29 - No happy endings
29
Noah Urrea
New York, NY
- Você ficou louco? - Any diz com os olhos arregalados, o medo está estampado em sua expressão.
Eu tiro a minha mão do seu pescoço a permitindo respirar normalmente mas me mantenho em sua frente. Estou tentando voltar para a sanidade mas as imagens que eu vi dos dois se beijando não param de se repetir em minha mente, fazendo o meu pior lado vir à tona.
Antes que eu possa raciocinar a minha mão colide com a sua bochecha, o seu rosto vira para o lado com o impacto do tapa e um gemido de dor sai de sua boca. Os meus dedos ficaram vermelhos e latejando por causa da força que eu usei, com certeza a dor que ela está sentindo deve ser ainda maior.
Minha raiva não diminui ao ver o vergão vermelho com o formato dos meus dedos em sua bochecha esquerda, nem mesmo ao ver os seus olhos marejados e seu lábio inferior tremendo por ela estar se segurando para não chorar.
Pego impulso com a mão para bater nela de novo mas antes que eu possa acertar o seu rosto ela dá uma joelhada certeira nas minhas bolas.
Puta que pariu.
Caio no chão acariciando o meu membro, soltando um grunhido de dor. Com esse chute eu devo ter ficado estéril. Como essa filha da puta teve coragem?
Any parece paralisada enquanto observa a minha dor. Essa vadia deve estar querendo morrer, não é possível.
- Corre. - Digo entre dentes. - Corre pra bem longe e se esconde porque se eu encostar em você eu só vou te soltar depois de te encher de porrada.
Ela parece acordar do transe e segue o meu conselho, saindo do quarto com pressa. Aperto o meu olho com força tentando pensar em qualquer outra coisa que me faça esquecer da dor.
Me levanto do chão quando a dor não é mais tão insuportável e caminho com pressa para fora do quarto. Dou uma risada nasalada ao encontrar Any ainda descendo as escadas, eu tinha esquecido o quanto ela está lerda com esse gesso na perna.
Any olha para trás e arregala os olhos ao me ver descendo as escadas com um sorriso no rosto, ela apressa ainda mais seus passos quando termina de descer o último degrau.
- Não deixa ele chegar perto de mim, James. Por favor, não deixa. - A filha da puta suplica para James quando ele aparece na sala e corre para se esconder atrás dele.
- Jacob, o que você está fazendo? - James mantém Any atrás dele.
- Dando uma lição nessa vadia. - Ouço um soluço da Any.
- Você precisa esfriar a cabeça, cara. - Ele fala tudo com cautela, James sabe que qualquer coisa é motivo para eu explodir quando minha raiva está nesse nível. - Eu vou levar a menina pra casa e você vai pro quarto esfriar a cabeça.
- James, não se mete nisso. - Rosno. - Eu vou acertar as contas com essa filha da puta agora e você não vai me impedir.
- Por que ele está assim? - Ouço Any perguntar para James em um tom de voz baixo e trêmulo.
- Porque eu vi, Any- Faço questão de responder. - Eu vi as filmagens de você beijando o viado do Brad na sala.
Empurro James da minha frente e agarro o braço da vadia, a empurrando até a parede mais próxima. O som das suas costas batendo contra a parede é seguido de um gemido de dor da sua parte. Minha respiração está pesada por causa da raiva. Eu agora posso fazer o que eu quiser para puní-la.
- Você se lembra do que eu te falei, huh? - Eu seguro o seu maxilar com força, a forçando a me encarar. Seu rosto está molhado de lágrimas. - Eu te avisei o que eu faria se alguma coisa acontecesse entre vocês dois. - Sorrio ao ver o medo em seus olhos e aperto ainda mais o seu maxilar, a sua boca está formando um bico por causa do meu aperto. - Você me provou ser a porra de uma vadia.
Mais um soluço escapa de sua boca. Solto o seu maxilar, a vendo se encolher na parede para ficar o mais longe de mim possível.
- Eu não quero mais. - Any murmura com sua voz embargada.
- O que você não quer mais?
- Isso. - Ela soluça. - Eu não quero mais isso. Eu quero você longe de mim. Quero esquecer que meu maldito azar me trouxe até você. Quero continuar a minha vida sem você nela. Eu quero ir embora daqui, eu quero distância de você.
- Any, se liga. Você é só uma vadia burra que eu tenho na palma da minha mão. Se eu deixar você ir embora agora você vai voltar rastejando minutos depois. - Rio sem humor. - É isso o que você é, uma vadia burra. Não adianta você fazer esse discurso idiota e continuar louca por mim, nós dois sabemos que você voltaria. Agora aceite sua punição por ter sido uma vadia desobediente e beijado o filho da puta do Brad sabendo que eu não iria gostar nada disso. Eu só vou ficar satisfeito quando você estiver roxa, talvez assim você aprenda uma lição.
Saber que passou pela sua cabeça sair de vez da minha vida alimenta a minha raiva. Como essa vadia pôde pensar nisso? Quem decide quando isso acaba sou eu.
Any arregala seus olhos vermelhos por causa do choro quando eu levanto a minha mão fechada em punho para dar um soco no meio do seu rosto, mas eu sou puxado para trás antes de ter a chance de colorir ainda mais o seu rosto pálido com marcas de agressão.
- Porra, Noah. O que deu em você? - James se coloca na frente da Any como um escudo protetor.
- Eu mandei você não se meter. - Esbravejo.
- Não vou ficar assistindo de braços cruzados você batendo na garota. - Ele grita também. - Olha pra ela, porra. Ela está assustada. Ela está com medo de você.
- É bom mesmo que ela esteja com medo de mim porque eu vou acabar com ela.
- Você não vai acabar com ninguém. - James volta ao seu tom de voz normal. - A Any já disse que não quer mais esse relacionamento doentio de vocês, tudo bem? Eu vou levar ela pra casa.
- Ela não vai a lugar nenhum.
O único som produzido pela Any durante essa discussão são os soluços provocados pelo seu choro compulsivo.
- Não é você quem decide isso. - James me olha como se estivesse colocando um ponto final nisso.
James sai da frente da Any e ela se encolhe ainda mais na parede pensando que eu vou fazer alguma coisa contra ela. James estende a mão para Any e ela parece meio relutante em pegá-la, seus olhos inchados de tanto chorar encontram os meus e eu estreito meus olhos para ela.
Enterro as minhas mãos no bolso da minha calça assistindo James levando a morena para fora do mansão e eu apenas a deixo ir.
Tenho certeza de que ela vai voltar rastejando para mim em um estalar de dedos. Any é fraca, eu sei que ela gosta de mim e isso vai ser o que vai trazê-la de volta. Ela vai voltar, eu sei que vai.
Bufo irritado, fazendo o caminho até o que pode me acalmar completamente agora. Abro a porta do quarto de Claire sem me preocupar em bater e a encontro de pé na frente do espelho, se avaliando em um vestido que provavelmente deve ser novo. Claire olha por cima do ombro para me olhar quando nota a minha presença ali.
- Eu preciso de uma distração.
Any Gabrielly
New York, NY
James para o carro em frente a minha casa. Seco as minhas bochechas molhadas de lágrimas tentando me recompor.
- Obrigada. - Agradeço ao rapaz de cabelo castanho. - Não só pela carona mas por ter me ajudado também.
- Você não precisa agradecer por isso. - James responde. - Nunca pensei que ele fosse explodir daquela forma com você. Pode não parecer, mas ele sempre mantinha o controle com você por perto.
- Eu preciso ir. - Corto o assunto. - Obrigada de novo.
Saio do carro, caminhando até a porta da frente e a abrindo com a chave reserva que fica escondida na planta decorativa. Eu considerei ir para a casa de Josh mas me lembrei que ele deve estar no colégio a essa hora.
Tyler deve estar na escola e minha mãe deve estar no trabalho, se eu tiver sorte vou conseguir uma boa desculpa por não estar no meu quarto de manhã. Mas eu não me importo com isso agora, ter um tempo a mais de castigo não me incomodaria.
Sento na minha cama com cuidado, colocando a minha perna engessada - que agora está dolorida - apoiada em um travesseiro. Minha bochecha ainda está sensível e provavelmente ainda está vermelha, mas não quero me olhar no espelho para confirmar isso.
Eu nunca tinha visto Noah daquela forma. Ele estava completamente fora de si. Seus olhos estavam mais escuros e o sorriso diabólico em seu rosto me fazia tremer. É como se o seu lado escuro tivesse se apoderado dele, a sua raiva estava o cegando. Noah parecia ter se transformado em outra pessoa e eu senti medo.
Foi naquele momento que eu vi que aquilo não era o que eu queria. Eu não quero alimentar sentimentos por alguém como ele, eu não quero continuar o vendo, eu não quero mais Noah em minha vida. Infelizmente eu tive que passar por isso para cair na real, eu já deveria saber que isso nunca daria certo desde a primeira vez que eu o vi, na rua da minha casa atirando em uma pessoa.
Meu celular vibra ao meu lado na cama, eu não tinha o levado para a casa de Justin na noite passada. Solto um suspiro pesado ao ver que é uma mensagem de Brad.
De: Brad
Você está bem? Noah está um pouco fora de si, queria garantir que ele não fez nada contra você.
Respiro fundo antes de apagar a mensagem sem nem mesmo respondê-la, bloqueando e apagando o contato de Brad logo em seguida.
Se eu quero tirar Noah da minha vida terei que tirar também as pessoas que me lembram dele. Brad é da sua equipe, mesmo que ele seja legal comigo, os dois são farinha do mesmo saco e eu quero distância. Seria quase impossível tirar Noah dos meus pensamentos se eu continuasse convivendo com Brad.
Aproveito que estou na lista de contatos do meu celular e bloqueio o número de Noah antes de apagá-lo também. Arremesso o meu celular para longe de mim, soltando o ar que eu não sabia que estava segurando.
Noah oficialmente não faz mais parte da minha vida.
Notas Finais:
O que estão achando?
Eu Amo Vocês. 💌🤲
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