Capítulo 3 - parte 4 (não revisado)
– Bem, meus amigos, eu chamei-os aqui porque quero mandar um contingente secreto de soldados para cada cidade que contenha tantorianos. Computador: projetar um mapa do planeta. – A tela holográfica formou-se para apresentar o mapa. – Mandei uma das naves auxiliares mapear o vosso mundo e agora vejo que isso foi útil. Preciso que me digam onde há inimigos instalados. Usem isto para apontar no mapa. – Daniel estendeu um pequeno apontador laser.
– Em Opta, temos oito cidades tomadas, além da capital. – O governador apontou os locais, que ficaram marcados com círculos vermelhos. – Eles têm, em média, duzentos elementos nas cidades pequenas, mil nas maiores e cerca de dois mil na capital porque o nosso continente é um pouco maior e mais populoso do que Mixt, Alteza.
Após terminar, entregou o apontador para o colega, que marcou doze cidades.
– A quantidade de elementos é um pouco inferior ao que o meu bom amigo Finch anunciou, mas ainda assim grande. O que pretende fazer, Alteza?
– Pretendo mandar um grupo dos nossos aprisioná-los ou destruí-los... eu, pessoalmente, irei para as maiores cidades. Só que, neste momento, vou ter uma conversa pessoal com este tal de Gaxt. Gostaria que me acompanhasse, governador Finch.
– Mas isso é suicídio, Majestade...
– Não se preocupe que eu jamais colocaria alguém em perigo. Em primeiro lugar, o senhor usará um campo de força individual que o protegerá até de uns cinco mil tiros simultâneos. Em segundo lugar, eu posso dominá-los facilmente. A meu ver...
– Almirante, os dragões retornaram do quartel. Fizeram alguns prisioneiros, a maior parte fêmeas – disse o comandante no comunicador, interrompendo a palestra.
– Obrigado, Nobuntu. Mande os homens retornarem para o quartel e dar apoio aos técnicos e demais dragões. Mande-me vinte vermelhos para a Dani A I e diga-lhes que me aguardem para um comando perigoso – respondeu o Almirante. Voltou-se para os governadores e continuou. – Desculpem a interrupção. Continuando: a meu ver é a única forma de encontrar as bombas rapidamente, ou seja, obtendo as informações do responsável.
– Se Vossa Alteza acha imprescindível, conte comigo.
– Obrigado, por acaso os senhores falam tantoriano?
– Sim, infelizmente. Por quê?
– Porque quando os meus homens chegarem, falaremos nessa língua para que todos se entendam. Mais tarde, vou levá-los a uma máquina que vos ensinará o nosso idioma, mas agora não temos tempo para isso.
– Senhores – continuou Daniel. – Não temos tempo a perder porque já se foi quase uma hora. Governador Jacb, peço-lhe que fique na nave e ajude com as crianças e os enfermos. A sua presença dará mais segurança à população porque, para eles, somos completos estranhos, mas eles confiam no senhor. Os que se recuperarem e forem daqui, o senhor libera para as suas casas. Os de Opta, serão alojados na nave até que tenhamos resolvido os problemas da capital. O senhor acompanhará a minha esposa e a sua filha, que ficará aqui para lhe dar suporte. O Davri irá comigo para o norte.
– Cuide dele, Majestade. Já o perdi uma vez e não desejaria perder novamente.
– Tem a minha palavra de honra, senhor, que nada acontecerá ao seu filho e ao vosso povo. – Acionou o comunicador e mandou Srina vir à sala de reuniões e o Davri para a nave auxiliar com o máximo de urgência.
– "Danizinha, vou para o norte e deixarei o governador Jacb contigo e a Srina, para darem uma ordem nas coisas."
– "Acompanhei atua reunião, amor, tem cuidado."
– "Terei, amor."
Enquanto falava com a esposa e Srina levava o pai para o hospital, Daniel ia acompanhado do governador Finch para a nave auxiliar. Acomodou-o em uma poltrona vazia na sala de comando e sentou-se na cadeira do comandante.
– Johnathan, eu mesmo pilotarei a nave – disse Daniel para o comandante. – Computador: assumo o controle individual de pilotagem da nave.
Por gentileza, usou o idioma tantoriano, que todos os oficiais já conheciam, para que o governador entendesse o que se passava.
– Artilharia, quando alçarmos voo, erguer os campos de força e manter a atenção. Quero todos com mochilas energéticas e, assim que tivermos contato físico com os tantorianos, mantenham sempre os campos de força individuais ativos, em especial quando entrarem na nave, pois irei blefar feio com eles. Quem se esquecer disso, poderá sofrer um pouco, então não se esqueçam.
– Confirmado, Almirante. – Foi a resposta vinda de diversos setores da pequena nave.
– Alguém, por favor, arrume uma mochila para o governador Finch e ensine-o a usá-la.
Daniel começou a erguer a nave devagar. Quando a comporta abriu-se, ela saiu para fora. O governador olhava para as janelas enormes que estavam abertas a toda a volta, proporcionando uma vista incrível. Quando veio, não estava na sala de comando e sim em uma sala fechada. Agora, aproveitava para apreciar tudo. O que mais o impressionou, desde o início foi o silêncio dentro da nave.
– Por que a sua nave é tão silenciosa, Majestade, enquanto os tantorianos não o são?
– Nós temos o domínio da gravidade artificial com perfeição total e não necessitamos de foguetes para voar. O nosso povo não gosta de destruir a atmosfera e os recursos naturais, assim temos sempre muito cuidado e só usamos foguetes em emergências. Infelizmente, hoje é uma emergência, mas temos de subir o suficiente para não provocar um furação na superfície.
– Vocês estão milênios à frente dos lagartos!
– Felizmente, meu amigo, embora só tenhamos menos de oitocentos anos de tecnologia espacial.
– Vocês são cheios de surpresas. Como podem ter evoluído tanto em tão pouco tempo?
– Em breve, o seu povo será assim, governador, graças a essas crianças que estamos salvando. Aguarde e verá.
O nativo olhou para a nave gigantesca de onde acabaram de sair e viu que ficava menor muito rápido. Tentou avaliar a aceleração mas não tinha um ponto de referência, apenas concluindo que era muito elevada.
Daniel acionou os jatopropulsores e a pequena esfera acelerou de maneira absurda, ionizando a atmosfera. Quem olhava de fora, via uma enorme bola de fogo com uns duzentos metros de diâmetro subindo aos céus tal como um cometa incandescente, embora em direção contrária ao usual. O governador sentiu-se assustado, porque nunca havia voado antes.
Em menos de cinco minutos, a nave auxiliar, incandescente, começou a mergulhar no espaçoporto do hemisfério norte. Desta vez, quem estava mais do que assustado era o comandante, que achava que ia acabar esborrachado no piso de concreto reforçado.
A cem metros de altura, a Dani A I frenou fortemente e desceu o restante bem devagar, mas ainda assim provocou um senhor vendaval.
– Comandante – disse Daniel. – Providencie-me contato com os verdes.
– S... sim Al... Almirante – gaguejou este. Virou-se para o oficial de comunicações de disse. – Chame o batráquio no rádio.
Em poucos segundos, apareceu o rosto de sapo, olhando para eles.
– O que quer humano? – disse o verde, irritado. – Não o mandei se retirar?
– O meu almirante deseja falar consigo, comandante Gaxt, ele veio na nave.
– Então deve ser esse doido que conduzia a nave! – O tantoriano ficou impressionado. – Como não se arrebentam e o que ganham com isso?
– Simples – disse Daniel, aparecendo para o invasor e encolhendo os ombros. – Temos neutralizadores de inércia e sabemos pilotar bem, especialmente quando temos pressa, só isso.
– Acredito que não tenha vindo aqui para se mostrar, Almirante humano.
– O meu nome é Daniel, comandante Gaxt. Eu e o governador Finch desejamos conversar pessoalmente com o senhor. Está disposto?
– Venham ao quartel, sozinhos.
– Estaremos aí em alguns minutos, obrigado por me receber.
O alienígena desligou sem se despedir e Daniel fez sinal ao governador para que o seguisse.
– O senhor sabe que ele vai prendê-lo, não sabe, Majestade?
– Conto com isso, governador – respondeu, gentil. – Eu tenho dons que o senhor nem imagina. Mantenha o campo de força sempre ligado, por via das dúvidas.
– O senhor não vai usar um?
– Não preciso. Vamos, amigo que o tempo urge – disse, conduzindo o companheiro a uma naveta.
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