8 - The Bet

08
Any Gabrielly
New York, NY

- Obrigada por me trazer. - Agradeço Brad assim que ele para o seu carro na frente da minha casa. - E por fazer um curativo na minha testa. - Aponto para o pequeno curativo no canto da minha testa. Eu disse para ele que não seria necessário porque o corte é realmente pequeno mas ele insistiu.

- Foi mal pelo que aconteceu, não queria que isso tivesse acontecido. - Ele se desculpa se referindo ao que aconteceu no carro, toda aquela perseguição.

- Não faz mal, agora eu tenho uma história para contar para os meus filhos. - Brad dá uma pequena risada se endireitando no banco do motorista.

- A gente se esbarra por aí, Any. - Ele diz sorrindo para mim e eu sorrio de volta, me inclinando para depositar um beijo em sua bochecha.

Para evitar que fique um clima estranho, ou até mesmo constrangedor para mim, eu rapidamente saio do carro e caminho em direção a porta de entrada da minha casa. Antes que eu entre, eu aceno para Brad e posso vê-lo piscando para mim antes de acelerar o carro, indo embora.

Vasculho o bolso da minha mochila até encontrar a minha chave, assim que eu consigo entrar em casa eu vejo a minha mãe andando de um lado para o outro. A mulher de cabelos loiros para de andar de um lado para o outro assim que eu fecho a porta, provocando um barulho, e solta um suspiro de alívio quando olha para mim.

- Any Gabrielly Soares, onde você esteve? - Ela parece aliviada mas brava ao mesmo tempo, junto minhas sobrancelhas confusa com a situação e jogo a minha mochila no chão, ao lado da porta. - E o que aconteceu com a sua testa? - Seus olhos se arregalam e ela vem até mim com pressa, segurando em meu queixo para eu manter minha cabeça parada para que ela consiga examinar melhor a minha testa.

- Mãe. - Resmungo retirando sua mão do meu queixo. - Não foi nada demais, foi só um ferimento leve.

- Como você se feriu, Any Gabrielly?

- Por que você está ficando tão neurótica? Eu já disse que não foi nada demais.

- Você está de castigo por falar dessa forma comigo. - Minha boca se abre em choque.

- O que diabos está acontecendo com você, mãe? - Ela se afasta de mim e volta a andar de um lado para o outro. - Por que está agindo assim? O que está acontecendo?

- Me desculpe, eu acho que o trabalho está me estressando. - Ela encosta na parede. - Eu sinto muito, acho que preciso de férias.

- É nessas horas que eu gostaria que o meu pai estivesse vivo, assim eu poderia correr para a casa dele. - Digo com diversão em minha voz mas minha mãe não parece levar dessa forma, ela me olha com um pouco de mágoa no olhar e... Culpa?

- Nunca mais mencione o seu pai. - Ela diz séria e eu apenas assinto, mesmo sem entender, para não piorar a situação.

A minha mãe se afasta subindo as escadas me deixando sozinha na entrada. Ela anda estranha ultimamente, eu não sou tão idiota a ponto de acreditar nessas desculpas sobre o seu trabalho mas ao mesmo tempo eu não vejo outro bom motivo para ela estar agindo assim. E sobre o meu pai, ela nunca ficou dessa forma quando nós falávamos dele. Ela sempre me contava histórias de quando eles estavam juntos e de como ele morreu, e também a história da minha pulseira. Olho para o meu pulso e vejo ela ali, o que faz logo meu pensamento voar para Noah já que ele me devolveu ela sendo que eu nem sabia que tinha a perdido. Balanço a minha cabeça na tentativa de afastar os pensamentos e caminho em direção a cozinha sentindo o meu estômago reclamar de fome.

- Você me trouxe para um lugar de corridas ilegais? - Pergunto para o meu melhor amigo incrédula enquanto ele continua com suas mãos entrelaçadas na minha, como se fosse hétero, me puxando para o meio de toda aquela bagunça.

Quando ele me convenceu de sair usando o argumento de que eu não tenho uma vida social e ele sentia falta de sair comigo eu não imaginava que ele iria me trazer para um lugar como esse. Me surpreendo ao ver que algumas pessoas da escola estão por aqui, não sabia que frequentavam esse tipo lugar. Alguns homens, que aparentam ser perigosos, me encaram dos pés a cabeça quando eu passo com Josh no meio deles me deixando desconfortável. Posso ver pessoas se beijando em cantos como se estivessem em um motel, traficantes com suas mochilas cheias de drogas, corredores se exibindo com seus carros caros e putas tentando se exibir para os caras dali.

- Não pague de santa agora, você vai adorar esse lugar. - Josh diz quando paramos em um lugar perto da pista, acho que ele quer ver os carros também.

- Eu não sabia que você gostava de lugares como esse. - Precisamos combinar que esse lugar é super não-Josh.

- Você sabia que existem alguns bad boys gays? - Ele olha para mim levantando a sobrancelha sugestivamente e eu gargalho.

- Achei que você estivesse superando o seu último namoro.

- Ah, qual é. Me deixe superar dessa forma, é mais divertido do que se trancar em casa e chorar como você fez quando Ethan te deu um pé na bunda. - Abro a boca fingindo estar ofendida.

- Isso é uma mentira. - Josh tem um olhar divertido agora. - Quem terminou fui eu.

- Depois que descobriu que ao mesmo tempo que ele namorava você ele namorava mais três. - Ele cantarola, me fazendo revirar os olhos.

- Por que estamos falando sobre isso agora? Isso foi há um ano e sete meses. - Josh solta uma gargalhada e eu junto minhas sobrancelhas em confusão. - O que foi?

- Você contou até os meses? - Ele não se segura e volta a gargalhar, minha vida amorosa completamente parada é uma diversão para Josh.

- Cale a boca. - Dou um empurrão nele mas ele nem sai do lugar.

- Acho que sua noite vai melhorar, Elly. - Josh diz após olhar por cima do meu ombro, me olhando com um sorriso sacana brincando em seus lábios. - Noah está bem ali com um amigo super gato. - Meus olhos se arregalam e eu olho imediatamente para trás só para confirmar que meu melhor amigo não está blefando, Noah está mesmo ali. Ele está encostado em um carro com várias garotas tentando conseguir sua atenção e ao seu lado está o seu amigo incrivelmente rude que, se eu não me engano, se chama James. Oh céus!

Noah Urrea
New York, NY

- Você vai correr hoje, Urrea? - Um baba-ovo do racha me pergunta quando me entrega mais uma garrafa de cerveja.

- É claro que eu vou. Eu estou atrás de diversão. - Dou um gole na minha cerveja, eu já estou bebendo há algumas horas mas ainda não estou alterado o suficiente, com certeza vou lembrar de tudo isso amanhã.

- Uma corrida entre você e o Bob, o que acha? - O baba-ovo, que eu não me dou ao trabalho de gravar o nome, tenta manter a conversa. - Teria bastante apostas.

Bob é o segundo melhor corredor de Nova York, logo atrás de mim. Eu não tenho corrido muito nos últimos meses por causa dos meus negócios e soube que ele agora acha que é o rei das corridas, seria uma boa oportunidade de colocar ele em seu devido lugar.

- Eu e Bob para mostrarmos quem é o melhor. Que, sem dúvidas, sou eu. - O cara se afasta e vai para o meio da galera para abrir as apostas e falar com Bob.

- Você está há meses sem correr, não devia fazer isso com dinheiro e fama nos rachas no meio. - James me aconselha quando o baba-ovo está longe e eu apenas reviro os olhos bebendo mais um pouco da minha cerveja.

- Eu sei o que eu faço.

- Eu não vou ficar aqui para ver, de qualquer forma. - Ele diz se desencostando do carro. - Tem algumas meninas novas por aqui. - James sorri e olha ao seu redor, seu olhar se fixa em alguma coisa e ele une as sobrancelhas parecendo confuso. - Aquela não é a garota que flagrou você?

Olho para a mesma direção que James e vejo Any conversando com seu amigo, eu já vi ela com ele no colégio e tenho certeza de que ele é viado. Ela olha na nossa direção mas desvia o seu olhar assim que percebe que estamos a encarando. Que porra ela está fazendo em um racha?

- Sim, é a Any. - Eu digo sem desviar meu olhar dela.

- Agora que ela já não apresenta mais nenhuma ameaça eu posso dizer que ela é gostosa.

- Acho que eu já tenho minha diversão de hoje. - Digo sorrindo e entrego a minha garrafa de cerveja para James antes de me aproximar de Any.

Ela parece um pouco deslocada aqui, não precisa ser muito inteligente para saber que esse não é nem de longe um dos lugares que ela costuma frequentar. Quando eu estou perto dela ela me encara, revirando os olhos logo em seguida e voltando a olhar para seu amigo como se eu não estivesse aqui.

- Nós realmente estamos nos vendo muito ultimamente. - Any volta a olhar para mim.

- O que você quer, Noah?

- Você. - Me aproximo mais dela mas sou parado quando ela coloca a mão no meu peito e me afasta novamente.

- Nos seus sonhos, o que acha? - Ela sorri com ironia e eu dou um risada balançando a cabeça negativamente para não perder minha paciência com ela, eu acho que as vezes ela esquece eu eu posso matá-la em um estalar de dedos.

- Eu acho que tem muita tensão sexual aqui, acho melhor eu ir pegar uma bebida. - O amigo dela fala.

- Você não ousaria. - Quando ela termina de falar ele já está consideravelmente longe, restando só nós dois.

- Que tal uma aposta? - Eu seguro em sua cintura juntando o seu corpo no meu, quando ela tenta se afastar eu aperto mais os nossos corpos juntos fazendo ela ficar quieta.

- Que aposta? - Ela pergunta em um tom de voz baixo com sua respiração pesada agora, sorrio ao ver que nem mesmo ela consegue resistir à mim.

- Eu vou correr agora.

- Com um tal de Bob que é o melhor corredor, eu sei, a informação já chegou até mim. - Travo o meu maxilar com o jeito que ela se refere a ele. - Saiba que eu apostei setenta dólares nele. - Ela sorri e eu dou uma breve risada quando penso no dinheiro que ela vai perder.

- Então, me deixe te dizer qual é a aposta. - Any faz um sinal para que eu continue. - Eu vou correr contra o Bob. Se eu perder, eu esqueço o que você viu e deixo você e sua família em paz. - Ela relaxa em meus braços e deixa um pequeno sorriso vitorioso crescer em seus lábios.

- E se você ganhar?

- Se eu ganhar, você passa a noite comigo.

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