26 - Love is her weakness

26
Any Gabrielly
New York, NY

- Está aqui para ouvir agradecimentos? - Decido quebrar o silêncio quando nossa troca de olhares se torna desconfortável pra mim.

Noah
parece um pouco perdido, ele não me encara nos olhos. É como se ele estivesse perdido nos seus pensamentos. Ele balança a cabeça, se aproximando da minha cama para se sentar.

- Como você está?

- Desde quando você se importa?

- Eu só quero saber, nunca disse que me importava. - Reviro os olhos.

- Estou bem. - Dou de ombros. - Obrigada por ter me ajudado.

Ele não fala mais nada, apenas volta com seus pensamentos distantes. Queria poder saber sobre o que ele está pensando, o que está o incomodando tanto porque até agora ele não foi completamente grosso ou safado. Uma coisa é certa, eu nunca conseguirei desvendar o que se passa em sua mente.

Noah apoia seus cotovelos em seus joelhos, escondendo seu rosto em suas mãos ao bufar frustrado. Me arrasto na cama para ficar sentada perto dele, mantendo a minha perna engessada esticada. Coloco minha mão em seu ombro mas ele não se move. Não entendo o porquê de ele estar dessa forma, talvez seja por causa dos seus "negócios".

Por que ele viria até aqui? Noah não pronuncia nem uma palavra sequer e parece perturbado com alguma coisa, tenho certeza de que eu sou a última pessoa que ele procuraria para falar sobre seus problemas ou para pedir ajuda para achar uma solução para eles.

- O que aconteceu? O que está incomodando você? - Pergunto meio receosa, eu sei o quão grosso ele pode ser quando quer.

- Eu não posso fazer isso com você. - Noah fala baixo, como se tivesse pensado alto.

- O que você não pode fazer comigo? - Ele levanta o seu rosto para me encarar, percebendo que tinha dito em voz alta.

- Preciso ir. - Seguro em seu braço quando ele faz menção de se levantar da cama.

- Será que você pode explicar o que está havendo? Você aparece no meu quarto no meio da noite e age de um modo estranho, eu estou sem entender o motivo de você estar dessa forma.

- Eu não preciso me explicar para você. - Dá uma risada debochada.

- Não sei se você notou mas você está na minha casa, no meu quarto. Se você não tem nada para me explicar, saia daqui porque eu não sou obrigada a aguentar essa sua mudança de humor e suas grosserias. - Minha raiva cresce ainda mais quando Noah ri. Isso mesmo, ele ri como se não levasse a sério o que eu disse.

Ele olha para o outro lado do quarto - mantendo seu sorriso cínico em seus lábios - parecendo pensativo novamente enquanto passa a mão pela sua mandíbula. Noah olha para mim novamente após alguns segundos de completo silêncio, os seus olhos agora contém frieza, diferente de alguns minutos atrás quando os mesmos denunciavam o seu conflito interno.

- Quer saber de uma coisa? - Noto que não foi exatamente uma pergunta quando ele pressiona seus lábios nos meus antes de receber qualquer resposta da minha parte.

Eu poderia continuar com isso, deixar meu coração falar mais alto e permitir que Noah continuasse ali me beijando mas a dor que eu sinto me trás de volta para a realidade e me faz recuar. O meu lábio inferior está machucado e a força que Noah fez pressionando nossos lábios juntos não ajudou em nada.

Seus olhos descem até o machucado e ele parece entender o motivo de eu ter recuado. No ato mais surpreendente do século, Noah coloca sua mão em meu rosto, acariciando a minha bochecha antes de dar um beijo delicado no machucado em meu lábio inferior. Continuo parada o encarando, atônita e surpreendida.

Ele arrasta os seus lábios pela minha pele até chegar em minha bochecha, onde ele deixa mais um beijo. Eu poderia questionar o porquê de ele estar sendo tão delicado comigo mas eu prefiro aproveitar o momento, Noah é uma pessoa bipolar e pode ser um idiota novamente se eu falar o quão surpresa estou.

- Eu fiquei preocupado com você. - Admite, deslizando a sua mão que estava em meu rosto pelo meu braço até chegar em minha mão. Ele a levanta na altura de seu rosto e olha para a minha pulseira como se estivesse a avaliando, antes de voltar a olhar em meus olhos.

- Por que você não ficou no hospital? Eu queria que você tivesse ficado. - Murmuro ainda surpresa com o seu comportamento.

- Sua mãe tinha que ser avisada sobre o que aconteceu e não seria legal eu estar lá quando ela chegasse. - Ele responde. - Mas eu fiquei até ter certeza que você estava bem.

Um sorriso cresce em meu rosto e eu solto a sua mão para enrolar os meus braços ao redor do seu pescoço e puxar seu rosto para mais perto. Dessa vez Noah me dá um selinho mais delicado, se lembrando do meu machucado.

É como um sonho ter o Noah assim. Eu o queria dessa forma sempre. Seria tão mais fácil nossa comunicação, e também seria mais fácil encontrar motivos aceitáveis para explicar o porquê de eu gostar dele. Talvez ele tenha tido medo de me perder no acidente e por isso está me tratando dessa forma, quem sabe o acidente serviu para esclarecer os seus sentimentos por mim.

- Eu preciso ir agora. - Ele beija a minha testa, eu desenrolo meus braços do seu pescoço para que ele possa se levantar. - Você vai pro colégio amanhã? - Noah gesticula com a cabeça para a minha perna engessada.

- Eu estou cem por cento então provavelmente minha mãe vai me obrigar. - Reviro os olhos.

- Te vejo lá, bebê. - Ele pisca o olho para mim enquanto caminha em direção a sacada.

Não consigo parar de sorrir igual uma idiota por ter tido esse momento com o Noah. Ele estava diferente. No início eu pensei que ele estivesse aqui apenas para sexo mas ele nem tentou algo, ele realmente veio apenas para ver se eu estava bem. Acho que eu posso me acostumar com isso vindo dele... Ou será que amanhã ele vai ser o mesmo idiota de sempre?

Noah Urrea
New York, NY

Entro apressado no meu escritório com James logo atrás de mim. Quando eu cheguei James estava na sala, o que me poupou o trabalho de ter que procurá-lo para trazer ele até o escritório. James fecha a porta quando nós dois estamos dentro do cômodo, eu sento na minha cadeira e ele ocupa uma das cadeiras na frente da mesa de vidro fumê.

- Não me diga que hoje vai ser mais um dia em que você vai me obrigar a virar a noite tentando descobrir coisas sobre as duas que Peter está procurando.

- Não, você não vai precisar disso. - Pego o meu celular e disco o número de Claire, eu poderia ir atrás dela pela casa mas isso poupará meu trabalho.

- Urrea. - Ela fala assim que atende.

- Para qualquer coisa que estiver fazendo e venha até o meu escritório agora. - Não espero uma resposta sua e encerro a ligação.

- Você vai falar que porra está acontecendo ou vai continuar com o suspense? - James reclama.

- Um pouco de suspense torna as coisas mais interessantes, não concorda?

- Não quando eu estou curioso pra caralho. - Ele bufa. - Sobre os carregamentos que Peter fechou para esse final de semana, Brad já conseguiu os horários e os capangas dele que irão estar nessa.

- Não se esqueçam que amanhã temos uma reunião na casa dele. - Digo ao me lembrar da reunião de gala que Peter faz todo ano. Eu não sei o motivo de ele fazer isso, mas é uma grande oportunidade para eu começar a colocar o zap na mesa. - Eu vou poder ter uma conversa com ele sabendo que não corro riscos. Peter não tentaria me matar em uma festa onde terá aliados meus também, ele sabe que seria como assinar sua morte.

Claire entra no escritório sem bater na porta, essa vadia precisa abaixar essa bola dela, eu preciso lembrá-la qual é o seu lugar.

- O que você quer, Urrea?

- Eu vou ignorar essa sua cara de superior para evitar brigas no momento mas pode esperar que eu vou te colocar no seu lugar logo, logo. - Aviso. - Mas não é pra discutir sobre seus modos que você está aqui. Quero que você faça uma coisa.

- O quê?

- Você já fez uma pesquisa sobre a vida da Any, eu quero novamente os papéis com todas as informações sobre ela. - Digo. - Todas. Sem exceção. Eu quero informações desde o dia em que ela nasceu até o dia de hoje.

- Pra que você fica revirando a vida desse projeto de puta? Ela só atrasa as coisas. - Claire reclama. - Você já colocou medo nela, garantimos que ela não vai abrir a boca, então pra que você a mantém por perto? Não vá me dizer que está apaixonado pela pirralha porque eu não acredito nessa.

- Que bom que você me conhece porque eu realmente não estou. Mas tenho meus motivos para mantê-la por perto, ainda mais agora. - Encerro o assunto. - E ah, suspende a tortura que iríamos fazer com os capangas de Peter.

- Por quê? Urrea, eles são nossa chance de conseguir informações.

- Claire, eu não sou o melhor nesse meio atoa. Eu sei o que eu estou fazendo. - Digo entredentes. - Agora vai fazer o que eu mandei.

- Você não é o melhor, não se esqueça que Peter ainda está na sua frente. - Ela rebate antes de sair do escritório, batendo a porta com força.

- Você me chamou aqui para que eu presenciasse a pequena DR de vocês?

- Não faça piadas. - Reviro os olhos. - Te chamei aqui para dividir a grande informação que eu tenho.

- Que informação? - Ele se inclina apoiando os cotovelos na minha mesa, deixando claro sua curiosidade.

- Eu descobri quem é a filha que Peter está procurando. - Abro um sorriso convencido ao ver a expressão de James.

- Assim do nada? - Ele começa com as perguntas. - Como você conseguiu descobrir? Nós estávamos quase dando esse plano como fracassado e essa busca como impossível.

- Vocês esqueceram que trabalham para Noah Urrea. O cara que está nos Estados Unidos há apenas alguns meses e já conquistou metade do país. O único que faz Peter se sentir ameaçado.

- Para de alimentar o próprio ego e me fala logo quem é.

- Essa é a melhor parte! - Abro um sorriso maior ainda. - A filha de Peter é a Any.

A boca de James se abre em choque e sua expressão mostra toda a sua surpresa. Ele tenta falar algumas vezes mas nada sai, ele está completamente atônito.

- Puta merda! - É o que ele diz. - Qual é o plano?

- É o plano inicial. Vou usar a filha de Peter para atingí-lo. - Dou de ombros. - Any é idiota a ponto de sentir alguma coisa por mim, eu já tinha a avisado que sua fraqueza a destruiria. Existe fraqueza maior do que o amor?

- Você está mesmo pensando em iludir a garota?

- Preciso usar todas as minhas armas, James. Any vai ser uma peça importante no tabuleiro e eu preciso ter ela completamente aos meus pés. Vai ser mais fácil manipular ela contra Peter, se ele quiser ver a filha dele viva e longe de mim ele terá que negociar comigo. E eu só vou aceitar a proposta que envolva o seu império.

Eu pensei em desistir dessa porra quando eu estava na casa dela mas eu não o fiz. Any me desafiou com suas palavras e isso me irritou, eu senti vontade de mostrar pra ela quem manda. Eu tenho que ser o melhor possível para ela, tenho que tê-la em minhas mãos. Tudo tem que correr bem, eu preciso que ela fique a mercê de mim para que Peter só consiga se aproximar dela com a minha autorização.

Estarei lhe dando uma lição: amor é uma fraqueza e fraquezas servem para te destruir.

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