamente porque esta transmissão também é feita para o planeta Ubrur. Como o computador ainda não tem os dados vocais deste idioma, a minha boa amiga Srina vai traduzir o que eu digo.
Nas telas, todos ouviram o homem falar um idioma desconhecido logo depois seguido pela voz da mulher que traduziu tudo para o planeta recém-liberto. Maravilhados, ouviam o discurso.
– Para os novos amigos de Ubrur que ainda não me conhecem, eu sou o Imperador Daniel Moreira do Império do Sol e os que estão presentes nesta sala são os governadores-gerais de cada um dos mundos do império. Em primeiro lugar, quero apresentar ao congresso o governador Jacb, que será o nosso quinquagésimo primeiro congressista porque o planeta Ubrur, aceitou integrar-se ao Império apesar de somente ser oficial após um plebiscito local em um ano padrão. Espero que todos o recebam calorosamente, a ele e a este povo maravilhoso que encontramos aqui. – Precisou de parar de falar porque muitos aplaudiram os governadores. – Esta decisão foi unânime dos dois governadores deste mundo, mas como só pode haver um representante para cada planeta, eu escolhi o governador Jacb, por ter sido o nosso primeiro contato, embora daqui a cinco anos, haja eleições para a escolha de outro representante ou durante o plebiscito. Se o povo de Ubrur não estiver satisfeito com a minha escolha, pode solicitar antecipação das eleições, mas somente depois que a guerra contra os tantorianos acabar. Inicialmente, quero explicar aos nossos irmãos ubruranos o que acontecerá com eles pertencendo ao nosso império. – Mais uma vez o imperador explicou tudo em detalhas, arrancando aplausos dos que assistiam em todo o planeta. – Assim, meus irmãos, unidos seremos uma grande e bela nação: o Império do Sol, governado e dirigido por todos os seus representantes em conjunto.
Após uma pausa, continuou:
– Para começar, uma nave auxiliar foi ao sistema central do Império, a Terra, para buscar medicamentos e equipamentos médicos. Ela já retornou e o governo local controlará a distribuição para os hospitais. Trouxemos também coisas para ajudar o vosso povo. Máquinas que podem ensinar enquanto dormem, com o conhecimento completo da medicina, química e biologia que a nossa raça acumulou ou longo dos séculos. Acreditem, meus queridos amigos, mas as doenças serão erradicadas deste belo mundo que é Ubrur. As máquinas de ensino, também têm as leis e o idioma oficial do Império. A partir de hoje, uma nave espacial de grande porte ficará aqui protegendo a população do vosso mundo. Aprenderão a nossa tecnologia que ao contrário do que pensam é limpa e não agride a natureza. O nosso mundo é tão belo e limpo quanto o vosso. Até que tenham autonomia, a Terra irá suportar e apoiar o vosso planeta, assim como ela fez com todos os mundos novos do Império. A partir de hoje, serão livres e jamais temerão ninguém, tendo o pleno direito de ir e vir por todos os planetas do Império. Naves farão carreiras regulares entre os nossos, comerciando mercadorias de todos os tipos e vocês, em breve, terão as vossas próprias frotas, tão boas e livres de poluição quanto as nossas.
Embora Daniel não ouvisse, aplausos formaram-se em todo o planeta. Acabaram cinco mil anos de opressão e uma nova era surgia para aquele mundo.
– Alteza – disse Jacb, levantando-se. – Temo que as nossas riquezas não sejam suficientes para suportar tanta ajuda.
– Vocês têm alimentos diferentes dos que estamos habituados e isso terá um valor alto, mas vocês têm algo muito, mas muito mais valioso do que isso: produzem os melhores perfumes que eu já vi. Nem na França, que era o melhor produtor de essências do Império, se produzem perfumes tão maravilhosos. Isso vale uma verdadeira fortuna no Império. Não se preocupem, mesmo que não tivessem recursos, nós os ajudaríamos de qualquer forma. Bem, continuando o que eu dizia, nós, cidadãos do Império do Sol, chamamo-nos de Terráqueos, Selenitas, Marcianos, Veganos, Ubruranos e por aí afora. Isto está errado, muito errado porque essa é a nossa origem planetária. Doravante, eu declaro que seremos designados por Solarianos, filhos do Império do Sol.
Ele fez uma pausa maior por causa dos aplausos dos governadores e não imaginava que fosse ter tanta aceitação.
– Irmãos, agora é a parte mais difícil. Chamei todos aqui porque tenho uma decisão terrível para tomar. Sei que em tempo de guerra sou dotado de poderes absolutos, mas isto é grande demais para um homem só. Para justificar as minhas decisões, vou contar-lhes a história que a última centuriana me mostrou, a história da nossa espécie.
– No planeta Centúria – continuou –, conhecemos os ancestrais da humanidade e toda a espécie humana na nossa Galáxia é originária de lá. Mas o que a centuriana Edna disse vai muito mais longe: nós não somos nativos da Via Láctea. A Centúria não se originou aqui. Pior ainda, os nossos inimigos tantorianos também não o são. Vou contar uma história para todo o Império, a história da espécie humana, que parece se repetir continuamente.
– Há cerca de uns quinhentos mil anos, na galáxia de Andrômeda que dista pouco mais de três milhões de anos-luz daqui, surgiu uma raça que era próspera e crescente. Esse povo, humano, intitulava-se de Lemuriano.
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