Capítulo 5 - parte 1 (não revisado)

No dia seguinte, foram para a casa dela pegar os seus pertences e a Jéssica parecia outra pessoa, agora que não tinha mais segredos para com o namorado. A relação deles, que já era boa, nessas vinte e quatro horas, tornara-se maravilhosa, plena e completa. Depois que deixaram as coisas dela em casa, ela pôs as suas chaves em um envelope e o casal dirigiu-se ao palácio, pedindo para o porteiro entregar a encomenda ao tio, identificando-se como a sua sobrinha.

Depois, foram para a Cybercomp e Daniel seguiu direto para o espaçoporto. Perto da nave, um cargueiro da empresa estava pousado. Apesar de ser uma nave de duzentos metros de diâmetro, era quase ridícula, comparada ao monstro que o Daniel construía. Entraram na nave e subiram pelos inúmeros elevadores antigravitacionais, atravessando corredores enormes em esteiras rolantes. O seu interior já estava num estágio muito avançado. Nas salas dos super-reatores de antimatéria, oito ao todo, fez vários testes, concluindo que estavam na mais perfeita ordem. Bastaria um reator desses para abastecer toda a nave, mas Daniel queria uma autonomia gigante e muita segurança. Se tivessem um problema a milhares de anos-luz, não teriam como ser socorridos. Após inspecionarem tudo e o rapaz dar algumas instruções para os técnicos e engenheiros presentes, os dois desceram, encontrando o pai dele que olhava para a nave de boca aberta.

– Olá, pai, que tal o meu barquinho? – disse, sorrindo. – Pelo jeito, ainda não o tinhas visto.

– Barquinho!? – exclamou o pai, impressionado, porque ainda não a tinha visto de perto. Apontou para o cargueiro e continuou, cheio de admiração. – Que diabo, barquinho é aquilo ali. Isso é um colosso, o maior que jamais surgiu!

– Pai, compras para mim uma dúzia de naves de cinquenta metros de diâmetro e trinta navetas planetárias? Tens a minha senha do banco não tens? Neste momento, não desejo chamar a atenção de ninguém.

– Algum problema, meu filho? – Perguntou em cantonês porque não gostou do tom de voz do filho.

– Sim, mas falaremos sobre isso mais tarde. Não quero alarmar a minha garota – respondeu na mesma língua.

– Ok, filho.

– Pai – continuou Daniel, em português – eu e a Jéssica vamos viver juntos. Aconteceram várias coisas nestes dois últimos dias que culminaram na nossa decisão. Pretendemo-nos casar, mas, por ora, apenas moraremos juntos.

– Já és adulto, meu filho, e sabes muito bem o que fazes. Além disso, eu gosto muito da minha nora – disse o pai, abraçando a garota. – Sejam muito felizes e bem-vinda à família, filha. Daniel, quando o teu avô souber, vai fazer a maior festa. É melhor cobrir os ouvidos, pois ele está apaixonado pela Jéssica.

– Não mais que eu, pai, podes ter a certeza disso. Vamos? Quero falar com a mãe.

– Ok. Daniel, achas mesmo que a raça humana corre perigo?

– Sim, pai, mas muito pior que isso é o fato de ver que estamos entrando em franca decadência.

– Por quê?

– Porque está tudo muito fácil! O povo acomodou-se, especialmente os sapiens. Qual foi a última grande descoberta científica?

– A super-onda, que nos permite comunicar com os vários planetas do Império, há cerca de cento e cinquenta anos.

– Pois é, logo depois do reator de antimatéria, uns dez anos antes e que ainda nem é usado em toda a frota mercante. Não há mais descobertas fantásticas. Apenas coisas para melhorar a qualidade de vida. As pessoas perderam o incentivo, a vontade de descobrir, como se a nossa mola impulsora perdesse a elasticidade, pai. Eu vejo que a curiosidade desapareceu por completo exceto em alguns lugares. O doutor Herbert, por exemplo, é uma exceção, mas, mesmo ele nada trouxe de novo. Apenas agora que eu criei a nova matemática e os meus inventos, que ainda não divulguei, é que apareceram novidades. Posso garantir que, se não fizermos nada, em menos de mil anos a população da Terra terá regredido à barbárie.

– Meu Deus, Dan, nunca tinha pensado por esse prisma – disse Jéssica, espantada. – Apesar de sempre ter acreditado no que disseste ao ler o teu artigo do jornal.

– É verdade, filho. Nesse caso, uma invasão até poderia ser benéfica.

– Engano teu, pai, porque não possuímos armas a não ser simples pistolas. E, se as tivéssemos, não temos quem as use. Como que num estalar de dedos, nós seriamos escravizados ou destruídos antes mesmo de podermos reagir. Talvez os Dragões pudessem impôr alguma resistência, mas seriam subjugados, conforme o tipo de arma que o adversário pudesse dispôr, assim como o seu número.

– Novamente, tens razão, filho! – afirmou o pai, estupefacto com as palavras do jovem. Por alguns poucos minutos pensou na profundidade do que acabara de ouvir e assustou-se muito com o que poderia acontecer.

Enquanto caminhavam para as esteiras rolantes, no subsolo, Daniel emitiu para o pai.

– "Pai, não baixes a tua barreira. Eu posso transmitir assim e quero que tu saibas disto sem que a Jessy me escute agora porque não a quero preocupar mais do que já está." – O filho contou tudo o que Helena lhe disse. – "De modo, pai, que acho que poderei ter alguma incomodação por esse lado. O imperador está assustado e porque sabe que tenho razão, mas vê nisso uma ameaça ao seu poder, ou então é cego e inútil. Se quiseres responder basta pensar, que sou capaz de ouvir."

– "Entendo, Dan, vou falar com Lee e pôr alguns Dragões de sobreaviso. A propósito, o teu avô transferiu a liderança dos Dragões para ti. Saíste mais cedo e não ficaste sabendo."

– "Certo, embora isso não me agrade muito. Mas o correto é o mais forte ser o líder. Só que acho que ele é o mais sábio."

– "Depois do que ouvi hoje, meu filho, não concordo contigo."

Daniel não disse mais nada, até que chegaram a um cruzamento. O pai despediu-se e foi para a administração. O filho e a noiva, para o hospital. A mãe dele também abraçou a moça de quem gostava muito, ainda mais por ter trazido a felicidade aos olhos do seu adorado filho, depois de seis longos anos de tristeza. Nisso, o comunicador chamou:

– Alexa – perguntou o pai – eles ainda estão aí?

– Sim, amor.

– Venham todos para cá, inclusive tu – desligou sem dar mais explicações.

Quando o casal e a mãe dele chegaram, encontraram o Daniel pai e o Daniel avô. Junto, uma mulher muito linda, loira, de idade indefinida. Daniel, ao vê-la, correu a abraçá-la.

– Vó Daniela, que saudades. Há quanto tempo!

– Estás um homem agora, meu querido – disse a avó, abraçando o neto com carinho – nem pareces o bebê que tanto segurei no colo e acalentei para dormir!

– Vó, esta é a Jéssica.

Jéssica viu-se abraçada pela mulher, cuja idade só era traída pela profundidade do seu olhar.

– Acabamos de saber pelo nosso filho. Agora também és nossa neta. Parabéns, querida, espero que vocês sejam muito felizes, do fundo do coração.

Alexandra também abraçou a sogra, comentando:

– Mãe, há quanto tempo não vem à Terra! – sorriu. – Estava com bastantes saudades.

– Muito bem – disse o avô, bastante sério. – Computador, lacre de segurança máxima.

– Sala lacrada, senhor – respondeu a máquina.

– Obrigado – voltou-se para o resto da família. – Baixemos as barreiras mentais que isto é uma reunião de família.

Todos baixaram, menos Daniel e a noiva.

– Isso vale para vocês também. Na verdade, o motivo disto são vocês os dois. Jéssica, minha linda, desculpa mas o Daniel falou com o pai dele sobre o que aconteceu. Ele não sabia que eu vim no cargueiro. Nós conversamos e achamos que vocês correm um perigo gravíssimo.

Daniel olhou para Jéssica, fez um sinal e ambos baixaram as barreiras.

A garota nunca tinha experimentado uma ligação mental familiar conjunta e ficou deliciada com a comunhão que acontecia. Como perdera os pais muito cedo em um acidente espacial, um dos raríssimos que ocorreram, nunca participou de algo similar, em especial a grande harmonia que aquela família nutria entre si. Por isso, a comunhão familiar telepática foi uma completa e maravilhosa novidade para si, que sentiu um êxtase tão profundo que se agarrou ao namorado com todas as forças. Os presentes perceberam isso mas a delicadeza deles impediu que fizessem qualquer observação ou alusão à perda dos pais, uma vez que notaram que ainda sentia muita dor a respeito.

– "Muito bem" – disse o avô –, "já sabemos do problema. O imperador sente-se ameaçado e eu acho que ele pode tomar providências perigosas para vocês. Jamais confiei nele, mesmo quando o meu pai o apoiou para o cargo. Na época, como governador de Vega, votei contra."

– "Não creio" – contradisse Jéssica. – "Afinal, ele é meu tio."

– "Mas sente-se ameaçado" – afirmou o pai do Daniel, bastante preocupado. – "Muito ameaçado."

– "Não entendo por que ele acha que eu seja uma ameaça. Nunca fiz nada de mal seja para quem for! Além disso jamais escondi algo!"

– "Ele não gostou de teres dito que a humanidade está decadente e, menos ainda, quando afirmaste que a tua nave poderia nos proteger, ou seja, teria armas."

– "Mas seriam apenas armas defensivas, a princípio. E jamais me ocorreu usar isso para proveito próprio. De qualquer forma, a lei não me proíbe de fabricar ou portar armas. Na maior parte das colônias mais primitivos os homens portam armas e, nem por isso, se vê gente matando-se por aí!"

– "Não só nos mais primitivos" – aludiu o avô. – "Em Vega XII é perfeitamente normal ver homens armados. Além disso eu tenho sentido as mesmas preocupações do Dan. Sinto que a raça humana está entrando em letargia. É necessário repensar em tudo."

– "É sim, vô."

– "O meu planeta não experimenta essa comodidade toda, porque é um mundo selvagem onde gostamos de desafiar a natureza. Lá, temos recursos tecnológicos gigantescos. Na verdade, depois da Terra, Vega XII é o planeta mais rico e avançado do Império."

– "Qual a sua sugestão, vô?"

– "Dá-me os planos da tua nova nave e eu posso iniciar a construção de uma pequena frota. Pelo menos cinquenta naves."

– "A nave ainda não está completa. A única proteção dela são os campos de supercarga."

– "Podes criar uma arma ofensiva a partir do mesmo princípio." – Arrematou o avô, que obteve, por conta da ligação mental, as informações sobre o mecanismo de defesa que o neto inventara.

– "Que tipo?"

– "Um emissor que envie um objeto para o hiperespaço e que, após uma determinada distância, o materialize. Podemos, por exemplo, contrabandear bombas atômicas para dentro dos inimigos."

– "E onde estão essas bombas?" – Questionou o neto. – "Há mais de setecentos anos que deixaram de existir!"

– "Tenho centenas de milhares delas no meu mundo, meu querido."

– "Como!?"

– "Simples, quando a humanidade se unificou, não fazia mais sentido ter armas de destruição em massa. Todos os mísseis atômicos das várias nações da Terra foram enviadas para o meu mundo e eu sou o guardião deles a pedido do meu pai, que previu a necessidade de os manter. Além disso, temos a tecnologia de construir mais" – respondeu o avô. – "Embora não haja mais fábricas que as possam construir, exceto uma, secreta e inativa até ser necessária, em Vega XII."

– "Vô. Repugna-me a ideia de criar esse tipo de arma. Ela é tão terrível que, se mal usada, pode significar o fim de uma raça, inclusive a nossa."

– "A espécie Humana vem primeiro, meu pequeno" – disse a avó Daniela. – "Temos de pensar nisso!"

– "Dan, os teus avós têm razão" – insistiu Jéssica. – "Só tu podes criar uma defesa assim para o Império. O meu tio não será capaz de ver a importância disso."

– "Muito bem, vô" – concordou Daniel a contragosto, após ponderar por alguns segundos. - "Vou providenciar os planos da nave. Também vou projetar o hipercanhão, mas seja rápido. Eu prevejo uma grande catástrofe a curto prazo."

– "Certo. Agora, minha neta e meu neto, preocupo-me muito com vocês. Eu gostaria que fossem conosco para Vega XII, pelo menos por um tempo. Ficariam mais seguros."

– "Não, ficaremos aqui" – disse a Jéssica, determinada. – "Não creio que o meu tio vá fazer besteira."

– "Assim espero, minha querida, mas, infelizmente, acho que vocês estão cometendo um grande erro" – disse ele. – "Mas, se aquele pateta tentar algo contra vocês, juro que promovo um golpe de Estado e o condeno à morte ou eu mesmo dou cabo dele."

"Acalma-te Daniel." – disse a avó para o marido. – "Ele é tio da Jéssica."

– "Tens razão. Desculpa Jéssica, mas não confio nele, nunca confiei."

Por algum tempo discutiram mais detalhes. Depois, cada um seguiu o seu caminho.

Jéssica e Daniel foram para a residência deles. Muito abraçados e sentindo uma felicidade inigualável, entraram em casa e decidiram tomar um banho de piscina, porque o tempo estava maravilhoso. Sentiam-se em um novo começo, agora que não escondiam os pensamentos um do outro. Daniel começou a lhe ensinar a montar uma barreira seletiva. Ela aprendeu rápido e em uma semana já eram capazes de manter um contato mental estreito com as barreiras levantadas. Os pais dele ficavam impressionados com essa capacidade diferente e Daniel, nesse meio tempo, começou a desenvolver a pesquisa da nova arma, muito contra a vontade. A noiva viu isso e teve a confirmação de que ele jamais desejou usar a sua nave para a conquista, mas não imaginava uma forma de fazer o tio entender.

Por dois meses eles viveram assim, muito felizes. Continuavam a encontrar os amigos aos sábados nos churrascos da sua casa, que já se habituaram a ver o casal vivendo junto, embora também não entendessem como eram capazes de manter uma comunhão mental fechada, mas gostavam de ver a alegria do amigo que mudou muito desde que conheceu Helena, tornando-se uma pessoa descontraída e muito alegre. Eles, com o tempo, nem se lembravam mais como Daniel era antes, sério e quieto, embora sempre prestativo. Em um desses sábados, após os amigos irem-se embora, ela pensou por alguns segundos e perguntou à queima-roupa:

– "Tu já pensaste em um nome para a nave? Afinal, como se costuma dizer, uma nave sem nome dá azar."

– "Sim, ela já tem nome, meu amor, queres ver?"

– "Mas claro que quero ver, Daniel, só que agora estamos muito longe de lá."

– "Dá-me a tua mão." – Ela deu-lhe a mão e, para seu espanto, desapareceram da casa deles, para reaparecerem no espaçoporto, flutuando no ar a mais de quatrocentos metros de altura.

– "Dan, o que fizeste? Onde nós estamos?" – perguntou ela. Abismada, olhou para baixo e viu que estavam no ar, amparados por nada. Com um grito ela agarrou-se a ele, cheia de medo. Não entendia como ambos não caiam como uma pedra.

– "Calma, amorzinho, é teleportação e telecinésia. Um segredo só nosso, ok? Olha." – Após vencer o medo atroz de estar no ar sem nada a ampará-la, ela observou a nave quase pronta. O seu casco, todo preto, era imponente e Jéssica viu as letras, brancas, gigantes e brilhantes. Estava escrita apenas uma palavra: "Jessy".

– "Ó, meu amorzinho." – Ela abraçou-o e beijou-o carinhosamente. – "Obrigada pela tua homenagem." – Transportaram-se de volta para casa pelo mesmo método. – "Caramba, amor, os teus dons são incríveis!"

Na manhã seguinte, foram para a escola, o último dia do período. Discreta, Jéssica apontou para uma garota e disse, debochada:

– "Aquela linda dama que responde por Rafaela é doidinha por ti e está sempre se insinuando. Não notaste como ela deixou a camisa bem aberta quando te foi pedir ajuda?"

– "É mesmo?" – Ele deu uma risada. – "Não notei não, ela deve ter ficado frustrada. Mas até que é bem jeitosa."

– "Olha o beliscão!" – Jéssica riu e beijou-o. Depois, continuou, sem telepatia. – Bem, as aulas acabaram. Na verdade, eu acho que vou encerrar a minha carreira de estudante, já que o meu trabalho acabou.

– O que pretendes fazer?

– Sei lá, talvez abra um consultório de psicologia. Afinal, é a minha especialidade.

– Vamos almoçar em casa ou outro lugar?

– Vamos ao restaurante chinês, Dan. Quero relembrar o primeiro dia que te conheci. Além disso, faz tempo que não comemos lá e adoro aquele lugar. A propósito, vejo muito bem que já superaste todos os teus professores. Por que motivo tu continuas na escola? Será por causa de alguma dessas gurias?

– A única guria que eu vejo és tu, amor. – Ele riu. – Não, acho que desejo parecer normal como os outros.

– Perdes o teu tempo, Dan.

– Talvez, lindinha. Mas, por enquanto, continuarei aqui – disse enigmático. Foram almoçar, seguindo para a empresa. Daniel tinha uma semana de férias e queria aproveitar bem o tempo com a nave.

No dia seguinte, após tomarem banho de piscina, secando-se ao sol, bateram à porta da casa deles. Quatro homens grandes, com cara de muito poucos amigos, estavam à frente do par.

– Daniel Moreira?

– Pois não?

– Orientadores Cívicos. – Disse o homem, mostrando um crachá e um mandato. – O senhor está detido.

– Sob que acusação? – Perguntou, sério.

– Traição ao Império do Sol.

– Façam-me o favor – disse ele, espantado – que bobagem é essa que estão maquinando? Andaram bebendo, é?

– Agora acrescentamos desacato – disse, grosseiro. – Venha conosco. E a senhorita Jéssica Helena Almeida também.

– Para começar, a pessoa que vocês chamam, de senhorita Jéssica Helena Almeida é a mulher com quem eu vivo há meses. Pela lei, ela é a senhora Jéssica Helena Almeida Moreira. Agora, como podem ver, estávamos na piscina. Façam o favor de entrar enquanto nós trocamos de roupa.

Os agentes, entraram para aguardar. Eles estavam sem conseguir tirar os olhos do corpo da Jéssica. Dois homens ficaram no pátio, enquanto outros dois entraram em casa. Quando fizeram menção de os acompanhar até ao quarto, Daniel barrou-os.

– Façam o favor de nos respeitar. Nós não vamos a lugar algum. Esperam aqui fora, que pretendemos tirar o cloro do corpo e pôr uma roupa adequada. Precisamos de quinze minutos.

– "O que será que o meu tio inventou desta vez?"

– "Não te preocupes. Nem todos os agentes juntos podem com os meus Dragões. Eu podia dar um golpe de Estado se desejasse. Vem, vamos tomar um banho e resolver isto de uma vez."

Vinte minutos depois, ambos apareceram devidamente trajados para os agentes que já estavam nervosos de tanto esperar. Ao chegarem à porta da rua, um deles disse para os colegas.

– Revistem-nos.

Revistam Daniel, que permaneceu passivo, sem que encontrassem nada. Quando foram revistar a Jéssica, o jovem Moreira meteu-se no meio, falando com firmeza:

– Nem pensem nisso. Se querem revistá-la, chamem uma agente feminina. Eu proíbo-vos de tocarem na minha mulher e conheço a lei muito bem, sem falar que vos posso causar sérios problemas.

Eles ignoraram Daniel e tentaram afastá-lo da frente dela. Foi então que descobriram que não lidavam com uma pessoa qualquer. Dois foram atirados para longe, enquanto o terceiro levou uma pancada suave que o pôs por terra.

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