Quando Laena Velaryon e Daemon Targaryen se casaram, Viserys sentiu mais uma dor de cabeça, embora nos próximos anos tenham sido distantes, por decidirem permanecer em Pentos.

Isso não acontecia mais.

Em 116D.C ainda em Pentos, Laena deu a luz a gêmeas, Rhaena e Baela Targaryen, que só foram apresentadas a corte meio ano depois, quando a Lady Velaryon as levou a Driftmark.

Em 118 d.C, as gêmeas de dois anos de idade de Laena foram prometidas em casamento com os dois filhos mais velhos de Rhaenyra. Essa união recebeu a benção do Rei Viserys I, que pensava no fortalecimento das relações entre nas as famílias, embora somente tenha assinado o contrato para o herdeiro de Driftmark com Lady Baela Velaryon, ao contrário do que ambas as mães esperavam.

O contrato de Jacaerys foi reservado, com o rei acreditando que seria mais adequado esperar mais antes de definir o futuro do Herdeiro do trono.

A princesa Rhaenys e Lorde Corlys mais do que mostraram sua insatisfação por isso, mas Viserys então questionou porque seria tão importante sendo que seu neto já tinha sangue de sua casa e poderia receber propostas melhores.

O rei ria as escondidas sobre como ambos pareciam todos ao acreditarem que aqueles eram verdadeiramente seus netos, mas acima de tudo, por pensarem que não via as máquinações de Corlys desejando substituir seu sangue pelo dele no trono.

Isso nunca aconteceria. Pois o sangue Velaryon não chegaria ao trono, pelo que ele desejava.

Em 119 d.C, Pady Laena Velaryon engravidou novamente, e durante os primeiros dias de 120 d.C entrou em trabalho de parto.

Somente após um dia e uma noite, foi que finalmente a mulher conseguiu e deu à luz um filho, embora retorcido e malformado, que morreu uma hora após o nascimento. Com todas as suas forças perdidas no trabalho de parto e ainda mais enfraquecida pela dor do filho perdido, a febre puerperal se assentou. Nem o meistre de Derivamarca conseguirá cura-la.

Após três dias adoecida, Laena morreu. É dito que ela tentou voar em Vhagar uma última vez antes de falecer, mas colapsou nas escadarias da torre. Daemon carregou seu corpo de volta a cama, onde ele permaneceu em vigília ao lado dela junto com a princesa Rhaenyra.

Ele deveria saber que não poderia manter sua filha e seu irmão longe um do outro por muito tempo. E Após a partida suspeita de Sor Laenor Velaryon, que supostamente foi morto por seu amigo, Sor Qarl Correy, enquanto estava numa feira na Vila das Especiarias, não demorou muito para fugirem e se casarem.

Viserys desejava gritar, matar seu irmão e fazer sua filha recobrar o juízo, mas sabia que não teria muito tempo mais. Mesmo com todos os seus cuidados, a muito já havia sido envenenado, e sabia que seu corpo estaria cada vez mais falho.

Já dependia principalmente de seus aliados e informantes para manter a corte, não poderia deixá-los ficar longe. Rhaenyra precisava ser treinada mais profundamente, e precisava garantir também a reinvindicação de Jacaerys.

Sabia que Daemon nunca mataria sua filha ou seus sobrinhos-netos, e aceitou a muito ter falhado como irmão tanto quanto como pai. Daemon nunca desejou verdadeiramente o trono, somente sua atenção e valorização.

E este era o momento perfeito para da-lo, mesmo que nunca pudesse alcançar a relação que tinham antes.

Mesmo com Alicent insistindo em os banir, mesmo com a morte suspeita de Harwin Strong e seu pai, o Lorde Mão, Lyonel Strong, ele não aceitou chamar Otto de volta, assim como também não permitiu mais Alicent acreditar que o influenciava tanto.

Ele enviou uma carta pelo Mestre das Moedas, um dos seus aliados e confidentes, Lyman Beesbury, para que sua filha fosse convocada de volta a corte, com seus filhos e seu novo marido.

Era óbvio a resistência deles, mas sua filha sabia melhor do que ignorar uma ordem real, e logo seus netos e sua filha, junto com as meninas de Daemon estavam de volta ao castelo.

O rei os estabeleceu Daemon de Senhor Comandante da Guarda Real, mesmo sem os votos de um membro, para o choque de sua esposa e filha, e o permitiu escolher um novo membro do Senhor Comandante dos Mantos Dourados.

A rainha Alicent gritou, e passou a insistir em todos os momentos possíveis para alterar isso, mas o rei não se mostrou persuadido, afirmando que Daemon, como Consorte, deveria ter uma posição real na corte, assim como foram Sor Laenor, e principalmente, com suas habilidades sendo mais voltadas a luta, seriam melhor usadas ali.

Steffon Darklyn foi estabelecido como Senhor dos Mantos Dourados e se mostrou mais do apto, para o desagrado da House Higthower.

Talvez tenha sido uma sorte que sua filha não tenha apresentado nenhuma gravidez imediatamente após seu casamento em fuga, um desrespeito ainda maior aos Velaryon, que só pareciam contidos por seus netos e a garantia da sucessão de um neto Velaryon ao trono.

O homem continuava a zombar mentalmente disso.

Ainda assim, um novo príncipe nasceu nos finais dos últimos dias do ano de 120 d.C, e por mais que Daemon insistisse em o chamar de Aegon, supostamente em homenagem ao seu irmão falecido, Viserys literalmente o barrou de todas as formas e anunciou a corte, quando foi apresentar o bebê sentado em seus braços, no trono, como Gaemon Targaryen.

Algo que deixou seu irmão furioso, mas nos últimos tempos, Viserys não via nada além de amaldiçoado tal nome. Era uma zombaria a Jacaerys, como herdeiro, e uma afronta ao seu próprio filho, Aegon, embora não se importasse tanto com o último.

Dar o nome do rei conquistador ao seu primeiro filho com a herdeira, poderia colocar em questão a sucessão de Jacaerys, que já tinha seus pais mortos. Ele não poderia lhe permitir isso. E simplesmente o sugeriu permitir que Jace desse o nome a um de seus filhos, em homenagem ao tio morto, ou talvez o próprio nome dele, se se mostrasse um bom padrasto para o futuro rei.

Seu neto, ao seu lado, sempre o seguindo como uma propria sombra, como ele, assentiu confiante por suas palavras.

Gaemon tinha olhos de um violeta escuro, como seu pai, e cabelos prateados e pálidos.

Conforme ditava a tradição Targaryen, um ovo de dragão foi posto em seu berço e o dragão Stormcloud eventualmente eclodiu desse ovo.

Viserys deu um banquete ao nascimento do seu quarto neto, vivo, e o presenteou com uma miniatura esculpida, pelo próprio Rei, de um dragão, feira de vidro esfumaçado.

Também foi conhecido como o último presente dado e feito pelo rei aos netos, pois logo em seguida, graças ao veneno lhe dado, o mesmo perdeu um braço apodrecido e metade de sua visão.