Capítulo 3 - parte 2 (não revisado)

A Jéssica Helena também estava confusa. Dentro do seu apartamento, pensava no dia que passou na companhia do lindo rapaz e sentia que parte da sua alegria dissipara-se quando Daniel foi-se embora. Lembrou-se da forte sensação que teve no momento em que ele pegou a sua mão e uma eletricidade percorreu-lhe todo o corpo.

Pensava nele sem parar e desejou-o muito, o que a perturbava em demasia. Afinal, ele nem tinha quinze anos, embora aparentasse ter dezoito e fosse inteligente, maduro, pacífico, tímido e lindo de morrer. Encostou-se na parede e sorriu para o teto. De qualquer forma, ele era grau cem e podia viver mais de um milênio talvez dois ou três, assim como ela que era noventa e um. O que eram esses poucos anos de diferença? Nada! Mas ela também deu-se conta do aviso do tio porque aquela conversa sobre reencarnação deu-lhe uma prova de que a sua maturidade batia-se consigo, sem falar nos conhecimentos que possuía. Embora Daniel não tenha ido longe nem se aprofundado, mostrou estar bem ciente do assunto. Além disso, nem a tentou convencer a aceitar a sua crença, demonstrando maturidade e respeito. Sentia que nunca esteve tão errada ao pensar nele como uma criança, quando esteve reunida com o imperador. Voltou a sorrir para o teto, tomou a sua decisão e pensou, falando alto:

– Seja o que Deus quiser, Dan. Uma coisa é certa, nunca acreditei em amor à primeira vista e acabei de ser vítima disso. Dá até para pensar em reencarnação, onde uma lembrança me traria este sentimento. Caraca, devo estar maluca mesmo! Ou então, ele me virou a cabeça radicalmente!

Soltou uma gargalhada e foi para a cozinha preparar um jantar. Ao abrir o congelador, viu alguns potes de comida chinesa e sorriu lembrando-se do rapaz com quem esteve. Nesse momento, deu-se conta da profundidade de uma coisa que este dissera.

– "Como pode ter nascido sabendo quatorze línguas?" – ela perguntou-se em pensamento –, "e por que será que disse que sabia que eu adoro comida oriental!" – Suspirou e sorriu com ternura. – "Ai, meu gatinho, você é mesmo cheio de incógnitas, mas eu jamais poderei me afastar de si, Daniel, pois estou apaixonada... e doida!"

Suspirou de novo, pegou num pote de talharim com vegetais e molho de soja, colocou no forno de micro-ondas e sentou-se na mesa, aguardando enquanto pensava no Daniel.

― ☼ ―

No dia seguinte, quando se viram na aula, ambos os corações aceleraram e sorriram um para o outro, mas nada falaram. No intervalo, a garota procurou-o e encontrou-o de novo na lanchonete da piscina. Sorriu-lhe, sendo correspondida, e Daniel, com os olhos brilhando muito, apontou a cadeira livre para ela sentar, que fez de conta ter aparecido ali por acaso.

– Você por aqui? Adorei o passeio de ontem, Dan – disse, enquanto comia o seu lanche.

– Que bom, Jessy. Quando quiseres, mostro-te mais coisas, com o maior prazer.

– Eu adoraria – comentou, mostrando um sorriso angelical que o deixou doido. – Ontem foi uma tarde deliciosa e achei o restaurante chinês maravilhoso. Você é uma ótima companhia e um perfeito cavalheiro.

– Também adoro a comida oriental – disse ele que, se pudesse, beijava-a sem parar, apertando-a contra si. – Posso mostrar-te um restaurante japonês que também é muito bom, mas hoje não dá porque tenho umas coisas para fazer.

– Podemos ir amanhã, se você quiser.

– Claro, será perfeito. Vamos voltar? – perguntou, depois que acabaram o lanche.

Levantaram-se e começam a caminhar de volta. Ela virou o rosto para o colega, tentando avaliá-lo e, distraída, tropeçou, perdendo o equilíbrio de tal forma que começou a cair um tombo muito feio. Como que pressentindo o perigo e rápido como um raio, Daniel recuou um passo, pegando-a no ar e salvando-a de se ferir de forma grave porque Jéssica ia bater a nuca em um degrau de concreto. O contato dos seus corpos um contra o outro foi como uma intensa descarga elétrica para ambos e, ainda segurando a assustada garota que se agarrou a si com força, Daniel ficou imóvel por uns poucos segundos, desorientado e ofegante. Ambos estavam com os olhos um no outro. Devagar e com toda a delicadeza, pousou-a no chão, mantendo a mão nas suas costas para que não voltasse a cair.

– Obrigada, Dan, acho que me ia machucar bastante. – Ela beijou-o no rosto.

Felizes, recomeçaram a caminhar, mas ele estava tão eufórico com aquele ligeiro contato físico que não prestava atenção em mais nada.

– Você deve ser muito forte, Daniel, segurou-me no colo com muita facilidade. – Afirmou para o colega, que apenas sorriu tímido porque não era nada dado a propagandas sobre si.

Depois das aulas, Daniel despediu-se dela, que o seguiu com os olhos sem o perder de vista, triste por se afastarem. Logo depois, um dos colegas tentou chamá-la para sair e ambos caminharam juntos até à saída.

Daniel pegou no seu carro e foi para a Cybercomp. Viu quando um dos colegas aproximou-se da garota e ambos saíram lado a lado. Chateado, começou a dirigir para a empresa. Chegando lá, ficou sem conseguir se concentrar direito, até que, com o seu treino, mudou de atitude e voltou a trabalhar na sua pesquisa.

No dia seguinte, encontram-se de novo, na lanchonete.

– Oi, Dan, você não esqueceu que temos um almoço hoje, não é?

– Jamais me esqueço de algo, Jessy, será maravilhoso levar-te para almoçar – sorriu-lhe, mas ainda estava enciumado. – Passeaste muito ontem?

– Que bom – sorriu-lhe de volta e, sem pensar, fez-lhe um carinho na mão que lhe provocou um tremor. – Estou louca para conhecer esse restaurante japonês, Dan. Ontem eu não saí. Por que perguntou?

– É que te vi saindo junto com Maurício – respondeu, tentando manter a calma e não se trair. Depois de ter dito isso, sentiu-se um idiota, pois não tinha qualquer direito sobre ela.

– Ele até me convidou para sair, mas eu não quis. Apenas caminhamos juntos até a saída. – Jéssica olhou para ele e sorriu, dizendo com malícia. – Não vai me dizer que você ficou com ciúmes de mim.

– B... b... bem – tentou se explicar sentindo que ia ficar corado se não se controlasse – eu não sou pessoa de ter ciúmes nem tu és propriedade minha. A... a... apenas vi vocês saindo e comentei.

– Tô brincando, bobo. – Ela riu, mas, no fundo, gostou muito da reação dele. – Então, a que horas vamos, é longe?

― ☼ ―

No restaurante, Jéssica voltou a ficar impressionada ao vê-lo falar japonês com fluência e desenvoltura, onde foram muito bem tratados pelo proprietário e garçons. Depois do almoço, caminharam juntos pela praia, local que ele apreciava muito.

– Dan, o que você costuma fazer quando não está na escola?

– Faço pesquisas com física de seis dimensões. Aplico uma nova matemática na prática, mas ainda estou experimentando muitas coisas.

– Deve ser complicadíssimo!

– Não creio, mas talvez seja preciso ter o dom para isso. – Afirmou, encolhendo os ombros. – E tu?

– Sabe, Daniel – disse, pensativa. – Na verdade acho que me inclino mais para as ciências humanas.

– Pensas em seguir alguma área em especial?

– Gosto de psicologia e filosofia.

– Eu imaginava, pela conversa que tivemos anteontem. A psicologia é uma ciência nobre e maravilhosa. Eu gosto de compará-la com a física.

– É mesmo!? – perguntou, espantada. – Como é possível tal comparação?

– Sim, é bem possível. Enquanto a física estuda a natureza do universo, como as leis que o regem, a psicologia estuda a natureza humana, as leis do pensamento, comportamento. Acho que ambos têm muito em comum.

– Puxa, Dan, jamais me ocorreu tal comparação, mas você tem toda a razão. – Ela, uma excelente psicóloga, estava incapaz de avaliar fosse o que fosse, especialmente a si mesma porque Daniel destruía dogmas com muita facilidade! A garota nem tentou racionalizar isso porque, quando se trata dele, não era mais racional. A paixão tomava conta.

Passaram duas semanas e ela ficava quase sempre junto ao Daniel, acompanhando-o no bar da piscina e conversando muito com ele. Procurava a sua companhia, provocando-lhe, com isso, muita confusão. O jovem sabia que, como portador, já tinha o corpo formado, embora ainda fosse crescer até aos vinte a vinte e cinco anos. Era, também, maduro, mas não tinha a experiência de vida necessária para interagir com uma mulher mais velha se ela também fosse portadora. Notava que Jéssica rejeitava todas as tentativas de aproximação dos outros colegas, o que o alegrava muito, embora não soubesse como proceder a uma aproximação. Na verdade, morria de medo de se dar mal e acabar sofrendo com isso.

Na sala de aula, Helena estava impressionada com o nível da turma, muito mais elevado do que o seu tempo. Ela não conseguia acompanhar todas as disciplinas e isso deixava-a ainda mais fascinada porque Daniel não só não tinha a menor dificuldade com qualquer delas, como também ajudava os colegas, sempre de boa vontade. Notava, inclusive, que a maioria das garotas tentava chamar a sua atenção, contudo ele ignorava-as. E isso tudo, levando em conta que ele era quatro anos mais novo que os outros. Entretanto, ele não aparentava ser mais moço do que os colegas, pois tinha a mesma altura, superando vários deles, uma maturidade incrível ao falar e o dom de fazer com que todos se sentissem importantes para si, sem falar que era lindíssimo. Enquanto ela divagava nesses pensamentos, mantinha o olhar nele que, por pura intuição, olhou para o lado e viu seu olhar fixo sobre si. Sorriu-lhe e Helena correspondeu, virando o rosto para que ele não notasse que estava muito vermelha.

Os colegas tentavam sempre convencê-la a sair com eles, em especial o João, mas ela só queria saber da presença do Daniel, dispensando-os com cortesia. Eles já notaram que a garota só tinha olhos para o jovem colega e estranhavam esse relacionamento dos dois.

Mas isso nada tinha a ver com o seu trabalho porque estava mesmo envolvida pelo Daniel. Claro que omitia esse fato ao tio, que trataria de a substituir na mesma hora e mandá-la-ia de volta para o seu posto no Rio de Janeiro.

Nessas duas semanas, os dois costumavam lanchar juntos na piscina, virando um hábito, onde se sentavam na lanchonete conversando, sempre bastante próximos. Ela adorava os diálogos inteligentes e as ideias do rapaz, que era capaz de debater sobre quase que qualquer assunto. Entre outras coisas, falavam muito a respeito de psicologia, que ela adorava. Por mais de uma vez, Daniel mostrou-lhe como leis físicas podiam ser comparadas com o comportamento humano e ensinou-lhe, por exemplo, que as experiências de Piaget no desenvolvimento da criança eram facilmente comparadas com certas leis naturais, inclusive demonstrando-as, além de também provar-lhe que tinha bons conhecimentos de psicologia.

Ela ficava tão envolvida com ele que, por várias vezes, esquecia-se da missão. Daniel não a recusava, mas também não incentivava, pois tinha muito medo de sair ferido e de burro não tinha nada. Da mesma forma que Daniel, a bela carioca, muitas vezes ficava tentada a beijá-lo, mas tinha medo de estragar tudo.

Certa vez ele viu a garota escrevendo algo no seu portátil. Era um computador de última geração, um paralelipípedo de doze centímetros de altura por dois de lado, que projetava uma tela holográfica tridimensional em frente ao rosto da moça e, na mesa, um teclado de luz. Quando o Daniel olhou o que estava escrito, não entendeu nada.

– Que raio de idioma é esse, Jessy?

– Sânscrito – olhou para ele de um jeito especial. – Eu escrevo o meu diário nessa língua. Assim ninguém entende, já que nunca vi alguém conhecê-la.

– Bah – fez uma pequena careta – se eu aprender, saberei na mesma hora o que tu escreveste. – Finalizou com uma risada.

– Para isso, você teria de quebrar o meu acesso, Dan!

– Na verdade, não. Sabes o que é memória eidética?

– Mais ou menos!

– É uma espécie de super-memória fotográfica. Quando vejo uma coisa, mesmo que apenas a vislumbre, jamais me esqueço dela, como se o meu cérebro tirasse uma fotografia e a armazenasse. Posso reproduzir qualquer coisa que já tenha visto. Olha. – Pegando em uma caneta transcreveu as primeiras linhas que a garota digitou, mesmo sem entender.

– Eu preferia que você não fizesse isso – disse ela, triste e com os olhos caídos.

– Ora, não iria invadir a tua privacidade, Jessy, seria algo muito ruim de se fazer – sorriu, doce. – Jamais faria isso contigo. E não tenho tempo para aprender sânscrito porque estou muito ocupado com o meu projeto.

– Que projeto é esse? – Ela desligou o computador, guardou na bolsa e sorriu-lhe.

– Um novo modelo de espaçonave.

– Você mostra para mim?

– Claro, não é nenhum segredo, mas temo que não sejas capaz de compreender tudo porque é bem diferente dos modelos atuais.

– Mesmo assim, adoraria conhecer, Dan.

– Eu terei o maior prazer em te mostrar, Jessy. Afinal, como disse, não é segredo algum e bem sabes que gosto muito da tua presença.

– Só da minha presença, Daniel? – perguntou-lhe, tentando um avanço pela primeira vez.

Ele olhou para a garota, sem saber o que fazer. Então, sorriu com ternura e acrescentou.

– Não só da tua presença, Jessy, também gosto muito de ti, muito mesmo.

Ela parou de sorrir e olhou para ele com intensidade, pegando as suas mãos. Os olhos pareciam duas tochas e ambos aproximaram-se devagar. A garota fez menção de o beijar, quando chegaram alguns colegas que se juntam a eles, cortando todo o encanto.

Ao se retirarem, ainda ficaram uns minutos, mas o momento anterior foi perdido e continuaram apenas conversando, ambos tristes, mas sem deixarem transparecer nada.

Por esse curto período, as coisas passavam-se sempre assim: os dois conversam muito e Helena continua sendo assediada por vários rapazes que não desistiam dela, só que não se interessava por nenhum deles e a única pessoa ali cuja companhia lhe dava um prazer enorme era Daniel. Já admitiu para si mesma que estava apaixonada por ele, passando a procurar a sua presença todos os dias, cada vez mais envolvida com o magnetismo do jovem, para frustração dos colegas que começavam a comentar o estranho relacionamento do par.

Numa sexta-feira, o primo, de passagem, encontrou-os na lanchonete.

– Ei, bebê, tá de pé o churras na tua casa amanhã? O dia vai estar quente e podemos jogar uma partida de polo.

– Óbvio, João, nove horas tá bom para o pessoal?

– Claro que está ótimo. Afinal é o horário de sempre, Dan.

– Tem lugar para mais uma pessoa? – perguntou Helena, olhando para Daniel com um sorriso angelical no rosto.

– Mas claro – afirmou o colega, sem pensar. O seu olhar pairou sobre a moça por muito mais tempo do que o normal, não passando desapercebido do primo. – Eu adoraria que viesses.

– Traz biquíni, Helena – disse o primo, antecipando a visão daquele corpo fantástico – a piscina é grande e estamos tentando derrotar a equipe do Dan no polo. O nosso time tem quatro pessoas a mais; mas, mesmo assim, nós nunca vencemos.

– Então continuarão perdendo – ela riu para João – porque entraria no time dele.

– Assim não é justo – disse o primo, piscando o olho – até amanhã, então.

– "Essa princesa tá muito a fim do Daniel" – pensou o primo, sorridente. – "Que rapaz de sorte! O engraçado é que ela me lembra alguém que não sei quem é. E ele também está perdidamente apaixonado pela Helena. Será que ambos não se dão conta?"

– Não se esqueça de me dar o endereço – pediu Jéssica. Daniel escreveu-o em uma folha de papel e entregou-lhe.

– É aqui perto, se tu quiseres, eu pego-te.

– Não precisa, Dan, vou estar com o meu carro e tenho de aprender a me orientar sozinha. Agora eu preciso de resolver umas coisas. Até mais. – Num impulso ela ia beijar-lhe o rosto quando este virou-se para olhá-la e dizer algo que jamais qualquer deles saberia. O toque dos lábios dela nos seus foi como um forte choque elétrico e ele ouviu um barulho infernal, apenas para se dar conta de que era o seu coração disparado e os ouvidos latejando com o pulso elevado. Ela olhou-o, ofegante, ainda perto do seu rosto. Os olhos de ambos estavam colados uns nos outros, com os lábios muito perto, quase se tocando, pois a moça não se afastara, antes pelo contrário, a bela garota aproximou-se mais e, com ambas as mãos, puxou o rosto dele para si, dando-lhe um beijo de arrancar o fôlego. Quase tão rápido quanto começou ela afastou-se, arquejante.

– Tenho de ir, até amanhã – disse Jéssica, saindo rápido, não sem antes lhe dar mais um pequeno beijo.

Sentou-se no seu carro, ainda com as pernas bambas e a respiração ofegante, com o coração disparado.

– "Meu Deus, o que foi que ele fez comigo!" – pensou ela. – "O que nenhum homem conseguiu, ele, sem o menor esforço, fê-lo. Estou perdidamente apaixonada! Preciso ter uma conversa com o meu tio."

Daniel ficou aturdido. Com os olhos, seguiu a garota saindo, enquanto o corpo lhe tremia e os lábios queimavam. Ainda sentia o sabor do seu hálito e a fragrância do seu perfume. Não conseguia pensar em mais nada, sentindo-se muito feliz porque julgava a garota inacessível, em especial pela diferença de idade.

– "Eu te amo tanto, minha Jessy" – pensou para si, leve como uma pluma. – "Talvez um dia venhas a saber quem eras e seremos muito felizes, os dois." – Levantou-se e dirigiu-se para o seu carro, indo para casa. Depois de almoçar, seguiu para a Cybercomp, o que tinha feito quase todos os dias, trabalhando no laboratório de física com as suas experiências e deixando atônitos os cientistas que ele ensinava. Vários deles abanavam a cabeça e diziam:

– Isso é contra as leis da física!

Tudo o que recebiam em troca, era um olhar sonhador, um sorriso franco e uma folha impressa repleta de equações incompreensíveis para a maioria daqueles sábios. Calma e professoralmente, explicava em detalhes a teoria para os cientistas quatro ou cinco vezes mais velhos que ele, homens que lhe ensinaram tudo quando era um menino de quatro anos e vinha bisbilhotar os laboratórios de pesquisa cheio de curiosidade, sempre querendo aprender algo e entender como as coisas funcionavam.

Cientista e psicólogo que estudava o desenvolvimento e comportamento infantil.

Bạn đang đọc truyện trên: AzTruyen.Top