Capítulo 4 - parte 6 (não revisado)
O grupo que lutava no casco da nave só não foi atingido pela brusca aceleração da nave porque estava dentro do campo de neutralização inercial, mas viram, incrédulos, a nave disco afastar-se com uma aceleração vertiginosa.
– Que diabo, esses caras estão fugindo!
– Não, não estão. Nós é que voltamos à ativa. Olha os campos de supercarga ativados. Só espero que se lembrem que temos gente a bordo da nave alienígena.
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A equipe que abordava a nave disco estacou, boquiaberta, olhando para a frente. Sentados em poltronas confortáveis e tomando café com um cheiro simplesmente delicioso, estavam quatro homens muito sorridentes, observando o grupo. A cara deles deve ter sido muito engraçada, porque um dos invasores soltou uma tremenda gargalhada, obrigando os demais a fazerem uma careta, cobrindo os ouvidos.
– Almirante?! – disse Nobuntu, baixando a arma porque à sua frente estava o homem que ele supunha morto. – Oh meu Deus. Eu já nem sabia o que diria para a sua família! Graças aos céus, senhor, mas como?
– Estou feliz em ver que vocês passaram com louvor. Desculpe enganá-lo, Coronel, mas era a melhor forma deste treino ser levado a efeito.
– Mas eu vi o senhor ser baleado, Almirante. Vi todo aquele sangue no chão! Só o meu filho é que não acreditou muito nisso!
– Festim, Coronel, e corantes especiais: truques de cinema. Eu precisava de sumir de cena. E foi por isso que não trouxe a minha esposa e os marines. Afinal ela é teleportadora, como eu. O que importa é que vocês venceram esta batalha sem a ajuda de gente mais experiente ou com habilidades superiores. Estou muito satisfeito convosco, muito mesmo.
Da cadeira ao lado, o avô do Daniel dou outra gostosa gargalhada, fazendo meio mundo tapar os ouvidos. Com a sua voz grave, virou-se para o prisioneiro do Nobuntu que tinha acabado de tirar a máscara do rosto alienígena, passando a ser um sujeito normal.
– Silas, reativa os robôs e manda todos de volta para a nave. Tira também essa tinta verde do corpo...
O rádio chamou e os alarmes dispararam quando uma salva passou raspando a cúpula, que superaqueceu. Logo a seguir apareceu o rosto do imediato que passou a ameaçar sem sequer olhar os interlocutores.
– Senhores, nós reassumimos o controle da nossa nave e se não se renderem em um minuto fá-los-emos explod... – Ele acabara de ver que estava frente a frente com o Almirante e o avô, parando boquiaberto.
– Mas que diabo está acontecendo aqui? Almirante, eu vi o senhor ser morto!
– Acalme os seus homens e traga a nave de volta. O treino acabou e vocês venceram. Estão formados.
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Daniel entrou na nave, aplaudido aos berros. O alívio de o verem vivo foi tão grande que todos riam à toa. Mais ainda por terem vencido sozinhos.
– Irmãos – começou a falar no intercomunicador – é com muito orgulho que venho dizer que vocês acabaram de passar vitoriosos pelo primeiro batismo de fogo, embora fosse uma simulação. Parabéns. Agora, sabemos que a Dani é um fator ponderante e altamente periculoso, graças a vocês. Obrigado, meus amigos. Vocês são os melhores da Galáxia.
– Agora – continuou. – Todos merecem uma bela festa que já aguarda por nós lá na Terra. Os senhores provaram que merecem. Coronel.
– Sim, Almirante?
– Prepare a nave para retornar.
Nobuntu inteirou-se da situação e ficou ainda mais feliz. Os homens ao verem os robôs desativados, pegaram neles e colocaram em uma prisão cercada por um campo de força.
O Comandante colheu relatórios de diversos setores e ficou satisfeito porque a tripulação já havia posto a nave em completas condições funcionais antes mesmo do engodo ser descoberto.
– Almirante – o engenheiro chefe estava de frente para Daniel, muito sério. – Concede-me uns minutos?
– Claro, senhor Kama, o que deseja?
– Estou muito preocupado, senhor.
– Posso saber o motivo?
– Deve saber, senhor. Trata-se das nossas naves,
– Explique melhor, amigo.
– Senhor, eu estudei este aparelho usado para neutralizar a Dani e concluí que é muito fácil construir uma espécie de canhão capaz de eliminar toda a energia dela – afirmou o homem, bastante sério. – As nossas naves têm um ponto fraco terrivel e bem escancarado.
Daniel deu um sorriso amável para o engenheiro e decidiu ver até que ponto ele podia ir com as suas suposições. Calado, aguardou que este continuasse.
– Não vai dizer nada, Almirante?
– Preferia que me explicasse tudo primeiro, chefe. Afinal eu conheço cada palmo destas naves, sem falar que fui o criador do dispositivo.
– Se o senhor o criou, já deveria saber que estamos numa fria, se alguém pensar nisso.
– Pois demonstre, amigo, afinal o senhor é um cientista competente, do contrário não estaria nesta nave, muito menos no cargo de chefe.
– Senhor, um simples campo capaz de irradiar uma onda energética hexadimensional, modulada por um campo rotatório penta dimensional neutralizou todo um setor da nave. A potência empregada era de apenas mil e quinhentos Watts. Mas foram necessários seis geradores. Um emissor de vinte ou trinta mil Watts, seria suficiente para fazer o mesmo. Temos um terrível ponto fraco.
– O que sugere, Kami?
– Criar algum tipo de proteção.
– Bem pensado, meu amigo, mas a nave é imune a isso desde que foi projetada.
– É!?
– Claro que é. Há um neutralizador deste campo que eu desativei quando fomos almoçar, meu amigo, mas fico feliz que tenha pensado nisso.
– Na verdade, eu tinha acabado de desenhar um neutralizador, senhor.
– Maravilha, irmão, é sinal que tenho o engenheiro certo na minha nave e fico muito feliz.
– Mas, senhor, quem me garante que ele funcionaria?
– Eu garanto, amigo, porque olhei na sua mente. Desculpe-me por ter feito isso, mas garanto que não invadi a sua privacidade. O seu desenho é idêntico ao meu neutralizador. Parabéns.
– Atenção, aqui fala o comandante, mergulho em trinta segundos...
Muito satisfeito, Daniel observou o seu homem sair orgulhoso de ter feito um bom trabalho.
Nada poderia deixar o Almirante mais feliz com a sua equipe. O disco foi preso à nave e retornou a reboque para não perderem tempo com os sucessivos saltos.
Meia hora depois, os dois veículos do espaço, tão diferentes um do outro, deslocaram-se para a capital do Império. Orgulhosa e feliz, a tripulação da Dani desceu, sendo recebida com um belo churrasco, onde ela e o "inimigo" confraternizaram em paz e harmonia.
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