17

Winter's pov:

No caminho de volta, Jimin pega a saída em Yongsan-gu e estaciona perto do Yongsan Park, às margens do rio Han. Ainda chove muito e a noite já caiu sobre nós. Eu devia chegar em casa antes da minha tia. Não contei para ela que estava saindo porque... bem, a verdade é que Jimin não é o tipo de garota que faz os pais sorrirem. Ela é aquele tipo que faz com que eles troquem as fechaduras de casa.

— Podemos pedir para viagem? — Pergunto.

Jimin abre a porta do motorista.

— Algum pedido?

— Um sanduíche de peru. Sem picles. Ah, e sem maionese.

Eu tenho certeza de que mereço um daqueles sorrisos que não chegam completamente à superfície. Eu pareço provocar muitos sorrisos desse tipo. Dessa vez, eu não conseguia entender a graça.

— Verei o que posso fazer — ela diz, afastando-se.

Jimin deixa as chaves na ignição e a calefação ligada. Nos primeiros minutos, revejo nossa noite até o momento. Então me ocorre que eu estou sozinha no Jaguar de Jimin. Seu espaço particular.

Se eu fosse Jimin e quisesse esconder alguma coisa altamente secreta, não esconderia no quarto, no armário da faculdade, nem mesmo na mochila, que poderiam ser confiscados ou revistados sem qualquer aviso. Esconderia em meu reluzente Jaguar negro com um sofisticado sistema de alarme.

Solto o cinto de segurança e vistoreio a pilha de livros acadêmicos que estão aos meus pés, sentindo um sorriso misterioso abrir-se em minha boca diante da ideia de descobrir algum dos segredos de Jimin. Não estou esperando encontrar nada em particular. Remexendo em antigos trabalhos da faculdade que se amontoam sobre os tapetes, não encontro nada especialmente surpreendente ou revelador.

Abro o porta-luvas e vasculho o manual de operações e outros documentos. Vislumbro um reluzir cromado, e as pontas dos meus dedos esbarram em metal. Extraio de lá de dentro uma lanterna de aço e a ligo, mas nada acontece. Fico pensando por que Jimin guarda uma lanterna inútil no porta-luvas. É o último pensamento que tenho antes que meus olhos se fixem no líquido cor de ferrugem que secara em uma das pontas da lanterna.

Sangue.

Muito cuidadosamente, devolvo a lanterna ao porta-luvas e fecho a porta. Digo para mim mesma que há um monte de situações em que se poderia manchar uma lanterna com sangue. Como segurá-la com uma mão machucada, usá-la para empurrar um animal morto para a beira da estrada... batê-la com força contra um corpo, repetidamente, até sangrar.

Com o coração aos pulos, precipito-me a concluir a primeira ideia que me passa pela cabeça. Jimin está envolvida em algo perigoso. Jimin tem um passado assustador e muitos, muitos segredos. Se a violência insensata e brutal é um deles, eu não estou segura andando por aí com ela.

O brilho de um relâmpago distante ilumina o horizonte. Jimin deixa o restaurante e atravessa o estacionamento correndo, segurando uma sacola parda em uma das mãos e dois refrigerantes na outra. Dá a volta até o lado do motorista e entra no carro. Tira o boné de beisebol para sacudir a chuva do cabelo. Ela me entrega a sacola parda.

— Um sanduíche de peru, sem maionese nem picles, e alguma bebida para ajudar a engoli-lo.

— Você se envolveu em alguma briga? — Pergunto calmamente. — Quero a verdade... agora.

Jimin afasta o refrigerante da boca. Os olhos dela penetram nos meus.

— O quê?

— A lanterna no porta-luvas. Explique-a.

— Você foi mexer no porta-luvas? — Ela não parece incomodada, mas também não parece estar gostando disso.

— Tem sangue seco na lanterna.

Jimin solta uma gargalhada seca, sem humor.

— Você acha que eu usei a lanterna para bater em alguém?

Ela tateia atrás do banco e retira uma grande arma.

Grito. Ela vem para a frente e tapa minha boca com a mão.

— Arma de paintball — diz. Seu tom de voz esfriou consideravelmente.

Meu olhar alterna entre a arma e Jimin, e sinto que meus olhos estão bem arregalados.

— Joguei paintball com uma amiga no início desta semana — ela diz.

— N-não explica o sangue na lanterna.

— Não é sangue — ela continua —, é tinta. Estávamos disputando a captura da bandeira.

Meus olhos se voltam para o porta-luvas onde está guardada a lanterna. A lanterna é... a bandeira. Uma mistura de alívio, estupidez e culpa me invadem por ter acusado Jimin.

— Nossa — exclamo desajeitadamente. — Sinto muito.

Mas parece tarde demais para lamentar.

Jimin olha fixamente o para-brisa, respirando fundo. Fico pensando se está usando o silêncio para esfriar a cabeça um pouquinho. Afinal, eu acabei de acusá-la de agressão. Eu me sinto péssima, mas minha cabeça está mexida demais para pedir desculpas adequadamente.

\[...]

Jimin se aproxima do prédio onde moro e desliga o motor. O boné cobre os olhos, mas agora a boca mantém a sugestão de um sorriso. Os lábios parecem macios e suaves, e eu estou tendo muito trabalho para não olhá-los. Acima de tudo, sinto-me grata por ela aparentemente ter me perdoado.

— Precisamos praticar mais sinuca, Anjo — diz Jimin.

— Por falar em sinuca — limpo a garganta. — Queria saber quando e como você vai me cobrar... aquilo que eu fiquei devendo.

— Hoje não. — Os olhos dela observam os meus detidamente, avaliando minha reação. Eu oscilo entre o relaxamento e o desapontamento. Principalmente o desapontamento.

— Tenho duas coisas para você — diz Jimin.

Ela procura algum objeto debaixo do assento e retira lá de baixo uma pequena sacola de papel branco com uma logo impressa. A sacola de uma das melhores joalherias de Seul. Ela a coloca entre nós.

— O que é isso? — Pergunto, procurando olhar dentro da sacola, sem ter a menor ideia do que pode haver ali.

— Abra.

Retiro da sacola uma caixa de veludo e levanto a tampa. Lá dentro há um colar duplo de prata. Dois pingentes se complementam, sendo eles uma estrela e uma lua crescente.

— É lindo — digo, um tanto estarrecida por Jimin ter pensado em mim e ainda se dado o trabalho de me comprar um presente desses. — Muito obrigada. Eu juro. Adorei.

Ela me lança um dos seus sorrisos travessos e senta-se mais perto de mim. Seus dedos ajeitam meu cabelo atrás da minha orelha. O pequeno toque desperta alguma coisa que devia estar adormecida dentro de mim.

— Você não quer saber qual a outra coisa que tenho para você?

Um sorriso surge no meu rosto.

— Tenho certeza que nada vai superar o colar. — Brinco. Meus olhos se movem para os lábios dela. Por mais inconsequente que possa ser, eu me pego desejando beijá-la outra vez.

Nossos rostos ficam tão perto que eu não saberia dizer se nossos lábios estão se tocando ou não. Jimin pega meu pescoço e me puxa para mais perto. Seu gosto cobre meus lábios, o calor de seu corpo aquece cada centímetro do meu.

O beijo é melhor do que eu me lembrava, mas tem mais paixão, mais intensidade. Minhas mãos correm pela barra de sua camisa e levanto-a, sentindo seu físico definido sob o leve tecido.

— Jimin... — murmuro. Sua língua separa meus lábios e volta a explorar a minha.

Minha boca vai se abrindo cada vez mais conforme minha respiração se acelera. Então sua boca viaja para o meu pescoço, onde ela começa a chupar e passar sua língua em um movimento circular. Sinto meus mamilos endurecerem quando sua mão desliza sobre minha cintura e ela coloca a boca na minha outra vez. Seus dedos deslizam por baixo da minha blusa e gemo baixinho, adorando o jeito como ela me segura, o jeito como ela me toca, o jeito como ela sabe o que faz.

— A gente não devia — ela avisa, mas eu não tenho certeza se está advertindo a si mesma ou a mim. — Não estamos sozinhos.

Ergo o olhar e vejo minha tia, diante da entrada do prédio, se despedindo de alguns amigos. Para meu terror, ela olha na direção do Jaguar.

— Deixe que eu falo — digo, guardando o caixa do colar de volta na sacola. — Não diga uma palavra, nem uma palavra!

Jinin sai do carro e vem abrir minha porta. Encontramos com minha tia na calçada.

— Não sabia que você ia sair — ela diz com um sorriso nada descontraído. É um sorriso que diz "Vamos falar sobre isso mais tarde."

— Decidimos na última hora — explico.

— Decidimos encerrar a noite mais cedo já que temos que trabalhar amanhã — ela diz. Então volta a atenção para Jimin. — Estou feliz em finalmente conhecê-la. Aparentemente minha sobrinha é sua grande fã.

Abro a boca para fazer uma apresentação extremamente concisa e me despedir de Jimin, mas Taeyeon é mais rápida.

— Sou a tia de Minjeong. Kim Taeyeon.

— Está é Jimin — digo, vasculhando a cabeça à procura de algo para dizer que interrompa bruscamente a troca de gentilezas. Mas minhas únicas ideias são gritar Fogo! ou simular um enfarte. De alguma forma, ambas parecem mais humilhantes do que encarar uma conversa entre Jimin e minha tia.

— Minjeong me contou que você nada — diz Taeyeon. Sinto que Jimin contém uma risada atrás de mim.

— Nadadora?

— Você faz parte da equipe de natação da faculdade ou da liga estadual?

— É uma atividade mais... recreativa — diz Jimin, lançando-me um olhar questionador.

— Recreação também é bom — diz minha tia. — Onde você nada?

— Gosto mais de atividades ao ar livre. Rios e lagos.

— Mas não é muito frio? — Ela pergunta.

Ao meu lado, Jimin me dá um cutucão. Fico pensando qual parte da história eu perdi. Nada na conversa parece extraordinário. E eu preciso concordar com minha tia nesse ponto. Seul não é um lugar tropical. É muito frio para se nadar ao ar livre, mesmo durante o verão. Se Jimin realmente nadar ao ar livre, ela deve ser maluca ou ter muita resistência à dor.

— Muito bem — digo, aproveitando-me da pausa. — Jimin precisa ir embora.

— É um carro muito bonito — diz minha tia, ignorando meu comentário. — Seus pais o compraram para você?

— Eu mesma comprei.

— Você deve ter um emprego e tanto.

— Sou dona do meu próprio negócio.

Jimin diz o mínimo possível, mantendo-se cuidadosamente envolta em mistério. Fico pensando em como deve ser sua vida quando não está perto de mim. No fundo da minha mente, não consigo parar de pensar em seu passado amedrontador. Todo esse tempo eu fantasiei sobre a descoberta de seus segredos sombrios e profundos porque quero provar para mim mesma e para Jimin que eu sou capaz de sacar quem ela é. Mas agora eu quero saber seus segredos porque são parte dela. E, apesar do fato de negar tudo repetidamente, eu nutro algum sentimento por ela. Quanto mais tempo passávamos juntas, mais eu sei que esses sentimentos não vão desaparecer.

Minha tia franze a testa.

— Espero que o trabalho não atrapalhe seus estudos.

Jimin sorri.

— Não tem sido um problema.

— Nossa, está ficando tarde — começo a dizer alto, consultando um relógio de pulso imaginário.

Não posso acreditar que Taeyeon esteja sendo tão pouco legal nessa questão, É um mau sinal. Só pode querer dizer que a primeira impressão que ela teve de Jimin é pior do que eu temia. Isso não é uma apresentação. É uma entrevista.

— Você gostaria de entrar e beber alguma coisa? — Pergunta minha tia, parecendo desconcertada, dividida entre a vontade de ser educada e a de agir impulsivamente e me arrastar para dentro, trancando a porta.

Jimin balança a cabeça.

— Preciso ir. Quem sabe na próxima vez. Foi bom conhecê-la, Taeyeon.

Tomo a interrupção como uma deixa para arrastar minha tia até a porta da frente, aliviada que a conversa não tenha sido tão ruim quanto poderia. De repente Taeyeon se vira para trás.

— O que vocês duas fizeram hoje à noite? — Pergunta para Jimin. Ela olha para mim e ergue ligeiramente as sobrancelhas.

— Jantamos no Jungsik — respondo rapidamente. — Uma noite completamente inofensiva.

O problema é que meus sentimentos por Jimin não são nada inofensivos.

\[...]

Quando entro no meu quarto, troco a roupa por um pijama confortável e ligo para Ningning.

— Bem? — Ela diz. — Como foi? Obviamente, ela não matou você. O que é um bom começo.

— Jogamos sinuca.

— Você odeia sinuca.

— Ela me ensinou algumas técnicas. Agora que sei o que estou fazendo não é tão ruim.

— Aposto que ela poderia lhe ensinar algumas técnicas em outras áreas da sua vida.

— Hum.

Normalmente o comentário teria provocado algum rubor em mim, mas eu estou compenetrada demais.

— O que poderia provocar uma cicatriz com o formato da letra V nas costas de alguém?

Há um momento de silêncio.

— Bizarro — diz Ningning com espanto. — Você a viu pelada? Onde aconteceu? No carro? Na casa dela? Em seu quarto?

— Eu não a vi pelada! Foi meio por acidente.

— Claro. Já ouvi essa desculpa antes — exclama Yzhuo.

— Ela tinha nas costas uma cicatriz enorme com a forma de um V de cabeça para baixo. Não é um pouco esquisito?

— Claro que é esquisito. Mas estamos falando de Jimin. Ela tem algo de diferente. Vou chutar... Briga de gangues? Cicatrizes da cadeia? Marcas de atropelamento?

Metade do meu cérebro acompanha a conversa com Ningning, mas a outra, subconsciente, divaga. Minhas lembranças voltam à noite em que Jimin me desafiou a andar na ponte Bampo.

Quase deixo o celular cair.

— D-desculpe-me, o que foi? — Pergunto a Ningning quando percebo que ela levara a conversa adiante e esperava minha resposta.

— O quê. Aconteceu. Depois? — repete, pronunciando devagar cada palavra. — Terra chama Minjeong. Preciso dos detalhes. Estou morrendo de curiosidade.

— Ela me levou para o fliperama e encontramos uma amiga dela por lá. Final da história. Nada além disso.

Dentro da minha cabeça, as cicatrizes de Jimin prendem minha atenção. São de um tom mais escuro que sua pele, vão das escapulas aos rins e desenham uma curva enquanto viajam por suas costas. Digo para mim mesma que há uma explicação racional para elas. Briga de gangues, cicatrizes da cadeia, marcas de atropelamento — como Ningning dissera. Infelizmente, todas as desculpas parecem mentira. É como se a verdade estivesse na minha cara, mas eu não tivesse coragem de encará-la.

— Ela foi um anjo? — Pergunta Ningning. Levo um susto.

— O quê?

— Ela foi um anjo ou fez jus àquele jeitão de bad-girl? Porque, com toda a honestidade, não estou acreditando nessa história de que "ela não tentou nada".

— Ningning, preciso ir. — Minha voz está vacilante.

— Sei. Você quer desligar antes de me contar os detalhes do assunto principal.

— Não aconteceu nada durante o encontro, nem depois. Minha tia nos encontrou na entrada do prédio.

— Fala sério!

— Amanhã eu ligo para você, ok?

— Durma com os anjos, garota.

Sem chances, penso.

Depois que desligo o telefone, vou até a escrivaninha e pego meu notebook. Alguns instantes depois, eu digito "anjo, asas, cicatrizes" na barra de buscas do Google. Demora um segundo antes de apertar a tecla enter, com medo. Se eu for adiante, preciso admitir que estou, na realidade, considerando a hipótese de Jimin, bem, não ser humana

Dou "enter" e clico no primeiro link antes que possa mudar de ideia.

ANJOS CAÍDOS: A VERDADE ATERRADORA
Quando o jardim do Éden foi criado, os anjos celestiais foram enviados para a Terra a fim de cuidar de Adão e Eva. Pouco depois, porém, alguns anjos puseram os olhos no mundo, além dos limites do jardim. Viram-se como os futuros governantes da população da Terra, desejando poder, dinheiro e até as mulheres humanas.

Juntos, tentaram e convenceram Eva a comer o fruto proibido, abrindo os portões que protegiam o Éden. Como punição para esse grave pecado e por terem abandonado suas obrigações, Deus tirou as asas desses anjos e os baniu eternamente para a Terra.

Rolo a tela para ler alguns parágrafos, o coração batendo desvairadamente.

Os anjos caídos são os mesmos espíritos perversos (ou demônios) que, segundo a Bíblia, tomam posse de corpos humanos. Vagam pela Terra procurando corpos humanos para molestar e controlar. Tentam os humanos a fazerem o mal ao comunicar pensamentos e imagens diretamente em suas mentes. Se um anjo caído tem sucesso em levar um humano a praticar o mal, ele pode entrar em seu corpo e influenciar suas ações e sua personalidade.

Um corpo humano, porém, só pode ser possuído por um anjo caído durante o mês do Cheshvan do calendário hebraico. Cheshvan, conhecido como "o mês amargo", é o único mês sem qualquer feriado judaico ou jejum, o que o torna profano. Entre as luas nova e cheia do Cheshvan, hordas de anjos caídos invadem corpos de seres humanos.

Meu olhar permanece grudado no monitor por mais alguns minutos depois de concluir a leitura. Não penso em nada. Nada. Só na complexidade das emoções que se agitam dentro de mim. Espanto, pânico e pressentimentos sinistros entre elas.

Um arrepio involuntário me devolve os sentidos. Lembro-me das vezes em que estive convencida de que Jimin rompeu os limites da comunicação convencional e sussurrou diretamente na minha cabeça, exatamente como estava escrito naquele artigo sobre anjos caídos. Comparando as informações com as cicatrizes de Jimin, é possível algo assim... Pode Jimin ser um anjo caído? Será que ela quer possuir o meu corpo?

Passo os olhos rapidamente no restante do artigo, diminuindo o ritmo quando algo ainda mais bizarro.

Anjos caídos que mantêm relações sexuais com humanos produzem filhos super-humanos denominados nefilins. A raça nefilim é perversa, degenerada e não deveria habitar a Terra. Embora muitos acreditem que o Grande Dilúvio dos tempos de Noé tivesse como objetivo limpar a Terra dos nefilins, não temos como saber se essa raça híbrida foi extinta ou se os anjos caídos continuam a se reproduzir com humanos desde então. Parece lógico que tenham continuado, o que significaria que a raça nefilim talvez permaneça na Terra até os dias de hoje.

Coloco o notebook de volta na escrivaninha. Eu não quero pensar nisso no momento. Preciso examinar melhor mais tarde. Talvez.

Deslizo para debaixo das cobertas. Jogo um cobertor a mais na cama para afastar a súbita friagem. Não sei se o quarto está frio ou se essa sensação gelada vem de dentro de mim. Palavras assombrosas como "anjo caído", "possessão humana" e "nefilim" embalam meu sono.

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