Capítulo 1 - parte 1 (não revisado)
Daniel acordou depois de um sono curto e levantou-se. Ao seu lado a esposa espreguiçou, sorrindo para ele que a observava feliz, cheio de carinho. Ao fim de uns segundos ela fez menção de se levantar quando recebeu do marido um chamado mental que lhe disse:
– "Levanta-te, minha linda preguiçosa" – transmitiu, sem parar de sorrir. – "Ainda crias raízes na cama."
Ela ergueu-se com a velocidade de um raio para o enlaçar pelo pescoço e puxar de volta para o leito. Rindo, ele caiu sobre a mulher e beijou-a com ardor. Depois, libertou-se do abraço e ergueu-se.
– "Nada disso. Tenho reunião com o congresso em pouco tempo. Os governadores aguardam por mim."
– "Ora, eles que esperem." – Ela fez beicinho. – "Afinal és o imperador todo poderoso, amor."
– "Justamente por isso tenho de dar o exemplo, princesa."
Daniel levantou-se e foi preparar a banheira de hidromassagem, enquanto a mulher apreciava o seu corpo, estasiada com a beleza do marido, um homem de mais de um metro e noventa, atlético e muito bem-feito. Ele adivinhou o seu pensamento e disse:
– "Também és a coisa mais linda do mundo."
– "Ora, agora ficas lendo os meus pensamentos à força?"
– "Não preciso, lindinha, os teus olhos traem-te."
– "Eu te amo tanto, Dan."
– "Somos dois, então, lindinha."
– "Somos dois a quê?" – perguntou ela com uma risada, saltando da cama e indo para o sanitário e abraçando-o de novo. – "Dois a te amar?"
– "Não, também te amo, para sempre, minha Daniela" – beijaram-se com ternura para depois tomarem o seu banho.
Após o café, ambos pegaram o planador. Ele deixou a esposa na Cybercomp, onde ela ia verificar os preparativos da longa viagem que a nave deles faria em breve. No espaçoporto, observava a gigantesca esfera de mil e trezentos metros que o marido projetou, cheia de orgulho pelo homem que possuia. No casco negro da super-nave, quatro letras brancas e brilhantes apareciam estampadas: Dani, o nome da nave que ele batizou em homenagem à esposa. Feliz como nunca, aproximou-se quando sentiu um pequeno mal-estar. A garota estranhou porque nunca na sua curta vida de dezesseis anos e meio, sentiu qualquer coisa desse tipo e sabia que era quase impossível um portador de alto grau adoecer, já que era médica.
Preocupada, entrou na nave e foi para o seu setor, o hospital. Lá dentro, não encontrou ninguém, o que não era de se estranhar, já que a tripulação estava quase toda de folga até ao dia seguinte, quando fariam o voo mais longo que a raça humana ousou tentar, mais de seis mil e seiscentos anos-luz. Aproveitou para se deitar no scanner e fazer um exame completo em si mesma.
O resultado chegou em poucos minutos, deixando-a muito espantada. Fez algumas pesquisas nos gigantescos bancos de dados médicos e concluiu que não precisava de se preocupar. Sorrindo e alegre, seguiu aos seus afazeres, que eram bastantes porque precisava de verificar se o centro médico estava devidamente abastecido e pronto para quaisquer eventualidades. Consultou o computador e notou que um dos armazéns frigoríficos foi abastecido com cem mil doses de soro para portadores da primeira geração. Sorriu outra vez porque sabia que o imperador, o seu Daniel, queria ir a Ubrur libertar aquele povo dos inimigos tantorianos, uma espécie alienígena de origem reptiliana.
Desde que soube desse povo, além de ter descoberto que eram geneticamente idênticos aos seres da Terra, ele colocou isso como uma prioridade na sua meta de governo. Além disso, descobriu que aquele povo sofria as primeiras mutações com portadores e não possuía qualquer meio de defesa. Nesse pequeno gesto, ela via o quão altruísta e bondoso era o marido que, no momento, debatia com o primeiro-ministro e os cinquenta governadores dos mundos do Império do Sol.
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